Fanfics Brasil - Capitulo 37 Gelo Negro- Adaptação vondy

Fanfic: Gelo Negro- Adaptação vondy | Tema: Vondy


Capítulo: Capitulo 37

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CAPÍTULO QUATORZE


 


 


 


Uma batida forte na porta me deixou totalmente alerta. Mason se ajoelhou ao meu lado no mesmo instante, tapando minha boca e abafando meu grito de surpresa. Ele levou o dedo aos lábios, indicando que eu não deveria fazer barulho. Shaun entrou rapidamente na sala, arma em punho, apontando-a para a silhueta escura que se via através da cortina no vidro da porta. Outra batida, ainda mais forte. — Alguém em casa? — chamou uma voz de homem. Eu queria gritar: Socorro! Estou aqui! Por favor, me ajude! As palavras estavam bem ali, explodindo dentro de mim. — Responda — ordenou Shaun em um sussurro rude. — Diga a ele que você está bem, que está esperando a tempestade passar. Faça o cara sair daqui. Um movimento em falso, Dulce, e você está morta, vocês dois estão. — Ele soltou a trava de segurança da arma para reforçar que não estava brincando, o som ecoando nos meus ouvidos tão alto quanto o badalar de um sino. Caminhei até a porta, cada passo duro e pesado. Esfreguei as mãos nas coxas, o rosto banhado em suor. Shaun se arrastou pela parede de fora da cozinha, mantendo a arma apontada para mim. Quando o olhei de esguelha, ele acenou com a cabeça, mas não era um sinal de encorajamento. Era um lembrete de que falava muito sério. Abri a porta apenas o suficiente para ver lá fora. — Olá? O homem usava um casaco marrom e chapéu de caubói, e pareceu surpreso ao me ver. Então se recompôs e disse: — Meu nome é Jay Philliber, sou guarda-florestal. O que você está fazendo aqui, menina? — Esperando a tempestade passar. — Esta é uma cabana da Guarda Florestal. Você não tem permissão para estar aqui. Como entrou? — Eu… a porta estava destrancada. — Destrancada? — Ele parecia desconfiado e tentou espiar por trás de mim. — Tudo bem aí? — Sim — falei, com a voz frágil e rouca. Ele se mexeu para observar à minha volta. — Preciso que você abra totalmente a porta. Na minha cabeça, podia me ouvir dizendo: Eles têm uma arma, eles vão me matar.


— Menina? Um estranho zumbido preencheu meus ouvidos. Eu estava zonza; a voz dele chegava até mim na forma de resmungos indistintos; eu não conseguia entender o que ele estava dizendo. Estreitei os olhos, tentando fazer leitura labial. — …chegou aqui? Passei a língua pelos lábios. — Estou esperando a tempestade passar. Eu já tinha dito isso? Pelo canto do olho, vi Shaun balançar a arma, impaciente. O que me deixou ainda mais nervosa. Eu não conseguia lembrar o que devia dizer em seguida. — …transporte? — perguntou o guarda-florestal. Senti um desejo incontrolável de correr. Me imaginei passando pela porta, seguindo em direção à floresta. Eu estava tão desorientada que, por um momento, pensei que tivesse feito mesmo isso. — Como você chegou aqui? — perguntou ele de novo, os olhos me observando atentamente. — Andando. — Sozinha? Então me ocorreu um pensamento absurdo: será que Calvin estava pensando em mim? Será que tinha conseguido dormir na noite passada? Será que tinha encontrado meu carro e saído pela floresta, procurando por mim e por Korbie? Estaria ele preocupado comigo? É claro que sim. — Sim, sozinha. Então o guarda-florestal mostrou uma fotografia em preto e branco ampliada e granulada. Tinha sido feita a partir de um vídeo de segurança e mostrava o interior de um Subway. Havia dois homens na imagem. O caixa estava atrás do balcão, as mãos levantadas na altura do ombro. O homem de frente para ele, o que apontava a arma, era Shaun. — Você já viu este homem? — perguntou o guarda, batendo o dedo no rosto embaçado e bidimensional de Shaun. — Eu… — Luzes vermelhas se acenderam por trás dos meus olhos. — Não, não me lembro de ter visto. — Senhorita, você não está bem. Só de olhar dá para perceber. Ele estava tirando o chapéu. Ia entrar. O zumbido nos meus ouvidos tornou-se ensurdecedor. — Eu estou bem — respondi, depressa. Olhei em volta, desesperada. Os olhos de Shaun encontraram os meus, fervendo de raiva. — Por favor, fique aí fora — falei, entrando em pânico. Levei a mão à testa. Tinha dito a coisa errada. O guarda-florestal passou por mim. Ao mesmo tempo, percebi um movimento no canto da sala e Shaun saiu depressa, a arma em punho. O rosto do guarda ficou branco de medo. — De joelhos! — vociferou Shaun. — Mãos na cabeça.


O guarda obedeceu, murmurando que Shaun deveria pensar melhor, que ele era um representante da lei, os dois poderiam resolver aquilo, e que era melhor Shaun entregar a arma. — Cale a boca — disparou Shaun. — Se quiser viver, vai fazer exatamente o que eu digo. Como nos encontrou? O homem inclinou a cabeça, encarando Shaun com um olhar demorado e desafiador. Por fim, disse: — Não estou sozinho aqui, filho. Temos todo o Serviço Florestal Americano à procura de vocês. Claro, a tempestade nos atrasou um pouco, mas atrasou vocês também. Há outros de nós aqui. Vocês não vão escapar. Se quer sair desta montanha vivo, vai ter que baixar a arma agora. — Me dê a arma, Shaun. Pegue a Dulce e comece a arrumar nossas coisas. — A voz fria e calma de Mason cortou a tensão como um chicote. Ele se aproximou de Shaun e estendeu a mão, esperando. — Fique fora disso — rosnou Shaun, segurando a arma com mais força. — Se quer realmente ser útil, vá até a janela e descubra como ele chegou aqui. Não ouvi nenhum carro se aproximando. — Entregue a arma — repetiu Mason, tão baixo que mal dava para ouvir. Apesar do tom calmo, sua voz era marcada pela autoridade. Para minar qualquer chance de os dois tramarem alguma coisa secretamente, o guarda florestal disse: — Vocês roubaram um Subway e atiraram em um policial na fuga. Uma adolescente foi parar no hospital depois que vocês a atropelaram e fugiram. Vocês têm sorte de ela estar viva. E têm sorte de o policial em que atiraram também estar vivo, mas ninguém no sistema criminal vai deixar isso barato. As coisas não estão nada boas para vocês, mas vão piorar muito se você não abaixar a arma imediatamente. — Eu disse para calar a boca — berrou Shaun. — Quem é você? — perguntou-me o guarda. — Como conheceu esses dois? — Meu nome é Dulce Savinõn — respondi, depressa, antes que Shaun me impedisse. — Eles estão me mantendo refém e me obrigando a levá-los até a rodovia. Finalmente! Os policiais saberiam que eu estava em apuros. Eles enviariam uma equipe de busca. Alguém diria ao meu pai o que tinha acontecido comigo. Eu estava tão aliviada que quase chorei. Então senti um aperto no coração. Isso só seria possível se o guarda florestal escapasse com vida. Se Shaun não atirasse nele. Shaun me fuzilou com os frios olhos azuis. — Você não devia ter feito isso. — Se nós o amarrarmos, ele só será encontrado daqui a um ou dois dias — argumentou Mason. — Vai sobreviver, mas assim teremos tempo para sair da montanha. — E se ele escapar? — replicou Shaun, passando a mão pelo cabelo. Os olhos estavam arregalados e furiosos, a parte branca em torno dos círculos azuis, injetada. Shaun fechou os olhos com força, depois abriu de novo, piscando, como se estivesse tentando focá-los.


— Matá-lo não vai ajudar em nada — repetiu Mason naquele mesmo tom frio e autoritário. Shaun apertou a ponte do nariz e passou o braço na testa úmida. — Você tem que parar de me dar ordens, Ace. Eu estou no comando. Eu tomo as decisões. Trouxe você para fazer um trabalho; concentre-se nisso. — Estamos trabalhando juntos há quase um ano — disse Mason. — Pense em tudo que fiz por você. Quero o que é melhor para você… para nós. Agora abaixe a arma. Tem uma corda no baú na varanda dos fundos. Se nós o amarrarmos, ganharemos um dia de vantagem, pelo menos. — Nós já atiramos em um policial. Não tem como voltar atrás. Precisamos seguir em frente, fazer o que for preciso. Havia algo de irracional e frenético no modo como os olhos de Shaun corriam de um lado para outro, sem foco. Depois de falar, ele engoliu em seco e assentiu, como se estivesse tentando se convencer de que aquela era a melhor opção que tinha. Mason argumentou novamente, com mais firmeza: — Vamos deixá-lo aqui e continuar descendo a montanha. — Pare de gritar comigo, eu não estou conseguindo pensar! — rugiu Shaun, virando para Mason e apontando a arma por um instante para ele antes de voltar a mirar no guarda-florestal. Mais gotas de suor brotaram na testa de Shaun. — Ninguém está gritando — disse Mason calmamente. — Abaixe a arma. — Isso sou eu quem decide — rosnou Shaun. — Eu é que dou as ordens. E eu digo que não devemos deixar nenhum rastro. Um misto de medo e compreensão se acendeu nos olhos de Mason. Com um movimento frenético, ele se lançou em direção à arma. Shaun não pareceu notar; seus olhos estavam fixos na figura ajoelhada do guarda. Antes de Mason conseguir deter Shaun, um som muito alto explodiu em meus ouvidos. E o corpo do guarda-florestal caiu no chão. Eu gritei. Ouvi o som rachando minha cabeça e enchendo a sala. — O que você fez? — berrei. Havia sangue por toda parte. Nunca vira tanto antes. Afastei-me, zonza, com medo de desmaiar se olhasse por mais tempo. Meu corpo inteiro tremia de choque. Shaun havia acertado o guarda. Matado. Eu tinha que sair dali. Não podia deixar a tempestade me deter — tinha que correr. — Por que você fez isso? — esbravejou Mason, furioso. Parecia chocado e enojado, e imediatamente se agachou sobre o corpo do guarda, tentando sentir a pulsação no pescoço do homem. — Ele está morto. — O que eu deveria ter feito? — gritou Shaun. —Dulce não conseguiu convencê-lo, e ele sabia da gente. Nós fizemos o que precisávamos fazer. Tínhamos que matá-lo. — Nós? — repetiu Mason. — Você ouviu o que disse? Nós não o matamos. Você o matou. Os olhos dele ardiam de fúria e pareciam refletir seus pensamentos: Não topei fazer nada disso. Mason encarou Shaun com um ar cauteloso de repulsa, e, a partir daquele único


olhar abrasador, percebi uma coisa. Em algum momento, eles tinham sido dois criminosos passando pela mesma situação difícil e com um objetivo em comum. Mas agora tudo havia mudado. Com Shaun cada vez mais instável e imprevisível, notei que Mason se afastava do companheiro. Seu desejo de romper com Shaun estava claramente estampado em seu rosto. Shaun pegou a foto dele no Subway e rasgou-a em pedacinhos, atirando-os na parede. Então vasculhou os bolsos do guarda, pegando uma pequena chave de aparência curiosa e guardando-a no bolso do casaco. — Eles sabem sobre nós. Temos que seguir em frente — disse Shaun de forma muito mais racional, como se atirar no guarda tivesse liberado a tensão dentro dele. — Eles vão se espalhar por toda a montanha em breve. Ele deve ter chegado aqui de snowmobile. O vento está tão forte, que, de alguma forma, não ouvimos o motor. Ele quase nos pegou. Mas agora temos o snowmobile, e o bom é que isso vai nos ajudar a sair dessa maldita neve mais rápido. Pegue um dos braços dele, Ace. Precisamos esconder o corpo. — Me dê a arma. — Mason estendeu a mão, o tom inflexível. Shaun balançou a cabeça. — Pegue um braço. Ande logo. Temos que sair daqui. — Você não está mais pensando claramente. Me entregue a arma — repetiu Mason energicamente. — Acabei de tirar o seu da reta. Estou com a cabeça no lugar, você é que está deixando o calor do momento afetar suas decisões. Temos que fazer o que for preciso. Nunca deveríamos ter vindo para cá. Deveríamos ter feito o que falei e continuado andando em direção à estrada. De agora em diante, sou eu quem decide. Pegue um braço. Mason o encarou com raiva, mas pegou um dos braços frouxos do guarda. Eles o arrastaram para fora pela porta da frente, e, antes de me dar conta do que estava fazendo, fui até a cozinha, peguei meu casaco das costas da cadeira e o vesti. Depois, abri o armário embaixo da pia. Minha mente estava confusa, mas o resto do meu corpo agia com serena deliberação, como se um interruptor tivesse sido ligado e meu corpo tivesse assumido o controle. Rasguei o saco plástico e enfiei o canivete no bolso do casaco. Eu tinha que estar pronta para fugir. Minha oportunidade estava se aproximando, eu sabia. Encontraria Calvin na floresta. Mesmo se não desse certo, eu preferia congelar lá fora a ficar ali com Shaun. Quando me levantei, Mason e Shaun tinham dobrado a quina da cabana e passavam em frente à janela. Mason olhou para mim, prestando atenção na mão em meu bolso. Ele me observou por vários segundos, os olhos castanhos atentos me avaliando. Mason falou algo com Shaun, e eles colocaram o corpo no chão. Na mesma hora, percebi que Mason viria até onde eu estava. Andei até a ponta da cozinha, fora da vista da janela, e tirei o canivete do bolso, enfiando no único lugar seguro em que podia pensar — dentro da calça. Mason cruzou a soleira da porta. — Tire o casaco. — O quê?


 


Ele puxou o zíper e arrancou meu casaco. Depois procurou nos bolsos, de dentro e de fora. — O que você guardou no bolso? — Você está maluco — gaguejei. — Vi você esconder alguma coisa no bolso. — Estou com frio. Minhas mãos estão geladas. — Se ele as sentisse, veria que era verdade. Meu corpo inteiro estava congelado de medo. Ele tateou meus braços, minhas costas, minhas pernas e procurou por dentro do elástico das minhas meias. — O que você está escondendo Dulce,? — Nada. Ele me encarou, seus olhos correndo por um instante, de maneira desconfiada, para meu peito. Meu sutiã era um dos dois únicos lugares que ele não tinha verificado. Nitidamente desconfortável por sequer ter pensado nisso, ele desviou o olhar. — Para o banheiro — ordenou. — Tire a roupa e se enrole em uma toalha. Você tem um minuto. Vou entrar para revistar suas roupas. Nem se dê ao trabalho de tentar esconder alguma coisa no armário, no vaso ou no ralo. Vou revistar esses lugares também. Vou revistar o banheiro inteiro.



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Autor(a): Mill

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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CAPÍTULO QUINZE         — Não estou escondendo nada. Minha garganta estava seca de pavor. Se ele me revistasse, não só encontraria o canivete, mas também o mapa de Calvin. Se eles tivessem o mapa, não precisariam mais de mim. E me matariam. — Tempo de merda! — Shaun xingou alto, sua voz vind ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 43



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  • Mill Postado em 29/10/2015 - 16:18:04

    É pena que acabou, também irei sentir saudades. Podem deixar assim que eu fizer outra fanfic eu posto aqui pra vocês ler #gelonegro! Lovei!

  • juhcunha Postado em 28/10/2015 - 20:43:23

    Maravilhosa pena que acabou deixar aqui sua nova web quero ler

  • Polivondy16 Postado em 28/10/2015 - 19:19:39

    Foi perfeita! Ficaram juntos <3 Ameeei! Obrigada você por compartilhar essa história com a gente, e espero que compartilhe muitas mais! Amei #gelonegro! Lovei! Lovei! Lovei! E infelismente.... num tem como escrever o posta mais...né! Vou sentir saudades *-*

  • Mill Postado em 28/10/2015 - 16:48:18

    Tá acabando :&quot;(

  • juhcunha Postado em 28/10/2015 - 00:12:54

    Tadinha da dul ele não pode fazer isso com ela

  • juhcunha Postado em 28/10/2015 - 00:09:14

    Calvin se lasco mane

  • juhcunha Postado em 28/10/2015 - 00:07:32

    Essa merda d Calvin não pode morre ele tem que pagar pelo que ele fez

  • Polivondy16 Postado em 27/10/2015 - 21:56:53

    Acabando? Mas já? Logo agora que o pesadelo acabou... Essa Becca é cruel! Não, Christopher! Você não pode ir embora! Quero muito vê-los juntos! Posta mais *-*

  • Mill Postado em 27/10/2015 - 16:44:52

    kKKK Calma Korbie não matou ninguém

  • juhcunha Postado em 26/10/2015 - 23:07:04

    Korbie matou quem? Mdsss posta mais


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