Capítulo 036
- Será que você pode me explicar que diabos tinha na cabeça quando resolveu usar a sua irmã de quatro anos de idade pras suas sandices? - Alfonso olhava irritado para Ísis que tinha os olhos arregalados.
- Do que é que você está falando? - se fez de desentendida o que o irritou ainda mais.
- Você sabe do que eu estou falando - bufou - Mandou Isadora mentir que estava doente para que eu fosse até a casa dela no dia do jantar que tivemos aqui em casa.
- A Dorinha não sabe ficar de bico fechado - murmurou para si.
- Sua irmã ficou decepcionada porque você prometeu que se ela cumprisse o combinado eu e sua mãe voltariamos a morar juntos. Tem noção do que isso significa pra uma criança?
- Ai Alfonso, não é pra tanto - rolou os olhos.
- Como não é pra tanto? Sua irmã brigou com uma coleguinha de escola em boa parte por essa sua atitude completamente infantil. Esperar algo assim vindo de uma criança tudo bem, mas você tem vinte anos e está na faculdade - suspirou - Esta na hora de amadurecer Ísis.
- E o que você vai fazer? Me colocar de castigo porque tentei juntar você com a única mulher que verdadeiramente você amou? Se for isso eu aceito, mas você vai ter que me dizer que não valeu a pena ir até la naquele dia - disse desafiadora.
- Poncho, porque está demorando? - Viviana entrou na sala somente de camisola e chinelos. Ísis sentiu o estômago embrulhar.
- Viviana eu estou tendo uma conversa com a minha filha, será que você pode nos deixar a sós?
- Oi querida, nem havia visto você - falou ironicamente para Ísis que respondeu a altura.
- Então - deu um sorriso amarelo - Talvez eu deva ser tão insignificante quanto você.
- Você vai deixar ela falar assim comigo Poncho? - aos berros enquanto tinha os braços cruzados. Ele suspirou irritado.
- Espera la dentro por favor - pediu novamente.
- Você não precisa se preocupar - Ísis disse enquanto arrumava a bolsa sobre o ombro esquerdo - Eu já estou de saída - abriu a porta do apartamento - Aproveite a noite com a sua namoradinha.
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Anahí dirigiu tranquilamente pela perimetral, decidida a ir pra casa tomar um banho e relaxar após um dia cansativo de trabalho. Então estacionou o carro em frente a garagem, tirou os sapatos para pisar no gramado, não queria estragar seus Jimmy Choo favoritos. Fez um coque no cabelo e girou as chaves na maçaneta, então encontrou uma cena pouco comum. Sua irmã aos prantos sentada na sala de sua casa e Manuel com cara de poucos amigos, provavelmente porque ela estragaria a transa semanal dos dois. Anahí agradeceu mentalmente por isso.
- Marichello? - franziu o cenho - O que você está fazendo aqui?
- O Arturo - suspirou com ar de choro - Ele me expulsou de casa.
Manuel se retirou indo até o quarto, não queria se meter na conversa das duas.
- Que raios você fez dessa vez? - Anahí disse com os braços cruzados na altura dos seios. Ela e a irmã pouco se viam e desde a adolescência não tinham uma relação muito amigável, mas ainda eram irmãs, por mais que não tivessem laços sanguíneos.
- Ele - suspirou - Bem, ele descobriu que estou tendo um caso.
- Você o que? - Anahí pediu com os olhos arregalados - Eu não posso acreditar - negou incrédula.
- Olha só não me julgue por favor - Na verdade Anahí não estava mesmo em condições de a julgar, principalmente no que dizia respeito aos últimos acontecimentos - Foi mais forte do que eu.
- E o que você pretende fazer em relação a isso? - ponderou - Porque você tem parte da fortuna dele, não tem?
- Fazia parte do acordo pré-nupcial, separação total de bens - explicou.
- Céus - Anahí disse desacreditada - Porque diabos você tinha que meter os pés pelas mãos?
- Eu errei, todos erram - as duas silenciaram.
- Você vai voltar pra casa do papai e da mamãe?
- E admitir que sou uma fracassada? Jamais - se apressou em dizer.
- O que você pensa em fazer sem um tostão no bolso? Porque você acaba de me dizer que saiu desse casamento com uma mão na frente e outra atrás.
- Eu pensei que bem - pausou - Talvez você pudesse me ajudar.
- Como necessariamente poderia fazer isso? - arqueou uma sobrancelha.
- Você tem três quartos de sobra aqui - explicou - Poderia me deixar passar um tempo, sei lá, só por alguns dias, eu juro. Até que eu consiga um emprego - Anahí quase riu.
- Quem em sã consciência daria um emprego a você? - franziu o cenho.
- Sei lá Annie, eu posso procurar, sempre tem vagas por ai.
- Pra limpar os banheiros do shopping? Devo te lembrar que você não tem nenhuma formação acadêmica, ninguém vai te dar um emprego que pague mais de 600 dólares, não com o seu currículo.
- Também não precisa jogar isso na minha cara.
- Você está na minha casa pedindo um quarto pra dormir porque não tem pra onde ir. Acho que posso sim jogar isso e muito mais na sua cara - Anahí disse séria. Marichello sabia que havia lhe feito muito mal no passado, mas também sabia que Anahí no fundo estava satisfeita de vê-la se humilhar daquela forma - Você pode ficar com um quarto - suspirou levando as mãos a cintura - Vou pedir para que a Maria arrume o de hóspedes pra você. E quanto ao trabalho, acho que precisamos de uma bibliotecária na ONG do Queens, vou ver o que posso fazer.
- Queens? - ela disse com uma careta.
- Se preferir posso te deixar procurar nos anunciados de amanhã - Anahí disse sarcástica - Devem pagar bem pra lavar janelas de arranhacéu.
- Desculpa, está ótimo - disse sem graça - Obrigada Annie, de verdade.
- Não me agradeça - disse simplesmente - Agradeça ao papai e mamãe, faço isso única e exclusivamente pra não ver no rosto deles a decepção pela pessoa que você se tornou.
E sem dizer mais nenhuma palavra ela virou as costas subindo as escadas. Não bastasse todos os problemas que já tinha agora tinha mais Marichello, pra ajudar.
- Se resolveu com a sua irmã? - Manuel pediu enquanto lia uma revista deitado na cama.
- Sim - explicou tirando o vestido - Ela vai ficar alguns dias aqui conosco, você não se importa, não é?
- Não, claro que não - deu de ombros - Escuta querida - pediu enquanto ela ia ao closet em busca de uma camisola.
- O que foi?
- Alguém esteve aqui quando estive fora? - ela quase engasgou com a própria saliva, então tratou de não transparecer o incômodo que aquela pergunta lhe causara.
- Ora - desconversou - Ísis, Diego, Maite com Kathe - mentiu - Porque a pergunta?
- Curiosidade apenas - ele deu um sorrisinho misterioso que Anahí não entendeu se se tratava de irônica ou sarcasmo, mas com toda certeza ele suspeitava de algo. Então ele voltou a atenção para a revista enquanto ela para o tão esperado e merecido banho.
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- Ísis, eu preciso de um favor - Manuel pediu a ela no gabinete, no dia seguinte de manhã. No início ele havia dado um estágio a ela afim de ganhar pontos com Anahí, mas agora ela poderia ser uma ótima fonte para sua investigação.
- Se estiver ao meu alcance - ela disse solicita.
- Sabe aqueles folhetos que nós usamos naquele dia? - ela assentiu - Eu preciso que você entre em contato com a gráfica e peça mais uma remessa deles. Sabe como é, as campanhas estão a pleno vapor.
- Tudo bem, faço isso no começo da tarde. Você precisa de mais alguma coisa? Estou saindo pro meu intervalo de almoço.
- Na verdade - ele fingiu pensar - Sim. Seu pai esteve de aniversário semana passada e não pega bem eu não o presenteá-lo, afinal ele é pai das minhas duas enteadas - sorriu - Então eu resolvi comprar algo básico, um cinto - mostrou-lhe o cinto preto masculino que havia encontrado atrás da folhagem da sala no dia em que retornou de viagem - O que você acha? Pode me dar uma opinião?
- Acho que a intenção foi ótima, mas creio que você vai ter que trocar - lamentou.
- Porque? - ele franziu o cenho dando sequência ao teatro que havia elaborado - Não é do gosto dele?
- Não é isso - ela riu - É que por incrível que pareça ele já tem um, idêntico a esse, mas se você trocar a cor talvez - sugeriu - Vai ser um ótimo presente.
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Morte lenta e dolorosa a Ísis e sua boca grande hahahahaha
Gente MUITO obrigada pelos comentários, boas vindas aos novos leitores *-*
Estou muito feliz com a participação de vocês...Capítulo 40 vai ter emoções hahahaha ta quaseeeeee, enquanto isso não percam!
Los amooo
