Fanfic: Liberdade Para Voar AyA [FINALIZADA] | Tema: AyA / Ponny

Capítulo 2 :

A Chegada 

Levou 3 horas até que Poncho chegasse ao sítio de sua Tia Clarice. Aninha fora quietinha ouvindo música que tocava no rádio do carro e olhando o movimento da rua pela janela. Poncho tentou puxar assunto algumas vezes mas não obteve resposta alguma da filha. Clarice já estava na porta da grande casa de seu sítio, quando Poncho estacionou o carro em frente a casa. Foi receber o sobrinho e a neta de forma formal, como se estivesse recebendo pessoas completamente desconhecidas.

-- Olá, Tia Clarice. -- Poncho a comprimentou depois de sair do carro acompanhando de Ana.

Ana fitou a senhora na sua frente sem nada dizer. Clarice forçou simpatia e comprimentou a menina.

-- Oi, Ana Beatriz. -- Clarice disse

Ana apenas deu um sorriso mínimo, deu a mão ao pai e permaneceu calada. Poncho a olhou com reprovação mas a filha não o olhou de volta.  O caseiro da casa, Seu Diogo, saiu para pegar as malas de ambos e levar para os quartos onde iriam se instalar. Clarice os convidou a entrar e ambos a seguiram.

A casa era grande apesar de um pouco antiga. Mantinha uma decoração clássica mesmo após ser reformada algumas vezes. Na sala ampla, haviam 3 grandes sofás, alguns quadros, na parede de cor cinza um pouco escuro, janelas grandes com vista para o jardim super bem cuidado e algumas árvores plantadas pelo próprio caseiro. Poncho e Ana se sentaram em um dos sofás e Clarice começou rapidamente a explicar tudo.

-- Bom, as coisas aqui funcionam da seguinte forma : acordamos ás 5h30, 6h no máximo, tomamos café na mesa aqui mesmo dessa sala. Ivone, a empregada da casa, deixa tudo preparado. Caso não gostem de algo basta apenas avisar que ela providenciará o que desejarem. Os quartos onde vocês irão ficar ficam lá em cima e são um de frente pro outro. Está tudo arrumado com tolhas, lençóis e cada um tem seu banheiro dentro do próprio quarto. A água do chuveiro é sempre fria pois aqui já estamos acostumados, mas podem mudar a temperatura do chuveiro como quiserem. Precisando de algo avisem a Ivone ou Diogo, que eles irão providenciar. Meu quarto fica no final do mesmo corredor onde estão o de vocês. Não gosto de ser incomodada com nada, a não ser que seja muito sério. Alguma dúvida ? -- Clarice terminou de falar olhando Poncho e Ana Beatriz de cima a baixo. Os dois estavam quietos apenas prestando atenção e balançaram a cabeça de forma negativa mostrando que haviam entendido tudo.

Clarice retornou a falar rapidamente.

-- Já que entenderam tudo, então me deem licença que cuidarei de meus afazeres. Ivone vai acompanhá-los até seus quartos para tomarem banho, trocarem de roupa e descansarem um pouco. O jantar é servido ás 19h. Ela mesma os avisará. Com lincença. -- dizendo isso Clarice, sem ao menos se sentar perto do sobrinho e da neta, se retirou da sala.

Assim que ela se foi, Poncho balançou a cabeça tentando entender em que momento a Tia ficara tão fria daquele jeito. Pretendia conseguir conversar com ela ao longo do tempo para ver se descobria. Mas logo se deu conta de que seria muito difícil e percebeu que realmente aquela casa andava muito triste. Logo Ivone apareceu o tirando de suas reflexões e ambos a seguiram para o andar de cima onde ficava os quartos.

No de Ana Beatriz as paredes eram num tom rosa bem claro, a cama com lençóis brancos e pouca decoração. O banheiro era grande, com um box amplo, azulejos de cor branca com prata. As tolhas de banho e rosto já estavam penduradas nos suportes. Tinha um sabonete ao lado da pia e dentro do box apenas o suporte para que fossem colocados shampoo, condicionador e outras coisas.

O quarto de Poncho era o único com cama de casal bem grande. Na parede em frente a cama apenas um quadro sem muitos detalhes. Uma janela de tamanho médio que estava fechada mas mesmo assim o ar era fresco. O banheiro era igual ao do quarto de Beatriz, mas os azulejos eram azuis claros com detalhes cinza claro.

Poncho perguntou a filha se ela precisava de ajuda para algo e a mesma apenas respondeu que não. Ele a pediu que fosse tomar um banho e o esperasse para descerem depois. Aninha assentiu entrando no quarto logo em seguida. Poncho pegou tudo que precisava indo tomar um banho rápido apenas para tirar um pouco o cançaso da viagem. Não demorou muito para dar leves batidas na porta do quarto da filha, entrando e a encontrando arrumada sentada na cama de cabeça baixa.

Se aproximou lentamente dela se sentando ao seu lado. A viu triste e pensativa. Como queria descobrir o que estava se passando com ela e ajudá-la no que fosse. Nessas horas via o quanto o fato de ser médico não adiantava de nada, pois estava perdendo a própria filha diante de seus olhos. Delicamente segurou no queixo da pequena a fazendo olhá-lo e perguntou :

-- O que houve minha filha ? Não gostou daqui ? -- perguntou preocupado

Aninha nada respondeu. Permaneceu calada olhando fixamente pros olhos do pai numa pergunta muda de "Quando voltaremos pra casa ?". Poncho a abraçou dizendo :

-- Eu sei que está tudo ruim mas vai ficar melhor. Prometo. Tia Clarice ficou muito tempo sozinha e sofreu muito mas com o tempo ela se acostuma com a gente e nós com ela. -- falou de forma carinhosa. Sentiu Aninha resmungar e ao olhar pra ela viu que seus belos olhos azuis estavam mareados. aquilo cortou o coração dele na hora. A apertou em seus braços e sussurrou - Tudo vai ficar bem.

No fundo ele próprio queria acreditar nas próprias palavras. Temia o que seria nos próximos dias. Se realmente demoraria muito até encontrar uma nova casa e voltar a ser somente ele e Aninha.