Fanfic: Gelo Negro- Adaptação vondy | Tema: Vondy
CAPÍTULO VINTE E SEIS
Alguma coisa na luz do sol da manhã passando pelas árvores, e o efeito da bebida diminuindo, fez a lembrança da noite anterior voltar com assustadora clareza. Fiquei congelada no chão, horrorizada, enquanto cada detalhe das minhas ações passava pela minha cabeça. Eu tinha transado com Christopher. O homem que me sequestrara. O fato de ele ser atraente, bonito e gentil era irrelevante. Mantive os olhos fechados, fingindo dormir, por vários minutos depois de ter acordado, mesmo ouvindo Christopher se mexer bem ao lado. Tentei pensar em algumas coisas para falar e quebrar o gelo. Nada parecia apropriado. No que eu estava pensando para tomar bebida alcoólica? Foi por isso que eu o beijei. Não. Eu tinha me sentido atraída por Christopher quando estava cem por cento sóbria. Eu podia tentar convencê-lo de que havia sido o álcool, mas não podia mentir para mim mesma. Fiquei com ele porque queria. Era vergonhoso, mas era a verdade. Massageei a testa com a palma da mão e fiz uma careta. Eu não tinha escolha, a não ser enfrentar logo aquela manhã estranha. — Sobre ontem à noite — comecei, me sentando, e senti uma dor chata atravessar minha cabeça. Chocada, percebi que estava passando por minha primeira ressaca. Ainda que suave, era, inegavelmente, uma ressaca. Se havia um lado bom nessa história toda, era que meu pai não veria como eu o havia decepcionado. Infelizmente, eu não podia me poupar da mesma humilhação. Fingi estar profundamente interessada em amarrar as botas e mantive os olhos fixos nos pés, evitando encarar Christopher. — O que fizemos foi uma burrice, obviamente. Um erro. — Um erro colossal. — Eu tinha bebido muito e não estava pensando direito. Queria poder voltar atrás. Christopher não falou nada. — Eu estava meio inconsciente quando nós… fizemos o que fizemos. Mal me lembro do que aconteceu. — Se ao menos fosse verdade… Na realidade, minha memória me atormentava com um roteiro detalhado da noite anterior. — O que quer que tenha acontecido entre nós, não foi minha intenção. Quer dizer, a verdadeira Dulce não faz essas coisas. Como Christopher continuou calado, olhei furtivamente em sua direção, nervosa. A maneira cautelosa e avaliadora com que ele me observava tornava difícil decifrar seus pensamentos. Eu tinha certeza de que ele sentia o mesmo, certo? Havia tantas coisas que eu queria lhe perguntar, mas me detive. Eu não ia procurar uma forma de racionalizar o meu
comportamento. Não importava o que Christopher pensava. O que eu tinha feito era errado, ponto. E ele era a pior pessoa com quem eu poderia ter cometido um erro tão grave. Christopher se sentou e se espreguiçou, lânguido como um gato. Ficou de joelhos, colocou o cinto e me olhou com um ar dissimulado. — Quanto tempo você levou para preparar esse discurso? Fechei a cara. — Não foi um discurso. Simplesmente saiu. — Que bom. Isso explica por que foi uma droga. — Uma droga? Oi? — Você não estava bêbada, Dulce. Estava meio alta, claro, mas não esqueça que bebi metade da garrafa. Vou tentar não me ofender com essa história de você achar que eu poderia me aproveitar de você enquanto estava bêbada. E se é assim que você beija quando está embriagada, mal posso esperar para ver como beija quando está sóbria e consciente. Olhei para ele, de queixo caído. Eu não sabia como reagir. Ele estava me provocando? Em um momento como aquele? — Quando você foi beijada pela última vez? — continuou ele, tranquilamente. — E não estou falando de um beijo sem emoção, reservado, insignificante, do tipo que você esquece assim que acaba. Saí do meu estado de estupor só para dizer, de forma irônica: — Como o beijo de ontem? Ele ergueu uma sobrancelha. — Ah, é? Então me pergunto por que você gemeu meu nome depois que pegou no sono. — Eu não fiz isso! — Ah, como eu queria estar com uma câmera… Quando foi a última vez que alguém beijou você de verdade? — perguntou de novo. — Você acha mesmo que vou dizer? — Foi seu ex? — arriscou ele. — E se tiver sido? — Foi seu ex que ensinou você a se sentir envergonhada e desconfortável em momentos de intimidade? Ele pegou de você tudo o que queria, mas nunca estava por perto para retribuir, não é verdade? O que você quer, Dulce? — perguntou ele, sem rodeios. — Quer mesmo fingir que a noite passada nunca aconteceu? — O que aconteceu entre mim e Calvin não é da sua conta — rebati. — Para sua informação, ele foi um ótimo namorado. Eu… eu queria estar com ele agora! — menti. Meu comentário descuidado o deixou hesitante, mas ele se recuperou rapidamente. — Ele ama você? — O quê? — perguntei, nervosa. — Se você o conhece tão bem, não devia ser uma pergunta difícil. Ele é apaixonado por você? Sempre foi apaixonado por você? Joguei a cabeça para trás com um ar de arrogância.
— Sei o que você está fazendo. Está tentando diminuí-lo porque está… está com ciúmes dele! — Pode apostar que estou com ciúmes — rosnou ele. — Quando beijo uma garota, gosto de saber que ela está pensando em mim, e não no idiota que desistiu dela. Eu me virei, me sentindo péssima por ele ter adivinhado a verdade. Eu poderia negar, mas ele descobriria. O ar entre nós estava pesado e carregado, e fiquei lá sentada, odiandoo por fazer com que eu me sentisse culpada. Me odiando por ter deixado as coisas irem tão longe. Havia um nome para as pessoas que se apaixonam por seus captores. Aquilo não era uma atração de verdade; eu tinha sofrido lavagem cerebral. Queria nunca tê-lo beijado. Queria nunca tê-lo conhecido. Christopher amarrou os cadarços, puxando o nó. — Vou preparar algumas armadilhas e espero trazer o café da manhã. Não devo demorar mais do que algumas horas. — E o urso? — Acabei de colocar mais lenha no fogo. Ele não vai passar pela fogueira e chegar até você. — E você? — perguntei, mantendo a voz cuidadosamente indiferente. Ele abriu um sorriso frio e cheio de malícia. — Preocupada comigo? Como não consegui pensar em nada sarcástico para dizer, dei a língua para ele. Christopher balançou a cabeça. — Exercitando a língua? Achei que você tivesse exercitado o bastante ontem à noite. — Vai pro inferno. — Me desculpe, amor, mas já estamos no inferno. Sem dizer mais nada, Christopher saiu pela floresta coberta de neve.
Autor(a): Mill
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
* * * Depois que Christopher saiu, decidi fazer um inventário dos nossos recursos. O projeto ocuparia minha mente e me impediria de analisar o acontecimento da noite anterior. Eu não queria descobrir o que realmente sentia por ele. Não queria admit ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 43
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Mill Postado em 29/10/2015 - 16:18:04
É pena que acabou, também irei sentir saudades. Podem deixar assim que eu fizer outra fanfic eu posto aqui pra vocês ler #gelonegro! Lovei!
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juhcunha Postado em 28/10/2015 - 20:43:23
Maravilhosa pena que acabou deixar aqui sua nova web quero ler
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Polivondy16 Postado em 28/10/2015 - 19:19:39
Foi perfeita! Ficaram juntos <3 Ameeei! Obrigada você por compartilhar essa história com a gente, e espero que compartilhe muitas mais! Amei #gelonegro! Lovei! Lovei! Lovei! E infelismente.... num tem como escrever o posta mais...né! Vou sentir saudades *-*
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Mill Postado em 28/10/2015 - 16:48:18
Tá acabando :"(
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juhcunha Postado em 28/10/2015 - 00:12:54
Tadinha da dul ele não pode fazer isso com ela
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juhcunha Postado em 28/10/2015 - 00:09:14
Calvin se lasco mane
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juhcunha Postado em 28/10/2015 - 00:07:32
Essa merda d Calvin não pode morre ele tem que pagar pelo que ele fez
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Polivondy16 Postado em 27/10/2015 - 21:56:53
Acabando? Mas já? Logo agora que o pesadelo acabou... Essa Becca é cruel! Não, Christopher! Você não pode ir embora! Quero muito vê-los juntos! Posta mais *-*
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Mill Postado em 27/10/2015 - 16:44:52
kKKK Calma Korbie não matou ninguém
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juhcunha Postado em 26/10/2015 - 23:07:04
Korbie matou quem? Mdsss posta mais