Fanfic: Minha vida me condena AyA | Tema: Ponny

Acordei cedo, conseguia ouvir os pássaros cantar pela janela do quarto. Fiquei admirando a beleza de Poncho por alguns instantes, eu não queria sair dali, mas precisava decidir o que iria fazer.
Me levantei, fui ao banheiro e fiz minhas higienes pessoais, Poncho havia arrumado uma mala para mim, peguei um dos vestidos que haviam ali, e vesti. Sentei em um sofá que havia no quarto e comecei a pensar no que iria fazer. Queria tanto ver minha família, mas não sei se eles me perdoariam, e eu não suportaria ver eles de novo, me lembrar que os deixei, para foder com a minha vida !
Minha solução foi escrever uma carta, ir até lá, e deixar por baixo da porta. Talvez seja um pouco clichê, mas foi o jeito que arrumei, queria tanto saber se eles estavam bem, minha mãe, meu pai, meu irmãozinho que agora já deve ser um adolescente rebelde. A saudade era tanta, sei que às vezes pensei que eles não se importavam comigo, mas sei que no fundo eles queriam meu melhor. Peguei um papel e uma caneta que estavam em cima de uma mesinha e comecei a escrever.
"Olá, talvez vocês não queiram ler minhas palavras, ou sequer se importam com a minha existência, mas estou escrevendo esta carta para explicar o motivo do meu sumiço. Eu fugi, fugi com o Manuel, com o cara que acreditei que era meu grande amor, mas na verdade ele não era, só queria me usar. Ele me vendeu em troca de 20.000 euros para uma boate, onde fiquei presa em cativeiro por esses 6 anos, fui ameaçada, maltratada, já vi minha vida passar por um fio, mas felizmente depois desses longos e horríveis seis anos consegui me livrar dessa vida. E estou pronta para conquistar tudo que sempre quis, mas para isso acontecer não podia deixar de avisar de vocês, que por mais que eu tenha sofrido tudo o que sofri, estou bem , estou feliz. Não se culpem pelo o que aconteceu comigo por favor, nada foi por culpa de vocês, vocês foram pais ótimos pra mim, apesar de todas as nossas brigas, eu amava vocês. Eu fugi porque era uma adolescente, louca, apaixonada, que acreditava que tinha encontrado seu príncipe encantado, mas que não encontrou. Eu amo todos vocês, desejo que fiquem muito bem.
Beijos, Mariana."
Lágrimas escorriam pelo meu rosto ao escrever aquela carta, cada frase que escrevia estava me machucando. Escutei alguns barulhos atrás de mim e me virei, era o Poncho que tinha acabado de acordar
- Ei, porque está chorando ?
- Nada, só me emocionei aqui, escrevendo uma carta para minha família
- Não chora por favor – ele disse vindo até mim – eu não suporto ver você chorar
Ele limpou minhas lágrimas e me abraçou, como sempre aquele abraço me deixava mais calma.
- Já decidiu o que vai fazer – ele perguntou ainda meio sonolento
- Sim – expliquei para ele os meus planos e ele concordou.
Descemos para tomar café, e Alfonso dispensou todos os seguranças, exceto Lorenzo, que sempre andava com ele. Ele deu as coordenadas para onde iríamos, e pegamos a estrada novamente. Dormi a viajem inteira e só acordei quando estávamos chegando na capital . Que saudade que eu tinha daquela cidade, amava todas as partes dela, era perfeita. Dei o endereço de minha antiga casa para Lorenzo, não faço ideia de como me recordava, e ele me levou até lá. Desci do carro e fiquei admirando aquele prédio, confesso que me deu vontade de chorar , mas eu precisava ser forte. Poncho desceu do carro e ficou me abraçando de lado.
- Eu não sei se consigo.
- Você precisa fazer isso
- Eu sei, mas é tão difícil.
- Se você não quiser, não tem problema, nós ficamos aqui por uns dias até você se encorajar
- Não precisa, já chega de tomar seu tempo, você tem feito tanto por mim que já deve estar cansado
- Eu jamais me cansaria de você
Dei um beijo em sua boca, e atravessei a rua, por mais que estivesse insegura eu tinha que fazer aquilo.
Entrei na portaria do prédio, e conseguia sentir meu estômago dando voltas. Chamei o elevador, e um garoto chegou em meu lado, ele usava fones de ouvido tão altos que conseguia escutar a música que ele estava ouvindo.
Entrei no elevador, e apertei no andar, parecia que a espera ali dentro seria eterna, o garoto não parava de me observar, até que ele tirou deus fones e falou
- Você se parece com alguém que conheço.
Dei risada e disse
- Espero que esse alguém seja bonita
- Era sim, minha irmã
- Ela morreu ? – olhei para baixo
- Não, ela desapareceu. – disse com os olhos marejados
Não pode ser. Pensei. Olhei para ele novamente e era o meu irmãozinho, que saudade, queria abraçá-lo e encher ele de beijos, ele estava tão grande, lindo, devia arrasar os corações de muitas garotas de todo o México, demorei um pouco até respondê-lo, mas tomei coragem e perguntei
- Luke ?
- Que ? Espera... Como você me conhece ?
Corri em sua direção e o abracei com toda força que eu podia, ele ficou imóvel, e estranhou minha reação, me desabei a chorar, garanto que ele se perguntava o que aquela louca estava fazendo com ele.
- Eu sou a Anahí, sua irmã.
- Ele demorou um pouco até acreditar na minha palavra, mas ele ligou os fatos e quando percebeu retribuiu meu abraço
- O que aconteceu com você ? Porque você sumiu ? Você está bem ?
- Estou bem, como você cresceu – passei a mão em seu rosto
O elevador se abriu e já estava no hora de descer, mas eu não podia rever meus pais, Luke não parava de me encher de perguntas , eu queria respondê-lo , mas não ali naquele lugar
- Já sei, vamos passear – disse o puxando para dentro do elevador – eu sei que você está curioso para saber de tudo, mas não posso contar agora, vamos sair daqui que eu te conto.
Ele assentiu e me deu outro abraço, eu não queria soltar ele nunca mais, eu amava muito meu irmão, sempre tivemos uma ligação muito forte. Chegamos de novo na portaria
- Vamos aonde?
- Eu não sei, aonde quer ir ? – perguntei
- Pode ser em uma sorveteria que tem aqui perto
- Tudo bem, mas antes preciso avisar alguém. Vem comigo ?
- Sim
Peguei na sua mão e atravessamos a rua, cheguei ate o carro onde abri a porta, Poncho me olhou com uma cara de "quem é esse garoto ? O que ele está fazendo aqui ?"
- Alfonso, esse é meu irmãozinho Luke
- Anahí , eu não sou mais criança, não tenho 7 anos, eu já tenho 13, me chama de "irmão", não "irmãozinho"
Poncho desatou a rir, e eu mostrei a língua pra ele
- Você é meu irmão, eu te chamo do jeito que eu quiser. Luke esse é meu "amigo", Alfonso
Luke ficou olhando para ele até perguntar
- Espera aí , eu te conheço ?
- Deve conhecer – disse irônica
- Você é Alfonso Herrera ?
- Sou – ele disse com um sorriso no rosto
- Caraca, minha namorada é muito sua fã , se ela soubesse que estou contigo ela teria um ataque do coração
Poncho riu desesperadamente
- Calma... VOCÊ DISSE NAMORADA ? Luke você só tem 13 anos – disse surpresa
- Sim , tenho 13 anos, tenho que aproveitar a vida, nunca sei o que vai acontecer amanhã
- Esse é meu garoto – Poncho disse, e deu um soquinho na mão de Luke.
        Minha vida não podia estar melhor, e eu não podia estar mais feliz, eu tinha Poncho e meu irmão, e isso já me bastava.