Fanfics Brasil - Capítulo 3 O poder de sedução - AyA

Fanfic: O poder de sedução - AyA | Tema: Rebelde, AyA, Ponny, Anahi, Alfonso


Capítulo: Capítulo 3

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Em seus anos de experiência, Anahí tinha aprendido a esconder sua dor através  de uma máscara de orgulho e indiferença, uma máscara que usou nesse momento, escondendo seus sentimentos e seus pensamentos enquanto enfrentava  Herrera.


- Sinto muito, senhor Herrera, mas acredito que tenha uma idéia equivocada da situação. -afirmou em tom distante-. Não vim aqui para aceitar um suborno.


- Nem eu o estou oferecendo, Sra. Portilla. - replicou ele com um brilho nos olhos.- Simplesmente estou propondo que me venda suas ações.


- Essas ações não estão à venda.


-Claro que  estão. - refutou ele brandamente. - Estou disposto a pagar um preço superior ao valor da bolsa para tirá-las de suas mãos. Tenho feito certas concessões porque é uma mulher, Sra. Portilla, mas minha bondade tem um limite. Recomendo que não tente pedir um preço mais alto. Poderia ver-se completamente excluída da companhia.


Anahí se levantou com as mãos ocultas detrás das costas, para que ele não visse como cravava as unhas nas palmas.


-Não me interessa nenhum preço, Sr. Herrera; nem ao menos desejo ouvir sua oferta. Minhas ações não estão à venda, nem agora nem nunca, e muito menos para você. Tenha um bom dia.


Mas Herrera não era nenhum secretário submisso e não tinha intenção de deixá-la partir até o assunto ser resolvido. Avançou com ágeis passadas  para detê-la e Anahí viu que um homem sólido fecha a saída.


- Não, senhora Portilla. -murmurou ele brandamente.- Não posso deixar que vá quando ainda não resolvemos nada. Saí de minha ilha e voei até a Inglaterra com o propósito de me encontrar com você e pôr de lado a suas péssimas idéias, que estão fazendo estragos na companhia. Acreditou que me deixaria intimidar por seus ares de superioridade?


-Não sei se tenho ares de superioridade, mas seu complexo de dono e senhor me irrita.- Anahí contra-atacou em tom sarcástico.- Sou a proprietária dessas ações e exerço meu direito a voto como acho conveniente. A compra da Dryden era uma manobra pouco inteligente, por isso votei contra. E voltaria a fazê-lo. Outros acionistas agem do mesmo modo, mas vejo que são minhas ações que você quer comprar. Ou eu sou a primeira pessoa  que pensa em não aceitar sua disciplina?


-Sente-se, Sra. Portilla. -disse ele gravemente.- e tentarei lhe explicar os princípios básicos das finanças e a expansão empresarial.


-Não quero me sentar...


-Eu disse para se sentar! -rugiu ele com voz subitamente ameaçadora. Anahí se sentou automaticamente; logo desprezou a si mesma por ter obedecido prontamente. -Eu não sou um de seus lacaios. - exclamou, embora continuasse sentada. Tinha o pressentimento de que Herrera a prenderia pela força se tentasse sair.


- Sei, Sra. Portilla; acredite, se fosse um de meus empregados, ha muito tempo que teria aprendido a comportar-se. - respondeu ele com um tom carregado de ironia.


-Acredito que sei me comportar perfeitamente!


Ele esboçou um sorriso sombrio.


- Sabe comportar-se? Ou simplesmente é ardilosa e manipuladora? Não acredito que foi muito difícil seduzir esse velho e conseguir que se casasse com você, e foi o suficientemente inteligente para escolher um homem que morreria em pouco tempo. Isso a deixou em uma excelente posição, não é mesmo?


Anahí esteve a ponto de gritar, horrorizada por suas palavras; somente seus anos de aprendizagem em matéria de autodomínio a fez permanecer imóvel e em silêncio, embora não o olhasse nos olhos. Não podia deixar que ele visse seus olhos, ou veria como era profundamente vulnerável, e quem era na realidade.


Ele sorriu ante seu silêncio.


-Acreditava que eu não soubesse de sua história, Sra. Portilla? Sei muito sobre você, asseguro. Seu casamento com  Robert Portilla escandalizou todos aqueles que o conheciam e o admiravam. Não obstante, até que a vi, não tinha conseguido compreender como pôde laçá-lo. Agora vejo tudo muito claro; qualquer homem, inclusive um velho, faria o que fosse para tê-la em sua cama e desfrutar o prazer de seu corpo.


Anahí estremeceu ante o insulto e ele reparou no tremor que percorreu sua pele.


-Por acaso a lembrança é pouco agradável? - inquiriu Herrera em tom seco. - Teve que dar em troca mais do que esperava? 


Anahí lutou por recuperar a compostura e erguer a cabeça, depois de um momento conseguiu.


-Minha vida privada não é assunto seu. -ouviu-se dizer com frieza, e sentiu um fugaz estalo de orgulho por que conseguira reagir.


Os olhos verdes dele se estreitaram enquanto a olhavam; abriu a boca para continuar falando, mas nesse momento o telefone tocou e Herrera amaldiçoou entre dentes em grego. Depois se afastou para responder e atender a ligação. Disse algo em um grego rápido e áspero, logo fez uma pausa. Seus olhos se focalizaram em Anahí.


- Tenho uma chamada urgente da França, Sra. Portilla. Preciso ficar sozinho um momento.


Apertou um botão do telefone e pronunciou uma saudação. Tinha mudado de idioma com facilidade e se expressava em um perfeito francês. Anahí o observou por um momento, ainda aturdida pela dor; depois se deu conta de que ele estava distraído e aproveitou a oportunidade. Sem dizer uma palavra, levantou-se e saiu do escritório.


 Conseguiu dominar-se até que voltou para casa; uma vez a salvo, rodeada pelas paredes de seu lar, deixou-se cair no sofá e começou a soluçar fracamente. Algum dia acabaria? Algum dia cessariam as críticas unânimes, os comentários maliciosos sobre seu casamento com Robert? Por que todos supunham automaticamente que era pouco menos que uma prostituta? Durante cinco anos tinha suportado a dor sem que ninguém soubesse como a rasgava por dentro; entretanto, tinha a sensação de que já não tinha defesas. Santo Deus, quem dera Robert não tivesse morrido!


Mesmo depois de dois anos, não se habituara em não poder compartilhar com ele seus divertidos episódios, em não ter sua irônica e sofisticada sabedoria lhe dando forças. Ele jamais havia duvidado de seu amor, apesar do que falaram de seu casamento, e Anahí sempre contou com seu afetuoso apoio. Sim, Robert tinha lhe proporcionado segurança financeira e a tinha ensinado a administrar o dinheiro que  deixou no testamento. Mas tinha lhe dado muito mais que isso! Os bens materiais que lhe tinha legado eram insignificantes em comparação com seus demais presentes: carinho, segurança, amor próprio, confiança em si mesma. Tinha-a animado a desenvolver-se como mulher inteligente; tinha-lhe ensinado a conhecer o mundo da bolsa e dos investimentos financeiros, a confiar em seu instinto quando as duvidas a acossavam. O querido e prudente Robert. Apesar de tudo, tinham rido dele por casar-se com ela, e a tinham desprezado. Quando um senhor de setenta e seis anos se casava com uma jovem de dezoito, atraente,  os fofoqueiros podiam atribui-lo só a duas coisas: a cobiça por parte dela ou a um desejo de reviver velhos apetites por parte dele.


Mas não tinha sido assim absolutamente. Robert era o rico homem que Anahí tinha amado, e o tinha amado profundamente, mas sua relação foi mais de pai e filha, ou de avô e neta, que de marido e mulher. Antes do casamento, Robert tinha chegado inclusive a especular sobre as vantagens de adotá-la, mas ao final decidiu que as dificuldades legais seriam menores se casasse com ela. Quis que desfrutasse da segurança que nunca tinha tido: tinha crescido em um orfanato e se viu obrigada a ocultar-se depois de uma muralha de pura passividade. Robert estava decidido a que jamais voltasse a ter que lutar por uma coisa tão básica como comida, roupa ou intimidade; e o melhor meio de lhe assegurar essa vida consistia em tomá-la como esposa.


O escândalo provocado por seu casamento convulsionou a sociedade londrina; publicaram-se artigos maliciosos sobre ela nas colunas de fofocas. Anahí se sentiu surpreendida e horrorizada ao ler as numerosas notícias referentes aos «ex-amantes da empreendedora senhora P.». Sua reação tinha sido muito similar a de Robert: erguer ainda mais a cabeça e não prestar ouvidos os difamadores. Robert e ela sabiam a verdade de seu casamento, e ele era a única pessoa no mundo a quem Anahí tinha amado, a única pessoa que a tinha querido. O amor de ambos resistiu a prova, e ela seguiu sendo virgem enquanto durou o casamento. Robert jamais tinha insinuado que desejasse o contrário. Anahí era sua única família, uma filha para ele, embora não fosse de seu sangue; instruiu-a, guiou-a e dispôs seus assuntos financeiros de modo que nunca pudessem lhe arrebatar o controle dos mesmos. Confiava nela sem reservas.


Tinham sido, simplesmente, duas pessoas que se achavam sozinhas no mundo e se encontraram. Anahí era uma órfã que tinha crescido sem carinho de nenhum tipo; ele era um ancião cuja primeira esposa tinha morrido anos antes e que se via sozinho e sem família. Acolheu a receosa jovem, deu-lhe consolo e afeto, e inclusive se casou com ela para garantir que nunca voltasse a precisar de nada. Ela, por sua parte, sentia um imenso carinho por aquele homem mais velho e bondoso que lhe dava tanto e que tão pouco exigia em troca. E Robert a tinha amado porque, graças a ela, tinha havido alegria, juventude e beleza nos últimos anos de sua vida. Tinha-a ajudado a amadurecer e a desenvolver sua aguda inteligência com a carinhosa complacência de um pai.


Na vida de Robert, a falta de amigos não tinha incomodado realmente a Anahí. Tinham alguns amigos de verdade, como Christian, e eles lhes bastava. Mas agora Robert tinha morrido e Anahí vivia sozinha. As venenosas críticas que continuava recebendo se inflamavam em sua mente, faziam-na sofrer e perder o sono em muitas noites. A maioria das mulheres se negava a lhe dirigir a palavra e os homens a tratavam como se fosse uma mulher fácil. Era evidente que manter uma atitude reservada não bastava para que mudassem a opinião que tinham dela. Devia reconhecer que, além de Christian e Maite, não tinha amigos. Mesmo Koko, o marido do Maite era um pouco seco com ela, e Anahí sabia que não a via com bons olhos.


Somente quando as sombras do crepúsculo escureceram a casa, Anahí se levantou do sofá e subiu devagar as escadas para tomar uma ducha. Sentia-se cansada e permaneceu sob a ducha durante um longo tempo, então saiu, secou-se e pôs um jeans gasto e uma camiseta. Com gestos apáticos, escovou o cabelo e o deixou solto sobre os ombros, como o usava normalmente em casa. Só quando saia sentia a necessidade de fazer um penteado mais austero, para parecer mais velha, e nessa noite não sairia. Só queria ficar em algum lugar escuro, como um animal, e lamber as feridas.



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Autor(a): livros adaptados aya

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 5



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  • losAsiempre Postado em 18/02/2016 - 22:19:08

    Olá leitora nova, e adorando a fic!!

  • nandacolucci Postado em 21/10/2015 - 21:38:54

    o que foi isso cara kkkk alfonso muito safado ainda bem que ele não fez nada, e esses fotografos metidos aff continuaaaa

  • Postado em 11/10/2015 - 08:47:50

    continuaaaa aê

  • nandacolucci Postado em 07/10/2015 - 23:47:05

    que drama da anahi haha e nasceu os cachorrinhos alfonso ajudando continuaaa

  • nandacolucci Postado em 07/10/2015 - 07:14:20

    1 leitora continuaaaaa


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