Fanfic: Amigos, amigos. Amantes a parte? | Tema: AyA

Na tarde seguinte, enquanto Annie tirava as bolsas que trazia de Phoenix, sua vizinha Hazel Nedbetter chegou correndo com um vaso de uma floricultura cheio de margaridas. Annie escondeu com rapidez sob o assento a bolsa de uma conhecida loja de lingerie.

-Guardei elas na minha casa para que não murchassem.
-Muito obrigada, Hazel.
Annie olhou as flores amarelas e brancas que só podiam vir de uma pessoa.
-Nem sequer são da loja do Copperville. Vieram de uma grande floricultura de Phoenix. Pode imaginar? O preço do transporte deve ter sido uma barbaridade.
-Aha.
Ao menos Poncho tinha tomado algumas precauções, pensou Annie. Estava encantada de que lhe tivesse mandado flores, mas agora teria que procurar uma desculpa para contar a Hazel. A mulher não pararia até saber algo.
-Deve fazer quarenta graus aqui no sol -disse para ganhar tempo- Vamos para a sombra.
Deixou o vaso no corrimão do alpendre e se voltou para Hazel com a primeira mentira que lhe ocorreu.
-Devem ser de minha nova diretora do colégio de Nova Iorque.
-De verdade? Que detalhe! Não acredito que ao senhor Grimes lhe ocorresse mandar flores a uma nova empregada. As coisas devem ser muito diferentes em Nova Iorque.
Hazel olhou o cartão com vontades de que Annie o abrisse. O envelope não estava fechado, mas Annie não achava que sua vizinha o tivesse lido.
Resolvida a convencê-la; tirou o cartão do envelope. Por sorte, Poncho tinha sido cauteloso. O misterioso cartão só dizia:
Desejo-te o melhor ao explorar novos mundos. P.
Annie sabia a que mundos se referia Poncho, todos relacionados com a cama que estava a ponto de decorar.
-Sim, é de minha diretora - disse enquanto a mostrava.
-Que amável te enviar um ramo assim! Embora tivesse pensado que as rosas ou os cravos seriam mais apropriados.
-A minha diretora gosta das margaridas. Hazel assentiu.
-Foi às compras?
-Sim, comprei algumas coisas para a viagem.
E seria uma viagem curiosa considerando o que tinha comprado esse dia. Pensou que poncho  ficaria encantado. Possivelmente mais que encantado. Queria que lhe desse água na boca.

-Quando Lionel pensa pôr o pôster de aluguel no jardim?
-Não acredito que o faça até dentro de um mês. Mas é muito seletivo com inquilinos, assim que não se preocupe. Terão bons vizinhos.
-Suponho, mas sentirei sua falta de todas formas.
-Eu também, Hazel.
Annie ergueu o cabelo da nuca. Mesmo à sombra do alpendre fazia bastante calor, mas se convidava Hazel para entrar, poderia demorar horas em ir embora. Era uma mulher encantadora e em qualquer outro momento não teria se importado, mas estava ansiosa por colocar suas compras pra dentro antes de que alguém se fixasse na bolsa da lingerie ou dos lençóis de cetim.
-Sua mãe vai ficar seca de chorar quando você for embora.
-Eu sei. Com certeza eu também chorarei. Mas tenho que abrir as asas, Hazel. É minha oportunidade.
-E seus irmãos. Embora tentem aparentar que não os afeta, lhe vão sentir muito sua falta. E esse menino, Poncho Herrera vai sentir uma falta enorme de você. Por certo, vi-lhes chegar juntos ontem à noite. E achei estanho, porque Mabel Bellweather me disse que você se sentiu mal no Nugget.
Annie começou a se perguntar se Poncho e ela teriam alguma oportunidade de guardar seu segredo.
-Me senti mau, mas assim que saí me senti melhor e fomos dar uma volta de carro. Poncho queria me falar de um novo programa de cria que está começando com seu pai. foram procurar algumas coisas em Flagstaff este fim de semana. Sabia que estavam em Flagstaff?
Hazel assentiu.
-Isso tinha ouvido. Norah queria ver algumas antiguidades ali.
-Exato -Annie decidiu preparar Hazel para o seguinte passo do Poncho. - Eu o fiz prometer que passaria por minha casa assim que chegasse da viagem, assim verá sua caminhonete assim que voltem.
-Vão se ver? Vocês dois sempre foram unha e carne e sempre se contaram tudo. Pra quem vai contar suas coisas quando estiver em Nova Iorque?