Fanfics Brasil - Doce descoberta - adaptada

Fanfic: Doce descoberta - adaptada


Capítulo: 31? Capítulo

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Dulce permaneceu quieta, esperando que a irmã acabasse. Finalmente, Anahí terminou, após revisar cada questão de consciência que lhe passara despercebida. E fez um excelente trabalho, pensou Dulce, triste e irônica. Não havia volta. Não se tratava mais de um casamento de conveniência, não com o amor de Christopher envolvido.


— Você afastou Christopher — concluiu Anahí. — Se o quer de volta... e seria uma idiota se não quisesse... tem de lhe dar um motivo para...


— Não — interrompeu Dulce, irredutível. A irmã inclinou-se para a frente.


— Dulce, não vai encontrar um homem melhor.


— Não, eu continuaria magoando-o. E não quero isso.


— Se você apenas...


— Não. Vã para casa, Anahí. Já fez o que veio fazer.


— Mas, Dulce, se o deixar partir...


— No meu estado atual, ele está melhor sem mim. — Ela sequer podia satisfazê-lo na cama. A luxúria que um dia partilharam não exis­tia mais nela. — Não vou mentir para Christopher. Ele saberia de qualquer forma. — Levantou-se, sentindo-se vazia. — Por favor... gostaria que fosse embora agora.


Anahí franziu o cenho, inconformada.


— Quer dizer... tudo o que eu disse não fez nenhuma diferença para você?


— Você me fez ver... o que fui cega demais para ver sozinha. E gostaria que tivesse sido diferente. Mas não foi.


Encerrando a conversa, Dulce tomou o rumo do vestíbulo, forçando Anahí a atendê-la. A irmã parou junto à porta.


— O que vai fazer agora?


— Tomar um banho, vestir uma roupa, tomar um lanche e sair de motocicleta.


Anahí alarmou-se.


— Para onde?


— Não sei. Não importa. — Dulce esboçou um sorriso fraco. — Talvez eu me encontre no caminho.


— Eu me preocupo...


— Está tudo bem, Anahí. Obrigada por ter vindo. Obrigada por ter dito isso tudo. Finalmente, enxerguei a verdade.


A irmã parecia derrotada. Suspirou.


— Telefone. Avise que está bem.


— Avisarei — prometeu Dulce.


Era pouco, mas Anahí confiou na promessa e foi embora, cônscia que não havia mais nada a fazer.


Dulce fechou a porta e recostou-se na madeira, exausta. Christopher lhe fechara a porta na noite anterior. Ela o afastara e, não importava o quanto sentisse a vida vazia, não o procuraria, não o usaria como fizera até então.


Sabia o que era ser trapaceada no amor. Não faria isso com ele.


 


Christopher tomou o café da manhã e arrumou a cozinha, impaciente para sair do apartamento e ir ao traba­lho. Sentia um vazio constante ali, sem Dulce. O apartamento continuava o lugar funcional de sempre, prático para tudo, porém desprovido dos pertences dela, de seus toques e detalhes femininos, do perfume, da pre­sença... lembrança constante e dolorosa do que ele não tinha mais.


Fazia apenas um mês que ela partira, sem levar nada além do que trouxera. Se não contasse o curto período em que viveram juntos... Aquilo era passado, embora ele não conseguisse esquecer. O aparta­mento guardava impressos os bons e os maus momentos.


Devia procurar outro lugar para morar. Mesmo assim, não se ani­mava. Não conseguia abrir mão de Dulce, corrigiu-se. O que era estu­pidez, considerando o tom final do bilhete que ela deixara.


Não mereço você, Christopher. Desculpe-me...


Que adiantava ela se desculpar? Indicava alguma preocupação, imaginava, embora ela demonstrasse pouco cuidado com ele. As pessoas pediam desculpas quando não sabiam o que dizer, uma expressão edu­cada que no fundo não significava nada.


Meneou a cabeça e pôs-se em ação, reunindo os documentos de que precisaria no trabalho. Cinco minutos depois, dirigia o carro através do trânsito matinal de sempre: Era pior naquela época do ano, com a aproximação do Natal e os consumidores ansiosos, em começar o dia cedo. Procurou manter a paciência. Nada aconteceria se não fosse a hora.


Venceu o trajeto entre Bondi e Taylor Square em passo de tartaruga. Entretanto, ao chegar à South Dowling Street, encontrou livre a via expressa até o aeroporto e Rockdale. Ao parar num sinal vermelho, viu um jato da companhia aérea nacional pousar e imaginou se Dulce estava naquele vôo. Ela voltara a trabalhar. Anahí, lhe contara quando ele lhe telefonara para saber notícias.


Isso significava que ela saíra da depressão. Estava contente por Dulce, mas a recuperação obviamente não mudara sua visão do casa­mento. Ou dele. Imaginava que o próximo contato entre ambos seria para tratarem do divórcio.


O sinal ficou verde e os carros avançaram. O telefone no carro tocou. Era sua mãe.


— Estava imaginando o que fazer no Natal, Christopher...


— O que quiser, mãe — respondeu ele, totalmente desinteressado da estação festiva.


— Bem... detesto lhe perguntar, mas não disse nada... há chance de você e Dulce voltarem?


Christopher franziu o cenho. Não conversara sobre a separação com a mãe, estava ciente das dúvidas que ela levantaria sobre o casamento, e não suportaria quando ela dissesse: "Eu não disse?".


— E pouco provável — declarou, sucinto.


— Então... — Alexandra hesitou, ciente do assunto delicado. — É pouco provável que passemos o Natal com a família Sanviñon? É que eles me convidaram... no casamento.


— É melhor esquecer, mãe. Faça seus próprios planos — aconselhou Christopher, desdenhando de si mesmo por não seguir o próprio conselho.


— Tudo bem, querido. Desculpe-me.


— Não se preocupe. — Christopher estava cheio daquela palavra. — Te­lefono durante a semana e você me conta o que quer fazer no Natal. — Sempre faziam assim.


— Está bem, Christopher.


Ele suspirou de alívio quando a mãe desligou. Não queria falar sobre Dulce. O tema o abatia. Era melhor se enterrar no trabalho. Com certeza, andavam atarefados no escritório com a comoção do Natal. Pedidos extras por camisetas com gravuras natalinas chegavam sem parar. Tinha trabalho para o dia todo, felizmente! Precisava se entregar ao ponto da exaustão, pois só assim não notaria o lugar vago na cama, no apartamento vazio.


— Comissários de bordo, por favor, tomem seus lugares para o pouso. Dulce acomodou-se na poltrona e travou o cinto de segurança. O vôo matutino de três horas entre Cairns e Sydney costumava estressar os comissários... servir trezentos cafés da manhã para pessoas lendo jor­nais em posição incômoda e, depois, limpar toda a sujeira. Seria ótimo voltar para casa e tirar uns dias de folga. Os vôos para North Queensland eram de enlouquecer.


Teria de pernoitar em Cairns, perto de Port Douglas, onde ela e Christopher haviam passado a lua-de-mel, o que inevitavelmente traria lembranças. Fora um ótimo período, feliz. Nem mesmo o poço profundo em que ela mergulhara após o aborto apagaria as lembranças de tantas diversões. Quando pensava nos homens que passaram por sua vida, Christopher definiti­vamente se destacava como o melhor companheiro, sob todos os aspectos.


Sentia falta daquele companheirismo. Muito. Da intimidade, inclusive. Luxúria ou amor... o prazer fora bastante intenso, às vezes. Um mês antes, não teria acreditado que sentiria falta de sexo, mas agora admitia que era difícil enfrentar as noites solitárias, em particular a noite ante­rior, ao lembrar-se do desejo que os inflamara durante toda a lua-de-mel.


Suspirou triste. Provavelmente, sobrevoavam Rockdale naquele instante, na aproximação da pista. Christopher devia estar a caminho do traba­lho, ou já estava no escritório, cheio de tarefas. O Natal era a melhor época do ano para o ramo de negócios dele.


Afastou a idéia de Natal, uma data de reunião familiar, com atenção especial às crianças. Christopher provavelmente odiaria a comemoração na­quele ano, também.


Fizera muito mal a ele, e era impossível desfazer o dano.


O avião tocou na pista e desacelerou gradualmente. Dulce voltou a se concentrar no trabalho. Assim que aqueles passageiros desembar­cassem, receberiam os viajantes do próximo vôo, mas logo se veria dis­pensada para o merecido descanso. Talvez devesse telefonar para Anahí, ver se a irmã estava livre para uma visita.


Encontrava-se na sala da tripulação, já quase deixando o aeroporto, quando um dos pilotos comentou casualmente:


— Tem um camarada perguntando por você, Dulce.


— Um camarada? Quem?


O piloto deu de ombros e sorriu provocante.


— Moreno, alto, bonito...


Christopher? Ela sentiu o coração falhar e retomar as batidas num tranco.


— Ele ainda está aqui?


— Não sei. Indiquei, por onde você sairia.


— Obrigada.


Dulce sentia um misto de alarme e excitação. Por que Christopher a procuraria ali? O que isso significava? Talvez quisesse agarrá-la e levá-la embora... num impulso selvagem, tal qual cavaleiro arrebatando a amada sem acei­tar objeções. Se ele fizesse isso... permitiria? Queria... certo ou errado, não se importava mais. Queria desesperadamente Christopher de volta.


Mas ele ainda estaria a sua espera?


Agitada, animada, quase temerosa, saiu apressada da sala da tri­pulação e chegou ao terminal. Olhou ao redor ansiosa e surpreendeu-se.


Não era Christopher esperando por ela.


Era Memo... Memo Ochoa... tão elegante quanto sempre no terno de grife e o ar confiante de um homem que sabia que chamava a atenção das mulheres.


Por mais bizarro que parecesse, após o choque inicial de vê-lo ali, na Austrália, Dulce sentiu-se completamente desconectada dele.


Embora Memo lançasse seu olhar sensual, ela não se abalou. Não sentiu o coração disparar. Não conseguia sequer recuperar a sensação de ter dedicado dois anos de sua vida àquele homem. A única emoção que experimentava era a decepção por não se tratar de Christopher.



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Autor(a): natyvondy

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Ele abriu os braços, como se anunciasse: "Vim por você". Dulce sentiu repugnância, não correria ao encontro dele. Não teve a mínima vontade, aliás. Era quase grotesco o fato de ele oferecer aquilo, esperar algo dela. Acabara... completamente... o efeito que Memo exercia sobre ela. Como ela permanecia imóvel, ele se apro ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 904



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  • stellabarcelos Postado em 13/04/2016 - 01:10:57

    Que fanfic linda! Amei amei amei

  • larivondy Postado em 18/10/2013 - 21:50:05

    noossa, Dul meio egoísta mas tadinha, tava mals, ameei a web!!

  • anjodoce Postado em 31/12/2009 - 03:05:24

    Sei que você já terminou de postar aqui a algum tempo, talvez nem venha mais aqui, eu também já terminei de ler a algum tempo, mas esqueci de dizer e preciso comentar, esta foi uma das mais belas histórias que eu já li no e-novelas.
    Assim como a Jessikavon, também espero que você volte a postar webs aqui algum dia... no mais, você sabe que é minha lindinha e torço muito por você,boa sorte com tudo o que for fazer, te adoro...
    Beijinhos da tua fã que te admira muito, muito, muito e que Papai do céu te abençoe sempre e sempre te ilunine em tua caminhada... *-*

  • anjodoce Postado em 31/12/2009 - 03:05:23

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  • anjodoce Postado em 31/12/2009 - 03:05:23

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  • anjodoce Postado em 31/12/2009 - 03:05:22

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  • anjodoce Postado em 31/12/2009 - 03:05:21

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  • anjodoce Postado em 31/12/2009 - 03:05:21

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