Fanfic: 13 Verses - Adaptada (Laliter) | Tema: Laliter ♥

 Capítulo 02 

Ela guarda os segredos nos seus olhos. Ela oculta a verdade dentro de suas mentiras...

- Então você foi mesmo falar com ele?
- Fui, Euge. – Respondeu, enquanto arrumava sua mesa, no fim do expediente do dia seguinte.
- E como ele está?
- A mesma coisa de sempre. – Sorriu, relaxando na cadeira. – Atrapalhado, cabeça de vento... Acredita que ele ainda larga as roupas jogadas pelo apartamento?! Com trinta anos na cara!
- Sei... – Respondeu Euge, dando corda a Lali, notando os olhos da mesma ao falar de Peter.
- Às vezes me surpreendo como ele me conhece, só em ver, sabe? Estava totalmente cansada, ontem e ele percebeu, mesmo eu negando.
- Agora me diz, o que você está fazendo com Benja?
- Ah, Eugenia, por favor, pare com isso. Aliás, eu já vou. – Resmungou, levantando-se. – Está na hora da minha aula.

E justo quando eu não posso aguentar o que ela fez comigo, ela vem até mim e me guia de volta ao paraíso...

Depois que ela saíra de seu apartamento, na noite anterior, passou as horas seguintes pensando na atitude que tomaria. Pensou desde o momento em que tentaria reconquistá-la até o que, finalmente, julgara ser uma decisão. A trataria com indiferença, da mesma forma com a qual ela fingiu a sua inexistência por cinco meses.

Sabia que aquela idéia dela, de ter aulas, seria inútil. Lali não tinha nenhum talento para a cozinha. Portanto, deixara pronto, no forno, linguini al limone.

Quando a campainha tocou, tinha tudo arrumado, inclusive a postura fria e dura que teria com ela.

- Cheguei! Preparado para me ajudar a destruir algumas panelas?!

Todo seu esforço viera por água baixo quando a viu, ali, sorrindo para ele. Foi quando concluiu que, não importava o esforço que fizesse, não poderia ser frio com Lali, só seu sorriso derreteria tudo, até mesmo seu coração.

Ela me fere e a dor é tudo o que eu quero sentir. Ela sai dançando como uma criança. Ela me deixa louco, ela me deixa fora de mim, mas fico indefeso quando ela sorri...

- Claro! É... Entra. – Coçando a nuca, de forma desconcertada, deu-lhe passagem. – Você trouxe alguma roupa para trocar?
- Sim! Aqui está. – Sorrira, levantando uma sacola.
- Ótimo, pode trocar no banheiro, depois, vai direto pra cozinha. Você conhece a casa.
- Pode deixar! – Já estava tomando o caminho da cozinha quando a ouviu chamá-lo novamente. – Peter! – Tombando a cabeça de lado, largou as bolsas sobre o sofá, correndo até Peter, surpreendendo-o com um abraço. – Obrigada. Eu realmente não se o que seria de mim sem você. – Não pode segurar o suspiro preso em seu pulmão. Rendendo-se, circulou os braços em volta do pequeno corpo de Lali, beijando-lhe os cabelos e murmurando em um tom inaudível para ela.
- Você não deveria me falar essas coisas.
- Que disse? – Perguntou, erguendo o rosto, sem se dar conta de que aquele pequeno gesto deixaria seu rosto tão próximo do dele.

Foram poucos segundos, mas pareceram horas, os ouvidos zuniam e as gargantas ficaram secas. Quebrando o clima, Peter a soltou.

- Vamos ao trabalho?!
- Sim. – Desconcertada, levou as mãos aos cabelos. – Vou me trocar.

Expirou aliviado quando ela sumiu por uma das portas do corredor.

Talvez eu lutaria, se eu pudesse. Isso machuca tanto, mas é tão bom.

- Estou pronta! – Exclamou, entrando na cozinha. E, quando a fitou, não pode deixar de sorrir.
- Quando você voltou da guerra? – Perguntara, zombando dos pequenos buracos em sua blusa.
- Achei que se eu fosse explodir alguma coisa, deveria já estar no espírito da coisa. Mas acabo de lembrar que adoro essa blusa. – Lamentou-se, alisando a estampa do simpático passarinho, na camiseta.
- Piu-piu?

- Eu acho que vi um gatinho! – Precisou reprimir uma risada e conter a vermelhidão em seu rosto, após a desastrosa imitação dela.
- Seu namorado sabe que está usando esse short minúsculo perto de mim?!
- Nem é tão curto assim. – A resposta fizera Peter erguer uma das sobrancelhas. – Não. – Bufou, irritada. – Ele não sabe nem que vim te procurar... Talvez ele nem saiba muita coisa sobre mim... Exatamente.
- Então... Mãos a obra! – Sorriu, tentando quebrar a tensão. – Vamos começar como algo básico. Fettuccine.

Ela se abre como uma rosa para mim, quando está perto de mim. Qualquer coisa que ela me pedisse, eu faria.

Na primeira panela, o macarrão saíra empapado. Na segunda, duro demais. Na terceira, um grudado no outro.

- Lali... – Inspirou fundo, com paciência. – Vamos lá, de novo. Não é possível que você não acerte o cozimento de um macarrão!
- Tenha paciência comigo! Você sabe como eu sou!
- Sim, eu sei! E estou tendo toda a paciência do mundo. – Então, uma ideia veio a sua cabeça, fazendo-o sorrir, cruzando os braços, levando os dedos ao queixo. – Tive uma ideia.
- Que ideia?
- Se você errar a próxima panela, vai ter de me beijar.
- Que?!
- Ah, qual é, não me faça repetir.
- Eu entendi! Mas, que ideia absurda é essa?
- Falando assim, parece que me beijar deve ser uma coisa horrível.
- Não é isso, é que... Não me complique! Você sabe porquê!
- Gostaria que você me explicasse. – Quando a expressão dela tornou-se dura, resolveu que deveria ser direto. – Tudo bem! Você não quer me beijar, então você vai ser esforçar mais para não errar! Então?
- Não sei...
- Um selinho.
- Certo! Pode ser.

Mesmo que tivesse revirado os olhos no momento da resposta, tinha de admitir para si mesma que, bem lá no fundo, gostara da louca ideia que ele lhe dera.

Está fora de controle, mas eu não posso deixar escapar...

Mas, quando terminara, suspirou, fitando o conteúdo da panela, antes de erguer o olhar para Peter.

- Não precisa me olhar dessa forma, eu sei que está uma porcaria.
- Alguém falou alguma coisa?!
- Nem precisa, seus olhos respondem por você. – O comentário fez Peter rir. Conheciam-se tão bem...
- Então... Qual foi o combinado?
- Certo. Um selinho. – O fato de Peter permanecer de braços cruzados, deu-lhe segurança para que aquilo não passasse de um rápido e curto toque de lábios. Um curto beijo e pronto, tudo estaria acabado. – Pronto, satisfeito? – Perguntou, ao se afastar. Mas não esperava a reação dele.
- Não. – Meneou a cabeça. – Não estou satisfeito. – Em um único gesto, a agarrara pelos cabelos, chocando os lábios contra os dela.

Apesar do susto inicial, Lali perdera totalmente a cabeça ao sentir, novamente, o gosto dos lábios dele. Percebeu que aquilo lhe fazia bem e era extremamente prazeroso. E, ao mesmo tempo em que se sentia bem, a dor lhe aplacava o peito. Afinal, por quê terminaram?! Porque ele fugia... Fugia de um compromisso, fugia do que ela queria.

- Peter... É melhor que eu vá embora. – Não esperou a resposta dele e saiu correndo em direção ao banheiro, deixando-o em estado catatônico na cozinha. Quando despertara, ela já estava à porta da cozinha, arrumada. – Até... Amanhã.
- Lali. – Concluíra que, ainda depois daquilo, tinha voz. – Desculpe.
- Era de se esperar que isso acontecesse. – Murmurou para si.
- Era?
- Sim. A gente só precisa cuidar para que não se repita. – Concluíra. – Tchau, Peter. – Ouvindo o som da porta do apartamento bater, permitiu-se suspirar, e responder-lhe com a segurança de que Lali não ouviria.
- É tão fácil falar quando não se sente a dor.

Quando ela olha para mim... Eu perco as forças.

Continua...... - Capítulo 03.