Fanfic: Liberdade Para Voar AyA [FINALIZADA] | Tema: AyA / Ponny

Capítulo 9 :

Eu Vi Uma Coisa

-- Meu Deus... -- Anny sussurrou para si mesma ao ouvir a notícia, se esquecendo completamente que Poncho ainda estava do outro lado da linha a chamando sem parar.

-- Anahí ? Anahí ? Você ainda está aí ? -- Poncho disse preocupado pois minutos atrás ela falava e logo ficou muda.

Levou mais alguns segundos para Anny sair do transe e falar com Poncho novamente.

-- Me desculpe Alfonso. Foi muito chocante ! E agora ? Como faremos ? -- Anny ainda estava bem nervosa por tudo que acabara de ouvir.

-- Resta apenas deixar os outros médicos começarem um tratamento com ela mas de resto não se pode fazer nada até ela acordar. Não me disseram quanto tempo pode durar esse coma, mas minha experiência como médico diz que pode levar muito tempo, meses ou até mesmo alguns dias. Vou ter que tomar conta de tudo até ela se recuperar. -- Poncho falou com as mãos no rosto. Não tinha a menor ideia de como iria administrar tudo que a Tia adquiriu naquele tempo todo em que havia adquirido o sítio.

-- Vai dar tudo certo Alfonso ! Pode contar comigo. -- Anny disse tentando passar conforto a ele e apenas de ouvir isso ele sorriu

-- Brigado mesmo Anahí. Você tá sendo um anjo. -- Poncho falou sincero fazendo Anny sorrir

-- Não precisa agradecer. Beatriz daqui a pouco estará bem e você pode se dedicar melhor a Dona Clarice.

-- Nossa ! Minha filha ! Como ela está ? -- ele falou assustado ao se dar conta que deixara Aninha sozinha outra vez

-- Está bem melhor. Reclamou da sua ausência mas vai ficar bem. -- Anny disse se lembrando da carinha triste que Beatriz fizera ao saber que o pai tinha saído outra vez.

-- Diga a ela que logo amanhã pela manhã eu volto  para ver como ela está. Prometo.

-- A essa hora a pequena já dormiu mas pode deixar que assim que você chegar amanhã eu aviso a ela.

-- Novamente obrigado Anahí. Vou desligar para saber mais notícias do tratamento de minha Tia e ver outras coisas. Desculpe te assustar. Boa noite anjo. -- Poncho disse com tanta ternuna que nem ao menos percebu como chamou Anny e a mesma quase ficou muda com as palavras dele outra vez, porém tratou de se controlar.

-- Boa noite Alfonso. Até amanhã.

Quando Anny ia desligar, Poncho chamou a atenção dela outra vez.

-- Pode dizer Alfonso.

-- Anahí !

-- Sim ?

-- Me chame de Poncho.

-- Desculpe. Boa Noite, Poncho... -- Anny disse envergonhada e ele riu

-- Boa noite.

Desligaram e Anny voltou para seu quarto ainda com o coração aos pulos pelo nervosismo de ter recebido a notícia do câncer e coma de Clarice e ao mesmo tempo o carinho que fora tratada por Poncho. Adormceu logo que se deitou.

Na manhã seguinte, logo que Anny havia saído do quarto já pronta para começar a trabalhar e chamar Aninha, ouviu o barulho do carro de Poncho chegando. Indo até o lado de fora o esperou sair do carro e vir até ela. A aparência dele não era das melhores e isso a deixou com o coração na mão, queria muito poder confortá-lo. Poncho se aproximou dela e disse :

-- Bom dia Anahí. -- ele disse ainda bem triste

-- Bom dia Poncho. Como se sente ? Foi tudo bem lá ontem ? -- Anny perguntou dando passagem para ele entrar e fechou a porta.

-- Consegui resolver tudo e conversei bastante com os outros médicos que vão acompanhar o caso dela. Estou péssimo. -- Poncho disse se sentando no sofá com as mãos apoiadas no queixo.

Anny se sentou ao lado dele e por instinto protetor pegou nas mãos dele as segurando firme e disse :

-- Vai ficar tudo bem. Prometo. -- sorriu pra ele recebendo um olhar surpreso e depois um meio sorriso dele. -- Vem, vou preparar um café para você tomar e alguma coisa para comer. Depois vamos subir para vermos Beatriz.

Poncho apenas assentiu e a seguiu até a mesa onde se sentou e esperou Anny pegar as coisas para o café. Dona Ivone apareceu com a xícara e entregou a ele que agradeceu. Logo Anny voltou trazendo umas torradas para ele e quando ia sair de volta a cozinha ele a chamou.

-- Come aqui comigo ? Por favor ! -- Poncho pediu com um olhar que fez o coração de Anny desmanchar. Sorrindo ela aceitou e se juntou a ele sentando em sua frente.

Comeram em silêncio uns minutos. Ao terminarem, Anny ia levar tudo de volta a cozinha mas Poncho a impediu pedindo a Dona Ivone que  retirarasse a mesa. Se aproximou de Anny a pegando pelas mãos e subindo as escadas em direção ao quarto de Ana Beatriz. Rapidamente chegaram ao quarto da pequena e abrindo a porta viram que a mesma já estava disperta mas permanecia calada com os pensamentos longe. Ao perceber a presença do pai, deu um sorriso fazendo Poncho sorrir de volta seguido por Anny.

-- Como está pequena ? -- Poncho perguntou beijando a testinha da filha

-- Bem papai. Estava com saudades. -- fez bico o fazendo rir

-- Eu também, mas já estou de volta. -- acariciou os cabelos dela

-- O que aconteceu com a vovó ? -- Beatriz perguntou e a expressão de Poncho se tornou séria

-- Sua vovó está muito doente. Vai precisar ficar um tempo no hospital até ficar boa novamente, não se preocupe. -- falou tentando convencer a si mesmo do que dizia. Apesar de saber da distância que tinha com a Tia, queria vê-la bem outra vez.

Beatriz apenas se calou percebendo que aquilo entristecia seu pai. Detestava vê-lo triste, aquilo a fazia ficar mal também.  Sentiu lágrimas em seus olhinhos azuis e Poncho logo as secou. Anny resolveu se manisfestar para quebrar o clima ruim.

-- Eu não ganho um Bom dia também não ? -- Anny se fez de triste e Beatriz sorriu.

Se aproximando da cama de Aninha, a mesma esticou bem os pequenos bracinhos e apertou Anny com toda força que tinha. Anny ficou tão surpresa com o gesto de sua pequena que retrubuiu o abraço com maior intensidade. Poncho olhava a cena emocionado, feliz por ver Beatriz abraçar alguém assim sem ser ele ou a mãe quando ainda era viva.

-- Que abraço mais gostoso ! -- Anny sorriu derretida pela menina e deu vários beijinhos na testinha da mesma a fazendo sorrir.

Poncho logo quis entrar na brincadeira também, afinal fazer a filha feliz era sua maior conquista e realização.

-- Só a Anahí ganha abraço ? Tá bom... -- ele fingiu se afastar sendo chamado por Aninha que deu um abraço bem apertado nele também.

Ficaram os três brincando e rindo como se fossem uma família. Beatriz ria de acabar quando Anny e Poncho resolveram fazer cócegas nela. As risadas eram ouvidas lá embaixo fazendo uma Dona Ivone sorrir também, pois desde que fora trabalhar com Clarice não ouvia nem risos e muito menos via felicidade naquela casa. Eram sempre dias muito tristes e com a chegada de Poncho e Beatriz ela sabia que isso mudaria e aquele lar voltaria a ser feliz assim como era na época que o marido de Clarice ainda era vivo.

Cansados de tanto rir, Anny foi ajudar Beatriz a se vestir depois que a menina foi escovar os dentes. Poncho foi tomar banho e se trocar para tirar o cheiro de hospital. Beatriz pediu a Anny que prendesse seu cabelo e quando Poncho voltou ao quarto não pode deixar de ouvir a conversa das duas.

-- Tia Anny ! -- Beatriz a chamou enquanto Anahí penteava os cabelos loiros da menina e os prendia com o laço.

-- Fale meu amorzinho. -- respondeu terminando de ajeitar o cabelo de Beatriz

-- Posso te perguntar uma coisa ?

-- Claro ! O que quer saber ?

-- Você gosta do meu papai ?

Anny estranhou a pergunta mas respondeu de forma calma, afinal admirava Poncho por ser um pai tão dedicado.

-- Seu pai é uma pessoa muito boa. Cuida muito bem de você e faz de tudo para que fique bem.

Ao terminar de prender o cabelo de Beatriz e o pentear, a menina se virou para Anny a fitando nos olhos. Anny logo
percebeu que aquela confissão não tinha terminado ali.

-- Posso te contar um segredo ? Promete que não vai ficar brava ? -- Beatriz disse com um pouco de medo e viu Anny assentir e pedir que ela continuase. -- Sabe no hospital ? Quando eu tava lá doente ? -- Anny assentiu. -- Eu vi uma coisa. -- falou ficando com vergonha e sentiu medo de dizer mas como era uma criança que quando tinha uma ideia na cabeça ia até o fim falaria do mesmo jeito.

-- O que você viu pequena ? -- Anny perguntou curiosa

Beatriz ficou muda uns segundos e em seguida falou com a mais pura inocência.

-- Eu vi o papai beijando você

Anny se espantou enquanto do lado de fora Poncho ficou tão espantado quanto imaginando como a filha tinha visto sendo que ela já estava adormecida quando aconteceu o beijo deles.

-- Como ? -- Anny perguntou num fio de voz