Fanfic: Liberdade Para Voar AyA [FINALIZADA] | Tema: AyA / Ponny

Capítulo 6 :

Obrigado Por Tudo [Parte 2 de 2]

A madrugada estava silenciosa e fria. O vento lá fora batia nas janelas as fazendo tremer um pouco com a força que as tocava. Toda casa estava adormecida. Até que em um dos quartos alguém começou a falar palavras desconexas num volume que não dava para ouvir. Se tratava de Aninha tendo mais um de seus pesadelos, porém dessa vez começou a se sentir mal como se estivesse doente.

Aninha tentava abrir os olhos sem sucesso. Queria logo acabar com o pesadelo mas não conseguia. Sem controlar o tremor que estava sentido em seu pequeno corpo começou a chamar pelo pai, a princípio com uma voz bem baixa mas que aos poucos foi aumentando.

-- PAPAIIII !! -- Aninha gritou sentindo muito medo.

Logo a porta de seu quarto foi aberta e Poncho entrou correndo sentando na cama da filha. Colocou a mão na cabeça dela e sentiu totalmente quente. Ana estava com febre. Sem saber o que fazer ou como agir, pois a muito tempo ela não tinha essas coisas, resolveu ir chamar Anahí. Pois sua Tia Clarice sequer ouvira o grito da menina. Desceu as pressas indo aos fundos da casa. Não sabia qual quarto era o de Anahí, então bateu na porta do primeiro que viu.

-- Anahí !! Anahí !! Sou eu, o Alfonso ! Abre por favor !! -- ele falou bem alto e a porta logo foi aberta e uma Anahí
confusa o olhou sem entender nada.

-- Aconteceu alguma coisa ? -- Anny falou a príncipio baixo por ter sido desperta de forma repentina

-- Aninha ! Ela tá com febre e delirando. Me ajude !! -- Poncho falou desesperado e Anny logo acordou.

-- Vamos lá em cima vê-la. -- ela disse e saiu correndo com ele atrás dela

Subiram rapidamente as escadas indo em direção ao quarto da menina. Entraram e Beatriz permanecia no mesmo lugar, deitada, completamente suada e ainda delirando. Anny se lembrou dos remédios que tinha pra febre mas não se lembrava se eram infantis ou não. Se voltou para Poncho que olhava as duas sem saber como agir.

-- Alfonso, teremos que levar ela ao hospital. Aqui não tem remédio para criança. O que tem acho que é da Senhora Clarice. Fique uns minutos aqui com Aninha, vou me arrumar e volto logo. Vá se arrumar também. -- Anny disse e prontamente Poncho assentiu indo fazer o que lhe foi dito.

Em minutos, Poncho já estava com Aninha nos braços junto de Anny indo pegar o carro dele. Abriu a porta do banco de trás deitando Aninha, que ainda tremia por conta da febre.

-- Anahí, vá atrás com ela para que fique segura. Não sei se ela vai gritar outra vez. Vamos levá-la no hospital que
eu trabalho. -- ele disse e Anny entrou no carro colocando Aninha deitada em seu colo.

Poncho ligou o carro rapidamente e prontamente estavam a caminho do hospital que ele trabalha. O caminho todo Aninha ia falando palavras confusas. Começou a se debater sendo segurada por Anny. Nem Poncho soube como chegou ao hospital pois estava muito nervoso. Chamou um dos enfermeiros que já o conhecia e avisou para pegar alguma maca para deitar Ana.

O enfermeiro volto rapidamente com a maca e Poncho mesmo deitou a filha. Aninha parecia menos agitada. Foi levada para dentro do hospital as pressas. Anny e Poncho foram atrás. Os dois tentavam se controlar para não chorar mas estava difícil.

-- Aguente meu amor. Aguente. -- Poncho repetia o tempo todo olhando a filha deitada na maca de olhos fechados e bem agitada. Chegaram na área dos exames e o enfermeiro olhou Poncho completamente nervoso. Iria deixá-lo entrar mas sabia que Poncho não deixaria fazerem nada tranquilos por se tratar da própria filha, então mandou Poncho esperar ali mesmo.

-- Como esperar aqui ? Eu quero ficar com a minha filha !! -- ele falava quase indo pra cima do enfermeiro. Anny teve que o segurar pelo braço.

-- Calma Alfonso. -- Anny disse o segurando e olhando o enfermeiro prosseguiu. -- Pode levar ela que eu fico aqui com ele. -- ela disse e o enfermeiro levou Ana Beatriz para os exames.

Anny levou Poncho até uma das cadeiras que tinha por ali e o sentou, se sentando em seguida ao seu lado. Poncho nada dizia, nessa hora o fato de ser médico especialista em várias doenças incluise neurológicas era em vão. Ele colocou as mãos no rosto nervoso e lágrimas caíram por sua face. Se algo acontecesse a Aninha, nunca mais ele se perdoaria outra vez.

-- Ela vai ficar bem Alfonso. Prometo. -- Anny disse para confortá-lo. Por impulso o abraçou e ficaram no abraço por vários minutos. Poncho não conseguiu se conter e chorou ali mesmo com Anny acariciando com ternuna seus cabelos.

Outro médico conhecido de Poncho, o Dr. Rodolfo, apareceu para dar o diagnóstico de Ana Beatriz. Ao se aproximar de Anahí e Poncho, ele chamou a atenção dos dois.

-- Olá Alfonso. Pena que não é um momento bom para nos encontramos. Vim falar da pequena Beatriz. -- Dr. Rodolfo disse olhando Poncho com pesar. Conhecia Poncho a um tmepo e sabia do amor que o mesmo tinha pela filha.

-- Como ela está, Rodolfo ? Não minta para mim ! -- Poncho se levantou de forma abrupta fazendo Anny se assustar.

-- Bom, Aninha teve um pequeno desmaio seguido de uma febre bem alta. Ainda não tenho certeza plena da causa, isso só os exames que fiz nela vão dizer. Acredito que seja algo psicológico, mas esperamos os exames ficarem prontos. -- Rodolfo disse colocando a mão no ombro de Poncho tentando confortar o amigo. -- Ela é uma menina forte. Logo vai estar como nova. -- Dr. Rodolfo disse a Poncho. -- Melhor vocês esperarem aqui. Esses primeiros exames vão levar cerca de 1 hora para ficarem prontos e irão me entregar em mãos. Venho aqui novamente junto com a Dra Maria Cecília e lhe diremos o que realmente tem a criança. Até lá procure se acalmar um pouco. -- Rodolfo disse e saiu em seguida.

Poncho ficou atordoado por vários minutos preocupado com Aninha. Nem notou que Rodolfo saíra, apenas ouviu as palavras dele. Iria ficar ali até que lhe dissessem que tudo aquilo era um pesadelo e nada havia acontecido a Beatriz. Foi quando se deu conta de que Anny estava sentada, calada e chorando. Se sentou ao lado dela.

-- Brigado por vir comigo. Desculpe te preocupar. Não tinha mais a quem chamar. -- Poncho disse secando algumas lágrimas dela que caíam sem controle algum dela.

Anny apenas assentiu e permaneceu calada. Poncho nada mais disse. Minutos se passaram. Até que deu 1 hora, desde que Dr. Rodolfo havia saído. Os dois ainda estavam sentados no mesmo lugar, até que Dr. Rodolfo 4,junto com a pediatra Dra. Maria Cecília, voltou para dar o diagnóstico a Poncho.

Poncho ao olhar o amigo Rodolfo, se levantou novamente e com olhar angustiado quis saber afinal o que tinha sua pequena.

-- Bom Alfonso. Eu e a Dra Maria Cecília viemos aqui dizer o que tem Ana Beatriz. -- Dr. Rodolfo disse com os papéis dos exames em suas mãos.

-- Diz o que é Rodolfo. Por favor ! -- Poncho estava desesperado e já ameaçava recomeçar a chorar.

-- Ana Beatriz apresentou febre bem alta, de 39 graus e vários períodos de alucinações. Como eu previa, tem origem
psicológica causada por um grande trauma que ela sofreu. Isso desencadeou várias outras coisas. Sua filha está com Trauma Psicológico. Ela sofreu algum tipo de dor muito grande nos últimos tempos Alfonso ? -- Rodolfo o perguntou

-- Sim. A perda da mãe a exatos 3 anos. -- Poncho respondeu ainda bem atordoado

-- O que eu posso te dizer -- Dr Rodolfo prosseguiu -- é que ela vai precisar de acompanhamento psicológico bem intenso para se recuperar. Mas não é em nível muito alto não, logo ficará bem sem precisar tomar medicação alguma. Apenas a terapia. -- Dr. Rodolfo disse de forma bem calma.

-- Mas e a febre a as alucinações ? -- Anny resolveu perguntar vendo Poncho completamente perdido.

-- Quanto a isso foi apenas momentâneo. Ela deve ter se lembrado de algo durante o sono e a febre contribuiu um pouco. Porém já foram normalizadas e agora a criança se encontra dormindo com ajuda de sedativos leves apenas para acalmá-la. Dentro de instantes vocês poderão ir vê-la. Essa moça é parente dela também Alfonso ? Preciso colocar o nome dela na ficha para poder liberar sua entrada. -- Rodolfo o perguntou e Poncho respondeu no automático.

-- Essa é Anahí Portilla. Babá de Ana Beatriz. -- Poncho disse e Rodolfo anotou na ficha

Dr. Rodolfo se virou para Dra Maria Cecília e a mesma lhe informou que Poncho e Anny já podiam ir ver Ana. Rapidamente os dois acompanharam os Doutores para que os levassem ao quarto de Aninha. Apenas os recomendaram que não fizesse muitas perguntas e nem falassem muitas informações, pois Beatriz ainda estava um pouco confusa.

Poncho se aproximou da cama da filha, ao entrar no quarto com Anahí atrás de si, e a fitou mais tranquilo. Ficara super preocupado e só de olhar a filha dormindo serena já o fazia se sentir melhor. Anny ficou observando a cena emocionada por ter dado tudo certo, ficara muito preocupada com sua pequena que em pouco tempo já havia conquistado seu carinho.

Anny e Poncho se sentaram próximos a cama, e Poncho pegou na mão de Aninha.

-- Papai está aqui meu anjinho. -- Poncho disse baixinho segurando firme na pequena mão de Aninha

Aos poucos, Ana foi abrindo os olhos e os pegou de surpresa. A pequena ao ver o pai logo sorriu. Depois olhou para Anny e sorriu da mesma forma. Os dois foram as lágrimas na mesma hora. Com dificuldade Aninha olhou novamente o pai e perguntou com um fio de voz :

-- Papai, o que houve ? -- Ana disse baixinho

-- Você estava com febre e papai e sua babá Anahí, trouxemos você aqui. O médico deu remédio e você vai ficar boa. -- Poncho falou resumindo tudo para que ela entendesse.

Aninha olhou Anny perguntando :

-- Tia Anny, quando eu vou sair daqui ? -- perguntou quase chorando e o coração de Anny se partiu naquela hora

-- Ainda não sei, mas via ser logo meu amor. Assim que você ficar boa. -- se aproximou da menina e lhe beijou a testa

-- Papai. Estou com sede. -- Aninha reclamou e Poncho assentiu indo buscar um pouco de água para ela. bebeu super rápido. estava sedenta.

Ficaram mais uns minutos ali e Dr. Rodolfo avisou que Ana precisaria passar mais dia ali. Só poderia ter alta no dia
seguinte. Garantiu a Poncho que com a terapia a menina ficaria bem de novo. Poncho quis dispensar Anahí para que ela voltasse para o sitio, porém Ana chorou ao ouvir o pai dizer isso e ele logo desistiu. Apenas ligou avisando Tia Clarice do ocorrido com Ana tranquilizando-a, já que ao acordar não os viu em sua casa. Disse a ela que não descontasse do salário de Anahí um dia de trabalho, que se fosse o caso ele mesmo a pagaria um extra. Desligou rapidamente voltando para perto de Aninha que estava quetinha ouvindo histórinha inventada por Anahí. Olhou aquela cena e sorriu. Realmente algo em Anny fazia sua pequena sorrir outra vez. A menina pegou no sono no fim da tarde e os dois a deixando dormir, foram se sentar no sofá que tinha no quarto e começaram a conversar.

-- Brigado novamente Anahí. Você foi um anjo. Fiquei desperado, nunca tinha visto Aninha assim. Fui muito irresponsável de não ter colocado ela para fazer terapia a mais tempo. -- Poncho falou arrependido

-- Não se culpe Alfonso. Ninguém poderia imaginar que isso fosse de fato acontecer, afinal ela parece uma criança muito forte. Mas ela ficará bem logo. Ajudarei ela também. -- Anny disse confortando Poncho.

Sem perceber segurou a mão dele que estava próxima a sua. Se encararam por um tempo, até ela desviar o olhar envergonhada. Esse simples gesto o fez prestar atenção nela novamente e a lembrança do dia anterior á tarde veio a sua mente outra vez. Poncho segurou o queixo de Anny, a fazendo olhar ele outra vez. Anahí sentiu a própria respiração ficar ofegante e se ruborizou ainda mais. Poncho achou certa graça e quis saber dela.

-- Por que fica desse jeito quando está perto de mim ? -- ele perguntou e teve que esperar vários segundos até que Anny reunisse forças para responder.

-- O senhor é meu patrão. Sou apenas a babá. -- ela disse sem graça tentando se levantar.

Poncho a segurou pelo braço impedindo que se levantasse.

-- Apenas por agora, esqueça isso. E não me trate de senhor e sim de você, já lhe disse que sou jovem também. -- ele sorriu da vergonha dela.

-- Ok. -- Anny falou nervosa sem saber o que dizer. tirou a mão de perto da dele colocando em seu próprio colo.

Anoiteceu e com isso Beatriz acordou outra vez para comer. Estava ainda bem fraca de tudo que havia passado. Riu um pouco junto ao pai e Anny. Isso fez Poncho acreditar que ela voltaria a ser aquela criança alegre que tinha sido há 5 anos, antes da mãe morrer. Diversas vezes pegou Anny o olhando de forma diferente mas quando ia sorrir de volta ela desvia os olhos. Beatriz dormiu rapidamente outra vez, e Poncho adormeceu encostado a Anny. Por se mexer um pouco, ele acabou ficando com a cabeça no colo dela. Anny cautelosa quis tirar ele dali e mudar de lugar, porém quis tocar outra vez os cabelos pretos sedosos. Passou a reparar como ele era elegante, de traços de marcantes. Olhos de um verde tão profundo que poderia se perder neles. Notou a beleza de seu tipo físico. Voltou a passar os dedos por aqueles cabelos tão macios. A respiração de Poncho ficou calma e constante. Estava mesmo muito cansado. Anny por impulso aproximou seu rosto do dele e quis lhe beijar a bochecha mas na hora Poncho moveu levemente a cabeça e ela o beijou nos lábios. Rapidamente ela quis afastar o rosto, porém não viu que ele acordara e segurou sua cabeça sem a deixar sair dali. O beijo, diferente do anterior, foi mais intenso. Anny suspirou ao sentir a língua dele invadir sua boca e se deixou levar pelo forte arrepio que o contato lhe causou.

Ao abrirem os olhos ofegantes, Anny logo ficou vermelha mas Poncho apenas a olhou com um sorrisinho, se aconchegou no colo dela e voltou a dormir. Sem reação ela resolveu dormir também. E sonhou com aquele beijo.