Fanfic: Liberdade Para Voar AyA [FINALIZADA] | Tema: AyA / Ponny

Capítulo 16 :

Triste Notícia

Naquela tarde, Poncho estava revisando mais papéis dos diversos negócios que Clarice fazia. Algumas contas bem altas e outras nem tanto porém muito importantes para a valorização da região de localização do sítio. De repente uma das notas fiscais chamou a atenção dele. Falando para si próprio que aquilo era estranho ele começou a analisar. Se tratava da compra de 5 cavalos, além de todo material necessário ao treinamento dos mesmos para corridas. Poncho estranhou pois era mais uma coisa a qual ele não fazia ideia de que a Tia poderia ter.

Os cavalos eram todos de diversos países, incluindo europeus. Quantias acima de 5 milhões de dólares estavam descritas nas poucas linhas da nota fiscal. Poncho se lembrou vagamente de não ter visto tanto dinheiro nas economias de Clarice e se perguntou se os tais cavalos seriam para ela investir ao mesmo tempo que conseguiria lucrar com isso.

Precisa avisar ao advogado das tais compras para o mesmo o auxiliar nisso, já que não era o forte de Poncho. Ligaria para o advogado logo no dia seguinte pela manhã, porém agora queria tomar um pouco de café e ir ver como estava Beatriz. A menina não falou mais com ele desde o café da manhã. Anny também havia sumido nas suas funções na casa e nem foi interrompê-lo para nada.

Saiu do escritório da Tia indo em direção a casa. Entrou e viu Anny passando pano no chão enquanto cantarolava distraída e ele precisou falar um pouco alto para chamar a atenção dela.

-- Sim, Poncho ? Deseja algo ? -- Anny perguntou parando uns segundo de limpar o chão

-- Poderia pedir a Dona Ivone para fazer um cafezinho pra mim ? E Beatriz ? Onde anda ? -- Poncho quis saber

-- Vou pedir agora para ela fazer seu café. E Aninha está no quarto dela lá em cima. -- Anny pegou o pano e o balde e saiu sem ao menos ouvir o Obrigado de Poncho.

Ele subiu até o quarto de Aninha e entrou. Estava vazio e arrumado do jeito que Dona Ivone ajeitou mais
cedo. Então ele foi até o quarto dele. Encontrou sua pequena dormindo serena com um livro que ela amava nas mãos. Admirou seu pequeno tesouro. Era a única coisa que o mantinha vivo esse tempo todo, pois dava a ele a força que perder a esposa e ter de sair de um lugar que amava fazia. A deixou dormindo, deu um beijinho em sua testinha e saiu do quarto.

Desceu as escadas chegando na sala, já vendo Dona Ivone colocar a xícara e voltando para pegar o bule de café. Poncho se sentou na cadeira esperando a senhora voltar para lhe servir o café. As imagens das notas fiscais ficaram em sua mente por vários minutos. Queria entender o porque de tanto dinheiro ter sido gasto sendo que ela não tinha tanta economia assim. Foi tirado de seus pensamentos quando Dona Ivone encheu sua xícara com um café recém feito e Anny voltou para a sala limpando tudo de forma apressada. Poncho a observou por vários minutos. Volta e meia trocavam um rápido olhar e sempre que ocorria isso ela quase derrubava algo ou esquecia de faxinar algum canto.

-- Anahí ! -- Poncho a chamou e a mesma não o ouviu. Novamente pulou de uma estante para outra sem limpar voltando minutos depois ao perceber o erro. ele a olhou confuso e notou o nervosismo dela. tentou outra vez. -- Anahí ! Tô chamando você ! -- nessa hora ela percebu a presença dele porém ao virar acabou derrubando uma das taças de cristal que estava na pratileira em que limpava se assustando com o chamado dele.

-- O que foi Alfonso ? -- Anny disse nervosa e trêmula. Ao notar a taça quebrada no chão se pôs a catar os cacos com uma das mãos.

Poncho notando a dificuldade foi ajudá-la. Pegou o restante dos cacos e alguns outros que ela não conseguia segurar. Colocou na pá de lixo que ela trouxe. Anny ia sair para jogar fora mas Poncho a impediu.

-- Por que você está tão nervosa ? Aconteceu algo ? -- Poncho terminou de falar vendo lágrimas rolarem pelo lindo rosto de seu anjo. Limpou as lágrimas dela com calma e a puxou para si num abraço que ela não impediu pois precisava muito.

Poncho já estava desesperado por vê-la chorando e triste daquele jeito. Conseguiu a fazer olhar pra ele e perguntou outra vez o que tinha acontecido. Anny respirou fundo contando algo que o fez ficar preocupado.

-- Enquanto você estava no escritório, ligaram do Hospital dizendo que Dona Clarice piorou. Conseguiram reverter um pouco o quadro mas ela está muito mal. -- Anny tentava respirar mais algumas vezes e Poncho permanecia abraçado a ela só ouvindo as informações. -- Depois disso aquele advogado ligou, foi Dona Ivone que o atendeu. -- Anny paralisou de medo e Poncho a incentivou a continuar. -- Acontece que ele quer falar com você urgentemente a respeito daquelas contas que você o pediu para rever. Ouvi Dona Ivone o perguntar se você poderia retornar amanhã a ligação e parece que ele mesmo vem pessoalmente conversar com você. Acho que a Dona Clarice está com problemas de dinheiro. Não posso perder esse emprego Poncho. -- ao terminar Anny se pôs a chorar novamente. Poncho a abraçou mais forte ao mesmo tempo que tudo fazia sentido. Talvez as contas e dívidas absurdas que ela teve nos últimos anos podem ser o motivo pelo qual ela tentou fazer todas aquelas compras e investimentos. Jamais deixaria nada acontecer e nem Anny nem Dona Ivone perderiam seus empregos.

-- Fique tranquila. Você não vai perder seu emprego. Vou falar com o advogado amanhã e dar um jeito nisso. -- Poncho beijou a cabeça dela enquanto a mantinha nos seus braços. Além dela ele também se sentia tremendo por dentro. Precisava saber o que significava aquelas contas todas.

-- Obrigada Poncho. Desculpe ficar chorando. -- Anny disse se afastando dele um pouco envergonhada

-- Não tem que ficar assim. Sabe que é muito mais do que uma simples empregada ou babá da minha filha para mim.

Anny arregalou os olhos enxugando as últimas lágrimas.

-- O que eu sou para você ? -- perguntou ela num sussurro sentindo em seu coração que sabia a resposta

Antes de ouvir a resposta, Aninha apareceu na frente de Poncho de repente vinda do quarto dele onde estivera dormindo. Abraçou o pai forte e perguntou a ele.

-- Papai, Tia Anny vai embora daqui ? -- Aninha perguntou com os olhos cheios de água fazendo Poncho e Anny entenderem que ela havia ouvido parte da conversa

-- Claro que não minha pequena. É um probleminha que papai já vai resolver viu ? -- Poncho abraçou Aninha. A menina olhou para Anny e recebeu um carinho da babá.

-- Não preocupe meu anjo. Não vou embora. -- Anny disse acariciando os cabelos da pequena que soltou Poncho indo abraçá-la

Resolveram fazer algo bem gostoso para todos comerem e espantar aquele clima de tristeza. Logo Beatriz estava rindo com Poncho contando que Anny quase quebrou tudo dentro de casa e colocando exageros fazendo a menina rir. Ele não poderia deixar que a preocupação em ver a Tia doente e a possível crise no sítio colocassem tudo a perder.