Fanfic: ♥ Diário de dois apaixonados ♥ | Tema: AyA

Eu não coloquei muita coisa na mochila apenas o essencial com peso suficiente que eu suportasse carregar, ainda mais se precisasse correr. Coloquei todas as cartas de Chris na mochila, não queria que meu pai tivesse pistas e fosse atrás de mim e isso levasse a um reencontro com meu irmão, não que eu achasse que meu pai fosse atrás de mim. E pelo que Chris havia me escrito nas cartas ele ainda sentia saudades de casa e sofria longe de todo mundo.

Apenas uma pessoa sabia pra onde eu estava indo, Gabriel, o único amigo com quem eu ainda podia contar, foi ele a ponte entre eu, Chris e nossas correspondências.

Depois de arrumar tudo, eu desci as escadas de meias levando meu par de tênis nas mãos, com todo cuidado pra não ser descoberta. Abri a porta de casa e quando pisei na calçada sai correndo me sentindo livre, a sensação era de que Chris estava me esperando na próxima esquina.

Próximo do centro entrei em um daqueles caixas eletrônicos 24horas. Suspirei ao ver os 06 mil pesos na minha conta bancária, dinheiro que eu andava juntando há 03 anos pra uma possível viajem ao exterior junto com Chris quando me formasse em Arquitetura, meu atual fracassado curso.

Decidida saquei todo o dinheiro, evitando assim usar meu cartão e dando chance ao meu pai de descobrir onde eu estava. Peguei todo o dinheiro e coloquei num envelope pardo escondendo de volta na mochila.

Com medo de ser pegar atravessei a rua às pressas sem olhar pro lado, uma luz me cegou e assustada achando que fosse alguém atrás de mim, tropecei e cai no chão. A Kawasaki Ninja Azul freou em cima de mim e o motoqueiro desceu. Ofeguei crente que ele iria querer me assaltar ou então de que fosse algum conhecido que me arrastasse de volta praquele inferno de casa.

O motoqueiro se aproximou e comecei a ofegar nervosa, minha vontade era sair correndo, mas e se ele estivesse armado? Tudo bem que pela moto que ele dirigia ele teria que ter grana, mas e se ela fosse roubada?

O motoqueiro tirou o capacete e reparei que ele tinha cabelos negros, barba e um rosto bonito, muito bonito. Pra falar a verdade ele era bonito demais pra ser um assaltante e graças a Deus não era um conhecido, ou talvez devesse ser, afinal caras lindos como ele era difícil de encontrar aos montes. Estava começando a achar que estava com sorte, ele era alto e forte. Ele se abaixou ficando bem perto de mim e consegui sentir um perfume forte e muito gostoso e os olhos dele, que olhos verdes lindos. Definitivamente ele podia ser tudo, menos um assaltante.

- Você ta bem moça?

Caramba, até a voz dele era linda, forte, máscula e com uma mistura de rudez e gentileza.

- To! - respondi conseguindo sair do transe.

Ele estendeu a mão e num impulso a peguei, afinal, ele não estava agindo como um assaltante. Ainda.

- O que ta fazendo na rua há essas horas moça? Sabia que é muito perigoso?

Abri a boca sem conseguir responder, a melhor coisa era eu despistá-lo e ir embora.

- Você me assustou. - desconversei.

- Não devia atravessar a rua sem olhar e nessa escuridão vc teve sorte deu ter conseguido frear a tempo mesmo estando distraído.

Any: Desculpe! - disparei envergonhada.

- Tudo bem, mas pra onde vc tava indo, olha essas ruas são perigosas, sabia que vc podia ser assaltada?

Any: É eu sei, mas já to indo embora, boa noite e obrigada pela gentileza. - segurei a alça da mochila no ombro e sai andando passando pela moto dele.

- Moça acho melhor vc tomar cuidado, não seria melhor ligar pra alguém vir encontrar vc?

Eu me virei pra encará-lo surpresa com a preocupação, havia meses que ninguém, exceto, Gabriel se importava comigo. Quando abri a boca pra falar tudo sumiu da minha cabeça ao ver a placa da moto.

- Você é de Cancun?

- Sou, por quê?

Vocês podem dizer que é coincidência demais, ou o destino, mas aquele cara - lindo por sinal - estava parado na minha frente e morava na mesma cidade que meu irmão, isso foi suficiente pra fazer o que fiz.

- Porque estou indo pra lá... Você podia me levar!

- O que? - estreitou as sobrancelhas e me olhou como se eu fosse louca, seria que estava parecendo louca?

Any: Certamente vc esta voltando pra Cancun né? - sorri.

- Não, eu estou indo pra Cozumel.

Any: E se eu te pagar pra me levar à Cancun? Eu não sei chegar lá, na verdade nunca sai da capital sozinha, não faço idéia de como chegar lá e não tenho dinheiro suficiente pra uma passagem de avião, sem contar que... Viajar de avião me criaria problemas. - suspirei e o encarei querendo que ficasse com dó de mim.

- Moça tem noção do que ta dizendo? A gente nem se conhece e vc quer que eu te de uma carona?

- Anahí Portilla, prazer! - estendi a mão e ele ficou parado me olhando sem reação. - Sabe vc devia apertar a minha mão e dizer seu nome. - reclamei.

Ele suspirou revirando os olhos e apertou minha mão.

- Alfonso Herrera!

Any: Belo nome. - sorri sendo sincera. - Então Alfonso, será que vc não pode me dar uma carona pra Cancun?

Alfonso: Eu estou indo pra Cozumel entendeu? E mesmo que eu estivesse de bobeira e dando caronas numa boa eu não te levaria pra Cancun de forma alguma.

Any: Por quê?

Alfonso: Motivos pessoais. - suspirou. - Olha moça vai pra uma rodoviária, pegue um ônibus amanhã, peça ajuda a outra pessoa, mas não a mim, é melhor vc seguir seu rumo e eu o meu.

Enquanto falava ele se dirigiu à moto e aquilo me apavorou, num impulso entrei na frente dele.

- As rodoviárias estão fechadas e se eu esperar até amanhã vão dar por minha falta em casa e meu pai pode vir atrás de mim.

Alfonso: Você fugiu de casa? Quantos anos vc tem?

Any: 22, faço 23 em Maio do ano que vem.

Alfonso suspirou aliviado por saber que eu era maior de idade, com um olhar cético me perguntou.

- Por que fugiu de casa e o que quer fazer em Cancun?

Any: Motivos pessoais. - dei a mesma resposta invasiva que ele.

Alfonso: Ok, então boa sorte com a sua fuga.

Any: Espera! - segurei seu braço impedindo-o de por o capacete. - Meu pai descobriu que meu irmão é gay e há 03 meses o expulsou de casa, ele me mandou uma carta a alguns dias dizendo que arrumou um lugar pra morar em Cancun, eu só quero viver com ele... Você não tem noção do inferno que esta na minha casa, não posso voltar pra lá, meus pais vão me enlouquecer. - desabafei numa ultima esperança. - Você é de Cancun sabe chegar lá, me deixa na entrada da cidade, eu te dou os seis mil que eu tenho se quiser, mas me ajuda, por favor.

Alguma coisa no que eu disse mudou a expressão dele. Alfonso desceu da moto e debaixo do banco tirou um capacete estendendo pra mim.

- Espero que não se importe de viajar à noite.

Eu sorri enquanto as lágrimas escorriam dos meus olhos, se eu era louca de pedir sua ajuda ele era tão louco quanto eu por aceitar me ajudar. Ou talvez estivesse interessado no dinheiro que eu havia prometido.

Alfonso montou na moto e a ligou, o ronco dela me deixou excitada a ponto de esquecer a loucura que aquilo era. Afinal quem em sã consciência pediria carona às 02 da madrugada pro primeiro cara que aparecesse, mas até agora Alfonso não havia feito nada de errado, talvez ele fosse um cara honesto que - na opinião dele - havia tido o azar de encontrar uma louca desesperada por uma carona pra um lugar que ele não queria voltar. Mas por quê?

Essa pergunta ficou matutando na minha cabeça enquanto eu subia na moto e Alfonso saia acelerando.

comentários:

hadassa04: Bem vindaaaa o/ e que bom que chego animada haha bjOs <3

Prica Portillo Herrera: Postandoooo Pri ;) bjOs <3

Emanuely Machado: um monstro mesmo :/ que bom que se apaixonou *-* bjOs <3

Jhulya Grazioli: pai deles é horrivel :/ Any ta passando por um momento dificil mesmo :( Aí o primeiro encontro ponny *-* bjOs <3