Fanfic: ♥ Trust Me ♥ FINALIZADA | Tema: Anahi e Alfonso

Dulce encarou o pôr do sol sentada sobre as pedras ao lado de Anahí.

- É linda a vista.

Any: Sim... É um dos motivos de não querer sair daqui, amo a cidade, a vista, as praias, posso trabalhar no que eu amo...

Dulce: Você tem uma vida incrível Any.

Any: Não, não tenho... Ainda falta algumas coisas pra ser 100% incrível e perfeita.

Dulce: Tipo o que?

Anahí não gostava de falar sobre assuntos que a aborreciam ou a deixavam triste, mas acabara de conhecer Dulce e talvez se ela se abrisse com ela, Dulce retribuiria.

- Meu pai e... O seu irmão!... Mas há outras coisas, não sei se reparou, mas eu e minha mãe não nos damos bem, o relacionamento piorou depois da morte do meu pai, pra ela eu só quero chamar a atenção.

Dulce: Que engraçado minha mãe diz a mesma coisa de mim. - respondeu com desgosto.

Any: Você não parece do tipo que gosta de chamar a atenção.

Dulce: É que tem uma coisa sobre mim que vc não sabe e talvez se eu te contar pense igual minha mãe.

Any: Eu duvido, mas se quiser testar e me contar o que houve...

Dulce encarou Anahí, depois do piano e do aquário sentia que podia confiar em Anahí, ela não parecia ser do tipo que saia julgando.

- Eu tentei me matar!

Any: Ta falando de suicídio?

Dulce: Sim, tentei me matar duas vezes... Da primeira eu tomei um vidro inteiro de calmantes e na segunda... - afastou a blusa e soltou um dos curativos. - Cortei os pulsos.

Any se assustou ao ver que eles ainda continham os pontos e estavam vermelhos.

- Há quanto tempo foi isso?!

Dulce: Uma semana... Fiquei dois dias em observação no hospital antes de ir pra casa, pelo menos já estava acostumada com o surto de todos e com os sermões. - revirou os olhos.

Any: E... Por que vc quis se matar?

Dulce: Deve ta me achando uma ridicula né? A garota que tem tudo, uma bela casa, inteligente, que passou em primeiro lugar no curso de Moda, que tinha amigos, era popular, cheia de admiradores, morando em uma cidade linda e vindo de outra incrível e que do nada pra chamar a atenção abandonou faculdade, amigos, largou tudo quase levando os pais e o irmão à loucura.

Any: Não eu só to tentando entender porque vc acha que ta num beco sem saída.

Dulce abaixou a cabeça e mordeu o lábio com força, não queria chorar de novo.

- Ninguém acaba com a própria vida pra chamar atenção... Alguma coisa muito séria te aconteceu pra vc achar que não tem solução, que o único jeito de escapar disso é se matando.

Dulce respirou fundo não conseguindo evitar as lágrimas.

Any: Essa dor que vc ta sentindo, não vai passar tão cedo, tenho certeza que vc ta sentindo como se um buraco tivesse sido aberto dentro de vc e foi esse buraco quem mudou vc, que te fez abandonar tudo... Eu não sei o que causou esse buraco, mas da pra ver que é algo que no mínimo te machuca muito e que vc não ta pronta pra falar e eu entendo isso.

Dulce: Entende?

Any: É claro... Você disse que eu tenho uma vida incrível, mas é longe de ser... Por dentro eu sofro com a morte do meu pai, eu me culpo pelo que houve, por não poder ter feito nada.

Dulce: Mas assaltaram sua casa quando vc não estava, o que podia fazer?

Any: Não sei! - deu de ombros. - Mas não é só meu pai, acha que eu não tenho medo do seu irmão nunca olhar pra mim? Acha que eu não sinto nada vendo-o de mãos dadas com aquela senhorona? Que eu não chorei várias vezes às escondidas, quando ele me dizia que éramos só amigos e dois minutos depois beijava outra numa festa?... Eu provoco, eu fico em cima, eu o beijo quando me da vontade, pra tê-lo perto de mim de algum jeito e como até hoje ele não me desprezou seriamente eu sinto que alguma coisa ele sente só não assume...É uma idéia que me faz ter esperanças e continuar investindo nele...Do contrário eu já teria caído fora. - deu de ombros.

Dulce: Não sabia que gostava tanto dele?

Any: Acho que nem eu sabia, até ele mudar de cidade e eu saber que não o veria todos os dias e não saberia o que estava fazendo... Mas o que quero dizer é que às vezes a gente sofre escondido, não deixa os outros ver e vc ta sofrendo às escondidas, mas vc não ta sozinha, pra começar tem seus pais e seu irmão que te adoram... Acho que o Poncho entraria na frente de um carro por vc e eu sei pelo tanto que ele já falou bem de vc... E agora aqui vc tem a gente, tem a mim e vc pode confiar em mim pelo menos... A gente pode se ajudar, as meninas podem te por pra cima como já fizeram comigo e eu com elas... Então aos poucos esse buraco vai diminuindo, não desaparece, mas diminui e vc consegue lidar com os problemas e não se sente perdida no escuro entendeu?

Dulce: Sim... E eu agradeço a confiança, ter ser aberto pra mim, mas eu ainda não to pronta pra falar.

Any: Eu entendo e te respeito e pra mim vc não esta louca, nem é irresponsável ao contrário, é uma garota incrível. - sorriu.

Dulce: Obrigada Any! - sorriu apertando sua mão. - E quer saber prefiro vc como cunhada do que a Flávia.

Any: Você sabe como animar uma garota viu? - sorriu e as duas acabaram rindo.

Ucker sorriu e se acomodou melhor no sofá.

- Jura que não se importa se eu convidar sua irmã pra sair comigo amanhã?!

Poncho: Não porque eu confio em vc... Sabe que eu te mato se a machucar né?

Ucker: Sim, mas não vou fazer isso com a irmã do meu melhor amigo.

Poncho: Ótimo, se ela aceitar podem ir. - deu de ombros.

Ucker: Valeu, cara. - sorriu.

A porta se abriu e Dulce entrou, imediatamente os dois se levantaram.

Poncho: E ai Dulce, foi bom o passeio?!

Dulce: Sim... As meninas estão combinando de irmos ao cinema umas oito horas, vcs vão?

Ucker: Tava falando disso com ele, vai todo mundo. - sorriu.

Dulce: Beleza, eu vou subir pra tomar um banho e me arrumar e a Flávia?!

Poncho: Saiu mais cedo, ainda não apareceu. - respondeu dando de ombros. - A gente discutiu.

Dulce: Claro... Bom com licença, depois conversamos. - sorriu e subiu as escadas.

Ucker: Antes do cinema vou perguntar pra ela se topa sair comigo amanhã.

Poncho: Boa sorte. - sorriu.