Fanfic: ♥ Diário de dois apaixonados ♥ | Tema: AyA

México...

Fernanda aproveitou que não tinha pacientes logo no começo da manhã e abriu o diário de Anahí retomando a leitura de onde parara....

Enquanto Alfonso conversava com o mecânico eu abri a mochila e tirei meu caderno começando a desenhar. Fiz o contorno da rua, das casas, tentando deixar o mais parecido possível.

- Belo desenho!

Me virei assustada e encarei Alfonso.

- É só uma distração... Como esta a moto?

Alfonso: Foi pior do que imaginei. - suspirou sentando do meu lado. - Vai levar três horas pra ficar pronta, acho melhor dormirmos no hotel aqui perto e amanhã cedo a gente continua, em 02 horas estaremos em Cancun.

Any: Ta tudo bem, a gente fica e dorme por aqui. - assenti sorrindo e ele sorriu de volta disparando meu coração.

Alfonso: Então vc curte desenhar. - avaliou meu desenho.

Any: Fazendo arquitetura acaba fazendo parte, mas sempre gostei de desenhar, acabei fazendo um curso, mas não é nada demais, eu faço pra me distrair. - sorri envergonhada.

Alfonso: Posso ver?

Assenti sem graça e entreguei o caderno pra ele, Alfonso folheou prestando atenção nos meus “rabiscos”.

- São muito bons... De verdade. - me encarou e vi que estava sendo sincero.

Any: Obrigada... Meu preferido é esse. - puxei uma folha e mostrei pra ele.

Era um desenho de um retrato meu com Christian.

Alfonso: Esse é seu irmão?

Any: Sim, eu fiz esse desenho com base numa foto que batemos no aniversário dele, coincidentemente foi a ultima foto que tiramos antes... Dele ser expulso de casa. - mordi o lábio e Alfonso me encarou com atenção. - Era uma de suas fotos preferida e eu prometi fazer um desenho dela e mandar pra ele, dei sorte porque meu pai sumiu com todas as fotos dele uns dias depois deu ter feito o desenho.

Alfonso: Logo vc vai ta com ele Any... Eu prometo!

Any: Obrigada Poncho... Não sei se eu conseguiria chegar a Cancun sem a sua ajuda. - sorri o encarando.

Alfonso sorriu me encarando e eu o olhei de volta. Era difícil, mas eu tinha que me acostumar com a idéia de que quando chegasse a Cancun teria que me despedir dele. Abaixei a cabeça e fiquei de pé.

Alfonso: Algum problema?

Any: É melhor a gente ir, se não vai ficar tarde né? - inventei.

Alfonso assentiu e me estendeu o caderno de volta, eu o peguei e o guardei na bolsa agradecendo. Alfonso se afastou pra pegar o recibo com o dono da oficina e aproveitei pra deixar algumas lágrimas escorrerem pelo meu rosto. Talvez fosse melhor eu nunca tê-lo encontrado, além dele não ser pra mim, ele nunca ficaria em Cancun, nem pela família, menos ainda por mim.

Chegamos ao hotel 20 minutos depois, jantamos e Alfonso me deixou tomar banho primeiro e ele foi logo em seguida. Deitada na cama eu peguei o caderno e comecei a desenhar o rosto dele, com todos os detalhes que me lembrava. Acabei antes que ele saísse do banho e encarei o desenho. Perfeito.

Aquele rosto desenhado seria a única que eu teria dele, em menos de 12 horas eu estaria com meu irmão e nunca mais veria Alfonso de novo. A porta do banheiro se abriu e com o susto escondi o desenho embaixo do travesseiro. Atenta encarei Alfonso arrumar suas coisas pra dormir no chão.

- Por que vc não dorme aqui na cama comigo?

Alfonso: É melhor não.

Any: Mas vc teve um dia cansativo, deve estar exausto... Eu não vou me importar se vc dormir aqui... Mas se te incomoda eu fico no chão hoje então. - dei de ombros.

Alfonso: Nada disso... Você venceu teimosa, eu durmo ai na cama com vc.

Sorri mordendo o lábio e abri espaço pra ele. Alfonso vestiu uma camisa, o que me decepcionou e deitou na cama de frente pra mim. Meu coração disparava só por ele estar perto, então não queria nem imaginar o que aconteceria se ele me beijasse, se bem que eu adoraria provar a sensação.

Alfonso: Não esta com sono?

Any: Um pouco e vc?

Alfonso: Um pouco... Acho melhor a gente dormir né?

Any: Uhum! - assenti o olhando nos olhos.

Alfonso: Boa noite então Any. - sorriu.

Num ato que me surpreendeu Poncho puxou minha mão depositando um beijo, minha vontade foi de retribuir beijando-o na boca, mas minha reação foi parar de respirar enquanto meu rosto pegava fogo.

- Boa noite... Poncho!

Alfonso: Obrigado pela companhia.

Any: Eu que agradeço, a companhia e a ajuda. - respondi.

Alfonso sorriu e de repente pareceu exausto, ainda segurando a minha mão ele fechou os olhos. Fiquei encarando-o até perceber que ele caíra no sono, aproximei minha mão livre do rosto dele e acariciei seus cabelos, eles eram macios e sedosos como eu imaginara. Sem me conter acariciei seu rosto sentindo a textura da sua barba me arrepiar. Alfonso mexeu rosto me assustando, mas continuou dormindo. Fiquei encarando-o desfrutando da sensação da sua mão segurando a minha sabendo que nunca mais esqueceria aquela noite.