Fanfic: Gelo Negro- Adaptação vondy | Tema: Vondy
CAPÍTULO QUARENTA
Christopher e eu checamos todas as tábuas da passarela. Duas vezes. Mas todas estavam bem presas. — Ele mentiu — concluiu Christopher. — Não há nada aqui. — Por que ele mentiria? Christopher e eu nos entreolhamos. Imediatamente corremos até a escada e saímos do canal o mais rápido possível. Cheguei a Idlewilde primeiro e fui direto para a cozinha. Meus pés perderam a capacidade de se mover no instante em que vi o corpo de Calvin balançando, pendurado pelo pescoço no lustre da cozinha. Atrás de mim, Christopher falou um palavrão e correu, endireitando a cadeira caída debaixo dos pés de Calvin, que se moviam espasmodicamente. Ele subiu na cadeira de um pulo, para conseguir alcançar a corda, desfazer o nó e descer o corpo. — Faca! — ordenou. Peguei uma na gaveta e Christopher arrancou-a da minha mão, serrando violentamente a corda. As últimas fibras se romperam e Calvin caiu no chão, esparramado. Coloquei a mão em seu pescoço para sentir a pulsação. Nada. Tentei os pulsos, depois voltei para o pescoço, pressionando os dedos contra a barba rala dele. Por fim, senti uma pulsação fraca mas constante. — Ele está vivo! Christopher encarou os olhos abertos porém vazios de Calvin. As duas pupilas estavam totalmente dilatadas, deixando seus olhos quase inteiramente pretos. Um ruído choroso e incompreensível escapou de seus lábios. Um fluido claro escorreu de seu nariz. — Acho que não chegamos rápido o bastante — disse Christopher, ajoelhando perto de mim e virando delicadamente minha cabeça para o outro lado. Lágrimas enevoaram meus olhos. — O que ele tem? — Lesão cerebral, acho. — Será que ele vai ficar bem? — perguntei, chorando ainda mais. — Não — respondeu Christopher, com sinceridade. — Acho que não. O tempo pareceu se estender e se arrastar, e, enquanto eu observava o corpo de Calvin convulsionar no chão, fui invadida por uma onda de lembranças. Dizem que, quando você está prestes a morrer, sua vida passa diante dos seus olhos. Mas nunca dizem que, quando você vê alguém que já amou morrer, pairando entre esta vida e a próxima, é duas vezes mais doloroso, porque você está relembrando duas vidas que percorreram um caminho juntas.
Em um piscar de olhos, o tempo se contraiu, me puxando de volta para a cozinha. Lembrei por que o clap, clap, clap (emi: Clap clap kkkkkkk ) ensurdecedor de um helicóptero trovejava acima. Lembrei por que meus pés e minhas mãos latejavam de frio, por que o sangue de Christopher encharcara as mangas do meu casaco. Segurei a mão de Christopher e, juntos, corremos para fora, estreitando os olhos em meio ao vento forte que soprava do helicóptero pairando sobre a clareira atrás de Idlewilde. — Parece um helicóptero particular — gritou Christopher, para que sua voz não fosse abafada pelo barulho do motor. — É o helicóptero do sr. Versteeg! — gritei em resposta. — Estou vendo dois voluntários da equipe de busca e salvamento e um homem com um rifle. — Ele apontou para as sombras no lado oposto do quintal, diretamente abaixo do helicóptero. — Devem ter usado cordas para descer. Duas figuras de vermelho com capacete branco correram pelo gramado coberto de neve. Reconheci o homem atrás deles, o homem que carregava o rifle. Deputado Keegan. Ele e o sr. Versteeg caçavam alces juntos todos os anos no Colorado. Gritei de alívio, acenando freneticamente. Eles não podiam me ouvir por causa do ruído do helicóptero, mas tinham lanternas. E nos veriam a qualquer momento. — Você vai contar à polícia sobre Calvin — disse Christopher, com urgência na voz. — Vai mostrar o mapa a eles. Lágrimas quentes de alegria escorriam pelo meu rosto. Tinha acabado. O pesadelo finalmente tinha acabado. — Sim. — Me desculpe por ter que fazer isso, Dulce— disse Christopher. Então ele me agarrou por trás e colocou a arma de Calvin na minha cabeça. Depois, usando meu corpo como escudo, me arrastou para trás, afastando-se dos voluntários de busca e salvamento e do deputado Keegan, que atravessavam a neve em nossa direção. — Fiquem onde estão ou vou matá-la — gritou Christopher. Uma sensação horrível subiu pela minha garganta, mas consegui balbuciar uma indagação. — Christopher? O que você está fazendo? — Eu disse para ficarem onde estão! — gritou Christopher de novo para os homens. — Estou fazendo Dulce Savinõn refém, e vou matá-la se vocês não fizerem exatamente o que eu disser. Fomos iluminados pelo holofote do helicóptero, e fiquei momentaneamente cega. As hélices sopravam neve dos galhos, e cheguei a levantar o braço para me proteger. Por que Christopher está dizendo que sou sua refém? Deveríamos estar correndo na direção deles, e não para longe. Christopher me arrastou para a floresta, o braço envolvendo meu tronco e me machucando. Ele avançava erraticamente por entre as árvores, mas o holofote nos encontrou facilmente. E também tornou visível o forte contraste do sangue vermelho de Christopher na neve imaculada aos nossos pés. Seu ferimento estava sangrando cada vez mais. Quanto mais para o interior da floresta corríamos, mais árvores apareciam em nosso caminho. Era difícil dizer onde uma árvore terminava e a outra começava. O holofote nos
seguia, mas com dificuldade. Sob a espessa cobertura, Christopher era capaz de se esquivar para os pontos cegos do piloto, atrás de pedras e sob árvores caídas, e, cada vez que reaparecíamos, levava mais tempo para o helicóptero achar nosso rastro. Christopher me puxou para um grande pinheiro, esmagando-nos sob o abrigo dos seus galhos. Eu estava presa, de costas para Christopher, sentindo sua respiração ofegante no meu ouvido. Havia uma quantidade assustadora de sangue aos nossos pés. Seus ferimentos eram graves, e eu sabia que ele estava prestes a desabar. Ele não conseguiria ir muito mais longe antes de desmaiar pela perda de sangue ou entrar em choque em razão do esforço excruciante que exigia do corpo debilitado. Eu estava espantada por ele ter forças para me arrastar, e até a si mesmo, pelo terreno irregular. O brilho claro do holofote vasculhou freneticamente o chão e, em seguida, correu na direção errada. — O que você está fazendo? — gritei. — A arma não está nem carregada… vi você esvaziá-la depois que amarramos Calvin. Você disse a eles que sou sua refém. Só está piorando as coisas. Temos que ir até lá e contar tudo ao deputado Keegan… que você salvou minha vida e que só estava com Shaun para encontrar o assassino da Anahí. — Quando eu mandar, quero que você corra o mais rápido possível em direção a eles. Corra com as mãos levantadas e visíveis, e grite seu nome sem parar, entendeu? — Por quê? — perguntei, chorando. — Por que você está fazendo isso? Eles vão caçar você. Vão prendê-lo, se não atirarem em você primeiro! — Eles já iam me prender. — Christopher agarrou meu braço, forçando-me a passar pela neve espessa e ir para outro pinheiro. — Me faça um favor. Não mencione Christopher Van Sant. Diga a eles que meu nome é Mason. A história da Korbie vai bater com a sua. Vocês foram feitas reféns por dois homens, Shaun e Mason; diga isso a eles. — Porque Mason não existe mais. Christopher passou a mão pelo meu rosto molhado, secando-o. — Sim. Estou deixando Mason aqui nas montanhas — disse ele, baixinho. — Ele terminou o que veio fazer. — Vou ver você de novo? — perguntei, a voz falhando. Ele me puxou para junto de seu corpo e me deu um beijo longo e apaixonado. Soube na hora que aquele era um beijo de despedida. Eu estava perdendo Christopher. Não queria deixá-lo ir embora. Aquilo não era Síndrome de Estocolmo. Eu tinha me apaixonado por ele. Tirei o casaco. — Leve isso, pelo menos — falei, cobrindo seus ombros trêmulos com meu casaco. Ficou comicamente apertado, mas eu nem sequer conseguia rir. Nada daquilo era engraçado. Eu tinha tanta coisa a dizer, mas não havia palavras em um momento como aquele. — Vou dizer a eles que você está indo para o Canadá. E que planeja se esconder lá. Será que isso ajuda em alguma coisa? Christopher olhou para mim com imensa gratidão. — Você faria isso por mim? — Somos uma equipe.
Ele me deu um último abraço. — Agora corra — disse ele, me empurrando para uma área aberta. Cambaleei para a frente na neve profunda, perdendo o equilíbrio. Assim que consegui ficar de pé, me virei. Ele tinha desaparecido. Um instante depois, o holofote me banhou em um cone de luz ofuscante. Ouvi uma voz de homem gritando comandos no alto, através de um alto-falante. Era o sr. Versteeg. Os dois voluntários e o deputado Keegan se aproximaram. Levantei os braços e corri em direção a eles. — Meu nome é Dulce Savinõn! — gritei. — Não atirem.
Explicação: O Calvin quis dizer que se fosse a Korbie a assassina iria escapar impune a vida toda, já ele não conseguiu
E o nome do Christopher ta Van Sant pq Van Sant é da mãe dele e o Uckermann é do marido da mãe dele
Autor(a): Mill
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
CAPÍTULO QUARENTA E UM Uma chuva fininha batia na janela do meu quarto, caindo sob as luzes da rua. Pelo menos não era neve. Seis dias tinham se passado desde que eu saíra voando da montanha no helicóptero do sr. Versteeg. Fiquei sabendo que um guarda do parque encontrara meu carro abandonado na bei ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 43
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Mill Postado em 29/10/2015 - 16:18:04
É pena que acabou, também irei sentir saudades. Podem deixar assim que eu fizer outra fanfic eu posto aqui pra vocês ler #gelonegro! Lovei!
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juhcunha Postado em 28/10/2015 - 20:43:23
Maravilhosa pena que acabou deixar aqui sua nova web quero ler
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Polivondy16 Postado em 28/10/2015 - 19:19:39
Foi perfeita! Ficaram juntos <3 Ameeei! Obrigada você por compartilhar essa história com a gente, e espero que compartilhe muitas mais! Amei #gelonegro! Lovei! Lovei! Lovei! E infelismente.... num tem como escrever o posta mais...né! Vou sentir saudades *-*
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Mill Postado em 28/10/2015 - 16:48:18
Tá acabando :"(
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juhcunha Postado em 28/10/2015 - 00:12:54
Tadinha da dul ele não pode fazer isso com ela
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juhcunha Postado em 28/10/2015 - 00:09:14
Calvin se lasco mane
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juhcunha Postado em 28/10/2015 - 00:07:32
Essa merda d Calvin não pode morre ele tem que pagar pelo que ele fez
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Polivondy16 Postado em 27/10/2015 - 21:56:53
Acabando? Mas já? Logo agora que o pesadelo acabou... Essa Becca é cruel! Não, Christopher! Você não pode ir embora! Quero muito vê-los juntos! Posta mais *-*
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Mill Postado em 27/10/2015 - 16:44:52
kKKK Calma Korbie não matou ninguém
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juhcunha Postado em 26/10/2015 - 23:07:04
Korbie matou quem? Mdsss posta mais