Capítulo 009
A luz entrava pela vidraça do quarto de Anahí. Ela tentou levantar da cama, ja eram quase sete horas da manhã e a ronda da cardiologia iniciava em trinta minutos. Era como se todas as tequilas da noite anterior viessem agora em forma de uma cacetada. A cabeça girava e os olhos ardiam devido às lentes de contato esquecidas.
Ela então tomou banho, colocou um jeans básico com um suéter e um tênis confortável: seria difícil se manter em pé o dia todo. Então tomou um analgésico colocou os óculos e verificou que Dulce dormia profundamente. Invejou-a por estar de folga, ela até já havia esquecido o quanto era difícil trabalhar o dia todo de ressaca.
- Bom dia - ela disse baixo adentrando a sala da equipe médica ainda de óculos escuros, aliás, Maite e Christian estavam do mesmo jeito.
- A não ser que se trate de uma epidemia de conjuntivite não estou entendendo o motivo dos óculos escuros - Alfonso comentou.
- Desculpa, esqueci de tirar - Maite tratou logo de terminar aquela especulação. Quanto menos ouvisse vozes em sua cabeça melhor.
- Eu não estou aguentando em pé - Christian sussurrou para elas.
- Fique feliz, eu além da ressaca física tenho que lidar com a ressaca moral - Maite disse séria.
- Você não vai ficar assim não é? - Anahí pediu - Nos apenas vimos eles na Starbucks, pode ser apenas uma amiga. Não tire conclusões precipitadas - Maite bufou.
- Engraçado que eu não saio pra tomar cafézinho com caras gatos por aí, você sai Christian?
- Não sei porque eu fui te contar isso.
- Porque se você não contasse e eu descobrisse, nunca mais olharia nessa sua cara de pau.
- Dra. Portilla - Alfonso chamou - Quando tiver um tempo peço que passe na minha sala para conversarmos.
- Tudo bem, só vou fazer a ronda - ele concordou com a cabeça.
- O que ele quer essa hora da manhã? - suspirou irritada enquanto bebia uma xícara de café.
- O que ele quer eu não sei, mas eu quero a cabeça do Levy em uma bandeja de prata - Christian riu.
- A cabeça de cima ou a de baixo? - brincou.
- A de cima - pensou - Se bem que você acabou de me dar uma excelente idéia.
- Acho melhor ir trabalhar antes que eu vá parar na cadeia por compactuar com isso - Anahí disse saindo da sala com várias pastas dos pacientes da cardiologia.
- Você tem que me ajudar - Maite pediu a Christian - Já deu pra ver que a Anahí não vai mover uma palha.
- Eu tenho uma ideia - Christian riu e ela quase o torturou para saber do que se tratava - Vamos até o ambulatório pegar um analgésico e no caminho eu te conto.
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Assim que a ronda da cardiologia acabou e fora liberada pelo Dr. Muhaad, Anahí foi até a sala do Dr. Herrera imaginando inúmeras possibilidades de razões para aquela conversa. Ela então bateu suavemente na porta abrindo-a em seguida.
- Com licença - pediu ela educadamente.
- Entre doutora - apontou uma cadeira a sua frente - Sente-se, por favor - ela assim o fez - Eu lhe chamei aqui porque gostaria de agradecer novamente - ela franziu o cenho confusa - Você deixou minha filha calma e segundo ela cuidou perfeitamente dela ontem.
- Ah sim - ela suspirou aliviada, quando o chefe te chama pra conversar as piores coisas insistem em passar pela sua cabeça - Eu só fiz o meu trabalho, como faria por qualquer paciente que necessitasse.
- Eu sei que sim e gostaria tambem de, bem - pausou - Me descupar com você - Anahí chegou engasgar com a própria saliva - Você mostrou que é uma excelente profissional e que posso sim confiar no seu trabalho. Estive equivocado em relação a você.
- Você não precisa dizer isso apenas porque fui gentil com a sua filha - ela disse ríspida.
- Não é apenas por isso - ele justificou - Naquele dia, na cirurgia em que fui auxiliar, pude perceber a sua dedicação e devo confessar que fiquei realmente impressionado. Com Ísis foi apenas o ponto chave para que eu percebesse o quão profissional és capaz de ser - ele esboçou um meio sorriso e Anahí chegou a ficar levemente assustada com o rumo daquela conversa - Ísis é uma garota muito difícil e ela gostou muito de você.
- A mim me aparenta ser uma menina super especial, bastante encantadora.
- Dr. Portilla, além de para lhe agradecer a chamei aqui porque gostaria de fazer-lhe um pedido importante.
- Se estiver ao meu alcance...
- Ísis precisa de uma companhia feminina, um referencial com quem ela possa contar coisas nas quais não seria capaz de contar pra mim. Ela gostou muito de você é Ísis não gosta de ninguém fácil assim, dessa maneira.
- Aonde está querendo chegar doutor?
- Sei que não fui muito educado com você, mas queria te pedir que convide Ísis para fazer algo com você. Para tomar um lanche, fazer compras, não sei, algo onde ela possa se sentir a vontade, sinto que ela precisa disso e estou disposta a pagar o preço que for - Anahí riu um tanto sarcástica.
- Vamos ver se eu entendi direito. Você quer me pagar para ser amiga da sua filha? - ela arqueou uma sobrancelha.
- Se você entendeu assim, digamos que sim.
- Dr. Herrera eu teria enorme prazer em convidar sua filha para tomar sorvete ou fazer um passeio no Central Park mas nunca da forma como está me propondo - ela suspirou irritada - Eu nunca aceitaria doar meu tempo a alguém em troca de dinheiro. Eu não sei se o senhor está informado, mas meu salário como residente vai direto pra uma instituição de caridade de Nova Jersey, dinheiro pra mim nunca foi problema e muito menos solução.
- Desculpa - ele coçou a cabeça envergonhado - Talvez eu tenha me expressado errado. Ontem quando chegou em casa Ísis falou de você com um certo encantamento que a tempo não ouvia. Realmente estava disposto a qualquer coisa para que você aceitasse minha proposta. Desculpe se a ofendi - suspirou - Definitivamente não foi a minha intenção.
- Esta tudo bem - ela acentiu e pegou um papel escrevendo seu número de telefone - Esse é meu número, diga a Ísis que ficarei feliz caso ela queira me ligar para fazermos algo.
- Obrigada - ele sorriu - De verdade.
- Não precisa ficar animado - disse seca - Faço isso unicamente por ela, não por você.
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Dulce passou boa parte do dia dormindo com a gigantesca ressaca que se apoderara dela logo cedo. Por volta das sete da noite resolvera se arrumar para o encontro que teria com o chefe de Anahí, o cardiologista Dr.Enrico Muhaad.
Ela vestia um tomara que caia azul da Gucci com um sapato Jimmy Choo nude e uma carteira da mesma cor. O cabelo solto levemente ondulado e uma maquiagem suave.
Assim que a lamborghini prata estacionou em frente ao prédio ela descera equilibrando-se sobre o finíssimo salto quinze. Muhaad abriu a porta pra ela, cumprimentando-lhe gentilmente com um beijo no rosto.
Os dois então seguiram para um restaurante tailandes, o preferido de Dulce, que ficava na 5th Avenida não muito distante de onde ela morava. Os dois sentaram-se em uma mesa mais reservada e bebiam um drinque enquanto conversavam descontraidamente.
- Porque não deu certo com Christopher? - Muhaad perguntou e ela queria trucidá-lo por ter tocado naquele assunto.
- Somos muito diferentes - ela deu um sorriso amarelo - Christopher busca diversão, eu estabilidade.
- Sempre pensei que vocês combinassem - ele brincou - Mas pesando bem, fico feliz por não ter dado certo.
- Aé? E posso saber porque? - Dulce perguntou divertida.
- Porque assim eu não teria a oportunidade de estar aqui na sua companhia - ele sorriu alisando a bochecha dela - E isso sim seria um verdadeiro desperdício.
Dulce até conseguiria ficar feliz com aquela declaração, não fora a visão de Christopher adentrando o restaurante muito bem acompanhado. Até parece que ele sabia que ela estaria ali com Muhaad. Só podia ser de propósito.
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Girlsss! Tô super corrida essa semana com as provas mas vou vir postar todos os dias pra vocês, nem que seja um capítulo... quero dar uma corridinha com a web e possivelmente rolam uns flashbacks do passado também... algumas coisas legais vão começar a acontecer seguidas de outras não tão legais assim mas não me matem porque faz parte da história hahahahaha Muito obrigada pelos comentários e pelas novas pessoas que favoritaram a fic. Estou muito feliz que estejam gostando e acompanhando assiduamente.
Mil besosssss, Gabi
