Fanfic: Jamais te esquecerei | Tema: Ponny

Anahí acordou, estava sozinha. O quarto branco indicava que ainda estava no hospital, vagou os olhos pelas paredes do pequeno quarto, logo percebeu o braço preso ao soro. A cabeça rodou ao notar que sua vida poderia ter mudado, poderia ter perdido o homem que mais amava na vida, poderia ter perdido Poncho. As lágrimas desesperadas desceram pela face, no momento em que procurava uma maneira de deixar a cama a porta se abriu e uma enfermeira se aproximou rapidamente, logo atrás dela surgiu Rodrigo.

Enfermeira: Você não pode sair daqui – orientou a segurando, Rodrigo se aproximou a ajudando, a abraçou carinhoso a consolando, Anahí se deixou sofrer imaginando que ele havia a deixado para sempre, seu grande amor havia perdido a vida.

Rodrigo: Annie se acalma - a beijou na testa.

Anahí: Eu .... – o corpo convulsionava em dor, era algo fundo no peito, um aperto tão grande que a impedia de respirar, no instante seguinte Anahí voltava a acordar, dessa vez o quarto estava cheio, ela mal sabia a quanto tempo estava naquele lugar, não sabia se havia perdido o velório o enterro, mas ao notar Ruth entre os presentes com um semblante melhor imaginou já provavelmente haviam se passado dias. A raiva por ter perdido tudo lhe assolou, era algo inexplicável, não tinha mais forças, não havia mais pelo que lutar, para quem viver.

Rodrigo: Annie você está bem? – questionou ao perceber que ela apenas vagava os olhos entre os presentes, havia sim se passado dias, exatos três dias do fatídico dia de tão profundo sentimento, Anahí não havia perdido o velório, tão pouco o enterro, Poncho não havia falecido, mas ela não conhecia essa verdade.

Médico: Como se sente? – questionou e nada, ela não tinha vontade para mais nada, para que se recuperar? Para quem? Não havia ninguém a esperando, não havia mais seu Poncho. – Ela está bem – disparou aos demais no quarto – Anahí precisamos conversar, meu nome é Rafael, sou psicólogo e gostaria de conversar um pouco com você, poderíamos? – questionou se aproximando da cama, Anahí sentiu as lágrimas deixarem os olhos, era a hora da noticia, imaginou. – Vocês poderiam sair por gentileza? – solicitou e aos poucos todos deixaram o quarto. Rafael olhou para Anahí avaliativo, não sabia como seria a reação dela, mas estava preparado para tudo, sentou-se ao pé da cama e a fez se sentar.

Anahí: Ele... – queria conseguir formular a pergunta, queria conseguir questionar se ele havia a deixado, era necessário escutar, era preciso para depois conseguir seguir sua monótona vida, mas era impossível, a garganta queimava tanto que a deixava desnorteada, o medo do pesadelo se tornar real era muito grande.

Rafael: Escute, antes de falamos dele eu preciso saber de você – a olhou nos olhos, Anahí tinha uma aparência muito ruim, estava mais magra, a pele antes vistosa, agora parecia mais velha e seca, os cabelos bagunçados e sem vida. – Eu preciso que fale o que está sentindo – pediu e ela respirou fundo controlando as lágrimas, talvez fosse melhor, mas as lágrimas a levaram a uma a ruina novamente, se encolheu e chorou copiosamente, ele a deixou chorar, apenas a acompanhou em sua dor, assim que o soluço diminuiu Rafael se aproximou ainda mais – Olhe para mim – ela olhou, o home calvo de aproximadamente quarenta e poucos anos a encarava sereno e isso era estranho no caos que ela sentia em seu coração – Ele não morreu Anahí – Informou e ela mal pode se controlar lá estava mais uma vez chorando, Rafael sorriu lhe acariciando as costas – Anahí agora preciso que se acalme, tente – pediu e ela assentiu sem conseguir se controlar. Minutos se passaram e ela mal conseguia soluçar, o rosto inchado, a pele vermelha, as mãos tremulas e uma insuportável fraqueza a fizeram cair no sono, o médico desistir de continuar, a deixaria descansar, pediu que a sedassem, voltaria depois.

*****

Era tudo muito estranho, aquelas pessoas não paravam de olha-lo, não se lembrava de como foi parar naquele lugar, restava a lembrança da escuridão e do frio que sentia. A senhora de meia idade que chorava a sua frente e agora sorria se aproximou, mas quando tentou se esquivar ela recolheu a mão que aproximava de sua cabeça. O que estava acontecendo? Eles conversavam entre eles, mas não escutava nada, as vezes as coisas pareciam embaçadas, o ouvidos zuniam e aquilo o deixava tonto, sentia um sono quase incontrolável, mas havia a necessidade de saber onde estava e quem eram aquelas pessoas.

A senhora parecia triste, mas sorria as vezes, era sempre abraçada por um homem grisalho e uma ruiva, a moça de cabelos cumpridos não lhe parecia estranha, mas de onde a conhecia?

*****

Ruth: Doutor, ele esta calado, parece assustado – disparou tentando compreender, já havia se passado três dias que Poncho havia acordado com os choques para que o coração voltasse a bater e desde então dormia muito, quando acordado olhava a todos sempre muito assustado e nunca falava nada, era como se não os reconhecesse.

Médico: Ruth eu já expliquei que ele pode estar com sequelas, só saberemos após alguns dias e quando todos os resultados dos exames estiverem prontos, já expliquei que nesse momento ele parece estar em estado de choque, não podemos descartar a possibilidade dele ter perdido a memoria total ou parcial – orientou e Ruth assentiu voltando a olhar o filho que a encarava de forma interrogativa.