Pessoal, pra quem inda não notou, os meninos são jogadores de futebol americano e para entenderem melhor as posições, trouxe esse link caso tenham interesse, mas tento manter o mais claro possível na web ok?
http://www.futebol-americano.com/futebol-americano-entendendo-as-posicoes-dos-jogadores.html
Belle, bem vinda :) espero que esteja gostando
Vanessa, bem vinda tbm :) que bom que está amando, sinal de que estou escrevendo bem
Jay, sim, ele vai continuar confuso por um tempo ainda. Já disse que há uma boa (talvez) e velha história por tras de tudo. E sim, Alfonso é doidinho sim.
Obrigada pelos comentários e pela atenção (vale aos leitores fantasmas ;) )
E já estou fazendo o proximo capítulo, pra que não demore tanto para postar.
Ponny no próximo capitulo \o/
Ouviu o som estridente do apito de Gastón soando, enquanto seu rosto era pressionado pela grama do campo.
Durante o treino, Dérick, um dos Offensive Line, ou seja, um dos jogadores mais pesados, grandes e fortes do time, se jogou para cima dele fazendo-o cair brutalmente de costas e perder o ar, e mesmo com todo o equipamento de proteção, fez um corte na mão e na boca. Sem falar na dor que sentia nas costelas do lado direito.
- Seu idiota! Você deveria me defender, não atacar! - Berrou quando o ar finalmente tornou aos pulmões.
Derick sorriu sarcasticamente - Na próxima tome mais cuidado.
- O cuidado que tenho é você seu inútil, sua droga de posição serve para isso! - Jogou o capacete no chão irritado com o colega.
Seguiu para o banco a fim de buscar gelo e por na mão, que parecia doer por dentro.
Praguejou e ouviu o treinador berrar com o colega que havia sido descuidado e bateu a prancheta em suas costas, mas não forte o suficiente para seu gosto.
- Cara, o treinador mandou que não participasse dos treinos hoje. Melhor ir à enfermaria ver essa mão - Nico ficou ao seu lado, logo atrás vinha Christian.
Olhou para a mão e de fato havia algo errado, estava roxa dos nós dos dedos até depois do pulso.
- não - concluiu. - Deve ser apenas uma contusão leve. Amanhã vejo isso - lembrou que no treino do dia seguinte, a turma de medicina estaria ali, e seria uma boa desculpa para ver Anahi.
- Parece doer bastante - Christian torceu o nariz ao olhar bem.
Alfonso examinou mais uma vez a mão. Estava bem roxa e um corte que considerou superficial, mas tudo doía até os ossos. Tudo o que mais queria era um pouco de um remédio de dor e uma cama para dormir.
- Ah, já entendi tudo - Nico sorriu malicioso - Turma de medicina. Cara esperto.
- Um completo idiota - Christian afirmou, pegando uma sacola de gelo para o amigo.
Alfonso sorriu, ainda sentindo a mão doer e rumou para o vestuário. Já que não iria mais jogar, ao menos poderia estudar para a prova que teria no dia seguinte.
Tirar a roupa se tornou um desafio, visto que suas costelas doíam bastante e a mão machucada não cooperava. Só se viu livre de todo o peso dos equipamentos quando pediu auxílio de um zelador que passava, então, se jogou na ducha fria na tentativa de aliviar a dor.
Tentou esticar os braços para cima, mas o lado direito do corpo doía, e analisando bem, havia um hematoma abaixo do peito. Por sorte suas costelas estavam inteiras, mas doloridas.
A mão parecia estar num formato estranho, mas deduziu ser pelo inchaço causado com o tombo.
Desligou o chuveiro e pôs a roupa que fora na aula, já que colocar sua jaqueta de couro ou a calça apertada e surrada, não parecia a melhor das idéias.
Lutou para carregar a mochila pesada até o carro e dirigir para a fraternidade, ainda com o cheiro de vodka da festa dada no dia anterior. Não era um cheiro ruim, tanto que se serviu um copo de vodka com gelo, ainda na tentativa de livrar-se da dor, e subiu para o quarto.
Apesar da casa grande com dez quartos, mais o sótão feito de quarto também, a fraternidade contava com cerca de 20 membros morando lá. Como sendo o capitão do time em que todos ali jogavam e vice presidente da fraternidade, tomou o porão para si, deixando que três rapazes dormissem no maior quarto e Christian, presidente da fraternidade, tinha seu quarto como humildemente um dos menores, para que não houvesse desculpas para dividir.
Era esperto, pensou. Mas a desvantagem do sótão, e principal motivo dos outros da fraternidade não quererem ficar com ele, era uma época do ano em que fazia muito calor e o quarto ficava abafado.
Alfonso sabia lidar com isso e estava providenciando um ar condicionado para essas épocas.
Jogou a mochila no canto do porão feito de quarto, razoavelmente grande, e sentou-se na cama com cuidado. Agora mais relaxado, a dor parecia voltar com mais intensidade, como um veneno que se dissipa pelo corpo.
De fato, nunca entenderia como um corpo funciona em detalhes.
Tentou mover o mínimo possível do tronco e deitou reto, com a mão machucada, mas menos roxa, pousando no peito, agradecendo aos céus que todos estavam no treino, mantendo a casa silenciosa.
Respirou fundo algumas vezes, ainda sentindo dor no lado direito e esticou o braço bom até o criado, alcançando o texto de Retórica e Argumentação Juridica, matéria da prova.
Conseguiu se arrumar na cama, de maneira que o travesseiro servia de apoio à suas costas da forma menos dolorosa possível, e começou a ler os dois longos primeiros capítulos. Mal terminara de ler o segundo e sentiu os olhos mais pesados do que estavam no início do texto, assim, dormiu com os papéis ainda na mão boa e a mão ferida repousando em sua barriga.
Acordou horas mais tarde, já escuro do lado de fora, com Nico ao seu lado lhe chamando.
- Como está? - Perguntou depois que se certificou que o amigo estava de fato acordado.
- Dolorido - Respondeu sem mover-se muito.
- Tem fome? Christian está fazendo sanduíches e mandou te trazer um - Mostrou o prato com duas fatias de pão de forma, recheadas com presunto, queijo e alface.
- Vou aceitar, agradeça a ele por favor - Esticou o braço bom e colocou o pratinho na cama ao seu lado.
Nico apenas assentiu e saiu.
Alfonso comeu com um tanto de dificuldade e tornou ao texto, lendo apenas mais um capítulo até que nem se viu pegar no sono outra vez.
Agora, dormiu cerca de sete horas, acordando às 8:47 da manhã.
Se sentia melhor depois de algumas horas parado. A mão já não estava mais roxa, apenas um pouco inchada, apesar do hematoma nas costelas que agora se punha roxo escuro.
Mas ao fazer menção de se levantar, a dor veio como um tiro e instantaneamente jogou o tronco de volta para trás. Gemeu com a dor, respirou fundo e tentou outra vez se levantar. Aguentaria até a hora do treino apenas para ver Anahi em ação.
Já podia imaginá-la num jaleco branco dizendo a ele "Tire a roupa, vamos fazer um exame" e tocando-o.
Podia sentir a ereção se formando e preferiu tomar uma ducha fria a fim de aliviar-se.
Por fim, conseguiu sair da cama e se enfiar na água fria que caía, no pequeno banheiro do sótão. Mais uma vantagem, seu próprio banheiro.
Se vestiu soltando gemidos de dor e pequenos palavrões, mas conseguiu colocar a calça jeans preta com a camisa de botões azul celeste. Optou por um sapatenis que não pedia cadarço e passou a mão boa pelos cabelos.
- Hey, quer uma carona? - Nico ofereceu à porta.
- Vou aceitar, eu realmente não estou bem pra dirigir.
O amigo pegou a mochila para que Alfonso pudesse andar sem carregar peso, e o ajudou a entrar no carro.
- Certeza de que aguenta até o resto do dia?
- Quase. Mas de qualquer forma tenho prova às 10:00 e depois temos o treino. Relaxe.
- Certo, vou deixar você na porta do prédio, e quando sair me liga.
Alfonso assentiu e andou até a sala com a mochila na mão, encontrando com Christopher no mesmo lugar do dia anterior.
- Ual - Torceu a boca - Está mesmo parecendo que apanhou
Alfonso sentiu o rosto queimar - Quem disse que apanhei?
- Falaram pela universidade que Derick te bateu - Deu de ombros, colocando uma caneta na mesa.
Alfonso Praguejou mentalmente, pensando em quem seria o idiota que havia dito tamanha besteira - Ele me derrubou apenas. Não me bateu.
Ouviu uma risada abafada do cara ao lado e ficou quieto, relendo o texto da prova.
- Aliás, só queria te dizer que estou no seu time - Christopher disse sorridente.
- Desde quando? - Questionou espantado, colocando o texto na mochila.
- Ontem. Pouco mais tarde que você foi atingido eu falei com o treinador.
- Mas os treinos dos calouros já passaram. A lista sai na sexta.
- Sim, mas na outra faculdade eu jogava e ele disse que me reconheceu de uma filmagem. Então já estou no time - Sorriu educadamente.
Alfonso agradeceu pelo professor ter entrando na sala bem na hora e informou a turma que começaria a aplicar a prova.
Reorganizou as cadeiras, de forma que Christopher estivesse à sua frente, e fosse o último da fila. Distribuiu as provas e mandou que todos calassem a boca de maneira rude.
O moreno custou a se concentrar nas questões. O tempo todo a mão latejava para relembrar que ainda estava ferida, e respirar se tornava uma tarefa difícil devido ao hematoma.
Passados vinte minutos do início da prova, Christopher levanta e sussura um "até mais tarde" à Alfonso seguindo para a porta. Obviamente se referia ao treino que ele provavelmente estaria presente.
Droga, se ele estiver lá, Anahi lhe dará toda a atenção.
Mas afinal, por que ligava tanto para a garota? Era linda, claro, e jamais ousaria negar tal fato. Gostosa, outra palavra perfeita para definir a loira. Tinha uma boca provocante e bom gosto musical, quase a mulher perfeita. Mas havia algo mais, e logo descobriria.