Fanfics Brasil - Capitulo 53 Gelo Negro- Adaptação vondy

Fanfic: Gelo Negro- Adaptação vondy | Tema: Vondy


Capítulo: Capitulo 53

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CAPÍTULO VINTE E QUATRO


 


 


Ouvi o urso antes de vê-lo. Ele caminhava, roncando e bufando, a apenas algumas dezenas de metros de distância. Sob o luar, sua pelagem espessa brilhava, formando riscos prateados. O urso-cinzento se ergueu sobre as curtas e incrivelmente fortes patas traseiras, farejou o ar e inclinou a cabeça enorme para olhar melhor para nós dois. Deu então um grunhido gutural e caiu sobre as quatro patas. Com as orelhas para trás, nos avisou que tínhamos chegado perto demais. Depois balançou a cabeça de um lado para outro, batendo os dentes de forma agressiva. Em minha mente, procurei todos os guias que tinha lido. Cada parágrafo, frase, legenda, item de lista e resumo de capítulo sobre ataques de ursos. — Corra para o acampamento — disse Christopher em voz baixa e suave. — Deixe a fogueira entre você e o urso e faça uma tocha, se puder. Vou gritar e fazer barulho para atraí-lo para longe de você. Agarrei a mão de Christopher, apertando seus dedos para mantê-lo a meu lado. — Não — falei, a voz igualmente baixa, mas trêmula. “Correr faz um urso-pardo atacar. Gritar faz um urso-pardo atacar.” Eu sabia que Christopher estava apenas tentando me proteger, mas seu plano podia fazer com que saíssemos feridos ou mortos dali. — Dulce… — advertiu Christopher. — Vamos fazer o que devemos. — “Fique parado. Não faça contato visual.” Passei a língua por meus lábios secos. — Afaste-se lentamente. Fale com uma voz baixa e não amea… O urso avançou. Correu em nossa direção, urrando e bufando, os músculos ondulando sob o pelo acetinado. Senti um aperto no estômago, e minha garganta ficou seca. Era difícil avaliar o tamanho do urso no escuro, mas com certeza era muito maior do que o carcaju, que agora, em comparação, parecia um animal inofensivo. — Corra — insistiu severamente Christopher, me empurrando. Apertei seus dedos com mais força, me aproximando mais dele. Meu coração batia com tanta força que eu podia sentir o sangue subindo pelas pernas. O urso corria furiosamente em nossa direção, as enormes patas levantando neve. Com um rugido alto, passou direto por nós, mas não sem antes roçar a manga do meu casaco. Senti meu couro cabeludo formigar à medida que os pelos passavam pelo tecido. Fechei os olhos, tentando apagar da memória a imagem dos olhos negros insondáveis do urso.


— Vire-se e fique de frente para ele — falei para Christopher, em uma altura que mal podia ser ouvida. “Nunca vire as costas para um urso.” No momento que nos viramos, ele avançou de novo, bufando e rosnando, os olhos fixos em nós. Dessa vez, parou abruptamente em frente a Christopher. Mexeu o focinho em torno do rosto dele, sentindo seu cheiro. Percebi que o corpo de Christopher se retesou a meu lado. Sua respiração estava ofegante, e seu rosto ficou pálido. O urso derrubou Christopher com a pata. Mordi o lábio para não gritar. Muito lentamente, me abaixei a seu lado, de bruços, e juntei as mãos na nuca. Eu mal sentia a neve que entrava pela gola e pelos punhos das luvas. O frio era uma preocupação remota. Minha mente pulsava com apenas um incisivo pensamento: “Não entre em pânico, não entre em pânico, não entre em pânico.” O urso emitiu outro rugido. Sem conseguir evitar olhar para cima, vi dentes brilharem ao luar. O lustroso pelo marrom do urso ondulava enquanto ele batia as patas no chão impacientemente. “Proteja a cabeça”, falei em pensamento para Christopher, apontando o queixo para baixo e esperando que ele fizesse o mesmo. O focinho do urso cutucou e inspecionou meus braços e pernas ligeiramente abertos. Com um único e poderoso golpe de sua enorme pata, o urso me fez rolar. — Se eu chutá-lo e correr na direção oposta para atraí-lo para longe, você corre de volta para o acampamento? — perguntou Christopher, baixinho. — Por favor, faça o que eu peço — respondi, com a voz trêmula. — Eu tenho um plano. O urso rugiu a centímetros do meu rosto. Fiquei imóvel enquanto aquela rajada de vento úmida me atingia. Ele andava de um lado para outro, levantando a cabeça algumas vezes, claramente agitado. — Seu plano não está funcionando — sussurrou Christopher. — Meu Deus, só me diga o que fazer — murmurei, tão baixo que nem mesmo Christopher me ouviu. “Um urso pode fingir atacar várias vezes antes de ir embora. Mantenha a posição.” O urso virou o corpo volumoso em direção a Christopher, batendo repetidamente as patas dianteiras na neve, como se o desafiando a lutar. Christopher permaneceu imóvel. O urso bateu em Christopher com a pata, ainda tentando fazê-lo reagir. Então pegou a perna de Christopher com a boca e o sacudiu, mas não deve ter mordido com força, porque Christopher continuou imóvel e não emitiu som algum. Milagrosamente, porque ficou entediado ou porque viu que não éramos uma ameaça, o urso saiu gingando o corpo pesado e sumiu por entre as árvores. Ergui a cabeça cautelosamente, olhando para a escuridão onde ele havia se embrenhado. Meu corpo todo tremia de medo. Passei a mão no rosto, me dando conta apenas naquele momento de que estava molhado com baba de urso. Christopher me colocou de joelhos e me abraçou. Aninhou minha cabeça em seu peito, e dava para ouvir o pulsar de seus batimentos acelerados.


 


— Eu estava com tanto medo de que ele atacasse você — disse ele em meu ouvido, a voz abafada de emoção. Desmoronei junto ao corpo dele, repentinamente exausta. — Sei que você queria que eu corresse para me manter segura, mas se você morresse, Christopher, se algo acontecesse a você e eu ficasse aqui sozinha… — Então me engasguei, incapaz de terminar a frase. O peso daquela possibilidade sombria me sufocando, me esmagando. O isolamento e a desesperança, as minhas chances quase nulas de sobreviver… — Não, você estava certa — disse Christopher com a voz rouca, me apertando com mais força. — Você salvou minha vida. Somos uma equipe. Estamos nisso juntos. — Ele riu, um som curto e doloroso de alívio. — Somos você e eu, Dulce.



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Autor(a): Mill

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* * *     De volta ao acampamento, à luz da fogueira, Christopher levantou a bainha da calça até o joelho, e vimos que havia sangue em sua perna. — Você está sangrando! — exclamei. — Precisa cuidar disso. Temos algum kit de primeiros socorros? Ele fez uma careta, pegando a mochila. — Temos bebida e gaze. ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 43



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  • Mill Postado em 29/10/2015 - 16:18:04

    É pena que acabou, também irei sentir saudades. Podem deixar assim que eu fizer outra fanfic eu posto aqui pra vocês ler #gelonegro! Lovei!

  • juhcunha Postado em 28/10/2015 - 20:43:23

    Maravilhosa pena que acabou deixar aqui sua nova web quero ler

  • Polivondy16 Postado em 28/10/2015 - 19:19:39

    Foi perfeita! Ficaram juntos <3 Ameeei! Obrigada você por compartilhar essa história com a gente, e espero que compartilhe muitas mais! Amei #gelonegro! Lovei! Lovei! Lovei! E infelismente.... num tem como escrever o posta mais...né! Vou sentir saudades *-*

  • Mill Postado em 28/10/2015 - 16:48:18

    Tá acabando :&quot;(

  • juhcunha Postado em 28/10/2015 - 00:12:54

    Tadinha da dul ele não pode fazer isso com ela

  • juhcunha Postado em 28/10/2015 - 00:09:14

    Calvin se lasco mane

  • juhcunha Postado em 28/10/2015 - 00:07:32

    Essa merda d Calvin não pode morre ele tem que pagar pelo que ele fez

  • Polivondy16 Postado em 27/10/2015 - 21:56:53

    Acabando? Mas já? Logo agora que o pesadelo acabou... Essa Becca é cruel! Não, Christopher! Você não pode ir embora! Quero muito vê-los juntos! Posta mais *-*

  • Mill Postado em 27/10/2015 - 16:44:52

    kKKK Calma Korbie não matou ninguém

  • juhcunha Postado em 26/10/2015 - 23:07:04

    Korbie matou quem? Mdsss posta mais


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