Fanfics Brasil - Capítulo 6 Gelo Negro- Adaptação vondy

Fanfic: Gelo Negro- Adaptação vondy | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 6

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baixar mais do que um quarto do volume cheio, entendido? É difícil achar um posto lá nas montanhas. Não há nada pior do que ficar presa em algum lugar. Guardei o dinheiro no bolso e sorri de modo angelical. — Melhor dormir com o celular e com um cabo de reboque embaixo do travesseiro, por garantia. — Dulce… — Estou brincando, pai — falei, rindo. — Não vou ficar presa em lugar nenhum. Endireitei-me no banco do jipe. Eu tinha abaixado a capota, e o sol deixara o carro pegando fogo. Me estiquei para checar meu reflexo no espelho retrovisor. Até o fim do verão, meu cabelo estaria claro como palha, e eu ganharia umas dez novas sardas. Tinha herdado genes alemães do meu pai e suecos da minha mãe. Chances de ficar toda vermelha por causa do sol? Cem por cento. Peguei um chapéu no banco do passageiro e enfiei na cabeça. Droga, eu estava descalça. Um look perfeito para uma loja de conveniência. Dez minutos depois, eu estava na loja, enchendo um copo com raspadinha de framboesa. Tomei um pouco e enchi de novo. Willie Hennessey, que estava no caixa, me olhou de cara feia. — Nossa — reclamou ele. — Não quer pegar mais vezes, não? — Já que você ofereceu — falei, alegremente, e segurei o canudo com os lábios para encher o copo mais uma vez. — Tenho que manter a lei e a ordem por aqui. — Foram só dois golinhos, Willie. Ninguém vai à falência por causa de dois goles. Quando você ficou tão ranzinza? — Desde que você começou a furtar raspadinha e fingir que não sabe usar a bomba de gasolina, me obrigando a sair e encher o tanque para você. Toda vez que você para aqui, eu tenho vontade de morrer. Franzi o nariz. — Não quero ficar com as mãos cheirando a gasolina. E você é mesmo muito bom com a bomba, Willie — acrescentei, com um sorriso adulador. — A prática leva à perfeição — murmurou ele. Eu estava caminhando descalça pelos corredores à procura de balas e salgadinhos, pensando que, se Willie não gostava de colocar gasolina no meu carro, ele deveria procurar outro emprego, quando escutei o sininho da porta. Não cheguei nem a ouvir os passos antes de sentir mãos quentes e calejadas cobrirem meus olhos. — Adivinha quem é? Aquele cheiro familiar de sabão me fez congelar. Rezei para ele não sentir meu rosto ficar quente ao seu toque. Durante um bom tempo, não consegui encontrar minha voz, que pareceu se encolher dentro de mim, descendo dolorosamente pela garganta. — Me dê uma pista — falei, esperando soar entediada. Ou levemente irritada. Qualquer coisa, menos magoada. — Baixo. Gordo. Os dentes de cima terrivelmente para a frente.


Aquela voz suave e provocante depois de tantos meses. Soava familiar e estranha ao mesmo tempo. Senti-lo tão perto me deixou desorientada. Tive medo de começar a gritar com ele, bem ali na loja de conveniência. E, se eu o deixasse chegar perto demais, tive medo de não gritar com ele. E eu queria gritar — tinha passado oito meses praticando em pensamento o que diria, e estava pronta para colocar para fora. — Nesse caso, eu chutaria… Calvin Versteeg — falei, em um tom despreocupadamente educado. O desprezo em minha voz não foi programado. E eu não poderia estar mais aliviada por isso. Ele parou na minha frente e apoiou o cotovelo na prateleira. Então abriu um sorriso malicioso. Ele desenvolvera esse charme cínico anos antes. Eu caía igual a uma idiota na época, mas estava mais forte agora. Ignorei sua beleza e o olhei de cima a baixo, com ar entediado. Ao que parecia, ele tinha deixado o travesseiro arrumar seu cabelo naquela manhã. Estava maior do que eu me lembrava. Nos dias mais quentes dos treinos de corrida, com o suor pingando das pontas, seu cabelo ficava escuro como um tronco de árvore. A lembrança provocou uma dor dentro de mim. Coloquei a nostalgia de lado e procurei olhar para Calvin com desinteresse. — O que você quer? — perguntei. Sem pedir, ele virou o canudo da minha raspadinha de lado e se serviu. Depois limpou a boca com a mão. — Me fale sobre essa história de acampar. Afastei a raspadinha para que ele não pudesse pegar. — Vamos fazer uma trilha. — Achei importante deixar clara a diferença. Qualquer um podia acampar. Fazer trilha exigia habilidade e coragem. — Já tem tudo de que precisa? — continuou ele. — E umas coisinhas a mais também. — Dei de ombros. — Ei, uma garota precisa de brilho labial. — Vamos ser sinceros. Korbie nunca vai deixar você sair da cabana. Ela tem pavor de fazer qualquer coisa ao ar livre. E você não consegue dizer não para ela. — Ele bateu o dedo na cabeça, com ar de sabedoria. — Sei como vocês, garotas, são. Olhei para ele com ar de indignação. — Vamos fazer trilha durante uma semana inteira. Nosso percurso tem sessenta e cinco quilômetros. Ok, talvez eu estivesse exagerando um pouco. Na verdade, Korbie havia concordado com não mais do que três quilômetros de caminhada por dia, e tinha insistido para que andássemos em círculos ao redor de Idlewilde, caso precisássemos de acesso rápido a conveniências e TV a cabo. Embora eu nunca tivesse sinceramente esperado fazer trilha a semana inteira, tinha planejado deixar Korbie e o Urso na cabana por um dia e caminhar sozinha. Queria colocar meu treinamento à prova. Obviamente, agora que Calvin iria também, ele logo descobriria nossos verdadeiros planos, mas no momento minha maior


prioridade era impressioná-lo. Eu estava de saco cheio de aturar suas insinuações constantes de que não tinha motivo para me levar a sério. E, mais tarde, eu poderia responder a qualquer crítica que ele fizesse argumentando que eu queria fazer trilha todos os dias e Korbie estava dando para trás; Calvin não acharia absurda aquela desculpa. — Você sabe que várias trilhas ainda estão cobertas de neve, certo? E as cabanas ainda não abriram para a temporada, então não tem muita gente por aquelas bandas. Até o posto da Guarda Florestal de Jenny Lake está fechado. Cada um é responsável pela própria segurança… eles não garantem o resgate. Arregalei bem os olhos e o encarei. — Não me diga! Não estou me metendo nisso completamente às cegas, Calvin — disparei. — Já está tudo certo. Vamos nos sair bem. Ele esfregou a boca, disfarçando um sorriso e deixando bem claro o que pensava. — Você realmente acha que eu não consigo fazer isso — falei, tentando não parecer magoada. — Só acho que vocês duas vão se divertir mais se forem ao Lava Hot Springs. Podem ficar de molho nas piscinas de água mineral e passar um dia fazendo compras em Salt Lake. — Passei o ano todo treinando para esta viagem — rebati. — Você não sabe como me esforcei, porque não esteve por perto. Você não me vê há oito meses. Não sou mais aquela garota que você deixou para trás. Você não me conhece mais. — Entendido — disse ele, levantando as palmas das mãos para mostrar que era apenas uma sugestão inocente. — Mas por que Idlewilde? Não tem nada para fazer lá em cima. Você e Korbie vão ficar entediadas na primeira noite. Eu não compreendia por que Calvin estava tão determinado a me fazer desistir. Ele adorava Idlewilde. E sabia tão bem quanto eu que havia muito o que fazer por lá. Então a ficha finalmente caiu. Aquilo não tinha nada a ver comigo ou com o lugar. Ele não queria ter que ir junto. Não queria desperdiçar seu precioso tempo comigo. Se ele me fizesse desistir da viagem, seu pai não o obrigaria a nos acompanhar, e ele teria seu recesso de primavera de volta. Procurei assimilar a informação, embora fosse doloroso. Limpei a garganta. — Quanto seus pais tiveram que desembolsar para fazer você ir com a gente? Ele me olhou com falso desdém. — Obviamente não o bastante. Então era assim que as coisas iam ser. Um flerte insignificante aqui, uma provocação ali. Mentalmente, peguei um marcador preto e fiz um grande X no nome Calvin. — Só para deixar claro, fui contra você ir com a gente. Você e eu juntos de novo? Não consigo pensar em nada mais desconfortável. Aquilo tinha soado bem melhor na minha cabeça. Mas, pairando entre nós agora, as palavras passavam ciúme, mesquinharia e maldade — exatamente o que se espera de uma ex-namorada. Eu não queria que ele soubesse que eu ainda estava sofrendo. Não quando ele estava ali, todo cheio de sorrisos e piscadelas.


 


 


 


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Autor(a): Mill

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 43



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  • Mill Postado em 29/10/2015 - 16:18:04

    É pena que acabou, também irei sentir saudades. Podem deixar assim que eu fizer outra fanfic eu posto aqui pra vocês ler #gelonegro! Lovei!

  • juhcunha Postado em 28/10/2015 - 20:43:23

    Maravilhosa pena que acabou deixar aqui sua nova web quero ler

  • Polivondy16 Postado em 28/10/2015 - 19:19:39

    Foi perfeita! Ficaram juntos <3 Ameeei! Obrigada você por compartilhar essa história com a gente, e espero que compartilhe muitas mais! Amei #gelonegro! Lovei! Lovei! Lovei! E infelismente.... num tem como escrever o posta mais...né! Vou sentir saudades *-*

  • Mill Postado em 28/10/2015 - 16:48:18

    Tá acabando :&quot;(

  • juhcunha Postado em 28/10/2015 - 00:12:54

    Tadinha da dul ele não pode fazer isso com ela

  • juhcunha Postado em 28/10/2015 - 00:09:14

    Calvin se lasco mane

  • juhcunha Postado em 28/10/2015 - 00:07:32

    Essa merda d Calvin não pode morre ele tem que pagar pelo que ele fez

  • Polivondy16 Postado em 27/10/2015 - 21:56:53

    Acabando? Mas já? Logo agora que o pesadelo acabou... Essa Becca é cruel! Não, Christopher! Você não pode ir embora! Quero muito vê-los juntos! Posta mais *-*

  • Mill Postado em 27/10/2015 - 16:44:52

    kKKK Calma Korbie não matou ninguém

  • juhcunha Postado em 26/10/2015 - 23:07:04

    Korbie matou quem? Mdsss posta mais


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