Fanfic: Amigos, amigos. Amantes a parte? | Tema: AyA

Tal e como tinha esperado, a porta não estava a fechada. Entrou com o peito comprimido do esforço por respirar com normalidade e tropeçou com uma margarida. Um caminho delas ia do saguão por todo o corredor. Não tinha dúvida de onde acabaria aquele atalho. deu-se a volta e fechou com chave.

Posou devagar a geladeira e o chapéu na mesinha do salão, abriu a geladeira e tirou a cadeia de margaridas e o vinho. Esquivando as margaridas se foi à cozinha a abrir a garrafa. Se não o fazia agora, duvidava poder fazê-lo mais tarde. Com a cadeia de margaridas metida em um braço, a garrafa em uma mão e duas taças na outra, seguiu o caminho de margaridas.

preparou-se a si mesmo para uma tentadora imagem de Annie tendida na cama e com pouca roupa, mas a cena que ela tinha criado o deixou sem fôlego. O sangue o martelou nas têmporas ao contemplar a fantasia de todo homem: uma virgem encerrada em um bordel.

Umas cortinas de veludo vermelho e as lâmpadas vermelhas davam ao ambiente um ar de pecaminoso prazer. Suas luvas de pele esperavam em uma mesinha e na outra uma bandeja de comida que poderia ter sido tirada de uma orgia romana: cerejas, pêssegos aveludados, aspargos gelados e cachos de uvas amadurecidas.

Fora pela fruta ou por alguma fragrância exótica que Annie tivesse acrescentado, a habitação já cheirava a sexo e uma suave música de fundo soava no estéreo. Tinha colocado espelhos emoldurados com lenços em distintos ângulos e todos refletiam a peça central do quarto, uma cama coberta de virginal cetim branco com uma montanha de almofadas de cetim de todas as formas e tamanhos.

Reclinada sobre aquele ninho havia uma mulher a que Poncho logo que reconheceu. Embora as diminutas tiras de cetim branco que cobriam seus seios parecessem inexistentes, conseguiam ressaltar seu decote, onde a pérola descansava em seu suave vale. Deslizou o olhar para as cintas liga e a calcinha, que definiam sua feminilidade em formas que ele nem sequer teria imaginado possíveis. As cintas sujeitavam umas meias brancas com pérolas e encaixe na borda. O último que assimilou foi que Annie, uma mulher que sempre usava sapatos de esporte ou botas bem usadas, tinha umas sandálias brancas de salto alto.

Annie esboçou um lento sorriso.

-Em que está pensando?

-Eu não ... –tragou saliva- Não acredito que isto se trate de pensar.

-Certo –olhou para um ponto exato de seu jeans -. Mas consegui a reação que queria. Quer... tirar essa roupa? Parece um pouco... apertada.

-Hum, Sim.

Baixou a vista e viu que ainda levava a garrafa, as taças e as margaridas, mas tinha o cérebro tão inchado, que não sabia onde colocar isso. Já era um milagre que não tivesse derramado o vinho no carpete.

Annie estendeu os dois braços.

-Eu seguro a garrafa e as margaridas. Posso servir o vinho se quiser enquanto você se livra da roupa.

Poncho a olhou com os dois braços estendidos e teve o impulso de atirar tudo o que levava nas mãos e unir-se a ela imediatamente naquela tentadora cama. Gemeu com suavidade e agitou a cabeça para se concentrar. Necessitava até o último ápice de controle de que dispusera para conseguir a lenta sedução que tinha planejado.

-Te passa algo? -perguntou ela.

-Só que você me deixa sem fôlego e estou fazendo um esforço por me recuperar.

-De verdade que fiz isso?

-Sim, de verdade -passou-lhe a garrafa e os copos e quando os posou ao lado da bandeja, deu-lhe a coroa de margaridas-.