Fanfic: ♥ Diário de dois apaixonados ♥ | Tema: AyA

Eu estava lendo no quarto quando ouvi os gritos do meu pai e do meu irmão, o que me assustou foram os palavrões que eu ouvi e palavras como mariquinha e bicha.

Desci as escadas correndo e encontrei Chris e outro rapaz em pé ao lado do sofá e meu pai furioso, com sua maleta largada no chão, minha mãe ao lado dele estava chocada.

- O que esta havendo aqui?

Enrique: Seu irmão é um baitola. - esbravejou. - Entrei aqui e ele estava aos beijos com esse moleque.

Christian: Não fala assim dele! - gritou.

Encarei Chris e o rapaz ao seu lado assustada.

- É ele? - sussurrei e Chris assentiu com os olhos marejados, o rapaz me encarou como se pedisse desculpas.

Enrique: Você sabia! - acusou e veio pra cima de mim furioso.

Dei dois passos pra trás e Christian se meteu entre a gente.

- Não seja covarde de bater na minha irmã... Eu sou gay sim e se isso te envergonha, não envergonha a mim e que bom que vc me viu com ele assim não preciso mais guardar esse segredo.

Enrique: Eu não criei vc pra ser viado! - gritou.

Marichello: Filho, por favor, isso não é verdade né?... Você não é gay!

Christian: Eu sempre fui mãe e to cansado de guardar esse segredo, eu e o Thomas nos amamos. - se aproximou do rapaz e segurou sua mão.

Enrique: Você vai virar homem Christian, nem que seja à força.

Meu pai se aproximou de Christian e lhe deu um murro derrubando-o no chão, minha mãe começou a chorar, eu gritei e junto com Thomas tentei tirar meu pai de cima de Christian que implorava pra que ele parasse.

Christian: Para pai, por favor, vc tem que me aceitar como eu sou. - gritava enquanto tentava se desviar dos golpes.

Enrique: Eu não tenho filho viado. - gritou.

Meu pai nos empurrou e tirou o cinto batendo em Christian, eu agarrei o braço do meu pai tentando pará-lo, mas ele me empurrou com tanta força que cai em cima da mesinha batendo a cabeça e me cortando. Minha mãe me segurou quando me levantei disposta a ir pra cima do meu pai.

Marichello: Para com isso Enrique pelo amor de Deus, ele é seu filho!

Enrique se afastou cansado e cheio de decepção encarou Christian e Thomas que o ajudava a ficar de pé.

- Você vai largar esse rapaz.

Christian: Não...

Enrique: Foi por causa daquela maldita banda né? É de lá que vc o conhece? Amaldiçoada seja a hora que eu concordei que vc tocasse naquela bandinha de garagem.

Christian: Foi na banda sim e não me arrependo, se não fosse com ele seria com outro.

Enrique: Você vai largar a banda e esse... Muleque! - encarou Thomas enojado.

Christian: Não! - rebateu firme e naquele momento eu sabia que tudo ia acabar mal.

Enrique: Então vc esta morto pra mim de agora em diante, se vai ficar com esse rapaz, vc não é mais meu filho... Ponha-se daqui pra fora.

Any: O que? - sussurrei apavorada.

Marichello: Enrique, por favor.

Chris: Pai não...

Enrique: Não me chama de pai! - gritou. - Você fez sua escolha Christian, ponha-se daqui pra fora.

Encarei meu irmão apavorada. Christian respirou fundo contendo as lágrimas.

- Vai se arrepender disso Henrique Puente Portillo. - respondeu com toda a calma antes de dar as costas indo pro quarto.

Any: Não! - sussurrei e fui atrás dele.

Minha mãe veio atrás implorando que Christian não fosse embora e ouvi meu gritar que deveríamos deixar ele ir. Subimos todos pro quarto e Chris começou a fazer as malas.

- Meu filho, por favor, releve o que seu pai disse, ele esta nervoso...

Christian: Ele nunca vai me aceitar, escutou ele, me prefere morto a me ver feliz... É UM TROGLODITA DESGRAÇADO! - gritou cheio de raiva começando a chorar.

Marichello: Eu vou falar com seu pai, ele vai aceitar vc. - respondeu e saiu apressada.

Any: Chris... Fica! - implorei e o abracei com força.

Christian: Eu não posso, sabe disso... Mas olha pra mim! - segurou meu rosto enxugando as lágrimas. - Vou te ligar todos os dias e assim que eu tiver um endereço fixo eu te aviso e vc e a mãe podem ir me visitar... Você pode me pedir o que quiser, menos pra ficar nessa casa.
Eu o abracei de novo sabendo que não poderia pedir que ficasse. Quando consegui me afastar encarei Thomas e num impulso o abracei com força também.

- Jura... Que cuida bem dele?

Thomas: Eu prometo. - sorriu acariciando meus cabelos. - Apesar de tudo foi um prazer conhecer vc, agora entendo porque o Chris te ama tanto.

Apesar de tudo aquilo me fez sorrir e mesmo não conseguindo acreditar que aquilo era verdade eu ajudei meu irmão a fazer as malas e dez minutos depois, nós três descemos.

Minha mãe abraçou Christian e ele retribuiu tentando conter as lágrimas, meu pai fingiu não se importar e acompanhamos meu irmão até a porta. A única gentileza do Enrique foi chamar um táxi. Mais uma vez abracei meu irmão e quando ele e Thomas entraram no carro e partiram eu quis gritar e ir com eles.

Minha mãe bateu a porta de casa e eu fui direto pro quarto, mas parei quando Enrique me chamou.

- Você esta proibida de falar com seu irmão e de ver aqueles amigos outra vez, era só o que me faltava vc virar lésbica.

Pela primeira vez na vida eu me virei pro meu pai, enxuguei meu rosto e o encarei com tanto ódio que até eu, além deles, se assustou.

- Vai se ferrar! - foi minha resposta curta e grossa antes de subir pro quarto, bater a porta e chorar a noite toda.