Fanfic: A Substituta (Adaptada AyA) | Tema: Ponny
“Eu não estou aqui sozinho, mas me sinto muito só”, ele dissera. E agora ela percebia que essas palavras continham uma enorme solidão! Será que Alfonso Herrera escondia, por trás de sua máscara de orgulho, não só medo da cegueira física mas também o terror de ter que levar uma vida solitária, em um mundo de escuridão total?
- Sabe dirigir, Srta. Puente?
A pergunta arrancou-a de seus pensamentos. Nenhum homem, ainda mais desse tamanho, tem o direito de se aproximar tão sileciosamente! Ela pensou irritada por causa do susto que a voz dele lhe causara.
- Sei, sim...Eu costumava dirigir em casa. – Com dificuldade, engoliu um último pedaço de pão, que parecia ter se entalado em sua garganta.
- Ótimo! Nikos me disse que a tempestade passou, e estou precisando mudar de ambiente. Por isso, apesar de não gostar da ideia de ter uma mulher como motorista, vou deixar que dê uma volta pela ilha comigo, de carro.
- Mas eu...Eu estou acostumada a dirigir do lado esquerdo – Anahí protestou.
- Direito, esquerdo, ou no centro, não faz diferença. O único carro que existe na ilha é o meu. Só vamos encontrar carroças ou bicicletas, nada mais.
O alívio de Anahí foi enorme quando, em vez de uma limusine, como esperava, deu com um carrinho do tipo econômico, no momento em que o sorridente Nikos abriu a porta da garagem. Verdade que o estofamento era de couro legítimo e o acabamento de primeira classe, mas no restante era tão familiar quanto o velho carro que dirigia em sua cidadezinha.
No entanto, o nervosismo que sentia fez com que deixasse o câmbio chiar, ao mudar as marchas. Olhando rapidamente para o seu passageiro, ela o viu apertar os lábios com força, ao mesmo tempo em que as articulações dos dedos das mãos, pousadas sobre as pernas musculosas, ficavam brancas de tensão. Ao vislumbrar o que se passava na cabeça daquele homem, habituado antes a dirigir a uma velocidade suicida, fazendo curvas com a frieza e a precisão de uma pessoa para quem o perigo era a própria vida, Anahí conseguiu relaxar e dominar o carro.
- Vá até o fim dessa alameda, depois vire à esquerda – ele disse. – Siga pela estrada que costeia a praia, até chegar à vila.
Assim que entrou na estradinha, a confiança de Anahí voltou, e seus atos se tornaram mecânicos, permitindo-lhe prestar um pouco de atenção na beleza dos campos verdes e nas fascinantes águas do mar, cuja cor ia desde um azul bem pálido, até o azul-escuro e brilhante, tão comum no verão!
Quando ela comentou, surpresa, sobre a enorme extensão das plantações de laranjeiras, limoeiros, e figueiras, sobre as parreiras que começavam a brotar, e sobre as incontáveis oliveiras, Alfonso replicou laconicamente:
- Há muitos anos, quando eu ainda era criança e trabalhava nos olivais, colhendo azeitonas, eu tinha certeza que essas plantações se estendiam até o fim do mundo.
- Você costumava trabalhar nas terras que agora são suas?
Alfonso concordou.
- Desde o amanhecer até o anoitecer. Enquanto havia azeitonas para serem colhidas, meu pai, minha mãe, tia Maria e eu ,trabalhávamos sem parar, por mais alto que tivesse o sol. E só tínhamos pão e queijo, como alimento, e água, para beber. Às vezes a sorte nos sorria e conseguíamos comprar um garrafão de vinho barato para matar a sede.
- E foi uma época feliz de sua vida? – Anahí esperou a resposta dele com ansiedade, na esperança de conseguir saber um pouco mais sobre aquela natureza complexa.
- Pensando nisso agora, acho que foi – Alfonso respondeu cautelosamente. – Mas talvez eu pense assim porque sempre associo aqueles dias com os meus pais.
- Onde eles estão agora?
- Ambos estão mortos. – Ele encolheu os ombros num gesto de indiferença, mas Anahí percebeu que Alfonso ainda sentia a morte dos pais.
– Eles morreram quando eu tinha dez anos, com seis meses de diferença, apenas, entre um e outro. Passei a morar, então, com a minha tia viúva, e fiquei com ela até atingir a adolescência e resolver sair pelo mundo, à procura de divertimento e fortuna.
Como se estivesse adivinhando a intenção dela de apontar o quanto era feliz por ter conseguido tudo o que queria, Alfonso mudou abruptamente de assunto:
- Os antigos gregos consideravam a oliveira sagrada, o símbolo da paz e o emblema da fertilidade. Mesmo hoje em dia, os habitantes de Karios ainda se agarram às velhas superstições com tanta força quanto se agarram a um modo de vida que mudou muito pouco, durante o século passado. E insistem em que uma noiva deve usar uma coroa feita com galhos de oliveira, trançados, se não quiser correr o risco de descobrir que é estéril. ”Minha esposa será tão fértil quanto as videiras, e meus filhos serão oliveiras em torno de minha mesa” – ele citou, num tom estranhamente suave. Depois, continuou: - Nada que vem da oliveira é desperdiçado. Depois que se retira o óleo da azeitona, o resíduo é utilizado para fazer sabão, e o restante é usado como fertilizante. Na época da poda, os galhos retirados servem para alimentar os rebanhos de cabras e carneiros. Os troncos podem ser usados para fazer móveis e nos alicerces de casas. E os galhos secos são queimados em fogões, para cozinhar e para fornecer calor durante o inverno.
Autor(a): Besos de Fuego
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Anahí tinha a impressão de que aquela conversa era o mais próximo de um pedido de desculpas que a natureza fechada dele lhe permitiria chegar. Sentindo-se estranhamente feliz, tentou se convencer, enquanto dirigia pela estradas desertas, que seu contentamento era causado pela beleza da paisagem em volta, pelos pomares, pelos campos muito verdes e vi&cced ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 65
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maridamis Postado em 09/07/2016 - 03:11:45
Quase morri com o final!!!
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maridamis Postado em 09/07/2016 - 03:11:17
Maravilhosa!!!! Apaixonada por essa fic!!!!! Quero maiiis!
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foryouvondy👻 Postado em 06/05/2016 - 15:56:19
Confesso que fiquei com um gostinho de quero mais kkk fanfic simplesmente linda!
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michaelle_rbd Postado em 21/02/2016 - 16:12:13
Amo rosas, que fofo ele as palavras ditas por Alfonso. Perfeito <3<3<3
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franmarmentini♥ Postado em 18/11/2015 - 14:07:11
ai que lindooooooooooooooo amei amei de mais essa fic*
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franmarmentini♥ Postado em 18/11/2015 - 14:01:15
HAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA ELE TA VENDOOOOOOOOOOOOOO
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franmarmentini♥ Postado em 18/11/2015 - 12:41:02
ODEIOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO ESSA VACA DA BELINDA
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franmarmentini♥ Postado em 18/11/2015 - 11:56:30
CREDO PQ ELE É CRUEL ASSIM COM A ANY TADINHA...
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franmarmentini♥ Postado em 18/11/2015 - 10:32:46
ELES VÃO CASARRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRR
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franmarmentini♥ Postado em 17/11/2015 - 21:29:55
Poncho é apaixonado por belindaaaa ecaaa