Fanfics Brasil - Capitulo 26 Gelo Negro- Adaptação vondy

Fanfic: Gelo Negro- Adaptação vondy | Tema: Vondy


Capítulo: Capitulo 26

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                                               CAPÍTULO SETE


 


  


Eu tinha adormecido. Caíra lentamente de joelhos, encolhida por causa da dor nos ombros e no quadril. O piso de cimento não oferecia nenhum conforto ou calor. Limpei a baba do canto da boca, e meu corpo todo estremeceu. A porta da despensa tinha sido fechada, me deixando na escuridão. A corrente de ar fria que entrava pela vidraça fina da janela arrepiou minha pele. A neve ainda caía, mas não sob a forma de grandes flocos dançantes como mais cedo; agora, minúsculos grãos batiam na janela como areia ao vento. Eu não sabia quanto tempo havia se passado, mas o céu estava completamente escuro. Eu não ouvia Shaun andando pela sala de estar. Nem Korbie soluçando baixo no banheiro. Para manter a mente ocupada e não ficar pensando no medo que me dominava, tentei me lembrar do formato da cabana, pelo menos a parte que eu tinha visto, e avaliei as rotas de fuga. A porta da frente era a única saída que eu conhecia, e ficava no lado oposto. Eu teria que passar depressa pelo corredor e buscar Korbie, depois voltar pela sala de estar e seguir pelo corredor de entrada, tudo isso sem Shaun me ver nem me ouvir. Além disso, não sabia onde ele tinha colocado nossos casacos. Não duraríamos muito tempo sem eles. E, mesmo se conseguíssemos sair, para onde iríamos? Ninguém estaria de carro por ali com aquele tempo — não haveria ninguém para nos ajudar. Será que Shaun tinha saído para procurar Mason? Ou talvez ele tivesse adormecido. Fiquei me perguntando se deveria arriscar e sair correndo naquele exato momento. Eu estava prestes a encostar a orelha na porta para tentar identificar onde Shaun estava, quando ela se abriu. Shaun trazia uma cadeira dobrável de metal em uma das mãos e uma garrafa de cerveja na outra. Ele afundou na cadeira e olhou para mim, com a cara fechada. — Qual é o problema? — perguntei. Ele apontou o dedo para mim, os lábios se repuxando de raiva. — É melhor você nem falar comigo. Qualquer frio que eu tivesse sentido desapareceu; na mesma hora, o suor começou a brotar da minha pele. A boca de Shaun formava uma linha virada para baixo, e aqueles olhos que mais pareciam fendas… estavam vidrados de ódio. Ele fechou a porta com força, e meu coração começou a bater tão forte que eu tinha certeza de que ele também ouvia. Shaun tomou um gole de cerveja e continuou a me encarar. — Mason ainda não voltou. Hesitei, sem saber ao certo se ele queria que eu dissesse alguma coisa.


— Ele saiu há quanto tempo? — perguntei cautelosamente. — Há mais de três horas. Já passa de uma da manhã. Você mentiu para mim, Dulce? Você mentiu sobre a localização do carro? — Talvez ele tenha se perdido — argumentei rapidamente. — Talvez o equipamento esteja pesado e por isso ele esteja vindo devagar. — Ele levou um trenó. O equipamento não é problema. — Se você tivesse me deixado ir com ele… Shaun saiu da cadeira tão rápido que nem ao menos percebi que ele estava vindo para cima de mim. Sua mão agarrou meu pescoço e me empurrou para trás, me atirando na parede. Fiquei muito assustada, e demorei um pouco para me dar conta da dor que estava sentindo. Enquanto eu tentava freneticamente me livrar da mão dele, os nós de seus dedos afundaram com força na parte de baixo de minha mandíbula, bloqueando minhas vias aéreas. Minha visão começou a ficar borrada. — Você mentiu. Ele soltou a mão o suficiente para eu arfar em busca de ar, que desceu pela minha garganta com um chiado. Balancei a cabeça, fazendo que não, não, não. — Se Mason se perdeu, é porque você indicou a direção errada. Ele está lá fora, procurando um carro que está a quilômetros de distância. Não é verdade, Dulce? Você achou que assim iria equilibrar o jogo? Tirá-lo daqui para serem então você e Korbie contra mim? Talvez você seja mais burra do que eu pensava, planejando algo assim. Agarrei as mãos dele, tentando tirá-las do meu pescoço. Eu não conseguia respirar. Não sabia se ele ia me matar. E estava morrendo de medo de que ele fizesse isso. — Você levou Mason para longe de mim, talvez eu devesse levar Korbie para longe de você também. Meus olhos se arregalaram de preocupação. — Se estamos jogando, eu conheço alguns truques. — Seu rosto estava tão perto que eu via com nitidez as pedras azuis que eram seus olhos. A raiva ardia no fundo deles. — É isso mesmo, Dulce. Você jogou, agora é a minha vez. Não é assim que funciona? Ele afrouxou a mão, e consegui finalmente respirar, ainda que com dificuldade. Assim que inspirei, ele apertou meu pescoço contra a parede de novo. — Você mandou Mason na direção errada? Se fez mesmo isso, eu não vou gostar nem um pouco. Mas se você disser a verdade agora, podemos trabalhar isso. Balance a cabeça se estiver entendendo. Zonza, balancei. — Você está pronta para começar a dizer a verdade? Sim, sim, assenti. A dor tomou conta dos meus pulmões. Parecia que eu tinha um bloco de cimento no peito. Shaun afrouxou a mão, e eu gritei de alívio. — Dê mais meia hora para Mason, por favor — implorei. — Com toda essa neve lá fora, ele vai demorar para chegar ao carro e voltar, e ainda está trazendo o equipamento. Ele está bem, só está indo mais devagar do que imaginamos. Esperei para ver se Shaun teria um ataque de fúria.


A porta da despensa chacoalhou, como se a pressão na cabana tivesse se alterado de repente. Logo depois, uma rajada de vento entrou por debaixo da porta. Shaun e eu nos viramos para olhar. A porta da frente bateu com força, e ouvimos passos pelo piso de madeira da sala de estar. — Ace? — gritou Shaun. — É você, amigo? A porta se abriu. Shaun soltou meu pescoço, e eu recuei, pressionando as costas contra a parede e desejando ser engolida por ela e sumir. Mason tateou até encontrar o interruptor. — O que está acontecendo aqui? — perguntou ele, nos encarando. Seu rosto estava vermelho devido ao frio, e flocos de neve derretida brilhavam em seu cabelo e em suas sobrancelhas. Os ombros e as mangas de seu casaco estavam cobertos de neve também. — Estamos só conversando — disse Shaun, com a voz mais tranquila do mundo. — Não é mesmo, Dulce? Não respondi. Minha respiração vinha em movimentos fortes e entrecortados. O ar parecia raspar minha garganta. Toquei o pescoço com cuidado, examinando os machucados que faziam minha pele arder. Olhei para Shaun e vi que um sorriso perturbador se abria em seu rosto. Quase vomitei. Ainda sentia a força esmagadora de sua mão sufocando meu pescoço. Fechei os olhos, e os dele, cheios de ódio, brilharam ainda mais vividamente. — Você pegou o equipamento? — perguntou Shaun a Mason, a voz incrivelmente suave. De repente, pensamentos desesperados e irracionais bombardearam minha mente. Eu tinha que sair dali. Tinha que correr. Talvez eu não fosse congelar na floresta; talvez tivesse chances de sobreviver. Eu iria correr esse risco, tudo para ficar longe de Shaun. Iria correr sem parar, até estar fora de perigo. — O equipamento parece bom? Vai funcionar? — perguntou Shaun. Mason não respondeu de imediato. Senti seu olhar em mim. Eu queria cavar um buraco na parede e correr para a floresta. Eu teria que aproveitar a primeira chance que aparecesse, porque talvez não houvesse uma segunda. — O que aconteceu com o pescoço dela? — perguntou Mason. — Eu a peguei amarrando o cachecol em volta dele, fazendo um nó corredio — disse Shaun com uma risada, apontando para o meu cachecol vermelho no chão. Mais cedo, antes de adormecer, eu o havia tirado e o enrolado, aninhando-o junto ao peito, em busca de algo reconfortante para abraçar. — Dá para acreditar? Mais alguns minutos sozinha, e ela teria se matado. Vamos ter que vigiá-la para ela não se matar. Encolhi o corpo quando sua mão fria bateu em meu rosto. — Não complique mais as coisas, Dulce. Você pode até conhecer melhor estas montanhas, mas sua amiga está me saindo uma hóspede melhor. Talvez eu mude de ideia a seu respeito. — Posso falar com a Korbie? — Minha voz era um sussurro fraco e rouco.


— Que tipo de pergunta é essa? — retrucou Shaun, irritado. — O que acha que eu vou dizer? — Quero ter certeza de que ela está bem. — Ela está bem. — Posso, por favor, vê-la? Não vou tentar nada, prometo. Eu tinha que dizer a ela que sairíamos correndo dali. Na primeira chance que tivéssemos. Não havia como prever o que Shaun seria capaz de fazer com o passar das horas. — Isso eu não sei — disse Shaun. — Você já tentou se matar. A única coisa que sei é que não posso confiar em você. Mason não falava havia um bom tempo e, quando olhei para ele, vi que estava com meu cachecol nas mãos, os olhos castanhos vidrados no tecido. Talvez eu estivesse imaginando coisas, mas sua mandíbula pareceu trincar, e seu corpo, se retesar. Será que ele acreditara mesmo na história que Shaun havia contado? Eu não tinha tanta certeza. Se a tensão entre ele e Shaun aumentasse, isso poderia ser útil para mim e para Korbie. Talvez conseguíssemos que Mason passasse para o nosso lado. Talvez ele nos ajudasse a escapar. Mais uma vez, tentei desvendar o misterioso relacionamento entre Shaun e Mason. Shaun havia mentido para Mason. Mais uma pista. Mais uma prova de que Shaun não detinha todo o poder. Será que ele tinha medo do que Mason poderia fazer se ele me machucasse? Eu não sabia nada sobre Mason, definitivamente não o suficiente para confiar nele, mas sabia que tinha menos medo dele do que de Shaun. O que quer que acontecesse, eu tinha que ficar perto de Mason. Se eu estivesse certa, ele não deixaria Shaun me machucar de novo. — Acho melhor fazermos um inventário do equipamento — disse Mason, finalmente. — Descobrir do que precisamos e o que podemos deixar para trás. — Você não deveria ter trazido nada de que não precisamos — criticou Shaun. — Eu estava congelando e peguei tudo com pressa — disparou Mason. — Você já olhou pela janela? A neve está muito forte. Levei o dobro do tempo para chegar lá e voltar por causa disso. Podemos examinar os equipamentos agora. Shaun resmungou, concordando. — Está bem. Temos tempo de sobra. Não vamos sair da cabana até a neve parar. Seguindo Shaun para fora da despensa, Mason olhou por cima do ombro, como se tivesse se lembrado de uma coisa. Seus olhos castanhos encontraram brevemente os meus. — A propósito, achei a insulina da Korbie. Não estava congelada. Parece que cheguei na hora certa.


 



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Autor(a): Mill

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Oiii, Tudo bem com vcs ? bom irei postar na fanfic todos os dias, e mas é claro quer quero a colaboração de vcs, quero sempre saber se estão gostando, então peço que comentem, se estão gostando, se tem alguma duvida, se querem que eu continue. Pq eu sei que vcs sabem o quanto é bom, vc ir postar uma história e va ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 43



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  • Mill Postado em 29/10/2015 - 16:18:04

    É pena que acabou, também irei sentir saudades. Podem deixar assim que eu fizer outra fanfic eu posto aqui pra vocês ler #gelonegro! Lovei!

  • juhcunha Postado em 28/10/2015 - 20:43:23

    Maravilhosa pena que acabou deixar aqui sua nova web quero ler

  • Polivondy16 Postado em 28/10/2015 - 19:19:39

    Foi perfeita! Ficaram juntos <3 Ameeei! Obrigada você por compartilhar essa história com a gente, e espero que compartilhe muitas mais! Amei #gelonegro! Lovei! Lovei! Lovei! E infelismente.... num tem como escrever o posta mais...né! Vou sentir saudades *-*

  • Mill Postado em 28/10/2015 - 16:48:18

    Tá acabando :&quot;(

  • juhcunha Postado em 28/10/2015 - 00:12:54

    Tadinha da dul ele não pode fazer isso com ela

  • juhcunha Postado em 28/10/2015 - 00:09:14

    Calvin se lasco mane

  • juhcunha Postado em 28/10/2015 - 00:07:32

    Essa merda d Calvin não pode morre ele tem que pagar pelo que ele fez

  • Polivondy16 Postado em 27/10/2015 - 21:56:53

    Acabando? Mas já? Logo agora que o pesadelo acabou... Essa Becca é cruel! Não, Christopher! Você não pode ir embora! Quero muito vê-los juntos! Posta mais *-*

  • Mill Postado em 27/10/2015 - 16:44:52

    kKKK Calma Korbie não matou ninguém

  • juhcunha Postado em 26/10/2015 - 23:07:04

    Korbie matou quem? Mdsss posta mais


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