Fanfic: Gelo Negro- Adaptação vondy | Tema: Vondy
— Vai ser divertido, nós quatro enfurnados aqui juntos — assegurou Korbie. — Podemos ficar bem juntinhos para conservar o calor do corpo — acrescentou ela com uma risadinha. Transferi minha irritação para Korbie. Que coisa mais idiota de se dizer. Nós nem sequer conhecíamos aqueles caras, não de verdade. E ela parecia ter esquecido completamente que, até poucos minutos antes, estávamos achando que morreríamos congeladas nas montanhas. Eu ainda não tinha me recuperado do susto, e tive vontade de sacudi-la ao vê-la jogando charme para cima de Shaun. Eu ficara apavorada na floresta. Apavorada mesmo. Qual era o problema dela, que podia simplesmente ligar um botão e passar do choro às risadinhas de um segundo para outro? — Vamos ficar só por esta noite — falei para Mason e Shaun. — Vamos embora assim que amanhecer. Shaun passou o braço pelos ombros de Mason e disse: — O que que você acha, camarada? Devemos ajudar essas pobres garotas? — Não — respondeu Mason, sem pestanejar, afastando o braço de Shaun, com uma expressão carrancuda no rosto. — Vocês não podem ficar aqui. — Também não podemos ficar lá fora — rebati. Achei irônico estar implorando por um lugar para ficar. Porque, quanto mais conversávamos, menos eu queria continuar na cabana com Mason. Eu não entendia. Não havia nenhum sinal do cara tranquilo e divertido no homem diante de mim naquele momento. Por que ele havia mudado tanto de atitude? — Às vezes você tem que ignorar o Ace aqui — explicou Shaun, com um sorriso estranho. — Ele é bom em um monte de coisas, mas simpatia não é uma delas. — Deu pra notar — comentou Korbie, baixinho. — Vamos lá, Ace. Podia ser pior — disse Shaun, batendo nas costas de Mason. — Por exemplo… — Ele coçou o rosto, pensativo. — Quer dizer, não consigo pensar em nada melhor do que esperar a tempestade passar na companhia de duas garotas bonitas. Na verdade, elas aparecerem aqui foi a melhor coisa que poderia ter acontecido com a gente. — Posso falar com você a sós? — perguntou Mason, com uma voz baixa e firme. — Claro, depois de aquecermos um pouco essas garotas. Olhe para elas… estão congelando. Coitadinhas. — Agora. — Ah, deixa disso — disse Korbie, exaltada. — Não somos assassinas. Posso até jurar de dedinho — acrescentou, fazendo graça para Shaun. Shaun sorriu para Mason, socando-o de leve no peito. — Ouviu isso, amigo? Ela vai jurar de dedinho. Toda aquela indecisão estava acabando com a minha paciência. Eu estava tão entorpecida de frio que me senti tentada a passar direto por Mason em direção ao fogo ardendo na lareira que projetava sombras nas paredes da sala de estar, no final do corredor. Eu me imaginei sentada ali, perto o suficiente para sentir o calor e, finalmente, me aquecer.
— Uma noite não vai matar ninguém, não é mesmo, Ace? — prosseguiu Shaun. — Que tipo de homens nós seríamos se déssemos as costas para essas meninas? Mason não repondeu, mas os músculos de seu rosto estavam visivelmente tensos. Ele não poderia ter deixado mais claro. Não queria a gente na cabana. Shaun, por outro lado, estava mais do que feliz em nos deixar ficar o tempo que fosse necessário. Será que os dois tinham discutido antes de Korbie e eu chegarmos? Eu sentia a tensão entre eles crepitando como um fio desencapado. — Podemos, por favor, discutir isso em frente à lareira? — perguntou Korbie. — Boa ideia — disse Shaun, mostrando o caminho. Korbie o seguiu pelo corredor em direção à sala de estar, tirando o cachecol. A sós com Mason, por um segundo vi seu rosto relaxar, derrotado. Aquele olhar desapareceu em um instante, e ele fechou a cara de novo. De raiva? Hostilidade? Então olhou bem nos meus olhos, e pensei que, talvez, ele estivesse tentando me dizer alguma coisa. Havia uma intensidade em seu olhar que parecia ocultar um significado mais profundo. — Qual é o seu problema? — murmurei, tentando contorná-lo e ir para perto da lareira. Mason estava bem na minha frente, bloqueando o corredor, e ele precisava sair para eu poder passar. Mas ele não saiu. Me manteve presa junto à porta, seu corpo desconfortavelmente perto do meu. — Obrigada pela recepção calorosa — falei. — Tão quente que quase derreti. — Não é uma boa ideia. — O que não é uma boa ideia? — desafiei-o, esperando que me dissesse por que estava agindo de forma tão estranha. — Vocês não deviam estar aqui. — Por que não? Esperei pela resposta, mas tudo o que ele fez foi continuar me encarando daquele jeito sombrio e furioso. — Não tivemos escolha — falei, tranquilamente. — Acho que é pedir demais esperar que você me salve duas vezes em um dia. — Do que você está falando? — perguntou ele, irritado. — Você me ajudou a não passar vergonha na frente do meu ex, lembra? Mas impedir que eu congele até a morte obviamente é um fardo pesado demais. — O que vocês estão sussurrando aí? — gritou Shaun da sala de estar. Ele e Korbie estavam sentados no sofá de couro de dois lugares, as pernas dela cruzadas e na direção de Shaun. Quase parecia que o bico da bota dela tocava a perna dele. Korbie claramente tinha cansado de esperar que o Urso aparecesse para resgatá-la. — Venham para cá, está bem mais quente. Mason baixou a voz, falando com uma calma urgente: — É tão ruim assim quanto você disse? Seu carro está mesmo preso? Se eu for com você até a estrada mais tarde, acha que conseguimos tirá-lo de lá?
— Nossa, você quer mesmo me tirar daqui a qualquer custo, hein? — provoquei, irritada. Eu não merecia ser tratada daquela forma. Não depois do que tinha acontecido mais cedo. Eu queria uma explicação. Onde estava o Mason de antes? — Apenas responda à pergunta — pediu ele, ainda com a voz baixa e apressada. — Não. A estrada está com muito gelo e a subida é muito íngreme. O carro não vai a lugar algum esta noite. — Tem certeza? — insistiu ele. — Você podia parar de ser tão idiota… Finalmente, e não sem resistência por parte dele, me encaminhei para a sala de estar. Ele não saiu do lugar, e nossos braços se roçaram enquanto eu me espremia entre ele e a parede para passar. Andei até a metade do corredor e olhei para trás. Mason ainda estava de costas para mim, passando a mão pelo cabelo curto. O que o incomodava? O que quer que fosse, estava me deixando inquieta também. Mesmo que eu e Korbie estivéssemos a salvo da tempestade, não me sentia completamente segura dentro da cabana. Fora o meu encontro com Mason naquela manhã, eu não o conhecia. Muito menos conhecia Shaun. E, apesar de Korbie e eu já não corrermos mais o risco de morrermos congeladas, íamos passar a noite com dois caras em quem não sabíamos se podíamos confiar. Era assustador. Por ora, eu não tinha escolha a não ser ficar alerta e esperar que parasse logo de nevar. Encontrei Shaun e Korbie na sala de estar. — Obrigada novamente por nos deixar ficar — falei. — Esse tempo é uma droga. — Um brinde a isso — disse Shaun, levantando um copo de plástico com água. — Tem telefone aqui? — perguntou Korbie. — Nossos celulares estão sem serviço. — Não tem. Mas tem chili e cerveja. E uma cama extra. Para onde vocês planejavam ir esta noite? Quer dizer, antes da tempestade — perguntou Shaun. — Para a cabana da minha família — respondeu Korbie. — Idlewilde. O rosto de Shaun se mostrou indiferente ao nome. O que significava que eu provavelmente tinha pegado uma entrada errada e que não estávamos nem perto de Idlewilde. — É a cabana bem grande e bonita, com chaminés de pedra — acrescentei, na esperança de fazê-lo se lembrar. Idlewilde era a única casa perto do lago e um ponto de referência. — A cabana de vocês fica muito longe daqui? — interrompeu Mason, a voz chegando antes dele pelo corredor. Ele parou na entrada da sala de estar. — Posso levá-las a pé até lá. Shaun lançou um olhar breve e descontente para Mason, fazendo que não com a cabeça de forma firme, mas sutil. Em resposta, a boca de Mason se contraiu. Pelo olhar sombrio que os dois trocaram, senti que o clima ficou pesado. — Talvez seja melhor verificar as condições da estrada antes de insistir nisso — interrompeu Korbie. — Pense em uma camada de lama com vários centímetros de
profundidade. E então imagine oito centímetros de neve se acumulando. Ninguém vai a lugar algum hoje. — Você tem razão — disse Shaun, levantando-se do sofá. — Posso oferecer uma bebida? Temos água e mistura para fazer chocolate quente, embora eu não possa garantir que ainda está boa. E duas garrafas de cerveja. — Água, por favor — falei. — Certo. Korbie? — Eu também — disse ela, cruzando as mãos sobre os joelhos, com um sorriso sexy. — Ace, amigo? Perto da entrada da sala de estar, Mason andava de um lado para outro, um olhar obscuro e inquieto no rosto. Devia estar concentrado, pensando em alguma coisa, porque só depois de alguns segundos ele disse: — O quê? — Bebida? — Eu mesmo pego. Quando Shaun desapareceu na cozinha, Mason colocou as mãos nos bolsos e se encostou na parede, sem tirar os olhos da gente. Ergui a sobrancelha para ele de um jeito desafiador. Disse a mim mesma que era melhor ignorá-lo, mas não conseguia evitar. A curiosidade estava me dilacerando por dentro. Por que ele estava bancando o mal humorado? Onde estava o cara simpático e, ouso dizer, sexy daquela manhã? Porque eu o queria de volta. De uma maneira que não podia explicar, naquele momento eu queria mais aquele cara do que Calvin. O que significava muita coisa. — Este lugar é tão adoravelmente rústico — disse Korbie, observando as vigas expostas ao longo do teto. — Qual de vocês é o dono? Mason não respondeu. Eu e Korbie o encaramos. Com um suspiro exasperado, ela se levantou do sofá, andou até Mason e estalou os dedos em frente ao rosto dele. — Chamam-se palavras. A gente usa para falar. Shaun voltou para a sala. — A cabana é do Ace — respondeu. — Os pais dele faleceram recentemente e deixaram a casa de herança. É a primeira vez que a gente vem aqui depois do funeral. — Ah. — Engoli em seco. — Deve ser muito difícil… As lembranças, quer dizer — balbucio, medindo as palavras e tentando ser cordial. Mason pareceu não me escutar, ou preferiu me ignorar. Seus olhos estavam grudados em Shaun, as sobrancelhas erguidas, o olhar inflamado. — Ace não gosta de falar sobre isso — explicou Shaun tranquilamente, contraindo os lábios, quase achando graça em tudo aquilo. — Ele é ateu. A morte sempre o deixa pensativo. Não acredita em vida após a morte. Certo, amigo? Ninguém disse nada. Limpei a garganta, achando Shaun um pouco insensível, mesmo que eu já não me preocupasse mais nem um pouco com os sentimentos de Mason. Shaun quebrou a tensão com uma risada desarmante.
Autor(a): Mill
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
— Nossa, vocês acreditam mesmo em tudo. Deviam ver o rosto de vocês agora. A cabana é minha, não do Ace. E, antes que perguntem, os pais dele são aposentados perfeitamente saudáveis e moram em Scottsdale, no Arizona. — Você é pior do que o meu irmão — disse Korbie, atirando uma almofada do so ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 43
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Mill Postado em 29/10/2015 - 16:18:04
É pena que acabou, também irei sentir saudades. Podem deixar assim que eu fizer outra fanfic eu posto aqui pra vocês ler #gelonegro! Lovei!
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juhcunha Postado em 28/10/2015 - 20:43:23
Maravilhosa pena que acabou deixar aqui sua nova web quero ler
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Polivondy16 Postado em 28/10/2015 - 19:19:39
Foi perfeita! Ficaram juntos <3 Ameeei! Obrigada você por compartilhar essa história com a gente, e espero que compartilhe muitas mais! Amei #gelonegro! Lovei! Lovei! Lovei! E infelismente.... num tem como escrever o posta mais...né! Vou sentir saudades *-*
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Mill Postado em 28/10/2015 - 16:48:18
Tá acabando :"(
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juhcunha Postado em 28/10/2015 - 00:12:54
Tadinha da dul ele não pode fazer isso com ela
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juhcunha Postado em 28/10/2015 - 00:09:14
Calvin se lasco mane
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juhcunha Postado em 28/10/2015 - 00:07:32
Essa merda d Calvin não pode morre ele tem que pagar pelo que ele fez
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Polivondy16 Postado em 27/10/2015 - 21:56:53
Acabando? Mas já? Logo agora que o pesadelo acabou... Essa Becca é cruel! Não, Christopher! Você não pode ir embora! Quero muito vê-los juntos! Posta mais *-*
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Mill Postado em 27/10/2015 - 16:44:52
kKKK Calma Korbie não matou ninguém
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juhcunha Postado em 26/10/2015 - 23:07:04
Korbie matou quem? Mdsss posta mais