Fanfic: Procura-se uma amante - vondy

— Mas isso tudo não interessa. O que interessa é que, como disse antes, Raul já sabe qual é a minha opinião com relação aos planos dele de vender a Francine a você. Ele quer vendê-la mesmo contra a minha vontade. Eu nunca faria isso! Nunca!
De repente, Dulce percebeu que ambos os homens estavam em total silêncio. Raul parecia irritado e envergonhado, enquanto Christopher...

Os olhos dele brilhavam de um jeito que faziam com que ela se sentisse vulnerável diante dele.

— Suas palavras são fortes. É uma pena que elas não reflitam suas ações, não é, Dulce?

As palavras de Christopher eram tão cortantes e impactantes quanto o olhar que ele lançava a ela. Dulce olhou para Raul procurando apoio, mas seu primo estava do outro lado do escritório, ocupado mexendo em uns papéis sobre a mesa.

Aproximando-se dela, Christopher continuou a espalhar seu veneno.

— Quando a vi na feira de negócios, ficou bastante óbvio que você...

— Foi idéia de Raul — protestou Dulce.

— Idéia do Raul, perfume da Francine e o seu corpo. E será que valeu a pena? Estou falando sobre as vendas que isso gerou, claro e não sobre as cantadas que você recebeu.

Dulce olhou furiosa para ele.

— Como você ousa dizer uma coisa dessas? Eu não imaginava que os homens fossem achar que eu também estava me oferecendo. Não imaginava que vocês fossem...

— Não imaginava? Você não quer que eu acredite nisso, não é? Você ficou desfilando, vestindo apenas...

Era demais para Dulce.

— Eu estava muito bem vestida. E se eu soubesse que vocês, homens, se comportariam como animais daquela forma, eu nunca teria concordado em ajudar Raul.

Como seu primo podia estar pensando em vender a Francine para aquele homem? Para aquele... aquele monstro! Ele era ridículo, pensou Dulce.

Christopher resolveu mudar de assunto de repente.

— Este perfume que você está usando hoje. Que perfume é este?

Dulce encarou-o confiante.

— Um perfume que eu criei.

— Gostei. Seria um sucesso aliado ao nome da Francine. Aliás, estou surpreso que você ainda não tenha feito esse marketing em cima dele.

Os olhos de Dulce brilharam com irritação.

— Este perfume foi criado por mim para meu uso exclusivo.

— É uma fórmula original criada por você?

Dulce fez uma cara emburrada. Por que ele estava fazendo tantas perguntas a ela? Ele estava começando a incomodá-la profundamente.

— Não exatamente — admitiu ela. — Na verdade ele se baseia em um perfume antigo da Francine chamado Myrrh.

Dulce calou-se reparando que as sobrancelhas dele haviam se erguido.

— Myrrh... sei!

Durante o silêncio que se seguiu, Dulce pôde dar-se conta de sua tensão.

— Você não acha que estou certo em achar que este é o melhor e mais bem sucedido perfume da Francine? — perguntou Chris.

— Ele é mesmo. Você fez sua pesquisa direitinho. — admitiu ela que não resistiu fazer uma pequena provocação. — Ou alguém fez para você.

Sem dúvida, um homem como ele pagava pessoas para conseguir as informações de que precisava. Ele obviamente podia pagar por serviços como esse.

— Então este perfume que você está usando baseia-se no perfume Myrrh da Francine... Estou surpreso por você permitir que Dulce brinque com algo tão valioso e único, como a fórmula do Myrrh, Raul.

Furiosa tanto pelos modos de Raul quanto pelas palavras de Chris, Dulce virou-se para ele.

—Na verdade, Raul não tem o poder de "permitir" ou não que eu use a fórmula do Myrrh já que minha avó deixou-a para mim.

Dulce percebeu na hora que Christopher não havia sido informado de que a fórmula do Myrrh pertencia a ela. Chris voltou-se para ela.

— Então você possui um terço das ações e a fórmula do Myrrh?

— Isso mesmo — confirmou Dulce.

— Preciso discutir isto com os meus advogados. O nome Myrrh, a meu ver, pertence a Francine e...

— E a fórmula dele pertence a mim — informou Dulce irritada. — E se você está pensando que vai me enrolar com este papo de advogados, pode esquecer! Estou indo embora, Raul. Estou perdendo tempo aqui. Chega!

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