Fanfic: Liberdade Para Voar AyA [FINALIZADA] | Tema: AyA / Ponny

Capítulo 17 :

Correm O Risco de Perder o Sítio

No dia seguinte, logo pela manhã, o advogado chegou ao sítio para pôr Poncho a par dos últimos acontecimentos que iriam definir o futuro do sítio. Poncho estava apreensivo e mal conseguira dormir apenas pensando numa forma de salvar pelo menos uma parte do império de sua Tia Clarice, afinal ela o construiu com muito afinco durante tantos anos.

Assim que o advogado chegou, Dona Ivone logo o levou até o escritório onde Poncho agora ficava. O jovem senhor em torno dos 47 anos entrou comprimentando Poncho cordialmente como sempre e se sentando na cadeira em frente a grande mesa do escritório.

O advogado, o Senhor Arthur Parejo, pegou de dentro da pasta que trazia consigo vários relatórios e documentos sobre os diversos negócios de Clarice. Entregou alguns a Poncho que confuso olhava tantas informações sem saber por onde começar a entender.

-- O que exatamente isso quer dizer Senhor Parejo ? É muito grave ? -- Poncho perguntou com os documentos em suas mãos

-- Bom, Sr. Herrera, vou ser direto e bastante sincero. A situação do sítio da Sra Clarice Galvão vem se agravando nos últimos 5 anos de uma forma muito rápida. Foi um milagre ainda não terem batido na porta dela cobrando as dívidas. -- Sr. Arthur ajeitou os óculos no rosto observando a expressão ainda muito confusa de Poncho. O advogado prosseguiu. -- Se atitudes não forem tomadas nos próximos meses, todo esse império irá ruir e será muito difícil conseguir recuperar. -- falou o jovem senhor deixando Poncho mais preocupado

-- Então minha Tia estava com essas dívidas todas e ainda quis investir um dinheiro que ela não tem ? Porque pelos
documentos que encontrei aqui é o que está escrito. -- Poncho falou deixando os papéis em cima da mesa e encarando o Sr. Parejo a sua frente.

-- Muitos desses documentos são dívidas quitadas porém a maior parte são de negociações que a Sra. Galvão fez nos últimos 3 anos. Me foi informado de que ela iria sim investir em outros negócios mas não gerou o esperado e ficaram as dívidas. Só não vieram atrás devido a doença de Sua Tia. -- explicou o Sr. Parejo

Poncho pegou os documentos que havia separado e os entregou ao advogado que atentamente foi lendo e mostrando os diversos pontos aos quais Poncho, por não ter experiência nisso, havia passado despercebido.

Ficaram cerca de 2 horas lendo os documentos até o Sr. Parejo dar a situação final pegando Poncho desprevenido.

-- A situação realmente é essa Sr. Herrera. Terá de conseguir o dinheiro para quitar pelo menos metade das dívidas ou o banco e os cobradores irão vir a procura do Sr. Posso te defender caso algum queira processar o Sr, porém terei de ficar por dentro da totalidade dos acontecimentos. Ou, me perdoe dizer, acabará perdendo tudo.

Após a saída do Sr. Parejo, Poncho se pôs a pensar e ficou indgnado com a forma a qual Clarice achou que estivesse no controle de tudo. Imaginou que se não fosse ele indo morar lá a pobre Senhora já teria perdido metade das economias correndo o risco de ficar sem o lar. Aquilo tudo girou em sua mente várias vezes bem depois de ter visto os outros documentos trazidos pelo advogado.

Resolveu ir almoçar, nem vira as horas passarem devido ao estresse de uma manhã com muita informação. Encontrou Aninha sem muita vontade de comer e uma Anny tentando convencer a menina a terminar sua refeição. Se aproximando da pequena deu um beijinho em sua cabeça e sentou ao lado dela.

-- Por que não está comendo filha ? -- Poncho perguntou e passou a se servir da comida que havia na mesa

 Beatriz nada respondeu e Anny resolveu explicar.

-- Ela ficou preocupada com a história de ontem. Mal tocou na comida. -- Anny disse triste por ver sua pequena cabisbaixa

-- Não faça isso minha filha. Papai vai resolver. Fique tranquila. -- Poncho tentou animar a menina sem muito sucesso. -- Agora coma que eu deixo você pedir Dona Ivone que faça pudim para a sobremesa.

Aninha assentiu comendo mais um pouquinho da comida totalmente desanimada. Dona Ivone viu a cena e com pena da pobre criança foi fazer o pudim.

Poncho não sabia mais o que fazer para animar a filha e as notícias não eram nada boas. Logo o pudim ficou pronto e D. Ivone serviu. Aninha comeu um pouquinho mais animada mas foi logo subir e se trancou no quarto o resto do dia. Poncho aproveitou a ausência da filha para conversar com Anny. Precisava falar antes que aquilo o sufocasse.

-- Anahí, preciso conversar algo com você. -- Poncho a chamou pedindo que se sentasse no sofá. Observou D. Ivone sair e prosseguiu. -- Você deve ter visto que o advogado veio aqui hoje. -- a viu assentir. -- Então, ele falou que a situação está muito preocupante. Não sei o tamanho da dívida porém imagino que é muito grande. Talvez seu emprego esteja mesmo em risco. Me perdoe. -- ele falou com olhar vazio e Anny sentiu pena dele.

-- Sei que ontem fiquei desesperada. A culpa não é sua. O que eu puder fazer para te ajudar me peça. Nem que eu trabalhe um tempo sem receber, tenho algum dinheiro guardado que dá para mais um tempo e minha mãe pode me ajudar também. -- Anny disse já se preparando para a batalha que teria de enfrentar. Apenas sabia que jamais deixaria Poncho e nem Aninha, os amava como se fossem de sua família.

-- Entendo. Mas não precisará gastar seu dinheiro. Eu darei um jeito. Brigado pela força. -- Poncho agradeceu sorrindo para Anny

-- Que isso ! Você e Aninha são praticamente da minha família. Amigos que vou levar para a vida toda. -- Anny disse
retribuindo o sorriso

Poncho se surpreendeu com a palavra "Amigo" mas não iria falar naquele momento nada a respeito. Precisava ajeitar as coisas. Saber como tudo iria ficar. Caso precisasse sair de lá e ir para outro lugar é o que faria.