Fanfics Brasil - Capitulo 28 Gelo Negro- Adaptação vondy

Fanfic: Gelo Negro- Adaptação vondy | Tema: Vondy


Capítulo: Capitulo 28

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CAPÍTULO NOVE


 


 


 


 


Ouvi dizer que, quando as pessoas estão perto da morte, as lembranças passam diante de seus olhos, como se fosse um filme. Enquanto eu aguardava para ver que destino Shaun e Mason reservavam para mim, pensei na hora em Calvin, que eu desesperadamente esperava que estivesse a nossa procura. Na primeira vez em que fui acampar com os Versteeg, eu tinha onze anos, e Calvin, treze. Estávamos em julho, e as montanhas eram um alívio refrescante para o calor da cidade. Korbie e eu finalmente tínhamos idade o bastante para dormirmos do lado de fora sozinhas, e o sr. Versteeg nos ajudou a armar uma barraca no gramado atrás de Idlewilde. Ele prometeu deixar a porta da cozinha destrancada, para o caso de precisarmos usar o banheiro no meio da noite. Korbie e eu espalhamos batons e embalagens coloridas de blush e sombra no chão da barraca, e cada hora uma maquiava a outra, tentando ficar iguais a Katy Perry. Quando terminássemos, íamos filmar nosso próprio vídeo da música “Hot N’ Cold”. Korbie tinha esse sonho de ser famosa, e mal podia esperar para começar. Korbie estava passando um batom vermelho vivo na minha boca quando ouvimos barulhos que imitavam um fantasma vindos do lado de fora. Um feixe de luz dançava erraticamente pelo tecido da barraca. — Deixe a gente em paz, Calvin! — gritou Korbie. — Calma — disse ele, abrindo a barraca e entrando agachado. — Vim trazer a lanterna. Mamãe disse que vocês esqueceram. — Está bem — respondeu Korbie, arrancando a lanterna das mãos dele. — Agora saia. Vá brincar com o Rohan Larsen — acrescentou, em um tom de deboche. Calvin mostrou os dentes para ela como um cão. — O que que tem o Rohan? — perguntei. Korbie tinha me chamado para viajar com ela, e Calvin chamara Rohan. Eu achava que Calvin e Rohan fossem amigos. — Meu pai fez Calvin trazer Rohan — disse Korbie com um ar presunçoso de superioridade —, mas Calvin não o suporta. — Meu pai gosta do Rohan porque ele manda bem no tênis e é inteligente, e seus pais são ricos — explicou-me Calvin. — Ele acha que assim vou ficar igual a Rohan. Ele não me deixa nem escolher meus próprios amigos. Já sou bem grandinho, e ele continua mandando nas minhas amizades. É tão idiota. Ele é um idiota. Olhei preocupada para Korbie. — Ele fez você me convidar? — Eu não podia suportar a ideia de Calvin e Korbie rindo de mim pelas costas.


— Ele só faz essa coisas com o Calvin — assegurou-me Korbie. — Porque você é a princesa dele — disse Calvin, com um um tom sombrio de aversão. — Ele não liga para o que você faz. — Saia agora — retrucou Korbie, curvando-se para a frente e ficando cara a cara com o irmão. — Vou sair, pode deixar. Mas, antes, vocês sabem que noite é essa, não sabem? — perguntou Calvin. — Sexta-feira — respondi. Seus olhos brilharam. — Treze. — Sexta-feira treze é uma superstição idiota — disse Korbie. — Saia antes que eu comece a gritar. Vou falar para a mamãe que você estava tentando ver a calcinha da Dulce. Ela vai deixar você de castigo, sem videogame o fim de semana todo. Calvin olhou para mim e eu corei. Eu estava usando minha velha calcinha branca com buracos no elástico. Se ele realmente a visse, eu morreria de vergonha. — Você não iria me dedurar, não é, Dulce? — perguntou-me ele. — Vou ficar fora disso — murmurei. — Se sexta-feira treze é apenas superstição, por que os hotéis não têm o décimo terceiro andar? — perguntou à irmã. — Os hotéis não têm décimo terceiro andar? — perguntamos Korbie e eu ao mesmo tempo. — Não. Dá azar. É onde os incêndios, suicídios, homicídios e sequestros acontecem. Finalmente as pessoas se ligaram e cortaram o décimo terceiro andar. — Cortaram? — questionou Korbie, com os olhos arregalados. — Não com uma serra, sua estúpida. Eles renomearam. Todos passaram a se chamar 12A. De qualquer forma, vocês têm um motivo para terem medo da sexta-feira treze. É quando os fantasmas se levantam dos túmulos para mandarem recados para os vivos. — Que tipo de recado? — perguntei, sentindo os pelos na nuca arrepiarem de empolgação. — Mesmo se acreditássemos nisso, o que não é o caso, por que você está contando isso para a gente? — perguntou Korbie. Calvin estendeu a mão pela porta da barraca e pegou uma sacola azul. Eu podia dizer pela forma como o tecido se esticava que havia algo com quinas pontudas lá dentro. — Acho que deveríamos ver se os fantasmas têm algum recado para a gente. — Vou falar para a mamãe que você está tentando nos assustar de propósito — disse Korbie, olhando cautelosamente para a sacola antes de ficar de pé. Calvin agarrou a manga do pijama dela e a puxou para baixo. — Se vocês ficarem caladas por cinco segundos, vou mostrar uma coisa muito legal. Legal mesmo. Querem ver? — Eu quero — respondi. Olhei para Korbie e vi que tinha dito a coisa errada, mas não liguei. Eu queria que Calvin ficasse na barraca o máximo possível. A pele dele estava bronzeada, resultado dos


dias que passou no lago Jackson, e ele estava quase da altura do pai. Korbie havia me contado que ele tinha começado a fazer flexões e abdominais durante o verão, e dava para perceber. Ele era muito mais bonito do que qualquer um dos garotos do quinto ano. Parecia um homem. Calvin puxou uma placa de madeira da sacola. Na frente da placa, um alfabeto gravado em uma fonte toda desenhada. Os números de um a dez apareciam logo abaixo do alfabeto. Soube logo que era um tabuleiro Ouija. Meu pai não deixava Cristian e eu brincarmos com aquilo. No catecismo, meu professor me dissera que o tabuleiro Ouija tinha o poder do diabo. Senti um arrepio subir pela coluna. Calvin tirou da sacola um pequeno apetrecho triangular com um buraco no meio e o colocou no tabuleiro. — O que é isso? — perguntou Korbie. — Um tabuleiro Ouija — respondi. Olhei para Calvin, e ele assentiu. — O que isso faz? — Usa médiuns… espíritos… para responder às suas perguntas — disse Calvin. — Não temos que dar as mãos para usar? — perguntei, esperando que os boatos que eu ouvira fossem verdadeiros, e que eu parecesse inteligente na frente de Calvin. — Mais ou menos — disse ele. — Duas pessoas colocam o dedo no ponteiro. Acho que existe uma chance de as pontas dos dedos se tocarem. Cheguei mais perto dele. — Não vou tocar na sua mão suada e nojenta — disse Korbie a ele. — Vou ficar cheirando ao protetor que você usa para fazer esportes. Já vi você com a mão dentro do short quando acha que não tem ninguém olhando. Korbie e eu cobrimos a boca em um ataque de risos. — Vocês são tão imaturas — disse Calvin. — Mal posso esperar para ter uma conversa de verdade com vocês. “Eu também”, pensei, sonhadora. — Prontas? — perguntou Calvin, olhando para a gente com um ar sério. — Há apenas uma regra: nada de empurrar o ponteiro. Você tem que deixá-lo se mover sozinho. Tem que deixar os espíritos o guiarem, porque só eles podem ver o futuro. — Você acha que tem um fantasma aqui? — perguntou Korbie, fingindo que estava sussurrando enquanto abafava mais risos. Calvin ligou a lanterna para iluminar a barraca. Ela não era muito grande, mas ele queria que víssemos que estávamos completamente sozinhos. Se o ponteiro se movesse, seria apenas por meios sobrenaturais. — Perguntem qualquer coisa — disse ele. — Perguntem sobre o seu futuro. “Vou me casar com Calvin Versteeg?”, perguntei em pensamento. — Se isso funcionar mesmo, vou fazer xixi nas calças — disse Korbie. Eu estava com medo do tabuleiro Ouija, e com medo de que meu pai descobrisse o que eu estava fazendo, então fiquei aliviada quando Calvin se voluntariou: — Eu vou primeiro. Com uma voz calma e cerimoniosa, ele perguntou ao tabuleiro Ouija:


 


— Qual de nós três vai morrer primeiro? Engoli em seco, olhando com nervosismo para o ponteiro. Meu coração estava apertado, e percebi que tinha parado de respirar. Korbie brincara sobre molhar as calças, mas achei que seria eu a fazer isso. A princípio, o ponteiro não se mexeu. Olhei para Korbie, e ela deu de ombros. Mas então, lentamente, o apetrecho triangular começou a deslizar em direção às letras pretas. C. — Não estou empurrando, juro — disse Korbie, olhando nervosa para Calvin. — Quieta — repreendeu Calvin. — Eu não disse que estava. A. — Ah, meu Deus — disse Korbie. — Ah, meu Deus. Ah, meu Deus! L. — Estou com medo — falei, cobrindo os olhos. Mas eu não suportava todo aquele suspense, e afastei os dedos, espiando por entre eles. — Como é que Calvin vai morrer? — sussurrou Korbie para o tabuleiro. C-O-R. — Cor? — questionei, sem saber se aquilo era mesmo uma resposta. — Será que quer dizer “corda”? Calvin energicamente fez um sinal para que eu ficasse quieta. — Quem vai me matar? — perguntou ele, franzindo a testa. P-A-I. Então, algo aconteceu. Um músculo no maxilar de Calvin saltou, como se ele estivesse trincando os dentes com força. Ainda agachado, ele ergueu as sobrancelhas enquanto olhava quase com ódio para o tabuleiro. — Papai nunca faria isso com você — insistiu Korbie, em voz baixa. — É só um jogo, Calvin. — Não tenha tanta certeza — murmurou ele, por fim. — Ele escolhe meus amigos e decide quais esportes posso praticar. Ele avalia cada dever de casa e me obriga a refazer a maioria. Provavelmente vai determinar para que faculdade vou e com quem devo me casar. Dulce estava certa… o tabuleiro Ouija queria dizer “corda”. E meu pai já está fazendo um belo trabalho me estrangulando. Aquela não era uma lembrança agradável, mas eu não conseguia me concentrar em nenhuma coisa boa enquanto estava presa naquela despensa com um corpo. Essa recordação de anos antes me fez pensar que deveria pegar mais leve com Cal. Sua infância e adolescência não foram fáceis. Ele podia ter me traído e me magoado quando terminou o namoro, mas não era uma má pessoa. E, se ele nos salvasse, prometi a mim mesma que o perdoaria por tudo.



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Autor(a): Mill

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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CAPÍTULO DEZ           O corpo na caixa de ferramentas ainda assombrava meus pensamentos quando a neve parou de cair. Eu estava encolhida no chão, tentando pegar no sono para esquecer o frio. Shaun abriu a porta da despensa. A escuridão era tanta que o raio de luz que adentrou o lugar feriu meus olhos. — Levante-se. E ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 43



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  • Mill Postado em 29/10/2015 - 16:18:04

    É pena que acabou, também irei sentir saudades. Podem deixar assim que eu fizer outra fanfic eu posto aqui pra vocês ler #gelonegro! Lovei!

  • juhcunha Postado em 28/10/2015 - 20:43:23

    Maravilhosa pena que acabou deixar aqui sua nova web quero ler

  • Polivondy16 Postado em 28/10/2015 - 19:19:39

    Foi perfeita! Ficaram juntos <3 Ameeei! Obrigada você por compartilhar essa história com a gente, e espero que compartilhe muitas mais! Amei #gelonegro! Lovei! Lovei! Lovei! E infelismente.... num tem como escrever o posta mais...né! Vou sentir saudades *-*

  • Mill Postado em 28/10/2015 - 16:48:18

    Tá acabando :&quot;(

  • juhcunha Postado em 28/10/2015 - 00:12:54

    Tadinha da dul ele não pode fazer isso com ela

  • juhcunha Postado em 28/10/2015 - 00:09:14

    Calvin se lasco mane

  • juhcunha Postado em 28/10/2015 - 00:07:32

    Essa merda d Calvin não pode morre ele tem que pagar pelo que ele fez

  • Polivondy16 Postado em 27/10/2015 - 21:56:53

    Acabando? Mas já? Logo agora que o pesadelo acabou... Essa Becca é cruel! Não, Christopher! Você não pode ir embora! Quero muito vê-los juntos! Posta mais *-*

  • Mill Postado em 27/10/2015 - 16:44:52

    kKKK Calma Korbie não matou ninguém

  • juhcunha Postado em 26/10/2015 - 23:07:04

    Korbie matou quem? Mdsss posta mais


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