Fanfics Brasil - Doce descoberta - adaptada

Fanfic: Doce descoberta - adaptada


Capítulo: 27? Capítulo

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Última noite da lua-de-mel...


As melhores duas semanas de sua vida, pensou Christopher. Sem dúvida. North Queensland era o refúgio perfeito do inverno frio de Sydney, e o hotel em Port Douglas fora uma escolha inspirada, já que Dulce não queria viajar para fora da Austrália. Golfe, tênis, natação, mergulho junto à Grande Barreira de corais, canoagem por corredeiras cristalinas em meio a florestas tropicais... fizeram tudo isso, viveram intensamente os dias de sol e as noites... ah, as noites...


Christopher recostou-se com a taça de vinho na mão, vendo a esposa con­sumir sua porção de truta. Haviam optado por ir à cidade e jantar num restaurante italiano elegante na rua principal, um ambiente mais des­contraído e íntimo do que o restaurante do hotel. A mesa deles ficava no canto do pátio, sombreada pelos galhos folhosos de uma mangueira, Era um começo de noite agradável, e Dulce usava um vestido de verão cor de laranja. Estava linda à luz das velas.


Christopher mal acreditava na sorte de tê-la conhecido... e se casado com ela. Dulce conjugava tudo o que sempre desejara numa mulher... era divertida, companheira nos esportes, adorava um desafio e a adrenalina de todas as atividades que partilhavam, uma parceira incrível.., principalmente na cama. Nunca fizera um sexo tão bom. Nem com tanta freqüência. Bastava olhar para ela... pensar nela... para ficar excitado, e Dulce era maravilhosamente desinibida quanto a encorajá-lo, sem mencionar a von­tade em satisfazê-lo completamente, como ele desejava satisfazê-la.


Sua pele levemente bronzeada brilhava como cetim. Christopher tinha de se controlar para não passar a mão nela a toda hora. O corpete do vestido moldava-se às formas esplendorosas, o decote baixo revelava o vale tentador entre os seios. Ele sabia que ela não usava sutiã, e ficou excitado, lembrando-se de como ela o alojara naquele vale macio e rira, dizendo-lhe que estava preso num desmoronamento.


Christopher sorveu o vinho branco gelado e procurou relaxar. A noite era uma criança. Dulce avisara que ia querer uma sobremesa após o peixe, algo doce e pecaminosamente calórico. Apressá-la antes que estivesse satisfeita seria egoísmo. Queria que ela tivesse tudo o que desejasse, principalmente nessa última noite.


— Que tal? — indagou, quando ela se recostou, suspirando satisfeita.


— Soberbo. Cozido no ponto certo. O seu fettuccine estava bom?


— Ótimo.


Christopher tirou a garrafa de vinho branco do balde de gelo para servi-la novamente, e avistou uma mulher com um cesto, vendendo flores uni­tárias, tentando convencer os clientes a oferecer uma rosa à acompa­nhante. Christopher encantou-se com o gesto romântico, algo especial para a última noite de lua-de-mel. Serviu a bebida, devolveu a garrafa ao balde e chamou a vendedora, já sacando a carteira.


— Quanto?


— Cinco dólares, senhor — informou a mulher, sorridente.


— Não, Christopher... — Dulce tentou impedir a compra, agarrando-lhe o braço e dispensando a vendedora. Havia rejeição no olhar. — Por favor, não!


— Por que não? — Ele não entendia o protesto.


Ela pareceu perdida por um segundo. Então, revelou o motivo.


— Seria um desperdício. Vamos partir pela manhã.


— É só uma flor — insistiu Christopher. — Quero lhe dar uma rosa.


— Não. É bobagem.


— Oh, não acho. — Christopher passou uma nota de cinco dólares à mulher e escolheu a flor mais perfeita. Inclinou-se para a frente e roçou as pétalas macias no braço desnudo da esposa.


Dulce retraiu-se, como se sentisse um arrepio na pele com a carícia. Seu olhar demonstrava ódio.


Christopher deteve-se, atônito com a reação.


Ela se recostou na cadeira e cruzou os braços, visivelmente estres­sada, o olhar baixo para esconder a expressão.


Christopher abandonou a rosa sobre a mesa e recostou-se na cadeira, sen­tindo a tensão no ar. Não entendia o que acontecera. Uma brincadeira sensual devia ser divertida e inofensiva. Já haviam feito brincadeiras provocantes antes, e se divertido muito.


— Dulce? — chamou-a, suave, odiando a distância que se instalara entre eles.


Ela esfregou os braços como se de repente sentisse frio. A tempera­tura ambiente não mudara. A diferença vinha de dentro dela... seria mental, emocional, física? Mesmo vendo-o perdido, ela não respondia, mantendo o olhar baixo, fechada em si mesma,


— Desculpe-me — pediu ele. — Não queria aborrecer você.


— Eu disse que não queria — replicou Dulce, amuada.


A garçonete veio retirar os pratos. Vendo uma oportunidade, Christopher pegou a flor.


— Leve a rosa também — ordenou. A garçonete surpreendeu-se.


— Posso ficar com ela?


— Pode.


— Obrigada.


A resposta natural tornou a de Dulce ainda mais estranha. A garço­nete lançou-lhe um olhar interrogativo, que não foi correspondido, e rapidamente deixou-os, sem argumentar mais,


— Foi-se — declarou Christopher, tentando derrubar o muro que Dulce erguera.


Ela respirou fundo e soltou um suspiro. Christopher via o esforço que lhe custava erguer o olhar para encará-lo.


— Não quero que me dê rosas, Christopher.


— Posso saber por quê?


Ela franziu o cenho e baixou o olhar novamente.


— Foram usadas... da forma errada. Trazem-me más lembranças. Não quero me sentir desse jeito. Não com você.


O amante latino! Christopher lembrou-se da descrição dela do caso... sur­presas, cenários românticos, presentes lindos. Ele provavelmente a co­bria de flores, talvez até usando-as para fazer amor com ela. Dois anos de idílio levando a nada, exceto desilusão amarga! E Dulce ainda sofria por causa dele!


Christopher sentiu como se lhe fincassem uma adaga no coração. Tudo o que partilharam desde o casamento fora fingimento da parte dela? Não significara nada? Por que teve de mencionar o ex-amante?


Christopher sentiu raiva da angústia que ela despertara. Onde estava a ficha limpa que ele lhe oferecera? Só porque o bastardo traiçoeiro lhe dava rosas, ele não podia oferecê-las, nem por um sentimento genuíno por ela? Ela não via a diferença? Haviam trocado alianças de casamen­to, céus!


— Não me importo em banir as rosas de nossa vida, Dulce — dispa­rou, mal contendo o ciúme.


O desabafo chamou a atenção dela.


— Rosas vermelhas supostamente simbolizam o amor, Christopher. — Dulce descruzou os braços, como se percebesse a postura defensiva, e apoiou as mãos na mesa, voltadas para cima, num apelo.


— Não é o que temos, é?


Christopher a encarou, espantado com a percepção dolorosa de que Dulce não o considerava alguém especial.


— O que nós temos, Dulce? — questionou, sentindo-se na beira do precipício, com uma grande fenda escura entre os dois.


Ela sorriu irônica,


— Você mesmo disse... um casamento de conveniência... para termos uma família.


A motivação que ele usara para convencê-la... atirada de volta. Não importava que já houvessem transcorrido oito semanas. Para ela, nada mudara. Nada. Enquanto para ele... Christopher esforçou-se para colocar a situação sob perspectiva. Era simples... o mundo se movimentava.


Afastou-se do abismo criado pelo ódio que sentia. Por mais que fu­gisse da realidade lógica do que oferecera a Dulce, estava em terra firme, convenceu-se, numa plataforma estável na qual poderia trabalhar.


Ela acarinhou a aliança no dedo anular. Estava séria, triste. Christopher sentiu dor no coração.


— Desculpe-me, Christopher. — Ergueu o olhar pesarosa. — Estraguei a noite, não é?


Ele praguejou contra o impulso que despedaçara suas ilusões. Mas não era melhor ter as ilusões arrancadas antes que presumisse outras tolices? Aceite o que tem e aproveite o melhor que puder, instruiu-se.


Christopher sorriu e deu de ombros, desejoso de recuperar o espaço perdido.


— Erro meu. Tudo o que partilhamos nessas últimas noites... só não me pareceu uma conveniência.


Fez um gesto descontraído, não querendo que a frase parecesse acu­sação, não querendo pressioná-la a responder.


Dulce relaxou na cadeira, e ele percebeu que ela juntava determina­ção para superar aquele momento. Ela queria consertar a questão. O desejo... a necessidade... estava em seu olhar, enquanto ela forçava um sorriso.


— Luxúria mútua pode nos levar longe. Christopher pegou a deixa e reforçou-a.


— E dá muito prazer também. — Sorriu satisfeito.


— Foi uma lua-de-mel maravilhosa, Christopher — afirmou ela, com ter­nura. — Nós nos divertimos muito.


— Adorei cada minuto — declarou ele, contente.


— Eu também. Principalmente a descida do rio no bote inflável. Mesmo me apavorando a ponto de sentir o coração na boca.


Christopher expressou dúvida.


— Eu a pressionei além de onde gostaria de ir? Ela riu e meneou a cabeça.


Continuaram conversando, recordando os melhores momentos que partilharam, esforçando-se para recuperar o ânimo de se sentirem bem um ao lado do outro, deixando o incidente para trás.


Mas Christopher não conseguia esquecê-lo, por mais que tentasse. E achava que Dulce também não conseguia dispersar o sentimento ruim. Disfar­çaram, mas o estremecimento perdurava sob cada palavra, uma sombra que os encobria constantemente.


Dulce forçou-se a consumir a torta de queijo que pedira, porque ambos procuravam convencer-se de que estava tudo bem.


Mas não estava.


Ela o magoara.


Dulce ignorara Christopher por algo que Memo lhe fizera, porque ela acre­ditara nas rosas de Memo... e fora uma idiota. Mas Christopher não era falso. Ele lhe dera a substância do casamento, comprometera-se a fazê-lo dar certo, e ela o derrubara quando ele quisera passar-lhe um pouco do prazer que sentia.


Era ruim... era errado... mas, por pior que fosse, não podia permitir que Christopher usasse a rosa como um instrumento sensual na intimidade deles. Era impossível esquecer que Memo fizera o mesmo. Ela não queria aquela lembrança na cama, entre ela e Christopher. Não queria a lem­brança de Memo em nenhum lugar naquele casamento.


Mesmo assim, convocara a presença dele com a repulsa à rosa. E com a explicação que teve de dar.


O incidente todo acontecera tão rápido... Dulce fora pega de surpresa, reagindo em vez de racionalizar o efeito que isso teria em Christopher. Agora, o dano estava feito, e não podia ser remediado. Ela via nos olhos dele, apesar da máscara alegre que adotara.


Ela o magoara.


Abalara o relacionamento deles, que passara a valorizar muito na­quelas últimas duas semanas. O que tinham juntos era bom, muito melhor do que... torta de queijo!


Memo lhe dera doces por dois anos.


Sentiu enjôo com a torta.


A culpa e a vergonha emergiram, e não suportaria mais doces. Que­ria o que Christopher lhe dava... o arroz com feijão da amizade, da ternura, da consideração por suas necessidades e anseios, e queria lhe retribuir tudo aquilo.


Dulce largou a colher.


— Não gostou? — indagou Christopher. Ela o encarou.


— Prefiro ter você.


A compostura que ele mantinha esvaiu-se, e o desejo ressurgiu. Dulce sentiu o coração mais leve.


— Vamos embora, Christopher. Vamos voltar ao hotel.


— Não vou discutir — respondeu ele, O tom indicava que também precisava exorcizar aquela terceira presença do casamento deles.


Dulce prometeu que o faria se esquecer de tudo, exceto de ambos... juntos. Era a última noite de lua-de-mel e lhes pertencia.



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Autor(a): natyvondy

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— É sua esposa, Christopher — informou a secretária, ciente de que ele esperava aquele te­lefonema havia horas. Sua concentração no trabalho fora mínima na­quela manhã. Ele agarrou o telefone. — Dulce? — Erguera a voz, por ansiedade, e praguejou contra si mesmo. Se ela estivesse decepcionada... &mda ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 904



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  • stellabarcelos Postado em 13/04/2016 - 01:10:57

    Que fanfic linda! Amei amei amei

  • larivondy Postado em 18/10/2013 - 21:50:05

    noossa, Dul meio egoísta mas tadinha, tava mals, ameei a web!!

  • anjodoce Postado em 31/12/2009 - 03:05:24

    Sei que você já terminou de postar aqui a algum tempo, talvez nem venha mais aqui, eu também já terminei de ler a algum tempo, mas esqueci de dizer e preciso comentar, esta foi uma das mais belas histórias que eu já li no e-novelas.
    Assim como a Jessikavon, também espero que você volte a postar webs aqui algum dia... no mais, você sabe que é minha lindinha e torço muito por você,boa sorte com tudo o que for fazer, te adoro...
    Beijinhos da tua fã que te admira muito, muito, muito e que Papai do céu te abençoe sempre e sempre te ilunine em tua caminhada... *-*

  • anjodoce Postado em 31/12/2009 - 03:05:23

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  • anjodoce Postado em 31/12/2009 - 03:05:23

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  • anjodoce Postado em 31/12/2009 - 03:05:22

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  • anjodoce Postado em 31/12/2009 - 03:05:21

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