Fanfic: Gelo Negro- Adaptação vondy | Tema: Vondy
CAPÍTULO VINTE E CINCO
— Temos que mudar o acampamento de lugar — falei, tateando cegamente os cantos escuros do nosso refúgio em busca da minha mochila. Christopher pegou meu pulso, me forçando gentilmente a parar. — Ei. Está tudo bem, Dulce. Não entre em pânico — disse ele com uma voz tranquilizadora. — Precisamos manter a fogueira acesa. Ele não vai passar pelo fogo para chegar até nós, por mais curioso ou faminto que esteja. Peguei mais lenha hoje de manhã; deve ser suficiente para manter o fogo aceso durante a noite. Amanhã cedo vou seguir o rastro dele, descobrir sua posição e fazer um desvio significativo para chegar a Idlewilde. — Estou com medo — sussurrei. Eu me sentia zonza desde que bebera, mas nem mesmo isso era capaz de mascarar a preocupação que me invadia como uma corrente de água gelada. Um urso-pardo. Se a fogueira apagasse, se ele viesse atrás da gente, se tivéssemos que correr… seríamos fatalmente derrotados. Christopher me pegou nos braços, e eu fiquei sentada com as costas apoiadas em seu peito, as pernas compridas dele dobradas, uma de cada lado do meu corpo. Então, de forma protetora, ele me aninhou em seu corpo. — Melhor? — murmurou em meu ouvido. Apoiei a cabeça em seu ombro. — Fico feliz que esteja aqui, Christopher. Fico feliz por termos um ao outro — falei. Sua respiração bagunçou meu cabelo. — Eu também. — Pode soar estranho, mas eu quase me sinto… mais capaz com você por perto. Realmente sinto como se estivéssemos nisso juntos, se faz algum sentido. — Faz todo o sentido — concordou ele. Se fosse Calvin ali comigo, eu não poderia dizer o mesmo. Eu sempre havia deixado Calvin cuidar de mim. Quando saíamos, mesmo quando íamos com meu carro, Calvin dirigia. Calvin pagava o jantar. Se estava chovendo e eu tinha esquecido o casaco, eu o importunava até ele me dar o seu. Eu queria que ele me adorasse, me protegesse e se esforçasse ao máximo por mim. Quando ele não fazia isso, eu bancava a indefesa para forçá-lo a me dar atenção. Com Christopher, eu confiava na minha capacidade de cuidar de mim mesma. Sentia segurança, não desespero. Eu acreditava que nossas forças se complementavam. Ele tirou meu cabelo do ombro e beijou minha nuca. — Me diga o que está pensando.
Estiquei o pescoço, convidando-o a me beijar. Fechei os olhos, sentindo a pele formigar sob a pressão suave de sua boca. — Como sabe que não estou seduzindo você para me ajudar a chegar a Idlewilde? — provoquei. De algum lugar fora do meu corpo, eu percebia como estava atrevida. Mas estava relaxada por causa da bebida e não me importava com nada. Ele roçou o nariz no meu pescoço. — Quando você blefa, arqueia a sobrancelha esquerda. E isso não aconteceu a noite toda. Além disso, já falei que vou levá-la até lá em segurança. Não precisamos desses joguinhos agora. Me afastei, indignada. — Minha sobrancelha esquerda não se arqueia. Christopher me observou com um sorriso indolente, como se avaliando se era prudente dizer mais. — Quando você acha graça de alguma coisa, sua boca se curva de um jeito travesso — continuou, como se quisesse mostrar que estava certo. — Quando está com raiva, você comprime os lábios e surgem três pequenas linhas entre suas sobrancelhas. Fiquei de joelhos e coloquei as mãos na cintura. — Mais alguma coisa? — perguntei, irritada. Ele tocou o nariz, fazendo força para não rir. — Quando você beija, faz um som no fundo da garganta, como se estivesse ronronando. É tão fraco que só consigo ouvir se estiver muito perto de você. Fiquei muito vermelha. — Precisamos nos beijar de novo, para ver que outras observações eu faço — sugeriu. — Sem chance, depois de todos esses insultos! — Você quer que eu pense que se sente insultada, mas sua sobrancelha esquerda está arqueada… você está blefando. Lancei um olhar exasperado em sua direção, mas ele deu de ombros e levantou as mãos na altura dos ombros, como se dissesse: não posso evitar. Percebi que, se Christopher havia chegado a todas aquelas conclusões sobre mim, é porque vinha me observando bastante. Minha mente voltou para as vezes em que eu o pegara me olhando. Na cabana, com Shaun, na cabana da Guarda Florestal. Eu achava que ele me olhava a todo momento para que eu não fugisse. Mas agora me perguntava se ele vinha secretamente tentando me decifrar, como se montasse as peças de um quebra-cabeça. Pensar nisso fez minha respiração acelerar. — Tudo bem — falei por fim. — Digamos que eu deixe você me beijar de novo. — Então me abaixei e fiquei de quatro na frente dele, sorrindo de forma provocativa. Eu ainda estava plenamente consciente dos meus atos, mas o álcool tinha me deixado com uma sensação agradável. Eu me sentia quente e viva, e um pouquinho imprudente. — Primeiro, quero estabelecer algumas regras básicas. — Você tem toda a minha atenção. — Quando foi a primeira vez que você soube que queria me beijar?
— Essa é a sua regra básica? — Eu gostaria de reunir algumas informações antes de formular a regra. — Minha nossa, mas você é exigente. Isso, e aquilo, e quem sabe o que mais. Abri mais o sorriso. — Responda. Ele se inclinou para trás e coçou a cabeça, fingindo se esforçar para se lembrar do momento exato. — Leve o tempo que precisar — falei, docemente. — Quanto mais você demorar, mais tempo vai levar até nos beijarmos. — A primeira vez que quis beijar você — disse ele, pensativo, esfregando o queixo — foi na loja de conveniência, logo depois que descobri que você disse ao Calvin que estávamos juntos. A raiva no rosto dele é inesquecível, mas sua expressão era impagável. Nunca vi alguém se esforçar tanto para esconder sua perplexidade. Você tinha a nós dois nas mãos. Eu quis beijá-la e, pelo que me lembro, fiz isso. Franzi a testa, tentando me lembrar. — Aquele beijo? Foi tão comportado... — Não quis parecer atrevido. Eu duvidava disso. Quanto mais eu conhecia Christopher, mais via sua máscara de modéstia cair. Eu tinha certeza de que ainda havia resquícios do garoto arrogante da adolescência que ele alegava ter deixado para trás. — Não sou do tipo que fica com desconhecidos — falei. — Ainda não sei o que o trouxe a Wyoming nem como você se envolveu com Shaun. Christopher me observou em silêncio por um instante. — Há coisas que quero lhe contar, mas não posso. Sei que não é uma boa explicação, mas é a melhor que posso dar agora. Eu me preocupo com você, Dulce. Quero o melhor para você. Sinto muito que tenha sido arrastada para essa confusão, e vou fazer tudo o que puder para levá-la para casa em segurança. Nenhum de nós dois falou sobre o que aconteceria depois. Christopher era um homem procurado. Um cúmplice, no mínimo. E se Korbie já tivesse sido resgatada por Calvin, provavelmente já tinha dito à polícia que Christopher era um dos sequestradores. Não tínhamos como saber o que o aguardava. Naquele momento, eu não queria pensar no pior. Eu não queria pensar no que viria depois, ponto. — Você tem namorada? Christopher não me parecia ser do tipo que trai, mas era uma pergunta válida. Ele sabia que eu não estava saindo com ninguém. Se eu ia cometer um erro com ele naquela noite — e, contrariando meu bom senso, eu estava considerando seriamente fazer isso —, queria ter certeza de que não envolveria uma terceira pessoa. — Não. — É só isso? Apenas “não”? Nenhuma explicação? — Você fez uma pergunta direta. Dadas as alternativas: “sim” e “talvez”, achei que você ficaria feliz com um “não”. — Você está tirando sarro de mim.
Ele riu. — Eu não tenho namorada, Dulce. Meu último relacionamento sério foi há um ano. Nunca traí nenhuma das garotas com quem fiquei. Se sinto necessidade de trair, alguma coisa na minha relação não está dando certo, e, se eu não consigo consertar, termino tudo. Não acho certo magoar alguém dessa forma. — Ótima resposta, sr. Christopher …? Eu o vi hesitar, me avaliando. — Van Sant. Christopher Van Sant. Esse é meu nome verdadeiro. Ele estendeu a mão, me pegando pelo pulso. Então fez um círculo lento com o polegar na base da palma da minha mão. — Não tão rápido — falei, colocando o dedo nos lábios de Christopher quando ele se inclinou para me beijar. — Gosto desse seu novo lado mais aberto. Quero saber mais sobre os seus segredos. — Algumas coisas você terá que descobrir sozinha. E me puxou para cima dele.
Autor(a): Mill
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CAPÍTULO VINTE E SEIS Alguma coisa na luz do sol da manhã passando pelas árvores, e o efeito da bebida diminuindo, fez a lembrança da noite anterior voltar com assustadora clareza. Fiquei congelada no chão, horrorizada, enquanto cada detalhe das minhas ações passava pela minha cabeça. Eu tinha t ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 43
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Mill Postado em 29/10/2015 - 16:18:04
É pena que acabou, também irei sentir saudades. Podem deixar assim que eu fizer outra fanfic eu posto aqui pra vocês ler #gelonegro! Lovei!
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juhcunha Postado em 28/10/2015 - 20:43:23
Maravilhosa pena que acabou deixar aqui sua nova web quero ler
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Polivondy16 Postado em 28/10/2015 - 19:19:39
Foi perfeita! Ficaram juntos <3 Ameeei! Obrigada você por compartilhar essa história com a gente, e espero que compartilhe muitas mais! Amei #gelonegro! Lovei! Lovei! Lovei! E infelismente.... num tem como escrever o posta mais...né! Vou sentir saudades *-*
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Mill Postado em 28/10/2015 - 16:48:18
Tá acabando :"(
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juhcunha Postado em 28/10/2015 - 00:12:54
Tadinha da dul ele não pode fazer isso com ela
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juhcunha Postado em 28/10/2015 - 00:09:14
Calvin se lasco mane
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juhcunha Postado em 28/10/2015 - 00:07:32
Essa merda d Calvin não pode morre ele tem que pagar pelo que ele fez
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Polivondy16 Postado em 27/10/2015 - 21:56:53
Acabando? Mas já? Logo agora que o pesadelo acabou... Essa Becca é cruel! Não, Christopher! Você não pode ir embora! Quero muito vê-los juntos! Posta mais *-*
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Mill Postado em 27/10/2015 - 16:44:52
kKKK Calma Korbie não matou ninguém
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juhcunha Postado em 26/10/2015 - 23:07:04
Korbie matou quem? Mdsss posta mais