Capítulo 026
Estava muito frio naquela noite, e Dulce como se não bastasse estar de plantão, ainda teria que aguentar Christopher atrás dela pelas longas 8 horas qua ainda os separavam dos raios de sol. Ela havia acordado com uma dor de cabeça terrível, e parecia que todas as crianças de Nova York haviam resolvido pegar um resfriado naquele dia. Era a quinta que ela atendia.
Christopher a observava pelo vidro da sala de diagnóstico. Dulce era delicada, apesar do jeito espevitado e atrevido muitas vezes. Ela tinha um jeito todo especial de lidar com aquelas crianças, algumas em situações completamente adversas. Ele não sabia especificar exatamente quando começara a se interessar por ela, mas com certeza sabia que um dos motivos por isso ter acontecido foi o fato de adimirá-la. Era incrível vê-la agindo com tanto profissionalismo, mesmo com apenas 26 anos. Oito a menos do que ele.
Assim que o avistou, Dulce deu um sorriso tímido em meio ao atendimento. Por mais que se sentisse acuada e pressionada com toda aquela situação que Christopher insistia em criar, ela estava gostando. Estava gostando da atenção dele sobre ela, da forma carinhosa como a binha tratando. Das flores que lhe mandara dois dias atrás acompanhada por uma caixa de chocolates da fábrica dos pais dele que ficava na Suíça. Saborosíssimos, uma pena ter que dividir com Maite e Anahí que praticamente avançaram sobre ela assim que postou a caixa em seu colo.
Ele então escorou-se no balcão da emergência esperando até que ela estivesse finalmente sozinha, o que não demorou muito ao julgar que ela apenas entregou o receituário a mãe do paciente, dispenssando-os em seguida.
- Deu pra me observar agora, Dr.Uckermann? - ela disse em tom de brincadeira enquanto arrumava as pastas que haviam sobre sua mesa, levando-as ao arquivo da pediatria.
- Você ja leu o livro "O segredo"? - ela o olhou surpresa com a pregunta.
- Não. Não que eu lembre - deu de ombros.
- Então, segundo ele temos que visualizar o objeto do nosso desejo para ai sim, conseguirmos obtê-lo - ela riu.
- Quer dizer que eu sou o objeto do seu desejo? - arqueou uma sobrancelha.
- Sempre foi.
- Essa sua doutrina toda até seria interessante não fosse julgar pelo fato de que se você não tomar uma atitude e passar o resto da vida apenas observando o objeto do seu desejo nada irá acontecer - disse como se fosse óbvio - Não tem sentido nenhum.
- A observação é o primeiro passo, não disse que é apenas isso.
- Só você pra acreditar nessas tolices - ela rolou os olhos.
- O que você acha de tomarmos um café? - sugeriu - O clima não está me ajudando a raciocinar muito hoje.
- Você não deveria estar na emergência? - ela arqueou novamente uma sobrancelha.
- Pra que é que você acha que existem os residentes? - ele brincou enquanto saíam da sala seguindo pelo corredor.
- Você não tem vergonha na sua cara Uckermann - os dois riram.
- Engraçado, porque eu não tenho mesmo - ele ponderou - E é incrível como você gosta - Dulce soltou uma gargalhada sentando-se em uma banqueta assim que os dois chegaram a cantina.
- Você é bastante convencido.
- E você é linda - ela corou tentando não dar importância para as cantadas baratas dele.
- Ainda não entendo o porque de você trabalhar em um hospital. Não seria melhor se tivesse um consultório? Você nem gosta dessa rotina - ela deu um gole na bebida quente afim de se aquecer.
- Eu bem que gostaria de estar bebendo um whisky em frente a lareira e assistindo algum jogo de basebol qualquer - ele confessou - Mas não é tão simples quanto parece.
- Quais seriam os impedimentos? - levantou a sobrancelha o fitando. Ele achou aquilo extremamente sexy.
- Você sabe que meus pais tem uma porcentagem no hospital - explicou - Não seria tão fácil de resolver essa questão. Além do mais eu fui o único que seguiu a área médica, meu irmão é um publicitário fracassado e Angel, bem, você sabe que ela nunca quis nada com nada mesmo - Dulce riu. Angel era a irmã menor de Christopher.
- Acharia válido você dar um grito de independência - ela opinou - Não é justo abrir mão dos seus sonhos ou do que realmente quer fazer por conta de tradições familiares.
- Você não entende isso porque nunca foi tão ligada assim na sua família.
- E mesmo que fosse, não me deixaria influenciar - disse séria e Christopher percebeu que havia pisado no calcanhar de Dulce - Tanto que moro de favor no apartamento de uma amiga pra poder terminar a residência. Talvez sem essa ajuda que Anahí me deu eu não conseguisse me manter e terminar os estudos. Você sabe como é o salário da residência - ela rolou os olhos.
- Porque é que nós não mudamos de assunto? - ele disse levando a xícara aos lábios - Podíamos falar sobre os chocolates e as flores que mandei pra você.
- Você não vai me comprar com presentes - ela riu - Mas estavam deliciosos. Aliás, Anahí e Maite pediram pra dizer que você pode má dar sempre que quiser - Ele soltou uma gargalhada.
- Aquelas duas não perdem tempo.
- Definitivamente.
O assunto transcorreu por alguns minutos até que Christopher sentiu-se completamente excitado com os olhares que Dulce lhe lançava enquanto andavam pelo corredor quase desabitada. Ela estava flertando. E ele não sabia até que ponto isso era bom, mas ele não esperaria mais nem um segundo.
- O que você pensa que está fazendo? - ela disse assim que ele a arrastou pra dentro da sala de diagnóstico, muito conhecida por eles, trancando a porta a suas costas - Dá pra me soltar Christopher? - ela o olhou brava. E ele continuou segurando firme em sua cintura, as mãos eram possessivas e faziam um carinho selvagem ali.
- E se eu disse que não estou disposto a isso? - ele falou próximo ao ouvido dela. Dulce arfou. Próximo demais pra resistir.
- Disposto a que? - ela disse sentindo os beijos quentes que ele depositava em seu pescoço descoberto pelo rabo de cavalo.
- A te soltar - puxou suavemente os cabelos pra trás deixando a nuca ainda mais exposta.
- Você é um certino - ela murmurou ja entregue.
- E você gosta tanto disso - sussurrou com um sorriso vitorioso.
Os lábios dele então deslizaram pelo rosto dela até alcançarem seus lábios. Dulce então os entre abriu dando espaço a língua ágil e rápida de Christopher. Ele deitou-a sobre a maca lentamente, o que fez Dulce lembrar da confissão que fizera no outro dia. Parece que ela estreiaria a definitivamente a maca da sala de diagnóstico.
Christopher tirou o jaleco, e ela se desfez igualmente do que vestia. Então ele massageou os seios dela ainda por cima da blusa, enquanto ela retirava a camisa que ele usava, abrindo botão por botão apressada. Sabia que não tinham muito tempo antes de alguém interrompe-los e ela o queria, e como queria.
Então logo os dois estavam seminus ali naquela sala, Dulce massageando o membro dele que já estava completamente preparado para ela. Ele beijava sua boca com desejo, louco para penetra-la de uma vez como queria fazer a tanto tempo.
Retirou a calcinha dela brincando com os dedos sobre o clitóris. Dulce jogou a cabeça pra trás, sentindo a excitação que já sentia ficar cada vez mais intensa. E sem que dissesse nada ele entrou nela, com certa violência, o que fez Dulce soltar um gemido quase alto demais que veio a ser calado por um beijo cheio de movimentos.
Não bastaram muitas estocadas para que os dois atingissem o clímax e Dulce o envolvesse com as pernas tentando reestabilizar suas respirações. Christopher a olhou com um sorriso bobo nos lábios, o que a fez ruborizar.
Aquela mulher ali naquela sala de diagnóstico, descabelada, com o corpo suado, a maquiagem borrada, de temperamento difícil e poses tão delicadas. De estatura tão pequena e coração tão grande, era a única que ele queria em sua vida. E nada mais importava, apenas o quanto isso os fazia feliz.