Fanfics Brasil - Doce descoberta - adaptada

Fanfic: Doce descoberta - adaptada


Capítulo: 32? Capítulo

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Ele abriu os braços, como se anunciasse: "Vim por você". Dulce sentiu repugnância, não correria ao encontro dele. Não teve a mínima vontade, aliás. Era quase grotesco o fato de ele oferecer aquilo, esperar algo dela.


Acabara... completamente... o efeito que Memo exercia sobre ela.


Como ela permanecia imóvel, ele se aproximou, sorrindo sedutor.


— Caríssima... Senti tanto a sua falta.


Ela irritou-se com a voz de veludo. Uma voz carregada de logru.


Não como a de Christopher, sempre direto, aberto e honesto, sincero em tudo o que dizia, cumprindo a palavra, uma voz em que ela podia contar.


— O que faz aqui, Memo? — indagou, ressentida com a lembrança de como ele a enganara e de como ela fora idiota em permitir que ele... um manequim de homem... ficasse entre ela e Christopher.


Ele ergueu o sobrolho.


— Vim de Milão para ver você novamente. Você era a luz de minha vida, bella mia. Estes últimos meses...


— Não tem negócios pendentes? — interrompeu ela, vendo-o como Christopher o veria... um amante latino a despejar palavras românticas sem significado.


Ele deu de ombros.


— Manipulei um pouco para ter esta oportunidade.


Mais mentiras. Ele obviamente queria uma intimidade rápida com ela enquanto estava ali. Conveniente... Eis o que sempre fora para Memo a aeromoça australiana. Como permitira que aquele homem a en­ganasse? Tudo nele era glamour superficial.


— Bem, fico contente que sua viagem não seja um desperdício total — replicou, azeda. — Como lhe disse antes, acabou. Agora, com licença...


— Não... — Perturbado com a rejeição, o italiano agarrou-lhe as mãos. Então, sentiu uma pedra e fitou a jóia. — O que é isto?


— Eu me casei — esclareceu Dulce, orgulhosamente, e exibiu o belo solitário que Christopher lhe dera.


Devia tê-lo devolvido. A aliança também. Não era certo mantê-los. Mesmo assim, remover a última conexão ao casamento parecera... im­piedoso, outra mágoa às muitas que já infligira a Christopher. Teria de ser feito, claro, quando fosse a hora certa.


— Não pode ser... — O olhar de Memo obscureceu-se com a con­trariedade. — É a mim que você ama. Não pode ter se esquecido... Eu não me esqueci.


— Nunca o amei, Memo — afirmou Dulce, com certeza absoluta, refratária ao fluxo de energia com que Memo tentava envolvê-la. — Só pensei que amava porque não sabia.


Finalmente, entendi a verdade, com o coração e com a razão.


— Meu marido me ensinou o que é o amor. E eu o amarei pelo resto de minha vida — afirmou Dulce, desvencilhando-se do homem que não tinha o direito de tocá-la.


Sentia o coração disparado. A percepção... a revelação... sobre seus verdadeiros sentimentos por Christopher era tão forte que não havia dúvida. Amava o marido. Amava-o pelo que ele era.


Se não estivesse tão obcecada por Memo quando ela e Christopher se conheceram, se não estivesse tão obcecada em ter um bebê... cega, cega, cega! Teria visto que encontrara o homem certo, o companheiro em tudo, e não desperdiçado a chance de uma vida!


Dulce saiu correndo pelo terminal até o ponto de táxi. Não sabia como consertar o dano que causara. Christopher poderia mandá-la embora do es­critório, e não o culparia por isso. Mas tinha de ir até ele e implorar outra chance, convencê-lo de que, de algum modo, o amava de verdade.


Imerso em papéis, Christopher ouviu a porta do escritório se abrir. Ninel trazendo-lhe um café, pensou, achando ótimo. Aquela listagem de computador o deixava louco, era preciso tanta concentração!


A porta se fechou. Atitude estranha para Ninel. Não havia cheiro de café, tampouco. Ergueu o olhar e franziu o cenho por ter o local de trabalho invadido sem que a secretária anunciasse.


Era Dulce junto à porta.


O choque de vê-la onde não devia levou-o a questionar a visão e a sanidade por um segundo. Mas era ela mesma ali. Nenhuma lembrança ou alucinação reproduziria a pura vibração que vinha dela. Engoliu em seco. Dulce... tão maravilhosamente bela quanto sempre fora, e pare­cendo muito viva, brilhando com a energia que parecia emanar de seu interior.


Ele sentiu um aperto no coração.


Aquela aura não podia se dever a ele. Outro assunto a trouxera ali. Usava o uniforme de comissária, estava indo ou chegando do trabalho. Uma visitinha. Trazia um volume embrulhado... uma caixa de flores? Não fazia sentido.


Fitou-a, os olhos muito azuis, atentos, avaliando-o quase temerosa, insegura sobre ser bem-vinda. Ao mesmo tempo, havia determinação au­daz na atitude ao fechar a porta, praticamente desafiando-o a dizer algo.


Afogado em sentimentos conflitantes, ele optou pelo silêncio como a melhor atitude. Que Dulce falasse primeiro, já que só ela sabia o motivo da visita. Mas ela não se manifestou. Parecia nervosa, notava-se sua respiração acelerada.


Ela estava com medo da reação dele. Detestava aquilo. Ela não tinha motivo para temê-lo. Em absoluto. Nunca a violentaria. A simples idéia era repulsiva, e o obrigava a tomar uma atitude para relaxá-la.


— Você está muito bem, Dulce — elogiou, esboçando um leve sorriso irônico.


— Espero que não se incomode com a minha... minha intrusão.


Só não peça desculpas, pensou Christopher, sentindo que perderia a cabeça, se ela o fizesse.


Ele deu de ombros.


— A escolha é sua. Lamento ter desrespeitado a sua escolha de me ignorar na nossa última noite juntos. Por favor, sinta-se à vontade para fazer ou dizer o que quiser, Dulce. Não sou do tipo que molesta as pessoas.


Ela enrubesceu.


— Sei que fui uma miserável cega e egoísta — reconheceu, constrangida. Respirou fundo e acrescentou: — Principalmente após o aborto.


Christopher permaneceu imóvel, atônito com a declaração. Não sabia o que fazer nem como responder.


— Espero... espero que me perdoe, Christopher.


Christopher sentiu a esperança renascer com o pedido. Ela o procurara para dizer que queria continuar com o casamento? Acautelou-se, controlando o impulso de lhe conceder tudo o que quisesse. Dulce estava com proble­mas de consciência. Só isso, Precisava ficar em paz consigo mesma. Ver mais do que isso naquele pedido de perdão era pedir outra rejeição.


— Foi um momento estressante. Para nós dois — analisou ele. — O que passou, passou, Dulce. Não se preocupe por minha causa.


As palavras eram como o sino da morte. O que passou, passou... Era o que experimentara com Memo. Se Christopher se sentia da mesma forma, não tinha chance.


Mas não fora amor de verdade com Memo, racionalizou. O amor de verdade não morria. Embora ela tivesse se empenhado em matá-lo, com certeza, podia ser ressuscitado. Christopher e ela ainda eram as mesmas pessoas.


Amava-o. Como pudera não enxergar isso? Ele estava ali à escriva­ninha, no comando de seu mundo, emanando a força para assumir qualquer responsabilidade, o poder de tornar sua visão realidade. O caráter de um homem estampava-se no rosto, refletia-se nos olhos... firmeza, confiabilidade, força quando se tratava de sobrevivência, mas com a espontaneidade de ser gentil, de se importar com os outros.


Amava-o. Era tão másculo... a camisa justa nos ombros largos, as mangas arregaçadas revelando os braços fortes, as mãos sobre a mesa, os dedos longos de grande sensibilidade. Fitou-lhe a boca.


Desejou que Christopher a beijasse como só ele sabia, acendendo a paixão que conheciam e partilhavam, a possessão íntima um do outro, o calor intenso e a sensualidade deliciosa à qual ele sempre a conduzia. Aquilo não podia estar perdido. Não permitiria que se perdesse...


Christopher esforçava-se para se controlar. Por que Dulce não dizia algo? Ele atingia o limite aguardando a atitude dela, de aproximação ou repulsa. Ela o fitou de cima a baixo... Não, não acreditava no que estava acontecendo.


Mesmo assim, sentiu o corpo reagindo instantaneamente. O jeito corno ela fitava sua boca... o desejo de agarrá-la era tão forte que quase se levantou sem perceber.


Mas Dulce se moveu. Aproximou-se e desabafou:


— Fui uma idiota, Christopher, quando não percebi o que tinha em você, desperdiçando o que você me deu. Acho que precisei desse último mês longe para colocar tudo sob perspectiva.


Havia um apelo na voz, o olhar pedia compreensão. Christopher quase enlouqueceu, com os sinais positivos. Ela o queria de volta!


— Eu lhe trouxe isto... para provar que recuperei o juízo.


Dulce pousou o volume embrulhado na mesa. Eram rosas. Rosas ver­melhas. Christopher meneou a cabeça, atônito. Tratava-se de uma oferta de paz, uma tentativa de apagar as más lembranças... ou significavam o que ela dissera que significavam? Ergueu o olhar e avaliou-a, interrogativo.


Ela sorriu insegura.


— Eu te amo, Christopher. Espero que encontre no seu coração...


Ele se levantou tão bruscamente que a cadeira de rodízios tombou, no chão.


— Dulce... — murmurou, embutindo todo o desejo que sentia. Não conseguiu dizer mais nada. Contornou a mesa e abraçou-a... era como estar no paraíso.


Ela o beijou com os lábios entreabertos, desejando o mesmo que ele. Enlaçou-o pelo pescoço e arqueou o corpo de encontro ao dele, como que faminta. Christopher a beijou com toda a paixão acumulada nas horas, dias e semanas em que não pudera extravasar o sentimento, porque ela não o queria.


Mas Dulce o desejava naquele momento. Atônito com o milagre, ele lhe tomou o rosto para sorver a realidade, para confirmar que o que ela dissera era verdade. Não encontrava palavras para expressar o que aquilo significava, o quanto ela significava. Só conseguia abraçá-la for­te, pressionando seus corpos, sentindo o calor, a maciez, as batidas do coração, sorvendo seu perfume doce...


Ela suspirou.


— Christopher, sinto muito por...


— Não! Eu sabia que era frágil por baixo do exterior forte, Dulce. Sabia que ainda estava transtornada pelo que acontecera. Assumi o risco de me casar com você, convencido de que era forte o bastante para conduzir ambos através de todas as dificuldades. Mas estava errado. Perdi a paciência, perdi...



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Autor(a): natyvondy

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— Não. Eu estava perdida, Christopher. — Dulce ergueu o rosto e o acari­ciou. — Eu devia ter me apegado a você até me encontrar novamente. — Talvez tenha sido melhor para você ter espaço para respirar — entendeu ele, aliviado com o fim do rompimento e contente em perdoar tudo. Ela expressava gratidão ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 904



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  • stellabarcelos Postado em 13/04/2016 - 01:10:57

    Que fanfic linda! Amei amei amei

  • larivondy Postado em 18/10/2013 - 21:50:05

    noossa, Dul meio egoísta mas tadinha, tava mals, ameei a web!!

  • anjodoce Postado em 31/12/2009 - 03:05:24

    Sei que você já terminou de postar aqui a algum tempo, talvez nem venha mais aqui, eu também já terminei de ler a algum tempo, mas esqueci de dizer e preciso comentar, esta foi uma das mais belas histórias que eu já li no e-novelas.
    Assim como a Jessikavon, também espero que você volte a postar webs aqui algum dia... no mais, você sabe que é minha lindinha e torço muito por você,boa sorte com tudo o que for fazer, te adoro...
    Beijinhos da tua fã que te admira muito, muito, muito e que Papai do céu te abençoe sempre e sempre te ilunine em tua caminhada... *-*

  • anjodoce Postado em 31/12/2009 - 03:05:23

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  • anjodoce Postado em 31/12/2009 - 03:05:23

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  • anjodoce Postado em 31/12/2009 - 03:05:22

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  • anjodoce Postado em 31/12/2009 - 03:05:21

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  • anjodoce Postado em 31/12/2009 - 03:05:21

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