Fanfic: Amigos, amigos. Amantes a parte? | Tema: AyA

-Possivelmente isto vá ser tão difícil como acreditávamos.

Annie seguiu sentada enquanto Poncho dava a volta à caminhonete e abria a porta, embora esperar que ele se fizesse cargo das coisas não era seu estilo. Mas se isso o fazia sentir-se mais romântico obedeceria.

Poncho lhe deu a mão.

-Levarei primeiro a manta e voltarei para por você.

-Posso levar a manta.

-Annie...

-Okay, cavalheiro, mas isto é uma tolice. Poderíamos fazer uma só viagem.

-Sim, se procurássemos eficácia, mas eu procuro um efeito diferente.

Poncho foi até a parte traseira, abriu a portinhola e subiu.

Annie escutou como colocava a manta. Um par de anos atrás, tinha instalado um colchonete ali e ela se perguntou se teria a ver com sua vida amorosa. Agora estava bastante segura de que sim.

Poncho saltou e voltou para seu lado.

-Posso pôr meu delicado pé no chão?

-Ainda não. Te tiraram nos braços alguma vez de uma caminhonete?

-Depois dos meus seis anos não. Assim que soube fazê-lo por minha conta, parecia uma completa tolice já que... Uau! -exclamou quando ele a levantou pela cintura.

De forma instintiva, Annie lhe rodeou o pescoço com os braços e ele a deixou acomodar-se com um movimento sensual e lento. O calor a assaltou ao sentir a fricção de seu corpo contra o dela como uma sensual carícia. Ao final, seus pés descansaram no chão e lançou um suspiro.

Poncho a manteve abraçada e baixou a vista para ela.

-Pareceu tolo?

Completamente absorta pela experiência de ter estado abraçada a ele de forma tão íntima, Annie sacudiu a cabeça.

-Acha que esta pronta para um beijo?

-Não sei.

 -vamos tentar .

Atraindo-a com um braço pela cintura, apartou-lhe o cabelo com suavidade do rosto com a outra mão.

Ela já tinha visto aquela parte tensa dele, principalmente com os animais ou quando ela se sentia mal. Mas essa carícia sensual não ia destinada a tranqüilizá-la, a não ser a excitá-la. E estava conseguindo de forma admirável. Estava tremendo tanto, que se perguntou se conseguiria manter-se em pé.

 -Está nervosa.

 -Sim.

 Poncho seguiu lhe acariciando o cabelo antes de lhe desenhar os contornos do rosto com a ponta do dedo para acabar em sua boca, que desenhou com grande cuidado.

 Annie elevou a vista para ele para tentar ver sua expressão na luz do crepúsculo.

 Poncho lhe abrangeu a bochecha.

 -A última vez que te toquei assim, estava te pondo uma pedra de gelo no olho, onde tinha te acertado a bola de beisebol.

 Annie logo podia distinguir seu sorriso na penumbra.

 -Não me tocou assim -murmurou.

 -claro que sim!

 Poncho deslizou a mão até seu queixo e a atraiu mais para si.

 -Não, foi mais áspero. Estava zangado comigo. 

 -Não, estava zangado comigo mesmo. Eu fui o que atirou essa bola.

 -E eu a que a rebati.

 -Hum. Sua boca fica muito sexy quando diz "rebati".

 -Se nem sequer pode ver minha boca.

 -Sim posso. Fica um pouco de luz e por isso te inclinei a cabeça. Para poder ver sua boca. Diga de novo.

O desejo a assaltou.

 -Está louco.

 -Sim - atraiu-a ainda mais- Diga para mim, Annie.

 -Rebati.

 -Outra vez.

 -Rebati.

 Seus lábios roçaram os dela e nesse instante, Annie soube que o mundo que tinha conhecido tinha deixado de existir. Porque agora estava beijando de verdade Poncho e nada voltaria a ser o mesmo.

Any tinha sido a fruta proibida tanto tempo que quando Poncho posou os lábios sobre os dela, quase esperava que um relâmpago rasgasse o céu. Em vez disso, seus lábios aveludados o receberam de uma forma tão completa, que o jogou para atrás com o coração desbocado. Maldição, aquilo era muito bom. Muito bom. Um homem poderia perder-se com um beijo assim.

-Poncho? -sussurrou ela- Passa algo?

Com um gemido, ele voltou para sua boca concentrando-se no beijo e ao diabo com as conseqüências. Mas tinha a inquietante sensação de que aquilo lhe custaria mais do que nunca tivesse imaginado.

Porque sua boca encaixou na dele à perfeição. Não teve que pensar em que estava beijando a Annie, porque foi tão singelo como respirar. Ela se abriu a ele como se o tivessem estado fazendo durante anos. E ele aceitou seu convite sem vacilar, saboreando seu sabor, seu calor e seu desejo.

A alegria o embargou quando ela respondeu apertando-se mais contra ele e gemendo com suavidade enquanto fazia amor a seus lábios. Poncho pensou nos anos que tinha perdido. Mas a tinha ali, agora, viva e cálida em seus braços e disposta...

Muito disposta. Quando se amoldou contra ele, Poncho pôde sentir seus mamilos, eretos e excitados, contra seu peito. Sua própria ereção lhe esticava as calças. Se não parava, violaria os termos do acordo dessa noite e lhe faria o amor ali mesmo no chão do deserto.

Com grande esforço, apartou-se com a respiração ofegante. O sol já tinha cansado e logo não poderia ver a cara de Annie. Teria gostado de poder ver o desejo desenhado em seu rosto, mas provavelmente fosse melhor assim.

-Eu... gostei disso -sussurrou ela com a respiração tão ofegante como a dele. 

-Sim - cariciou-lhe as costas enquanto as cigarras começavam seu canto- Eu também.

Any enroscou os braços ao redor de seu pescoço e se apoiou contra ele.

-Está excitado de novo! Noto em sua voz.

 -Qualquer homem se excitaria se a beijasse assim.

 -fui muito... desinibida? - Perguntou ela preocupada

 -Deus, não. Você estava incrível.

 -Perguntei isso porque normalmente não me excito tanto...

 Poncho adorou ouvir aquilo.

 -De verdade?

 -Não estou acostumada a acontecer à primeira vez que beijo a alguém. Você é... hum... muito bom neste assunto de beijar. Suponho que a prática o que te dá a técnica.

 -Isso não foi técnica - adorava deslizar os dedos por seu cabelo- foi... não sei. Inspiração, suponho.

 -Ah... -exclamou ela com satisfação.

 Poncho começou a desejar beijá-la de novo e, embora sabia que não chegariam até o final, seu entusiasmo pelo seguinte passo não decaiu.

-Pronta para subir à parte traseira?

 -Estive pensando. Tem certeza de que deveria?

Poncho deu uma gargalhada.

-Acredito que isso já discutimos. Não, provavelmente não deveria, mas o farei de todas formas, porque segue sendo a melhor solução.

 -Não, quero dizer por como reagiu ao me beijar. Pensando que não está acostumado a ficar com uma mulher e não chegar até o final. Pode acabar frustrado.

Ele sorriu.

 -E você também. Disso se trata. De que a excitação aumente até que realmente esteja pronta para isso. Ou prefere se sacrificar por mim?

 -Sim. Não temos por que parar se for se sentir... muito incômodo.

 Oh, Deus! O paraíso a seu alcance e estava despreparado. Inspirou com força.

-Bom, por muito que você deseje fazer o grande sacrifício por mim esta noite, não fará. Não trouxe camisinha.

 -Não?

-O que você acha, que sempre tenho? se por acaso tiver sorte?

 -Nem sequer no porta-luvas?

 -Está de brincadeira? Você sabe que minha mãe está acostumada a usar a caminhonete e que leva multas de vez em quando. Imagino o que pensaria encontrando um preservativo quando colocasse a mão no porta-luvas para procurar a documentação.

 Any elevou a vista para ele.

 -Sabe? Me alegro de saber que não os leva o todo o tempo.

-Você me vê como uma máquina sexual ou algo assim?

 -Não exatamente, mas todo mundo pensava que tinha instalado esse colchonete na parte traseira faz dois anos para poder se divertir com suas namoradas.

Poncho lançou um suspiro de exasperação.

 -Pus esse colchonete na parte traseira porque minha mãe começou a restaurar móveis antigos e não queria que se arranhassem.

 -Não era para fazer amor?

 -Não.

 -Ou seja que nunca...?

 -Eu não disse isso. E esta discussão está acabada.

 -Ou seja que não quer voltar a falar de sua vida amorosa mais.

 -Não.

 Elevou-a então nos braços antes de lhe dar tempo a dizer mais nada. É obvio que tinha feito amor ali, mas não queria falar nesse momento disso. De fato, não queria falar ou pensar em outra mulher com as que tivesse saido. Não tinham sido as adequadas para ele, mas não soube até uns momentos antes... quando beijou Annie.