Fanfic: Liberdade Para Voar AyA [FINALIZADA] | Tema: AyA / Ponny

Capítulo 12 :

A Conversa

Poncho encarou Anny por vários segundos procurando as palavras certas para dizer. Tudo estava uma confusão na mente dele e não queria deixar dúvidas de que, ao contrário do que havia achado, a noite deles juntos foi muito especial para ele.

Anny permanecia calada sem olhar para ele. Sua vontade era fugir dali o mais rápido possível, porém precisava saber o que andava sentindo por ele. Não poderia ser apenas uma simples atração, pois toda vez que o via seu mundo parava apenas com a presença dele.

Mais alguns minutos se passaram até que Poncho tomasse coragem para quebrar aquele silêncio perturbador.

-- Anahí, quero te explicar tudo para que não fique nenhuma dúvida. Me perdoe pelas coisas que eu disse, na verdade eu gostei muito de cada momento naquela noite. Não queria ter te deixado mal daquele jeito. -- Poncho falou o mais calmo possível e Anny o encarou de olhos arregalados pela última parte da frase que ele disse.

-- Bom Alfonso... -- ele a olhou pedindo para que parasse com essa mania de o chamar pelo nome. -- Quer dizer Poncho, eu fiquei muito nervosa depois de acordar pelo motivo que você mesmo viu depois. -- Anny abaixou a cabeça envergonhada e se obrigou a continuar falando. Iria até o fim. -- Não sei o que aconteceu na hora. Você estava tão triste. Queria poder ajudar, me desulpe se acabou saindo do controle. -- as lágrimas chegaram a querer descer pelo rosto dela mas Poncho as limpou os dedos e segurou o rosto dela para que olhasse pra ele.

-- Você não teve culpa. Vamos recomeçar. Sua ajuda com Aninha tá sendo fundamental. Nunca tinha visto minha filha tão feliz na vida. Obrigado. -- Poncho falou a abraçando em seguida. Anny acabou cecendo pois sentia que o peso dentro dela diminuiu com o abraço. A ideia daquilo tudo era assustadora e ao mesmo tempo a enchia de vida.

Anny se afastou um pouco de Poncho e enxugando o rosto falou :

-- Não precisa me agradecer. Beatriz é um anjo que apenas precisava de quem olhasse por ela. Sei o quanto é um pai dedicado mas seu trabalho não o permite estar sempre com ela. Gosto muito daquela pequena como se fosse minha filha. A filha que pretendo ter um dia. -- Anny falou sorrindo e Poncho sorriu junto.

Logo uma dúvida surgiu nos olhos de Anny e Poncho percebeu. A olhou bem para que ela dissesse o que estava pensando.

-- Pode dizer Anahí. O que quer me contar ? -- ele a perguntou

-- Nada...

-- Anahí !

-- Está bem. Eu só queria saber se o que Beatriz disse é mesmo verdade. Crianças imaginam muito as coisas.

-- E o que ela disse ? Que eu gosto de você ?

Anny apenas assentiu se sentindo mais envergonhada que antes.

Poncho riu da vergonha dela. Queria poder dizer o quanto a filha estava certa, mas não sabia se era o momento ou não. Anny ainda estava um pouco assustada e aquela informação poderia afligir ainda mais o coração dela. Resolveu amenizar as coisas.

-- Beatriz sempre nos vê juntos e cuidando dela. Nos damos bem e isso a faz feliz. Ela sabe do respeito que tenho por você e da gratidão por cuidar tão bem do meu tesouro. Tinha tempo que ela não via duas pessoas se dando tão bem. -- ele disse sentindo nos olhos de Anny que não era aquilo que ela queria ouvir, porém era a única coisa que conseguiu dizer.

-- Bom Poncho obrigada pela conversa mas tenho que voltar para o trabalho. Te desculpo por tudo e me desculpe pela forma como falei com você. Estava chateada demais. -- Anny se levantou e Poncho a seguiu.

Assim que ela abriu a porta, ele a virou para si e falou bem próximo ao rosto dela :

-- Beatriz está certa. Meu coração já ama você.

Anny deu uns passos para trás surpresa e só não caiu porque tinha o parapeito da porta atrás de si. Com um movimento rápido ela saiu as pressas do quarto sentindo o coração aos pulos.

Poncho pensou ter dito algo errado mas sentiu que fizera a coisa certa. Sorriu com isso e voltou ao seus afazeres. Falaria com Anny mais tarde para a deixar pensar melhor em tudo.

O dia passou com rapidez e tanto Anny quanto Poncho não tocaram mais no assunto. Beatriz se alimentou e melhorou ainda mais. Já estava conseguindo brincar um pouco e andou menos triste. Na hora do jantar Poncho recebeu a ligação do hospital sobre o estado de saúde de sua Tia Clarice. As notícias eram de que ela respondia bem ao tratamento mas permanecia em coma. Pediram a Poncho para ao longo das semanas ele ir na sala dos médicos que estavam cuidando do caso, após seu horário de plantão, e rebecer as últimas informações sobre o estado dela. Ele ficou com a mesma preocupação, deixando Anny e Beatriz tristes pelo que ela estava passando.

Anny já tinha feito Aninha dormir e acabara de descer para ir descansar quando vê Poncho sentado no sofá fitando o nada. Ela se aproxima dele o tocando no ombro, fazendo-o despertar dos pensamentos.

-- Tá tudo bem Poncho ? Precisa de algo ? -- Anny perguntou já aflita pela expressão dele

-- Apenas estou preocupado com a situação do sítio e essa doença de minha tia. As contas não param de chegar e o advogado demora demais a dar uma resposta. -- Poncho disse tentando controlar a raiva. Estava cada vez mais difícil entender como funcionava tudo e ainda dar conta do trabalho.

-- Olha Poncho eu sei que não entendo muita coisa mas meu pai já trabalhou com isso de administrar uns negócios pequenos que ele teve com minha mãe. Acho que eu ainda sei distinguir algumas notas fiscais. Se eu puder te ajudar. -- ela disse na expectativa de poder fazer algo para ver Poncho menos aflito

-- Não é á toa que você é um anjo Anahí. Brigado de verdade. -- ele sorriu um pouco triste

-- Sabe que pode contar sempre comigo. Não gosto de vê-lo assim. -- tocou o rosto dele fazendo um carinho para o confortar

-- Bom, agora eu vou dormir. Me chame se precisar. Boa noite. -- Anny se afastou saindo da sala

Poncho apenas a observou sair e as palavras dela ficaram rondando a mente dele vários segundos até que ele fosse subir para descansar um pouco também. Por algum motivo sabia que através das palavras dela, tudo ficaria bem outra vez. Era apenas uma questão de tempo.