Fanfics Brasil - Capitulo 62 Gelo Negro- Adaptação vondy

Fanfic: Gelo Negro- Adaptação vondy | Tema: Vondy


Capítulo: Capitulo 62

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CAPÍTULO VINTE E NOVE


 


 


 


 


Ao anoitecer, vi fumaça subindo das copas das árvores. Eu tinha andado o dia inteiro sem comida nem água e, delirante, me arrastava pesadamente naquela direção. Quando a cabana surgiu em meio à neve torvelinhante à frente, pensei que fosse uma miragem. Era bonita demais para ser verdade, com suas janelas douradas e uma nuvem de fumaça cinza espiralando do alto da chaminé. Cambaleei para manter o equilíbrio enquanto o vento me empurrava e segui marchando penosamente em direção à cabana, hipnotizada pela ideia de calor e descanso. Enquanto subia a calçada coberta de neve, engasguei ao ver como minha memória havia me enganado. Idlewilde se erguia majestosa diante de mim. Pingentes de gelo da grossura de meus braços pendiam dos frontões, que se erguiam um após o outro, reproduzindo os picos das montanhas glaciais ao fundo. Centímetros de neve cobriam o telhado. Olhei para a cabana avidamente. O vulto de um homem passou pelas várias janelas. Ele olhou distraidamente para o quintal, levando uma caneca aos lábios. Calvin. Eu me ouvi dizer seu nome, um som congelado e sufocado. Então comecei a cambalear em direção à cabana. Escorreguei e fiz força para me levantar, sem nunca tirar os olhos da porta. Temia que, se eu desviasse o olhar por um instante que fosse, Idlewilde e Calvin desaparecessem no crescente crepúsculo. Bati na porta, as mãos congeladas parecendo que iam quebrar a qualquer momento. Tremendo e chorando, espalmei as mãos na porta grossa de madeira, sem sucesso. Comecei a chutá-la, soluçando o nome de Calvin. A porta se abriu e Calvin olhou para mim. Por um longo instante, pareceu que ele não estava me reconhecendo, vi só confusão em seu rosto. Então, de repente, seus olhos se abriram, em choque. — Dulce! Ele me puxou para a cabana, e logo pegou minha mochila e tirou meu casaco e minhas luvas molhadas. Eu estava exausta demais para falar. Quando dei por mim, ele já tinha me levado para a sala e me colocado deitada no sofá perto da lareira. Ele revistou meus bolsos, provavelmente procurando alguma pista de onde eu estava. Como não encontrou nada, tirou minhas botas e massageou meus pés. Me envolveu com cobertores quentes e secos e colocou um gorro aconchegante na minha cabeça. Então despejou um rosário de perguntas que confundiram meu cérebro congelado.


“Você consegue me ouvir?”, “Quantos dedos tem aqui?”, “Quanto tempo ficou lá fora?”, “Estava sozinha?”. Levantei o queixo, olhando fixamente para seus olhos verdes, reconfortada com sua habilidade. Queria abraçá-lo e chorar aninhada em seu peito, mas não sabia como fazer meu corpo se mexer. Uma lágrima correu pelo meu rosto, e eu esperava que Calvin compreendesse as palavras que eu estava cansada demais para dizer. Nós estávamos juntos. Iria ficar tudo bem. Ele iria cuidar de mim. Calvin bateu no meu rosto. — Você não pode pegar no sono. Fiz que sim, obediente, mas não consegui resistir. Ele não entendia. Eu tinha usado toda a minha energia para chegar até ali. Não havia sobrado nada. Eu precisava dormir. Eu tinha estado lá fora, caminhando e congelando, enquanto ele estava ali na cabana. Por que ele não tinha ido me procurar? Enquanto eu entrava e saía do meu estado consciente, Calvin saiu da sala várias vezes, sempre voltando depressa para me sacudir e me cutucar. Notei vagamente quando ele pôs um termômetro sob a minha língua. Quando voltou de novo, colocou bolsas de água quente junto às minhas axilas e o que parecia ser uma bolsa térmica no meu colo. Ele me fez tomar uma caneca de chá de ervas e até me ofereceu alguns doces, mas fiz que não. Isso podia esperar. Eu queria que ele me deixasse em paz um pouco para dormir tranquilamente. — …fique comigo, Dulce. “Não consigo”, pensei, mas as palavras se dissolveram dentro de mim. Ele agarrou a minha cabeça, me forçando a olhar diretamente em seus olhos. — Nada de dormir. Não… deixá-la em paz. Concentre-se… mim. — Suas palavras soavam abafadas, como se tivessem percorrido um longo túnel antes de chegarem a mim. Ah, Cal. Suspirei, tentando me soltar dele. Ele bateu no meu rosto de novo. Um pouco mais irritada, desejei que ele parasse de me perturbar. Se eu tivesse forças, teria empurrado Calvin para longe. — Me deixa — falei, com a voz arrastada e mal-humorada, batendo de leve em suas mãos. — Continue… esforçando. Fique comigo. Preciso… aquecê-la. Ele agarrou meus ombros, me sacudindo sem parar, até que o pouco de paciência que ainda havia em mim se perdeu e parti para o ataque, irritada. — Para, Cal, me deixa em paz! — Depois que explodi e as palavras saíram de mim, caí de volta no sofá, ofegante e exausta. Mas totalmente acordada. Curvado sobre mim, Calvin relaxou. Ele sorriu, acariciando minha bochecha afetuosamente. — Assim está melhor. Fique irritada o quanto quiser, se isso ajudá-la a se manter consciente. Não vou deixar você dormir até sua temperatura passar de trinta e seis graus. — E você manda em mim? — perguntei, fungando, fraca.


— Sério? Vai discutir comigo agora? — Os olhos de Cal se suavizaram e ele tirou o cabelo molhado do meu rosto. Colocou a mão sob os cobertores e apertou a minha com força, como se estivesse com medo de me perder se a soltasse. — Estava tão preocupado com você, Dulce. Korbie me contou tudo. Sei sobre Shaun e Ace. Pisquei algumas vezes, achando que havia entendido errado o que ele acabara de dizer. Meu cérebro tentava apreender aquela nova informação lentamente. — Korbie? — Ela está aqui. Está dormindo lá em cima. Eu a encontrei na cabana. Eles a deixaram lá para morrer, Dulce. Encontrei-a na hora certa. Ela não tinha comida. Vai se recuperar, mas isso ainda não acabou. Tentaram matar minha irmã e minha… garota — terminou, a voz ligeiramente embargada. — Se algo tivesse acontecido a uma de vocês… — Ele parou de falar, virando o rosto, mas não antes que eu visse seus olhos ardendo de raiva. Calvin tinha encontrado Korbie. É claro que sim. Cal era Cal. Ele amava Korbie, e me amava. E faria qualquer coisa para nos manter seguras. Mas se eu era sua garota e ele me amava, por que ele não tinha voltado para me procurar? Me apoiei no travesseiro para me levantar. Meus membros estavam descoordenados por causa do frio, mas isso não me impediu de lutar para me libertar dos cobertores. — Eu tenho que ver a Korbie. — De manhã — disse Calvin. — Eu só a encontrei hoje. Ela estava muito mal, em pânico e delirante, e se machucou… ela tropeçou nas escadas e machucou as costas e o cotovelo. Não me deixava tocar nela, não parava de gritar comigo e me chamar de Shaun. Dei a ela um comprimido para dormir para ajudá-la a relaxar. Ela precisa de uma boa noite de descanso. O mesmo vale para você… posso lhe dar um comprimido? Minha mãe deixou o remédio aqui no verão passado e ainda está na validade. — Não, só quero ver a Korbie. Calvin tentou me deitar de volta no sofá, mas resisti. Eu precisava ver a Korbie. Precisava ver por mim mesma que ela estava bem. — Tudo bem, você pode vê-la — cedeu ele —, mas eu a trago até aqui. Você precisa descansar. Vou fazer alguma coisa para você jantar e depois vou buscá-la. — Ele passou as mãos pelo rosto, mas não antes que eu visse seus olhos se encherem de água. — Pensei o pior, Dulce. Pensei que era um milagre eu ter encontrado a Korbie e que nunca teria a sorte de achar você também. Eu pensei… minha vida… sem você…. Lágrimas correram pelo meu rosto, e senti um nó na garganta. Calvin me amava. Nada havia mudado. Naquele momento, era muito fácil esquecer a dor e o sofrimento do passado. Eu o perdoei completamente. Aquilo era… nosso recomeço. — Estou com medo, Cal. — Cheguei mais perto dele. — Ele… Ace… está lá fora. — Não me dei ao trabalho de chamá-lo de Christopher; explicar a mudança de nome só complicaria as coisas. Calvin assentiu brevemente. — Eu sei. Mas não vou deixá-lo machucar você. Assim que as estradas forem liberadas, vou tirar você e Korbie daqui. Vamos até a polícia e contaremos a história toda a eles.


Balancei a cabeça, indicando que havia mais. — Ace matou… — Passei a língua pelos lábios. Eu não esperava que seria tão difícil dizer. Era difícil admitir que Christopher tinha matado Anahí Uckermann, porque isso evidenciava meu erro de julgamento. Eu tinha confiado em Christopher. Eu o havia beijado. Tinha deixado as mãos dele explorarem meu corpo, as mesmas mãos que tinham impiedosamente matado uma garota inocente. Era terrível e humilhante. Se eu pudesse voltar no tempo e mudar alguma coisa no passado, seria isso. Não perceber o verdadeiro e repulsivo caráter de Christopher. — Shh… — murmurou Calvin, pressionando meus lábios suavemente com os dedos. — Você está segura aqui comigo. Você viveu um pesadelo, mas acabou. Não vou deixá-lo machucar você. Ele vai pagar por fazê-las reféns. Ele vai para a cadeia, Dulce. Você nunca mais vai ter que vê-lo. Tentei deixar a confiança de Calvin me consolar e me forcei a afastar a lembrança do beijo intenso e excitante de Christopher. O que quer que tivesse acontecido entre nós era uma mentira. Ele havia me enganado; eu precisava me lembrar disso. Quaisquer sentimentos que eu ainda pudesse ter por ele foram baseados em uma mentira, e eu tinha que extirpálas, como um câncer. — Ace matou uma garota aqui nas montanhas e eu tenho provas. — Pronto. Eu tinha falado. E, embora doesse, era a coisa certa a fazer. Eu não ia proteger Christopher. — Ele matou Anahí Uckermann. Olhe na minha mochila… a prova está lá. Calvin olhou para mim, a expressão enevoada de descrença. — Ele matou… Anahí? — gaguejou, claramente tão espantado quanto eu tinha ficado quando descobri. — Ela desapareceu de Jackson Hole no ano passado. Você se lembra? Apareceu em todos os noticiários. — Foi um alívio passar o peso do segredo de Christopher para outra pessoa. — Eu me lembro — respondeu Calvin, ainda chocado. — Você tem certeza? Fechei os olhos, me sentindo zonza e cansada novamente. — Olhe na mochila. Todas as provas contra ele estão lá. O pingente da Anahí, o diário e uma fotografia, que confirma que ele a seguia antes de matá-la. Calvin assentiu, obviamente abalado. — Está bem, vou olhar. Mas quero que deite e fique calma, ouviu? Calvin foi até a janela e olhou para a floresta coberta de neve que cercava Idlewilde. Colocou uma das mãos na nunca, apertando metodicamente. Eu via que ele estava inquieto e senti um nó no peito. Calvin não sabia que estávamos enfrentando um assassino. — Você está com o meu mapa? — perguntou ele, sem se virar. — Korbie me disse que você o pegou. Não estou zangado, mas preciso dele de volta. — Não, está com Ace. Ele está lá fora, procurando por mim, Cal. Peguei as provas de que ele matou Anahí Uckermann. Ele não vai me deixar escapar. Idlewilde está marcada no mapa. Acho que ele virá até aqui. — Se ele vier, não vai entrar — respondeu com severidade.


 


— Com o mapa, ele vai conseguir cobrir uma grande distância rapidamente sem se preocupar em se perder. — Eu estava morrendo de raiva de mim mesma por ter dado o mapa ao Christopher. Que descuido. Onde eu estava com a cabeça para confiar nele tão facilmente? — Que armas ele tem? — Ele está desarmado. Mas é forte, Cal. E inteligente. Quase tão inteligente quanto você. Calvin foi até a escrivaninha do outro lado da sala e abriu a gaveta de cima. Pegou uma arma e colocou um pente cheio de balas antes de enfiá-la no cinto. Eu sabia que os Versteeg tinham armas em Idlewilde. O sr. Versteeg tinha porte de arma, e Calvin tinha crescido caçando. Seus olhos encontraram os meus. — Quase tão inteligente.



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Autor(a): Mill

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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CAPÍTULO TRINTA         Calvin me trouxe caldo de galinha e pão. Então foi acordar Korbie. Quando eu a vi surgir no alto da escada, não me contive. Coloquei a bandeja com o meu jantar de lado rapidamente, afastei os cobertores e corri até ela. O olhar grogue de Korbie se iluminou quando ela me viu subindo os degraus ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 43



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  • Mill Postado em 29/10/2015 - 16:18:04

    É pena que acabou, também irei sentir saudades. Podem deixar assim que eu fizer outra fanfic eu posto aqui pra vocês ler #gelonegro! Lovei!

  • juhcunha Postado em 28/10/2015 - 20:43:23

    Maravilhosa pena que acabou deixar aqui sua nova web quero ler

  • Polivondy16 Postado em 28/10/2015 - 19:19:39

    Foi perfeita! Ficaram juntos <3 Ameeei! Obrigada você por compartilhar essa história com a gente, e espero que compartilhe muitas mais! Amei #gelonegro! Lovei! Lovei! Lovei! E infelismente.... num tem como escrever o posta mais...né! Vou sentir saudades *-*

  • Mill Postado em 28/10/2015 - 16:48:18

    Tá acabando :&quot;(

  • juhcunha Postado em 28/10/2015 - 00:12:54

    Tadinha da dul ele não pode fazer isso com ela

  • juhcunha Postado em 28/10/2015 - 00:09:14

    Calvin se lasco mane

  • juhcunha Postado em 28/10/2015 - 00:07:32

    Essa merda d Calvin não pode morre ele tem que pagar pelo que ele fez

  • Polivondy16 Postado em 27/10/2015 - 21:56:53

    Acabando? Mas já? Logo agora que o pesadelo acabou... Essa Becca é cruel! Não, Christopher! Você não pode ir embora! Quero muito vê-los juntos! Posta mais *-*

  • Mill Postado em 27/10/2015 - 16:44:52

    kKKK Calma Korbie não matou ninguém

  • juhcunha Postado em 26/10/2015 - 23:07:04

    Korbie matou quem? Mdsss posta mais


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