Fanfics Brasil - 2011 Deep Inside

Fanfic: Deep Inside | Tema: Romance, drama, comédia


Capítulo: 2011

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Nota da Autora: Então...essa é primeira vez que posto algo que escrevo em algum lugar, se apenas uma pessoinha gostar já vai valer a pena continuar >< 
Beijinhos ^^


 


2011


 


    Merda. To atrasada de novo. É o meu 4º atraso e se eu não chegar na escola até 7:30, vou ter que voltar pra casa e minha vó vai me matar.


    Pulei da cama e corri pro banheiro. Não é culpa minha que eu esteja atrasada...a conversa com o pessoal todo ontem estava tão legal; Will começou a dar em cima da Nath, não tinha como ficar mais engraçado. A lembrança me faz rir e um pouco de pasta de dente cai da minha boca manchando minha blusa. É verdade, estou atrasada! Depois de terminar minha higiene bucal voltei pro quarto a procura do meu celular. 6:30. Merda de novo. visto o uniforme em uma velocidade recorde, encho um copo de Mate e dou alguns goles. Oh...estou enjoada de novo, se eu não fosse virgem estaria mega preocupada com esses enjoos diários. Pego minha mochila e vou andando em direção a porta: Chaves? Aqui. Cartão do metrô? Aqui. Tudo certo.


    -Tô saindo!- Eu grito, e pra ser sincera, não ligo muito se ela vai ouvir ou não.


    -Shhh, Seu avô ainda está dormindo.- Minha vó destaca irritada; mesmo que a porta do elevador ja esteja quase completamente fechada.


    -Whatever...- Aposto que ela ainda pôde ouvir minha voz sonolenta enquanto o elevador descia.


         ____________________________________________________________________


  


    Saio correndo de metrô, não posso chegar atrasada por nada. Depois de 5 anos na minha escola, já tenho cronometrado o tempo que demora para os dois sinais que se encontram no caminho fecharem.. Enquanto corro, mais uma vez a minha falta de tamanho funciona como desvantagem no mar de pessoas que tem na minha frente. O segundo sinal já está piscando, mas eu ignoro completamente sua sinalização de "fique parado" e vôo de um lado da rua até o outro. Deslizo pelo chão de mármore do colégio ate a porta de ferro onde a inspetora espera ansiosamente para fechar a entrada e deixar trancado do lado de fora  estudantes atrasados; felizmente, hoje não sou um deles.


    Entro na sala, numa tentativa falha de ser discreta, olho em volta procurando um lugar vazio para sentar; me acomodo, e olho o relógio do celular pela 20ª vez naquela manhã -7:10.Consegui mais uma vez.


    Depois de jogar a mochila em um canto do lado da cadeira, dou uma olhada na sala e vejo a Nath acenando pra mim. Eu conheci ela esse ano, quando repeti. Lembrava claramente do primeiro dia de aula: Eu entrando na sala enquanto todos me olhavam, sentia que estava usando um daqueles chapéus de burro dos desenhos animados com a incrição "repetente" nele. Tentei mandar um olhar cínico para todos da sala quando uma "coisa" loira acenava e sorria insanamente para mim ha duas carteiras de distância. Acenei de volta sem a menor intenção de começar qualquer tipo de conversa, mas aparentemente meu aceno-resposta foi um incentivo para ela puxar assunto.


    “Oi! Eu sou a Nath! Tudo Bem? Qual seu nome?” Ela disse sem tirar o sorriso do rosto, o que me parecia um tanto impressionante.


    “Maria” Eu respondi segurando um sorriso bem falso por educação. Eu não queria fazer amizades com ninguém, até por que, nem queria estar ali. Fiz de tudo para mudar de colégio quando repeti, achava que a idéia de conhecer todas aquelas pessoas mais novas que eu julgava estúpidas quando via nos corredores e a pressão de ver todo mundo que eu estudava indo pro Ensino Médio e eu não, seria demais pra mim. Mas a Nath não me deu outra escolha. Além de muito amigável, a garota também tinha muito "potencial" para se tornar uma pessoa que tivesse haver comigo. Depois de muita influência minha e do Felipe ela estava começando a ouvir algumas banda legais.


   Voltei para realidade e acenei de volta para Nath que, como sempre, estava sentada na frente do Felipe. Nós éramos tipo um trio, se bem que ás vezes eu me sentia meio de vela, mas eles negavam qualquer tipo de clima, até porque, depois do Felipe levar uns 369 foras da Nath, realmente, as coisas devem esfriar um pouco.


   Eu já conhecia o Felipe desde que entrei na escola, no 6º ano. Ele tinha sido da minha turma por um tempo, mas nunca nos falamos direito. Esse ano ele repetiu junto comigo e acabamos conversando, pelos gostos parecidos, amizades em comum, etc. Daí para virarmos melhores amigos foi um passo. Todo mundo sempre acha que a gente se pega ou quer se pegar, mas ele é amigo mesmo, de puxar pelo cabelo, bater, te zoar na frente de todo mundo e saber os segredos mais podres possiveis.


   Ainda falava por leitura labial de longe com eles quando percebi o professor de matemática, me olhando de rabo de olho; ele já não gosta muito de mim, melhor eu fingir que estou prestando atenção...por um tempo.


 _____________________________________________________________________


 


    O sinal bate dando fim ao segundo tempo e a aula de matemática. Finalmente. Mal me levanto e as meninas estão vindo a minha direção:


    -Mary! - Todas elas dizem me dando abraços e beijinhos, que eu retribuo seguindo o devido protocolo de contato feminino. Elas eram um grupo de 6 meninas que formavam o que eu chamava de "Bonde do Cupcake", apelido gerado por uma longa série de piadas internas que envolviam a máfia chinesa e alguns quilos de açucar.


    - Oi Mary- Escuto a voz serena da Carol, uma menina muito alta e bonita que encantava os garotos com seu jeito maternal e delicado; garotos que por sua vez, nunca teriam a menor chance com a mesma, já que sua fé e obediencia aos pais a impediam de ficar com alguém ate completar 16 anos. Mas ela não se sentia aborrecida com isso, muito pelo contrário, a Carol tinha um  jeito de "moça", uma personalidade agradável e fofa, adjetivo que era, muitas vezes, empregado para definir a menina.


  


    -MAAAAAAAAAAAAAAARY! - eu escutei antes da coisa loira me abraçar, como sempre. A Nath além de uma personalidade amigável tinha a mania (carência) de abraçar todo mundo, toda hora. - A gente tem que ter mais conversas em grupo igual ontem e... - Ela disse antes de ser interrompida pelo Felipe que me agarrou num abraço mega apertado que ele fazia de propósito para me pertubar.


    -Mary Teta! - Ele liberava a sua risada idiota inconfundível. "Mary Teta" era um dos muitos apelidos que eu ganhara devido a famosa fama que eu tinha de ter um óculos que, supostamente, me deixava com cara de atriz pornô, e seios ligeiramente maiores que os da maioria das garotas com quem a gente andava. A idéia de "criar um nome artístico" para meu alter-ego infame que começara como uma brincadeirinha boba tinha tomado proporções enormes e volta e meia alguém lançava uma versao nova. "Mary Love", "Mary Boobs", "Mary Porn"; etc. Até chegar ao cúmulo do Felipe começar a me chamar de "Mary Tetas" pela escola.


    -Largaaaaaaa Felipe, isso dói, filho da puta!


    - É, esmagando suas Tetas - Ele disse rindo idiotamente de novo ao me largar.


    Eu ainda depositava tapas nas costas dele quando ouvi outra voz inconfundível vindo da porta da sala.


    -Mary! -Era o Paulo.


    -Paaaaaaaul!- Eu disse, antes de sair correndo para abraçar o garoto.


Paulo era um garoto branquinho de cabelos castanhos e ridiculamente alto (para mim pelo menos). Como o Felipe, ele também tinha sido da minha sala por um breve periodo de tempo, quando eu entrei na escola, porém só comecei a falar com ele ano passado.


    Devido a amizades erradas e caminhos diferentes, eu sempre tinha visto o Paulo como um loser. Quando eu briguei com a Karina e a Jessica, as duas garotas que costumavam ser minhas melhores amigas, eu voltei a falar com meninos e lembrei como eles eram muito mais fáceis de se lidar e amigos muito mais fiéis. Foi por essa época que comecei a falar com o Paulo. Ele foi uma das poucas pessoas que continuou falando comigo mesmo depois de eu ter repetido de ano.


    -Saudade de você, pessoa.- Eu disse enquanto me sentia minúscula do lado do garoto que carinhosamente passava a mão na minha cabeça. Era estranhamente confortável que, mesmo com tudo que tinha pro clima entre a gente ser estranho, nunca chegava perto disso.


   Ele entregou seu violão para o Felipe e sentou em uma das mesas para comentar sobre a conversa em grupo da noite anterior. Do outro lado da sala, Felipe perguntava o que tocar, ao que, como sempre,  a Nath respondia em função da única música boa que conhecia:


   -Toca Toxicity!


   E o dia seguia normalmente.


 



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Autor(a): mavma

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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