Fanfic: O poder de sedução - AyA | Tema: Rebelde, AyA, Ponny, Anahi, Alfonso

Com calma, Anahí lhe explicou como Robert tinha desejado protegê-la enquanto ela era jovem e sozinha; falou também dos maliciosos falatórios que teve  que suportar. Não omitiu nenhum detalhe, nem sequer o modo como Alfonso lhe tinha proposto casamento, e a senhora Herrera ficou profundamente aflita quando Anahí terminou.

-Às vezes, -disse lentamente- me dá vontade de quebrar um vaso na cabeça dele, mesmo sendo meu filho -olhou o vestido de noiva-. Não tem nenhum outro vestido que possa usar? Nada branco?

Anahí negou com a cabeça.

-Não, nada. Terei que usar este.

Petra foi procurar um pouco de gelo, que envolveu em toalhinhas para fazer compressas para os olhos de Anahí; depois de uma hora, os vestígios de suas lágrimas tinham desaparecido, embora seu semblante continuasse mostrando uma palidez pouco natural. Anahí se movia lentamente, como se tivesse perdido toda vitalidade. A senhora Herrera e Petra a ajudaram cuidadosamente a por o vestido de cor pêssego e o véu que o acompanhava, e depois saíram com ela do quarto.

Alfonso não estava; já tinha ido para a casa do padrinho, mas a casa estava cheia de parentes, tios, tias e primos que conversavam, sorriam e davam tapinhas em Anahí conforme passava perto deles. Compreendeu com um sobressalto que nenhum de seus amigos estava presente. Claro que tinha só dois amigos: Christian e Maite. Isso fez com que se sentisse ainda mais sozinha, tomada por uma sensação de frio tão intensa que pensou que jamais voltaria a sentir calor.

Andros devia acompanhá-la pelo atalho que conduzia até o vilarejo. Estava esperando-a, alto, moreno e vestido com smoking; por um momento, Anahí pensou que era muito parecido com Alfonso que emitiu um ofego de surpresa. Andros lhe sorriu, oferecendo o braço; tornara-se cada vez mais afetuoso com ela nos dias anteriores, e se mostrou francamente preocupado ao ver como Anahí tremia e ao notar o frio em suas mãos.

Os parentes de Alfonso saíram rapidamente da casa para formar um corredor do topo da colina até o povoado, situados em ambos os lados do atalho. Enquanto Andros e ela passavam, começaram a jogar flores-de-laranjeira diante de Anahí; as mulheres do povo vestidas com o traje tradicional lançavam flores de cor branca e rosa. Começaram a cantar à medida que Anahí passava por cima das flores e percorria o atalho para reunir-se com seu futuro marido; ainda se sentia gelada por dentro.

Na porta da casa do senhor Palamás, Andros deixou Anahí em companhia do padrinho de Alfonso, que a conduziu até o altar, onde os aguardavam Alfonso e o padre Ambrose. Toda a casa estava iluminada com velas, e o aroma doce do incenso fez que Anahí se sentisse como se estivesse em um sonho.

O padre Ambrose benzeu as coroas de flor-de-laranjeira, que foram colocadas na cabeça dos noivos enquanto permaneciam aKokohados; a partir desse momento, tudo foi difuso para Anahí. Tinham-lhe indicado o que devia dizer e respondeu corretamente às perguntas do padre; quando Alfonso fez sua promessa, sua voz profunda e grave reverberou na cabeça de Anahí, que se virou para olhá-lo com tímida fúria. Então tudo terminou. O padre Ambrose os pegou pela mão e deram três voltas ao redor do altar, enquanto o pequeno Kostís, um dos inúmeros primos de Alfonso, caminhava diante deles agitando um incensario, de modo que avançavam através de nuvens de incenso.

Quase imediatamente, o júbilo da celebração estourou na abarrotada estadia; todos se beijavam e riam, enquanto começavam a gritar: «A taça! A taça!».