Fanfics Brasil - Capítulo 3 - Capturados Trilo (Os vampiros na vida de Matias e Nina)

Fanfic: Trilo (Os vampiros na vida de Matias e Nina) | Tema: Vampiros


Capítulo: Capítulo 3 - Capturados

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                Até então éramos acostumados a ter pessoas nos encarando constantemente. Claro, sempre formamos um casal bem “excêntrico”. Eu, com menos de um metro e sessenta, cabelo preto até a cintura, olhos castanhos, pele bronzeada. Normal, certo? Agora me imagine ao lado de um homem de um metro e noventa, cabelo e barba loiros, magro, olhos azuis, pele extremamente branca (o que era constantemente um problema no Brasil). Matias veio morar no Brasil quando ainda era criança, mas nasceu na Holanda. Quando ainda tinha 17 anos e ele 22, nos conhecemos em um bar.  Juro que o vi de longe, jogando sinuca com alguns amigos. E o achei lindo. Tentei chamar a atenção dele de todas as formas, mas ele nem me notou a princípio. Segundo ele, me notou sim, mas me achou muito “nova” e achou “errado” me dar bola. Já eu só conseguia pensar nele. O garoto meio tímido, diferente de todos os outros naquele bar. Sempre gostei do diferente, do único. Mas naquela noite não consegui nem chegar perto dele. Uma coisa dentro de mim me dizia para manter as coisas como estavam, pois... havia algo naquele homem. Mas aquele mesmo “algo” me atraiu de uma forma tão avassaladora, que eu só queria vê-lo de novo, que eu só pensei nele por duas semanas, que eu sabia – de alguma forma – que precisa me aproximar, pois ele era, em todos os sentidos, irresistível.       


                Umas duas semanas depois, fui ao mesmo bar com algumas amigas. E o vi de novo, jogando sinuca no mesmo local, sob a mesma luz, mais lindo do que nunca. Era a minha chance de conversar com ele. Tomei um gole da primeira coisa alcoólica que alcancei e decidi que iria pelo menos dizer oi. “E se ele não gostar de mim? E se ele tiver namorada?”. Parei de novo. Sempre fui meio tímida, mas com os meninos sabia dar “meu jeito”. “E se eu nunca mais encontrá-lo de novo?”. Tomei outro gole. O bar era meio grande, mas não o perdi de vista. Com um metro e noventa não era difícil, claro. Mas demorei um pouco para chegar até ele. Tempo suficiente para o álcool fazer efeito. Devo ter dito as coisas mais estúpidas do mundo, não lembro muito bem. Matias disse que não, foi fofo, mas não acredito nele, é claro. Naquela noite ele me levou pra casa. Segundo ele, tentei beijá-lo quando saí do carro, mas ele me parou e apenas me acompanhou até a portaria do prédio. “Nosso primeiro beijo vai ser lindo, não assim.” Essa parte eu nunca esqueci.


                Na manhã seguinte, acordei com o telefone tocando alto na sala. Uma dor martelava minha cabeça. Cobri minha cabeça com travesseiros e deixei tocar. “Que morra”, eu pensei. Quando o telefone tocou pela última vez, um nome me veio à mente: Matias. Procurei no meu celular por mensagens, novos contatos, ligações perdidas, mas não havia nada dele. “E se fosse ele me ligando?”. Corri para o telefone, meio zonza, mas não era ele. Só meu pai me ligando. Então passei a questionar minha sanidade. Será que eu havia inventado tudo isso? Não, eu me lembrava bem... de algumas coisas. Certo, não lembrava exatamente o que nós havíamos conversado, mas eu tinha certeza que não havia inventado tudo. Quando me deitei na cama mais uma vez, um impulso estranho me movimentou. Levantei e pus a mão no bolso da saia da noite passada. Em um guardanapo, numa caligrafia impecável, estava escrito o nome dele e o telefone. E se eu nunca tivesse tido aquele impulso? O guardanapo seria destruído pela máquina de lavar e nunca haveria cinco anos juntos, apartamento, pulseira colorida, “V e M” e nada do que veio depois...


                Engraçado como esses pequenos “impulsos” podem mudar nossas vidas. Coisas tão sutis, insignificantes a princípio, mas que fazem tanta diferença. Graças àquele guardanapo eu pude ligar para ele naquele dia, graças àquele guardanapo nós saímos naquela tarde, graças àquele guardanapo tantas coisas aconteceram. A verdade é que há sempre uma série de eventos, pequenas coisas que te fazem ir por um caminho e não outro. Pequenas coisas, banais, que acabam te conduzindo a algo grandioso e incrível. Mas uma coisa de cada vez, certo?


                Enfim, sempre atraímos muitos olhares quando andávamos juntos. Depois de um tempo paramos de ligar e começamos a rir diante de algumas situações. Mas com aqueles dois homens... Havia algo estranho. Algo neles... De alguma forma eu sabia que devia me afastar deles, manter as coisas “superficiais”, não mergulhar na loucura que, aparentemente, eles tentavam nos causar. Mas havia algo neles... Algo irresistível. Como quando vi Matias pela primeira vez. O misterioso sempre me atraiu. Agora era tarde demais para fugir. Já estávamos, irremedialvemente, presos na teia dos dois. Quanto tempo até que nos devorassem?  Não sabíamos, mas uma coisa era certa: não seríamos observados, caçados por eles para sempre. Com certeza tinham um motivo para se aproximar de nós.  E iríamos descobrir.



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Autor(a): vampie

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                Matias e eu decidimos que não seríamos mais presas, eles não nos caçariam mais. Não iríamos fugir, mas tornaríamos as coisas mais interessantes para nós também. Tínhamos uma rotina bem estabelecida: sempre os mesmo lugares, mais ou menos na mesma ...


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