Fanfics Brasil - Capitulo 46 Gelo Negro- Adaptação vondy

Fanfic: Gelo Negro- Adaptação vondy | Tema: Vondy


Capítulo: Capitulo 46

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CAPÍTULO DEZENOVE


 


 


 


Eu não sabia quanto tempo Mason tinha caminhado com um dos braços ao redor do meu corpo, me apoiando, me encorajando a seguir em frente. Enquanto descíamos com dificuldade, à procura de qualquer abrigo, eu me esforçava para me manter acordada, porque tinha consciência de que pegava no sono toda hora. Sob outras circunstâncias, eu teria me afastado de Mason, e a ideia de tocá-lo seria repulsiva, mas eu estava cansada demais para me importar. Ele falou algo no meu ouvido. Notei, pelo tom de sua voz, que estava animado. Levantei as pálpebras, observando a infinita paisagem branca rodopiante. Ele apontou para algo mais à frente. Quando finalmente vi o que era, meu coração disparou de alegria. Fomos quase nos arrastando até uma árvore caída, sua complexa rede de raízes agora expostas. Pedaços de lama congelada preenchiam as lacunas, criando uma espécie de caverna, um refúgio secreto para nos abrigarmos. Mason me ajudou a entrar agachada sob a copa de raízes retorcidas e depois entrou também. Protegida da neve e do vento, senti o peso do desespero em meu peito. A árvore cheirava a sujeira e decomposição, mas o lugar estava seco. E, em comparação com o vento forte lá fora, era quase agradável. Mason tirou as luvas e soprou nas mãos fechadas, friccionando firmemente uma na outra. — Como estão seus pés? — Molhados. — Era a resposta mais longa que eu conseguia dar. Meus dentes doíam de tanto baterem, e meus lábios estavam enrijecidos, parecendo duas tiras doloridas de gelo. Ele franziu a testa. — Estou com medo de você ter tido lesões por causa do frio. Você devia… — Ele parou no meio da frase, mas eu sabia o que ele queria dizer. Eu deveria ter aceitado as meias secas de lã que ele tinha oferecido. Meus pés tinham perdido a sensibilidade. Até mesmo o formigamento desconfortável tinha ido embora. Era difícil me preocupar com lesões causadas pelo frio intenso quando eu nem conseguia sentir a dor… e quando estava tão cansada que meu cérebro não era capaz de formular um único pensamento. — Aqui, beba um pouco de água antes de dormir — instruiu Mason, me passando um cantil. Tomei alguns goles, mas minhas pálpebras já estavam se fechando. Naquele momento semiconsciente, senti meu pai e Christian rezando por mim. Eles sabiam que eu estava com problemas, e estavam de joelhos, pedindo a Deus para me dar forças. Uma sensação serena de calor tomou conta de mim, e expirei suavemente.


“Não desistam de mim”, eu disse a eles em pensamento através da vasta distância que nos separava. Foi meu último pensamento grogue antes de adormecer. Quando acordei, uma luz clara atravessava a malha retorcida de raízes acima da minha cabeça. Luz solar da manhã. Eu tinha dormido por horas. Senti Mason se mexer ao meu lado e percebi com um susto que adormecera aconchegada em seu corpo. Me afastei, mas imediatamente me arrependi, o ar frio preenchendo o espaço vazio onde nossos corpos antes se tocavam. — Está acordada? — perguntou ele, a voz rouca de sono. Me sentei, a cabeça roçando nas raízes. Foi então que notei que Mason havia colocado tapetes à prova d’água embaixo da gente e nos envolvido com cobertores e sacos de dormir. Também fiquei surpresa ao ver as botas de Mason nos meus pés. Elas eram grandes para mim, mas ele tinha apertado bem os cadarços, e meus dedos estavam quentes e confortáveis. Os pés dele estavam cobertos por um grosso par de meias de lã para trilha, mas eu duvidava que bloqueassem a entrada de ar frio. — Suas meias estavam encharcadas — disse ele. — Você não precisava me dar suas botas — falei, me sentindo muito grata por ele ter feito isso. — Pendurei suas botas e meias para secar. — Ele apontou para uma das raízes mais baixas, que tinha transformado em um varal improvisado. — Mas, até fazermos uma fogueira, acho que vão ficar só penduradas mesmo, sem secar. — Fogueira — falei, devagar, saboreando a palavra. Uma ânsia deliciosa tomou conta de mim quando pensei em calor de verdade. — Não está nevando agora. É uma boa hora para encontrar lenha — sugeriu ele. Ele estendeu as mãos e começou a desamarrar as botas para tirá-la dos meus pés. É claro que ele precisaria das botas para buscar lenha, mas seu toque tranquilo e familiar me pegou de surpresa. O único garoto que tinha me tocado assim tão intimamente fora Calvin. Mason pegou as botas e as calçou. Um pouco sem graça, devolvi seu gorro de lã. — Quanto de neve? — perguntei. — Vários centímetros. Qualquer estrada subindo a montanha que estivesse aberta com certeza está fechada agora. Estamos por nossa conta por mais alguns dias, até eles conseguirem tirar a neve. Não se preocupe — disse ele, olhando para mim como se percebesse que essa notícia poderia ter me assustado. — Enquanto mantivermos a cabeça no lugar, ficaremos bem. Já sobrevivi a coisas piores. Por incrível que pareça, a companhia dele me tranquilizava. Mas eu não deixava de me perguntar se Mason só passava toda essa segurança porque sabia que as estradas estavam obstruídas e que a polícia não podia vir atrás dele. Ele teria tempo de planejar seu próximo passo. Isso pareceu animá-lo, mas me deixava ainda mais deprimida. Ninguém estava vindo me resgatar. Eu sabia que Calvin não pararia de procurar por mim — encontraria Korbie e voltaria para me buscar assim que pudesse —, mas eu não podia contar com ele. Não podia contar com o meu pai. Não podia contar com a polícia. Parecia que pedras estavam desmoronando em meu peito, uma de cada vez.


 


— Você não vai para muito longe, não é? — perguntei a Mason enquanto ele engatinhava para fora do nosso refúgio. Ele me observou com curiosidade por um momento; em seguida seus olhos brilharam como se estivesse achando graça do que tinha acabado de ouvir. — Está com medo de que eu não volte? — Não, é só… Sim, isso resumia tudo. Estranhamente, apenas algumas horas antes, eu tentara fugir dele. Eu não confiava nele então, e não tinha certeza se podia confiar agora. Ele ainda precisava de mim para sair da montanha, e provavelmente era só por isso que eu ainda estava viva. Ou não? Eu achava mesmo que Mason podia — ia — me matar? Se ele tivesse matado a garota que encontrei morta na cabana, seria capaz de matar de novo. Mas eu não sabia direito quem a havia matado. E não ia perguntar isso a Mason novamente — não era meu interesse provocá-lo. — Vou procurar galhos secos em volta das árvores — explicou Mason. — Devo voltar em meia hora. — Veja se consegue achar resina de pinheiro também — falei. — Resina de pinheiro? — Seiva. É pegajosa, mas é fácil de extrair, e queima como gasolina quando inflamada. — Calvin havia me ensinado esse truque anos antes. Um pequeno sorriso de aprovação brilhou nos olhos de Mason. E, por um breve instante, sua expressão séria e fechada de sempre ficou mais suave. — Resina de pinheiro, então. Dormi até Mason voltar. Ouvi quando ele rastejou por baixo da cobertura de raízes, e, mesmo estando com o corpo rígido de frio, fui depressa vê-lo acender o fogo. Não queria ser chata ou exibida, mas talvez pudesse lhe dar algumas outras sugestões. Eu não esperava colocar o meu treinamento em prática em circunstâncias tão terríveis, mas de repente estava imensamente agradecida por ter aprendido pelo menos algumas técnicas básicas de sobrevivência. Mason colocou quatro pedaços pequenos de madeira lado a lado, formando uma plataforma. Depois retirou a resina pegajosa de pinheiro e despejou no amontoado, piscando para mim. Então usou alguns galhos para construir uma espécie de tenda ventilada. Isso levou tempo, assim como os galhos também demoraram a pegar fogo depois que ele usou o acendedor. Finalmente, uma pequena fagulha se acendeu e os galhos começaram a fazer fumaça, queimando logo depois. — Já, já estaremos aquecidos — prometeu ele. Aquecida. Eu tinha quase me esquecido de como era a sensação. — Por que você está me ajudando, Mason? — perguntei. Ele se remexeu, inquieto, depois ficou em silêncio e pensativo. Por fim, disse: — Sei que você não acredita em mim, mas nunca quis machucá-la. Quero ajudá-la. Quis ajudá-la desde o início, mas as coisas… saíram do controle — disse ele, com um ar distante. — Você estava com medo do Shaun? Medo de contrariá-lo?



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Autor(a): Mill

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        Eu deduzira que Shaun tinha medo de Mason, mas talvez tivesse entendido errado. Mason não respondeu. — Não lamento que ele esteja morto, mas sinto muito que você o tenha perdido. Sinto muito por você tê-lo visto morrer. Mason deu uma risada amarga, balançando a cabeça entre os joelhos. &mdash ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 43



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  • Mill Postado em 29/10/2015 - 16:18:04

    É pena que acabou, também irei sentir saudades. Podem deixar assim que eu fizer outra fanfic eu posto aqui pra vocês ler #gelonegro! Lovei!

  • juhcunha Postado em 28/10/2015 - 20:43:23

    Maravilhosa pena que acabou deixar aqui sua nova web quero ler

  • Polivondy16 Postado em 28/10/2015 - 19:19:39

    Foi perfeita! Ficaram juntos <3 Ameeei! Obrigada você por compartilhar essa história com a gente, e espero que compartilhe muitas mais! Amei #gelonegro! Lovei! Lovei! Lovei! E infelismente.... num tem como escrever o posta mais...né! Vou sentir saudades *-*

  • Mill Postado em 28/10/2015 - 16:48:18

    Tá acabando :&quot;(

  • juhcunha Postado em 28/10/2015 - 00:12:54

    Tadinha da dul ele não pode fazer isso com ela

  • juhcunha Postado em 28/10/2015 - 00:09:14

    Calvin se lasco mane

  • juhcunha Postado em 28/10/2015 - 00:07:32

    Essa merda d Calvin não pode morre ele tem que pagar pelo que ele fez

  • Polivondy16 Postado em 27/10/2015 - 21:56:53

    Acabando? Mas já? Logo agora que o pesadelo acabou... Essa Becca é cruel! Não, Christopher! Você não pode ir embora! Quero muito vê-los juntos! Posta mais *-*

  • Mill Postado em 27/10/2015 - 16:44:52

    kKKK Calma Korbie não matou ninguém

  • juhcunha Postado em 26/10/2015 - 23:07:04

    Korbie matou quem? Mdsss posta mais


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