Capítulo 042
Dois meses haviam se passado. Nem sombras do paradeiro de Anahí. Como se não fosse suficiente a questão do sequestro da ex-mulher, Ísis novamente se encontrava doente. Duas semanas após o desaparecimento da mãe ela sofrerá picos altíssimos de febre, e alguns exames constataram o que era raro acontecer mas que estava acontecendo: a leucemia havia voltado.
Enquanto Ísis reiniciava o tratamento sob a supervisão do Dr.Max, Alfonso revirava a Internet atrás de Anahí. Contava pessoas de vários lugares do país, divulgava anúncios, tudo absolutamente em vão. Ninguém parecia ter ideia de onde ela estava.
Manuel tentava manter a descrição mas na verdade se divertia com a busca inútil de Alfonso, enquanto ele fazia Anahí, grávida de cinco meses, sofrer naquele galpão velho e cheio de animais peçonhentos, mas a brincadeira já estava perdendo a graça, e Carlos o estava precionando para que desse um fim nela. O dia seguinte seria perfeito, mas ele não sairia daquela situação com as mãos abanando. Tiraria proveito da fortuna dos Herrera, depois executória Anahí e aquela criança que ela carregava, fruto do amor que ela sentia por Alfonso.
- Alfonso? - a voz soou grossa e o número era desconhecido, Poncho estremeceu. Esperara tanto por aquela ligação, para sua sorte a Polícia rastreava todas as chamadas dele e se fosse o que pensava não demoraria muito a descobrir o paradeiro daquela chamada.
- Sim sou eu, quem está falando?
- Estou com Anahí - disse simplesmente - Quero 500 mil reais para colocarmos fim a essa história.
Poncho suspirou, a ligação era realmente o que ele precisava.
- Deixe-me falar com ela, quero ter certeza de que está viva, depois negociamos - disse firme.
- Anahí - o outro gritou a ela que tomou-lhe o telefone das mãos.
- Alô - disse desesperada. Poncho sentiu seu coração aquecer ao ouvir a voz dela. Era fraca e cansada, mas ainda sim era ela, e estava viva.
- Annie é você? - pediu com as lágrimas nos olhos. Ela fungou em um choro baixo.
- Poncho - foi a única coisa que ela conseguiu sussurrar.
- Escuta Annie, eu vou te buscar eu preciso que confie em mim e - foi interrompido pela voz masculina que soou novamente do outro lado.
- Bom, já confirmou que ela está viva, podemos negociar agora? - Poncho suspirou.
- Tudo bem, aonde quer que eu leve o dinheiro?
- Você vai deixar em uma lata amarela que vai estar em frente ao lago do Central Park. As 10 da manhã - explicou - Se tentar bancar o engraçadinho eu mato ela, entendido?
- O dinheiro estará lá - garantiu - Mas o que me faz ter certeza de que você vai libertá-la? - o homem soltou um riso sarcástico.
- Você tem algo que quero e eu tenho algo que você quer - ponderou - Devia confiar mais em mim Herrera.
E assim que pronunciou as últimas palavras a chamada se encerrou. Logo a polícia entrou em contato com Poncho, passando-lhe as coordenadas do lugar e lhe explicando que iriam até o cativeiro na manhã seguinte ja que aquela região era muito perigosa e a noite estava quase chegando.
O grande problema é que ele não conseguiria esperar tanto tempo. Precisava salvar Anahí, e isso tinha que ser o quanto antes. Então ele vestiu uma camiseta, uma calça de moletom, colocou uma jaqueta com toca por cima e seguiu até a garagem. Pegou a caminhonete, colocou o endereço no GPS e após uma hora e meia de viagem chegou ao paradeiro. Era um galpão muito velho e escuro em meio ao mato alto que havia se instalado ali.
Dentro do galpão, Rick, o responsável por vigiar Anahí já estava sobre ela afim de abusá-la, mas parou ao ouvir o barulho de um carro estacionando a sua frente. Se Manuel o visse daquela maneira séria capaz de mata-lo, ali mesmo.
O silêncio se fez por alguns segundos até que estranhando a demora, Rick resolveu sair portando sua pistola a fim de verificar o que estava acontecendo. Assim que a porta se abriu ele foi acertado por um pedaço de madeira que Alfonso havia encontrado jogado por ali. Rick caiu com a pancada e Alfonso entrou no galpão em busca de Anahí. Ela estava um pouco suja, com uma blusa apertada que deixava a barriga saliente a mostra. Os cabelos em um rabo de cavalo e os olhos demonstravam todo o sofrimento dos dias presa ali. Assim que o viu o choro tornou-se mais evidente. As lágrimas escorriam por sua face molhando a camiseta branca de Alfonso. Ele apertou-a contra seu peito afagando seus cabelos. Ele a havia encontrado, tudo ficaria bem agora.
- Como esperei por esse momento - ele disse tomado pela emoção - Você está grávida, meu Deus - alisou-lhe a barriga que estava parcialmente a mostra.
- Nosso filho - murmurou ainda abraçada a ele. Sentia-se protegida em seus braços, como se ninguém fosse a capaz de lhe fazer mais mal algum.
- Eles te machucaram? - ergueu o queixo dela fazendo-a olha-lo depois de constatar as manchas roxas e os arranhoes que ela tinha pelos bracos e pelas pernas. Anahí negou com a cabeça.
- Isso não importa mais Poncho.
- Precisamos sair daqui - disse fazendo-a apoiar-se sobre si - Vamos antes que ele acorde.
Os dois saíram porta a fora, Anahí apoiada nos ombros dele enquanto caminhavam até a caminhonete de Poncho. Ele abria a porta para colocá-la no banco do passageiro quando ouviu-se um disparo. Um único disparo. Anahí sentiu o corpo dele cambalear e logo cair ao chão. Poncho havia levado um tiro. A camiseta branca antes banhada pelas lagrimas dela agora estava coberta de sangue. Ela levantou os olhos afim de ver de onde o disparo havia originado e lá estava Manuel, lutando com a arma que parecia não ter mais munição, se tivesse ele provavelmente atiraria nela da mesma forma. Então ele embarcou no próprio carro e saiu dali, cantando pneu.
Anahí voltou sua atenção para Poncho. Por incrível que pareça era o coração dele que havia sido acertado. Em um rápido movimento ela rasgou um pedaço da própria blusa fazendo uma compressa enquanto tentava manter própria calma.
- Amor, você precisa me ajudar - disse enquanto tentava levantá-lo para dentro do carro - Temos que ir ao hospital, prometo que vai ficar tudo bem.
- Annie - mirou os olhos dela, ele estava chorando tamanha era a aflição.
- Poncho vamos - o ergueu com esforço. Além de Poncho pesar praticamente o dobro dela ainda tinha a barriga que lhe atrapalhava no resgate.
Com muito esforço ela conseguiu arruma-lo sobre o banco do passageiro. Ligou o carro e dirigiu, mesmo que com todo o nervosismo que sentia. Sua experiência com cirurgiã cardíaca lhe disse que precisava ser rápida o suficiente caso ainda quisesse ter Poncho vivo outra vez.
- Poncho, fala comigo - dividia a atenção entre ele e a estrada - Preciso que você fique comigo - exasperada - Nos ja estamos chegando, são so mais três quarteirões.
- Annie eu - suspirou - Eu não vou aguentar.
- Que droga Poncho - ela já chorava - Você aguentou até agora. Nos temos duas filhas lindas e mais um bebê a caminho, você não pode me deixar sozinha agora.
Alguns minutos depois ela estacionou em frente a emergência do hospital. A maioria dos funcionários surpresos por ela estar ali, ainda mais depois de passar dois meses desaparecida, mas o foco do atendimento mudou assim que ela disse que Poncho estava no carro, baleado e completamente coberto de sangue. Uma maca seguiu até lá afim de buscá-lo. Ele veio deitado sobre ela, Anahí, que tinha a blusa rasgada e as mãoa e ate a lateral do rosto ensanguentados, ja estava abraçada a Maite, que tentava inutilmente tranauilizá-la.
- Amor - tocou as mãos de Poncho assim que ele passou no corredor em frente a elas - Vai ficar tudo bem, você tem que aguentar, precisa ser forte. Eu e os nossos filhos estaremos aqui, esperando por você. Nunca esqueça isso - então uma lágrima solitária escorreu pelo rosto dele e antes que seus olhos se fechassem ele ainda conseguiu sussurrar quatro palavras.
- Eu amo você, Annie.
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Leitores querendo me matar em 321 hahahahaha
Não me matem, prometo que tenho surpresa!!
Obrigada pelos comentários de vocês <3
Espero que estejam gostando *-*
Mil beijoooooos