Fanfics Brasil - Primeiro Contato Um Vizinho Perfeito - Vondy - Terminada

Fanfic: Um Vizinho Perfeito - Vondy - Terminada | Tema: Vondy, DyC


Capítulo: Primeiro Contato

979 visualizações Denunciar


Sorriu consigo, então olhou para os ingredientes que havia acabado de separar sem prestar muita atenção. Quem quer que ele fosse, ponderou com outro sorriso, pelo visto estava prestes a ganhar biscoitos feitos por ela.
O nome dele era Christopher Uckermann. Não se considerava particularmente misterioso, apenas reservado. De fato, fora justamente o desejo de privacidade que o levara, ironicamente, a ir parar bem no coração de uma das maiores cidades do mundo.
Felizmente, seria por pouco tempo, pensou ele guardando o sax na maleta própria para o instrumento. Seria por pouco tempo. Com sorte, dali a alguns meses a reforma de sua casa na costa rochosa de Connecticut estaria terminada. Algumas pessoas diziam que o lugar parecia um forte, mas ele não se importava com isso. Pelo menos em um forte era possível se ter paz e silêncio durante semanas, caso fosse necessário. Além disso, ninguém podia entrar no local sem permissão.
Começou a subir a escada, deixando para trás a sala praticamente vazia. Costumava ficar ali apenas quando decidia tocar, pois a acústica do ambiente era ótima. Ou então para se exercitar, quando não tinha vontade de caminhar até a academia alguns quarteirões adiante. O segundo andar era o local onde ele passava a maior parte do tempo. Mas felizmente aquilo não duraria muito, pensou mais uma vez. Tudo que precisava enquanto estava ali era de uma cama, um guarda-roupa, iluminação adequada e uma mesa de escritório com um tamanho suficiente para comportar seu notebook e os papéis de trabalho que ele costumava usar. Não quisera ter um telefone, mas sua agente insistira para que ele mantivesse pelo menos um telefone celular, para o caso de ela precisar entrar em contato com ele. Christopher aceitara a idéia, mesmo não gostando dela.
Sentou-se à mesa de trabalho, satisfeito por seus pensamentos estarem mais claros depois do breve exercício com o sax. Mandy, sua agente, andava preocupada com o progresso de seu último roteiro teatral. Mas, em sua mente, tudo já estava bem definido. A peça ficaria pronta quando tivesse de ficar, e nem um minuto antes. Fora assim que ele sempre trabalhara, e não seria àquela altura de sua carreira que iria mudar de atitude, devido ao nervosismo de uma agente.
O problema com o sucesso, pensou ele, era o nível de cobrança que ele trazia consigo. Ao fazer algo que as pessoas apreciavam, você era sempre cobrado a repetir o feito, só que de maneira mais rápida e mais eficiente. Christopher não dava a mínima para o que as pessoas queriam. Elas poderiam arrombar as portas do teatro para ver sua próxima peça, laureá-lo com outro Pulitzer ou lhe pagar um caminhão de dinheiro. Nada disso era importante para ele. Também não dava a mínima para críticas. Se o público não gostasse, que fosse à bilheteria e exigisse seu dinheiro de volta.
Para Christopher, o trabalho em si era o mais importante. E isso dizia respeito apenas a ele e a mais ninguém.
Financeiramente, estava seguro como sempre estivera. Mandy costumava dizer que isso era parte do problema. Sem a necessidade ou o desejo de ganhar dinheiro para incentivá-lo, ele havia se tornado arrogante e indiferente ao público. Por outro lado, dizia ela, isso também era o que o tornava um gênio da criação teatral. Christopher não se importava com nada, e isso era o que fazia seu trabalho ser tão especial.
Continuou sentado à mesa, pensativo. Porém, logo despertou do devaneio e passou a mão por entre os cabelos castanhos. Seus olhos, de um castanho intenso, perscrutaram as últimas palavras que havia digitado. A expressão séria e os lábios ligeiramente apertados denotavam sua concentração.
Com os ruídos característicos da rua chegando-lhe aos ouvidos, Christopher estava tendo de se esforçar mais para voltar a penetrar na alma do homem que ele havia criado no texto mostrado na tela do computador. Um homem que lutava desesperadamente para superar os próprios desejos.
De súbito, o incômodo som da campainha o fez praguejar, desconcentrando-o mais uma vez. Pensou em continuar ali e não dar atenção, mas sua noção da natureza humana o fez mudar de idéia, ao concluir que provavelmente o intruso continuaria insistindo até obter uma resposta. Por isso, decidiu despachá-lo de uma vez por todas.
Imaginou que se tratasse da senhora do andar térreo. Aquela com olhos de águia, que parecia viver bisbilhotando a vida de todos. Ela já havia tentado abordá-lo por duas vezes quando ele estava saindo para o clube à noite, mas não tivera êxito. Christopher sempre fora muito bom em escapar àquele tipo de situação, mas aquela insistência já estava começando a aborrecê-lo. Seria melhor bancar o mal-educado de uma vez e deixar que ela saísse falando mal dele, afinal, não era do tipo que se importava com isso.
Porém, ao espiar através do olho mágico, não se deparou com a mulher corpulenta que ele havia imaginado estar ali, mas com uma bela morena de cabelos castanhos e lindos olhos de mesma cor, olhos que lhe chamou atenção.
O que diabos ela poderia querer? Reconheceu-a como uma vizinha do mesmo corredor, cujo apartamento ficava quase em frente ao que ele estava ocupando. Depois de haver sido deixado em paz por quase uma semana, imaginara que a situação fosse continuar assim. O que, em sua mente, faria dela a vizinha perfeita. Mas, pelo visto, enganara-se mais uma vez.
Ainda aborrecido por ter sua paz perturbada, abriu a porta e apoiou-se nela.
- Sim?
- Olá. - Oh, Deus, ele era a ainda mais bonito de perto, pensou Dulce, contendo a vontade de suspirar. - Sou Dulce Saviñón, sua vizinha do 3A - apresentou-se com um sorriso amigável, in- dicando a porta de seu apartamento. Christopher se limitou a arquear uma sobrancelha.
- Pois não?
Um homem de poucas palavras, concluiu Dulce, mantendo o sorriso. Desejou que ele se distraísse pelo menos por um instante, para que ela pudesse esticar o pescoço e dar uma espiada no interior do apartamento. Claro que não poderia tentar fazer isso com aquele olhar perscrutador centrado bem em seu rosto, sem nenhuma indicação de que iria se desviar.
- Eu o ouvi tocar há alguns minutos. Trabalho em casa e, você sabe como é... O som atravessa as paredes.
Se ela fora até ali para reclamar do barulho, não iria conseguir nada, pensou Christopher. Ele tocava quando sentia vontade de tocar, e isso não mudaria devido à mera reclamação de uma vizinha, por mais encantadora que fosse ela. Continuou a observá-la com atenção. Nariz arrebitado, lábios polpudos, sensualmente curvados...
- Geralmente esqueço de ligar o aparelho de som quando estou trabalhando - continuou ela em um tom animado, interrompendo os pensamentos de Christopher. - Por isso gosto de ouvi-lo tocar. Ralph e Sissy ouviam Vivaldi durante a maior parte do tempo. Não deixa de ser agradável, mas se torna monótono quando isso é a única coisa que você ouve o dia inteiro. Eram eles que ocupavam o apartamento antes de você se mudar. Ralph e Sissy - acrescentou ela, indicando o apartamento atrás dele.
- Eles se mudaram para White Plains, depois que Ralph teve um caso com uma vendedora da Saks. Bem, ele não chegou a ter um caso de verdade, mas parecia estar pensando na possibilidade. Por isso Sissy deu-lhe o ultimato: se não mudassem de cidade, ela pediria o divórcio. A sra. Wolinsky deu seis meses de prazo para os dois continuarem juntos. Particularmente, acho que eles vão conseguir resolver o problema.
Dizendo isso, mostrou um prato com uma simpática decoração com detalhes amarelos cheio de biscoitos de chocolate cobertos por um plástico protetor, próprio para alimentos.
- Estes biscoitos são para você - disse, estendendo o prato na direção dele. Christopher abaixou a vista para olhá-los, dando a Dulce a breve oportunidade de espiar a sala vazia atrás dele. Pelo visto; ele não tivera condições nem mesmo de comprar um sofá, pensou ela. Então os introvertidos olhos castanhos voltaram a fitá-la.
- Por quê?
- Por que o quê?
- Por que me trouxe os biscoitos?
- Bem, fui eu mesma que os fiz. Às vezes, cozinho para arejar um pouco a cabeça, quando não estou conseguindo me concentrar no trabalho. Na maioria das vezes, é cozinhando que eu consigo relaxar o suficiente para voltar a trabalhar. Mas se eu ficar com tudo isso, acabarei comendo tudo sozinha e vou me detestar por isso. - O brilho bem-humorado continuou presente nos olhos castanhos intensos.
- Não gosta de biscoitos?
- Não tenho nada contra eles.
- Então, sirva-se - falou Dulce, entregando o prato a ele.
- E bem-vindo ao prédio. Se precisar de alguma coisa, estou sempre por aqui. - Indicou a porta do outro apartamento com um gesto vago. - Se quiser conhecer os outros vizinhos, também poderei apresentá-lo a eles. Moro aqui há alguns anos e conheço todo mundo.
- Não quero conhecer ninguém - respondeu Christopher, dando um passo atrás e fechando a porta. Dulce ficou ali parada por algum tempo, atônita com o que acabara de acontecer. Em seus vinte e quatro anos de vida, nunca alguém havia fechado a porta em sua cara, mas, mesmo tendo acabado de passar pela experiência, felizmente concluiu que aquilo não a afetara tanto assim.
No entanto, teve de se conter para não bater à porta e pedir seus biscoitos de volta. Não iria descer tão baixo, disse a si mesma, girando decididamente sobre os calcanhares e encaminhandose para seu apartamento.



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): mdsvondy

Este autor(a) escreve mais 2 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
- Links Patrocinados -
Prévia do próximo capítulo

Agora sabia que o sr. Misterioso era irresistivelmente atraente, que tinha o corpo de um deus grego e também que ele era tão mal-educado quanto uma criança de dois anos necessitada de umas boas palmadas no traseiro. Mas tudo bem, tudo bem. Iria sobreviver àquilo e aprender a ficar longe do caminho dele. Não bateu a porta de seu apartamento, ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 56



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • alicia_moura Postado em 25/02/2021 - 18:05:24

    terceira vez lendo essa fic e me emocino da mesma forma. parabens!

  • michaelle_rbd Postado em 21/02/2016 - 15:59:28

    Que fofo eles dois, e eles vão se casar e construir uma familia isso é o que importa. *__*

  • stellabarcelos Postado em 20/11/2015 - 14:17:57

    Cara a fanfic foi inacreditável de tão boa! Amei cada momento e esse final foi muito especial! Amei!!!! Parabéns e a gente se vê pelas outras fanfics ahhaha

  • liaa Postado em 19/11/2015 - 18:26:36

    continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa, por favor... Sou leitora nova.

  • anny_freitas Postado em 19/11/2015 - 03:16:46

    Ahhhhhhh voltaaaaa! Quero saber o que ele vai dizer! Esse final vai ser lindo! Ahhhhh!! malvada isso não vale ,super curiosa para saber . Continua

  • stellabarcelos Postado em 19/11/2015 - 02:40:02

    Ahhhhhhh voltaaaaa! Quero saber o que ele vai dizer! Esse final vai ser lindo! Ahhhhh!!!! Continua

  • millamorais_ Postado em 19/11/2015 - 02:39:51

    Aí mds a web já vai acabar? :o esse Christopher é um bobão mesmo né? Muito bem dul, não mostre interesse noque ele tem a dizer só pra machuca-lo um pouquinho ahahahah kkk espero que ele se declare perfeitamente *-----*

  • stellabarcelos Postado em 18/11/2015 - 13:45:01

    Já tá acabando? Não acredito! Ele foi um idiota por pensar isso dela mas pelo menos ela falou que está apaixonada! Quero ver como ele vai fazer para voltar com ela agora! Continuaaaaa

  • Karina_vondy Postado em 16/11/2015 - 23:50:22

    Oii leitora nova ... To AMAMDO A FIC , a fic ela ta muito linda . falta muito pra fic acabar ? Vai ter segunda temporada ?

  • stellabarcelos Postado em 16/11/2015 - 23:33:54

    Que lindo!!!! Até que enfim ele está tratando ela como ela merece! Continua


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais