Fanfic: 13 Verses - Adaptada (Laliter) | Tema: Laliter ♥

Capítulo 03

Andava de um lado para o outro de sua sala, pensando no que fazer, no modo mais correto para encará-lo. E, enquanto quase arrancava os cabelos, Euge fitava-a, dando-se conta de um fato que, até então, Lali não dera conta.

- Benja te ligou? Digo, desde o dia em que te obrigou a aprender a cozinhar.
- Ele não me obrigou, ele apenas pediu para que eu desse um jeito.
- Acho que temos definições diferentes do modo imperativo. – Levantando-se da cadeira de Lali, exclamou. – Enfim! Ele te ligou? – Perguntou, erguendo uma das sobrancelhas e apoiando-se na mesa.
- Não. Na verdade, me esqueci disso.
- Claro, está muito ocupada pensando como encarar Peter depois de tê-lo beijado.
- Ele me beijou! – Replicou, interrompendo-a.
- E você odiou isso, não foi?! – O silêncio de Lali fora a deixa da amiga. – Se estivesse odiado, não teria concordado com isso. Se tivesse odiado nem procuraria Peter. Então não me diga que isso tira seu sono de uma forma negativa, porque eu só consigo imaginar que, o único modo em que isto te incomoda é te deixando balançada, novamente, por Peter. – Deixou que a mente viajasse novamente para a cozinha do apartamento dele, mais precisamente, para o que acontecera anteriormente, e aquilo a fez sorrir, entregando-a.
- O beijo dele é tão maravilhoso, Euge. Por que tem de ser tão complicado?!
- Só é complicado se vocês quiserem.

Fechada para o amor eu não precisava da dor...

Com extremo cuidado, o filete de chocolate – da cobertura – fora derramado sobre a pequena mousse, montada sobre o prato de sobremesa. Um último detalhe... A pequena pimenta, meramente decorativa, ao canto do prato, dizia muito sobre o sentimento colocado naquela criação.

- Pode levar. – Dissera, com calma, ao garçom. – Agustin, eu já vou, pode cuidar de tudo por aqui?
- Sem problemas. – Respondera o sub-chefe, assumindo o lugar de Peter, na ilha, que se afastava, limpando as mãos em um pano de prato. – Como andam as aulas?
- Do jeito que eu pensei. – A lembrança o fez rir. – Ela é causa alguns desastres. Não só na cozinha... Em mim também. – Sorriu, de forma triste, apoiando-se em uma das bancadas, cruzando os braços na altura do peito. Enquanto Agustin trabalhava em uma casserole de legumes. – Conseguiu queimar três panelas de macarrão. Queria saber porque Lali insiste com isso.
- Por que ela, de uma hora para a outra, resolveu aprender a cozinhar?
- Essa é uma pergunta sem resposta. E, para falar a verdade, nem sei se quero saber. Quero Lali longe da minha cabeça. Eu acho.
- Quer? E essa sobremesa aí?! – Bufou, com uma risada.
- Eu sou um idiota mesmo. Vou fazer hoje, pra ver se a musa inspiradora aprova. Isso é, se ela aparecer.
- E por que não apareceria?
- Acho que a magoei.
- Com um único beijo?
- Eu amo Lali, mas tenho medo, e fujo, do que ela quer. E a magôo com coisas pequenas, mesmo que não queira fazer isso. Entende o problema? Não quero machucá-la, mas essa distância também me faz mal.
- Estou começando a achar que você se meteu em um problema.
- Eu tive a certeza quando aceitei o pedido dela.

Uma ou duas vezes foi suficiente e foi tudo em vão...

As mãos que se retorciam umas nas outras, já começavam a suar, quando decidira, finalmente, tocar a campainha. E, a expressão no rosto de Peter, ao abrir a porta, fora a mistura de surpresa e alívio. Aquela sensação fazia-o sorrir... Instintivamente.

- Achei que não viesse.
- Sei que fui bem clara com você, ontem. – Respondera de forma séria.
- Mas isso não quer dizer que eu vá parar de tentar. – Aquela resposta a desarmara. Sempre seria assim, ele conseguia deixá-la sem respostas. – Entra. – Dissera com simplicidade, dando-lhe passagem.
- Vou me trocar.
- Não precisa. – Segurou-lhe o braço, impedindo-a de continuar o caminho para o banheiro.
- Como?!
- Não vamos cozinhar hoje. Quero que prove uma coisa que criei.

Meu coração derreteu pelo chão, achei alguma coisa verdadeira...

Mais uma vez, a colher mergulhava no macio monte de chocolate. A sua frente, o olhar apreensivo de um artista, que precisava da aprovação de sua musa.

- Então?! – Perguntou Peter, já nervoso. Terminando de provar o último pedaço, pousou a colher ao lado do prato, limpando os lábios com o guardanapo.
- Vejamos... – Então, deixou-se sorrir. – O que você acha?! Peter! Você ainda tem dúvida? Não existe nada que você faça que seja menos que maravilhoso!
- Foi aprovado?
- Claro que sim! – Apontando para o prato vazio, perguntou. – Como se chama?
- Lali.

- Devo agradecer? – Perguntou desconcertada.
- Bem, me inspirei em você, isso é óbvio. Então, me diga se acha lisonjeiro. – Em resposta, recebera um erguer de sobrancelhas.
- E a pimenta?
- Não quero apanhar hoje. – Sorriu de lado, ignorando a expressão assustada de Lali.
- Eu... Eu... – Queria rir, mas não daria esse gosto à ele. – Enfim! Tem mais disso?
- Na geladeira. – Respondera, com humor, apontando o eletrodoméstico para a mesma, que se levantou em um pulo, com o prato nas mãos.
- Sabe, eu gostava de ser sua cobaia nestas coisas. Nem me importava de engordar! Senti falta dis – Interrompeu-se, mordendo a língua, ao notar o que falaria.
- Por que não me conta sobre todas as coisas que te fazem falta?
- Talvez não seja uma boa ideia.
- Por que não?! Adoraria escutá-la.
- Onde quer chegar com isso, Peter?!
- Na sala. De preferência com duas taças e o Carbenet que tenho aí dentro.
- Peter... – Suspirou, levando as mãos ao rosto.
- Conversa! – Defendeu-se, espalmando as mãos, em defesa. – Apenas conversa!

Meu coração está criptado pela veia que eu continuo fechando. Você me corta e eu sangro, continuo, continuo sangrando de amor.

Continua..... - Capítulo 04.