Capítulo 021
Anahí estava acabada. Os olhos ardiam e estavam avermelhados devido ao sono em atraso, as pernas davam indícios do cansasso e ela realmente precisava tomar um banho demorado, tipo aqueles em que ela poderia dormir ali mesmo, na banheira. Mas havia prometido ver Ísis e ela não queria frustrar as expectativas dela, ainda mais na atual situação em que tudo se encontrava.
Ela então foi até o próprio apartamento, vestiu uma calça jeans, uma blusinha solta azul de manga e uma sapatilha simples, com uma pedra negra. Colocou uma jaqueta de couro preta, já que o frio parecia ter definitivamente chegado. Então pegou um taxi e foi até a casa dos Herrera. Ela sentia tanto sono que dirigir naquela circunstância não seria uma boa opção.
Assim que chegou so Haal do prédio onde os Herrera moravam, o porteiro logo liberou a entrada dela. Ainda lembrava do dia em que ele teve que ajudá-la com Ísis. Ela então agradeceu simpatica e pegou o elevador.
Alfonso a recebeu com um beijo calmo e delicado nos lábios. Ela tinha os cabelos molhados e a fragrância da mistura de óleos essenciais que Alfonso tanto gostava. Ele suspirou quando se separaram e Anahí notou aquilo com um pequeno sorriso. Depois cumprimentou Ruth que estava sentada no sofá da sala, enquanto tricotava meias de bebê, o que instintivamente chamou a atenção de Anahí.
- Ora, que lindas Ruth - ela comentou sentando-se ao lado dela na sala - Pena que não tenho dom para trabalhos manuais - ela mordiscou o lábio e Alfonso riu.
- Imagina se tivesse - ele brincou - Ela só opera corações.
Anahí deu-lhe um tapinha leve no braço e Ruth sorria, a muito tempo não conseguia ver o filho sorrir daquela forma, mesmo com todo o problema que estavam enfrentando recentemente.
- Eu quis dizer com artesanato - sorriu - Mai vai ter um bebê, gostaria de poder fazer algo assim para o meu afilhado.
- Se você quiser, posso te ensinar - Ruth sugeriu.
- Eu adoraria - ela sorriu - E acho que Mai também vai amar.
- Minha mãe faz sapatinhos pras crianças de um orfanato no Texas - ele explicou - São crianças geralmente abandonadas, que a congregação abriga e fornece os devidos cuidados.
Anahí pareceu petrificar. Não era necessaria toda aquela explicação por parte de Alfonso. Ela sabia muito bem como as coisas funcionavam em um orfanato.
- Alfonso! - Ruth chamou-lhe a atenção. Ela não gostava que Alfonso espalhasse sobre suas obras de caridade. Segundo Ruth, doações e voluntariado são o tipo de coisa que fazemos com o coração e sem visar publicidade ou algo em troca.
- E Ísis, onde esta? - Anahi mudou magicamente de assunto, e Ruth percebera o incômodo dela com aquele assunto.
- Está no quarto, ouvindo música - Alfonso suspirou passando a mão pelos cabelos - Ela não reagiu muito bem, foi complicado conseguir deixá-la mais calma.
- Será que - ela pediu meio sem graça - Será que eu posso vê-la?
- É claro querida - Ruth lhe sorriu - Ela vai adorar ver você.
Depois da concordância dos dois em deixá-la conversar com Ísis, ela seguiu, um tanto quanto insegura, para o quarto que tinha uma fresta da porta entreaberta. Por ela Anahí pode observar uma Ísis quieta, introspectiva e perdida nos próprios pensamentos. Então ela tocou suavemente a porta com duas batidas, Ísis então abriu os olhos voltando sua atenção para ela.
- Posso falar com você um minuto? - pediu ternamente. Ísis sinalizou com a cabeça, meio indiferente à presença dela. Anahí percebeu, tentando pensar em como solucionar aquela barreira que havia se instalado entre as duas - Então, seu pai me contou sonde os seus exames - ela disse enquanto se sentava na cama, de frente para ela. Ísis a respondeu ríspida.
- Você não precisa ter pena de mim, Anahí. Não preciso da sua compaixão - a médica suspirou.
- Posso saber porque estáme tratando assim? Eu estou aqui porque realmente me importo com você é esperava que vocêsoubesse disso.
- Você traiu minha confiança - mirou o teto - Você me decepcionou, como tantos outros.
- Ísis, eu fiz pro seu bem - explicou - Você estava doente, não trata-se de uma brincadeira ou um simples capricho.
- Você poderia ter falado comigo antes, tem noção do que a minha vida virou? Eu sou vigiada 24 hora por dia, eu não posso ir a esquina se quer pra comprar uma garrafa de água sozinha - os olhos dela umideceram e Anahí sentiu o coração apertar - Eu vou tomar remédios sabe-se lá por quanto tempo, meu cabelo vai cair - ela começou um choro baixinho.
- Ísis, tudo vai dar certo. Mas você precisa ser forte - a essa altura d conversa as duas ja estavam visivelmente emocionadas e a garota parecia ter cedido um pouco, deixando comque Anahí se aproximasse dela - Eu quero muito poder te ajudar. Quero que confie em mim e entenda que nunca quis te fazer mal, muito pelo contrário. Contar o que estava acontecendo pro seu pai foi a melhor forma que eu encontrei no momento.
- Está tudo bem - ela enxugou o rosto com a parte de trás das mãos - Eu fui muito egoísta. Desconfie boa parte das minhas frustrações em você, e isso nãofoi certo.
- Eu só quero que saiba que gosto muito de você. Não sei explicar,mas é como se existisse algo que nos une. Eu sinto aqui - tocou o peito dela do lado esquerdo - Pode conversar comigo sobre tudo, qualquer coisa mesmo. Precisamos que você entenda que vamos estar aqui com você e por você, e nunca contra você. Nos só queremos te ajudar.
- Quando eu ouvi a palavra leucemia da boca do Dr.Max, mesmo sem saber o que era soava pavorosamente. Eu sabia que não se tratava de algo bom, mas descobri que poderia ser ainda pior - ela encolheu os joelhos, e Anahí a abraçou carinhosamente.
- Você está em ótimas mãos, tenho certeza que nem vai perceber e quando se der conta tudo isso terá ido embora - acabou os cabelos dela.
- Obrigada por não ter ligado pras besteiras que eu disse, realmente foram sem pensar - Anahí sorriu pra ela.
- Lembra do que eu disse no dia em quenos conhecemos? Eu já tive a sua idade. Esta tudo bem agora.
Então Anahí ouviu o telefone tocar e atendeu ali mesmo ainda abraçada a Ísis. A voz grossa e pesada quase a assustou.
- Alô?
- E então princesa, as flores foram do seu agrado?
- Quem é que está falando?
- Diga-mos que seja um admirador, de muito tempo atrás.
- Escuta aqui - ela disse séria - É alguma espécie de brincadeira? - o outro disse com sarcasmo do outro lado da linha.
- De maneira alguma, aliás, nunca falei tão sério em toda a minha vida.
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Gente, só pra não deixar vocês sem post! *-*
Tô realmente MUITO cansada.
Amanhã capítulo grandão, não percaaaammmm!
Mil beijooos las amo