Capítulo 032
- Happy birthday to you. Happy birthday to you. Happy birthday papai, Happy birthday to you! - Alfonso abria os olhos com a luz entrando pela janela do quarto dando de cara com os seus dois maiores amores ali, em frente a sua cama carregando um pequeno bolo colorido com duas velas indicando seu quadragésimo primeiro aniversário.
- Surpresa! - Isadora disse antes de pular encima do pai e encher-lhe de beijos pelo rosto enquanto Ísis ria.
- Que surpresa maravilhosa - ele disse sorrindo arrumando-a em seu colo.
- Era um segredo, por isso eu não disse nadinha - ela continuou a falar empolgada - Anda papai, você tem que assoprar as velinhas.
E assim Alfonso o fez, depois que foram devidamente apagadas, Ísis deitou-se na cama ao lado do pai e da irmã menor. Ela então deu um beijo e um abraço nele, que agradeceu por ela se esforçar em ser amável, pelo menos no dia do seu aniversário.
- Papai a Ísis disse que a mamãe não podia vir na nossa surpresa - comentou chateada - Porque ela não pode? - ele pigarreou sem graça.
- Eu e a mamãe não somos mais casados Dorinha, você sabe disso.
- Mas ia ser tão legal se a gente pudesse comemorar, todos nós juntos - meio chorosa. A irmã mais velha decidiu intervir.
- A mamãe ja explicou Dorinha - chamou a atenção dela - Porque é que você não busca o presente do papai la na sala? Ele está ansioso pra abrir - piscou para ela que desceu da cama apressada quase tropeçando nas próprias pernas. Alfonso suspirou, aliviado.
- Ela vai te ligar - contou - Pra desejar os parabéns, só estava sem graça.
- Quem? - ele fingiu estar confuso e ela rolou os olhos.
- A mamãe, é óbvio - levantou ajeitando o vestido que usava com as mãos - E já aviso com antecedência que se a Viviana vier pro jantar eu não virei - olhou-o séria.
- Você sabe que mesmo que eu não a convide ela vai aparecer, como foi no seu noivado - lembrou - Eu estou meio que de mãos atadas em relação a isso.
- Você me decepciona Alfonso - os dois ja iam começar uma discussão quando ouviram a voz fina e melosa se aproximar.
- Fecha os olhos papai - ela ordenou enquanto a irmã a ajudava a subir na cama - Não pode espiar!
- Nem um pouquinho? - o pai brincou com ela.
- Nananinanão - disse com os bracinhos cruzados após pousar a pequena caixa sobre o colo dele.
- Eu estou ansioso - murmurou em tom de brincadeira e Ísis fez um joinha pra ela que liberou a visão e Alfonso.
- Pronto, agora você pode ver.
Então ela ajudou Alfonso abrir a caixa embalada com papel prata e um laço azul. De lá saiu um belo relógio. O detalhe ficava pelas iniciais IyI, uma referência ao nome das duas. Ele sorriu assim que as encontrou.
- Você gostou papai? - ele sorriu.
- Eu amei o presente princesa - encheu-a e beijos.
- Assim eu vou ficar com ciúmes - Ísis murmurou fazendo bico e cruzando os braços. Alfonso sussurrou algo no ouvido da filha menor e os dois pularam sobre Ísis a enchendo de cócegas.
Então os três ficaram mais algumas horas ali em família, até que Alfonso as levou pra almoçar em um restaurante próximo ao Central Park. Ísis ia ao lado enquanto Isadora ia pendurada nas costas do pai.
Tiveram um almoço tranquilo e divertido, Isadora então resolvera brincar na piscina de bolinhas que havia ali enqusnto Ísis e o pai conversavam sobre assuntos cotidianos como a faculdade de publicidade que Ísis estava cursando e o estágio que acabara de arrumar no escritório de publicidade da campanha do padrasto. Alfonso fechou a cara assim que descobriu, mas o celular dele começou a tocar e ao verificar que se tratava de Anahí atendeu no segundo toque. Ísis soltou uma risadinha irônica.
- Oi Annie.
- Oi Poncho, liguei pra te desejar um feliz aniversário - pausou - Sabe que não sou muito boa com votos - brincou e ele riu - Mas quero que saiba que desejo que seja muito feliz.
- Obrigada Annie, de verdade - respondeu feliz - Agradeço que tenha lembrado.
- Temos um laço eterno - ele logo percebeu que ela se referia as filhas - É inevitável que estejamos ligados.
- Isso será sempre uma verdade - concordou - Estamos aqui almoçando, Ísis, eu e a Dorinha.
- Desculpa atrapalhar o programa de vocês.
- Imagina - ele riu e Ísis continuava prendendo o riso da cara de bobo que ele fazia toda vez que falava com ela - Não é incômodo nenhum.
- Então ta - despediu-se sem graça - Aproveitem o almoço.
- Tchau Annie, e mais uma vez obrigada por ter lembrado.
Os dois desligaram.
- Qual é o seu problema? - olhou risonho para Ísis.
- Mais fácil perguntar qual o seu problema pra deixar a mulher da sua vida dessa forma - ele rolou os olhos tomando um pouco do suco até Isadora ir até eles suada com os cabelos da franja grudando. Ela sentou na cadeira vaga tomando toda a água que havia no copo.
- Ei, devagar - a irmã advertiu.
- Eu to com muito calor Sisi - chamava assim a irmã carinhosamente, as vezes.
- Cansou? - o pai pediu ela assentiu - Quer ir pra casa?
- A gente podíamos tomar um sorvete.
- Se diz nós podíamos Dorinha - corrigiu a Ísis.
- Vamos papai? - pediu indo ao colo dele - Por favor?
- Tudo bem, se Ísis concordar.
E então foram até a sorveteria mais conhecida de Manhattam. Isadora pediu um sorvete de quatro bolas que, obviamente, foi deixado de lado após a quinta colherada. Assim que todos terminaram de comer foram para a casa dele afim de tomar um banho e aguardar as visitas para o jantar. Alfonso havia resolvido dar uma pequena social. Iriam Mane, já que Maite estava de plantão no hospital, Dulce e Christopher, seus pais e Christian.
- Tô cheirosa? - Isadora pediu oferecendo o pescoço para o pai após o banho dado pela irmã. Ele deu um pequeno cheirinho ali.
- Nossa, você está um espetáculo - Então ela soltou um risinho convencida. Ela adorava quando o pai a elogiava. O que o fazia lembrar diretamente de Anahí. Isadora era a cópia perfeita dela.
- Gostou do meu vestido? - ela disse dando uma voltinha. Estava com um vestido rosa com um laço branco na cintura, o sapato branco com meias da mesma cor e o cabelo solto preso lateralmente com duas presilhas de cristais.
- Uma princesa - pegou-a no colo a beijocando e depois a colocou sobre a cama.
- Ai papai, assim você vai estragar o meu penteado - Alfonso riu novamente. Mais uma vez ela com os trejeitos da mãe.
- Desculpa gatinha - brincou - Papai promete que não vai mais fazer - piscou pra ela e vestiu a camisa. Ele usava um jeans escuro, uma camisa preta, justa ao corpo, os cabelos estavam bagunçados e a barba por fazer. Então os dois ouviram a campainha tocar.
Ísis fora atender e por ela entrou um verdadeiro furacão mirim de cabelos castanhos.
- Joca! - Dulce ralhou com ele enquanto carregava o menor no colo - Oi Ísis - cumprimentou a garota parada na porta, Christopher veio logo atrás e igualmente a cumprimentou. Então passou o pequeno Patrício para o colo do pai - O que eu falei sobre correr? Heim mocinho? - arrumou a camisa dele - Tio Poncho vai ficar triste se você desobedecer na casa dele.
- Olá - Poncho disse enquanto trazia Isadora pela mão, vindo até a sala. Dulce e Christopher o parabenizaram.
- Como está a princesa do titio? - Christopher disse a colocando sobre sua perna.
- Eu estou bem tio Ucker - disse convencida - Sabia que eu já sou uma mocinha? - ele fingiu surpresa - E eu até sei cantar em inglês. Hoje de manhã eu e a Ísis cantamos parabéns pro papai.
- Mas você é muito inteligente - ela sorriu olhando para o bebê no colo da madrinha - Didi, posso pegar o Patrício no colo? - Dulce lhe sorriu.
- Só um pouquinho - então Dulce ajeitou o menino no colo dela que segurou firme com os dois bracinhos. Ísis então aproveitou o momento para registrar e provocar a mãe.
Olha só o que você está perdendo.
Anahí tomava um banho de banheira aproveitando o fato de estar sozinha. Era uma das poucas vezes em que poderia de fato relaxar. Então o IPhone vibrou ao lado, chamando sua atenção. Então ela sorriu, era uma foto da filha Isadora no sofá da casa do ex-marido com o afilhado Pato, como se referiam a Patrício, no colo.
Lindos, diga a Dul que mandei um beijo pra ela e para os meus dois amores. O Joca está ai também?
Ísis tomou um pouco da champanhe em sua taça enquanto digitava.
Sim está, todos estão, só faltam você e a tia Mai que está de plantão.
Anahí mordeu os lábios. Ela se colocou a pensar em como gostaria de estar lá. Seria ela a receber todos os convidados, jantaram, beberiam, dariam muita risada. Depois que todos fossem embora, ela colocaria Isadora pra dormir, contaria uma história de princesas e castelos, como ela gostava e depois vestiria uma lingerie extremamente sexy, uma camisola transparente e ela e Alfonso começariam a melhor parte da noite. Eram apenas lembranças. A vida dela agora se resumia a uma solidão constante, suas obras de caridade e um marido incapaz de satisfazê-la. Amargou, dando o último gole no vinho.
Mande beijos a todos. Diga que estou morrendo de saudades.
Então era a hora de entrar em ação, pensou Ísis. Ela sabia que a mãe estava sozinha e que Manuel não voltaria tão cedo de Washington.
Porque você não vem pra cá dar esses beijos pessoalmente? Estamos todos sentindo sua falta, inclusive o papai.
Ísis só poderia estar louca, ela mordeu os lábios. Que diabos ela faria na festa de aniversário do ex marido?
Você está bebendo? Melhor parar mocinha.
A garota soltou um riso abafado pela taça que levava aos lábios. Então voltou sua atenção para a sala afim de encontrar alguma forma de fazer com que os dois se encontrassem naquela noite.
- Escuta Dorinha, você vai ter que dizer que está com dor de barriga.
- Mas mentir é feio - ela disse levando um dedo a boca pensativa - A mamãe dissr que se a gente mentir muito as pessoas não acreditam quando falamos a verdade.
- Mas você não vai mentir muito - justificou - É só um pouquititinho assim - mostrou com os dedos. A pequena pareceu pensar - Você não quer que o papai volte a morar com a mamãe? - ela assentiu com a cabeça - Então! Você vai ter que mentir, só dessa vez.
- Tudo bem - disse ela parecendo um pouco mais empolgada.
- Então escuta o que nós vamos fazer.
Ísis explicou tudo a ela que pareceu entender direitinho. As duas voltaram a sala, e ficaram com todos. Assim que a última pessoa se despediu Isadora começou a colocar o plano da irmã em prática. A sorte delas era que Viviana estava em um desfile na Califórnia. Caso contrário o plano pra juntar novamente os Herrera podia ir por água abaixo.
- Papai - ela murmurou chorosa.
- O que foi meu amor? - pediu deixando as taças que iria levar até a cozinha sobre o aparador. O genro e Ísis o ajudavam a organizar toda a bagunça.
- Minha barriguinha dói - o olhou com a carinha triste.
- Aonde dói princesa? - tocou a barriga dela que fez uma careta de dor. Ísis a observava achando a atuação dela espetacular.
- Eu quero a mamãe - fez cara de choro.
- Princesa, a mamãe está na casa dela. Está muito tarde e o papai - ela o interrompeu.
- Eu quero a minha mãe - o choro começou a ficar intenso e Alfonso começou a ficar preocupado. Ísis então arranjou uma desculpa qualquer e saiu com Diego dali. Agora era a parte onde a irmã fazia o pai levá-la a cada da mãe e ela não iria atrapalhar.
Anahí tatetou o criado mudo em busca do celular que não parava de tocar aos berros. Era Poncho quem ligava, será que havia acontecido algo com as meninas?
- Oi Poncho - disse com a voz rouca pelo sono.
- Annie, desculpa ligar essa hora mas - suspirou - Isadora está aos prantos aqui. Diz ter dor de barriga, e quer você.
- Poncho eu não posso dirigir, acabei de tomar meia garrafa de vinho - confessou.
- Se quiser posso levá-la ai - sugeriu - Eu juro que não queria te atrapalhar mas ela não para de chorar um segundo. Não sei o que fazer.
- Não vai ser incômodo, você pode trazê-la se ela quiser.
- Tudo bem, em quinze minutos estou aí.
E os dois desligaram. Parece que o plano realmente estava dando certo.
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BOAS VINDAS aos novos leitores!! Se quiserem deixar opiniões e sugestões em relação a fic ficarei muito feliz :)
E aos meus leitores antigos, estou com saudades dos comentários de vocês, não estão mais curtindo?
Espero que aproveitem...amanhã continuação do capítulo :)
Beijooooosss