Fanfic: Procura-se uma amante - vondy

— Obrigada.

Embora estivesse escuro, a luz da lua era suficiente para iluminar os traços dele. A intensidade do olhar dele fez o coração dela parar na boca.

— Nem percebi que havia um degrau ali.

— Estranho a administração do hotel não ter providenciado uma melhor iluminação naquele trecho. Estranho, mas agradável — disse ele.

Agradável? Será que ele queria dizer o que ela estava imaginando? Instintivamente, ela olhou para Christopher e o olhar faminto dele fez o mundo de Dulce virar de cabeça para baixo.

Christopher abaixou a cabeça devagar, seus lábios procurando os dela. Ela esperou em silêncio, sem ousar nem respirar com medo de quebrar aquele encanto que os unia naquela escuridão mágica.

Os lábios dele tocaram os dela, firmes, quentes, decididos, fazendo-a se sentir... Como uma mulher. Uma mulher muito desejável.

Mãos fortes e másculas trouxeram o corpo dela para perto. Uma tocava suas costas enquanto a outra pousou no pescoço e deslizava por baixo de seu cabelo, apoiando a cabeça pressionada pela intensidade daquele beijo.

Dulce deixou escapar um suspiro, mal acreditando no que estava acontecendo, antes de entreabrir os lábios sentindo a língua de Chris penetrar sua boca. A mão dele que estava em suas costas deslizou até o bumbum dela, que se aproximou ainda mais do corpo dele.

Quando os corpos se encontraram totalmente, ela pôde perceber o quão excitado ele estava. Ela o envolveu em seus braços sentindo os seios sensíveis aos movimentos do corpo dele. Ela imaginou as mãos de Christopher pousando sobre seus seios nus, sua língua acariciando seus mamilos.

Ela sentiu um prazer violento com os próprios pensamentos.

A boca de Chris deslizava agora por seu queixo, chegando à orelha com um percurso de beijos suaves. Maravilhada, Dulce entregou-se às sensações provocadas pela respiração dele, pelos lábios de Christopher contra sua pele. Ele a estava deixando louca!

— Do jeito que você está me deixando, eu podia tê-la aqui e agora — gemeu Christopher ao pé do ouvido dela, fazendo-a imaginar cenas ainda mais tórridas e picantes.

Ela se perguntou onde estaria a Dulce que conhecia: sensata e pé no chão. E por que ela aproximava ainda mais o corpo do dele ao invés de afastá-lo?

Ela não sabia e, na verdade, não se importava. E afinal de contas, se Christopher resolvesse tê-la naquele momento como havia ameaçado ela não seria capaz de impedi-lo. Ela o desejava demais para isso...

Agora foi a vez dela gemer bem alto e maravilhada ao sentir a mão dele acariciar seu seio. Ao sentir o polegar dele brincar com seu mamilo eriçado, ela mordeu o lábio inferior com prazer, louca para tirar a blusa e exibir os seios ao olhar sensual dele.

Christopher segurou firme os quadris dela. Dulce estava totalmente apoiada contra o tronco de uma árvore agora, enquanto as mãos de Chris deslizavam por seu corpo, explorando cada centímetro até colocar uma das mãos entre as suas coxas, o que a fez gemer de prazer.

— Dulce... — disse ele pegando a mão dela e pousando-a sobre o próprio corpo. Ela fechou os olhos sentindo a excitação dele e desejando com todas as suas forças senti-lo dentro dela. Ela nunca imaginou que pudesse desejar alguém com aquela intensidade!

Mas pelo olhar de Chris, pensou Dulce, ela devia mesmo ser muito inocente para nunca ter sentido aquilo por alguém, ao contrário dele.

Quantas vezes... quantas mulheres...? O pensamento encheu-a de ciúmes.

— Dulce?

De repente ambos ouviram vozes e Christopher soltou o corpo dela no mesmo instante.

Sem conseguir guardar seus sentimentos para si, ela desabafou:

— Não acredito que estamos fazendo isto.

— Você não acredita ou não quer acreditar? — provocou Chris.

Pequenos tremores ainda explodiam no corpo dela e Dulce sabia que Christopher devia poder vê-los. Ele deve me achar uma idiota, pensou ela.

— Tudo bem, Dulce — disse ele vendo que ela não poderia responder àquela pergunta. — Ajuda se eu disser que fui pego de surpresa pelo que aconteceu tanto quanto você? Não posso negar que passei a noite inteira imaginando como seria levá-la para a cama, mas...

— Eu... eu não faço este tipo de coisa — disse Dulce sentindo-se exposta e vulnerável. — Não costumo fazer este tipo de coisa. Você pode até...

— Eu posso o quê? — perguntou ele desconcertado. — Você está pensando que vou para cama com uma mulher diferente a cada dia? É isso que você está tentando dizer?

Sem graça, Dulce fez que não com a cabeça.

— Eu não tenho nenhum direito de me meter na sua vida pessoal. Só não quero que você pense que...

— Não vou para a cama com uma mulher há mais de cinco anos — disse Christopher. —Não durmo com uma pessoa só por dormir. Acho vulgar, além dos riscos para a saúde. O que aconteceu hoje à noite...

— Você não precisa explicar. Eu entendo! — falou Dulce rapidamente.

Ele lhe diria que foi um erro, que as coisas foram longe demais, que eles haviam perdido o controle... Eles estavam quase chegando na porta do quarto.

— Você tem planos para amanhã?

Eles estavam quase tão próximos quanto antes, quando ele a beijou.

Dulce olhou para ele pensando que os únicos planos que tinha incluíam Christopher e, de preferência, entre quatro paredes.

— Não, não tenho — respondeu sentindo o coração pular impulsionado por um coquetel de adrenalina e das mais variadas emoções. O que estava acontecendo com ela? Por que ela não havia dito logo que estava ocupada? Ela nunca escolheu o perigo em vez da segurança. Não era seu estilo!

Talvez não fosse até o momento, até ela conhecer Chris.

— Amanhã vou ver uma casa que vou alugar durante o verão. Por que você não vem comigo?

— Você vai passar o verão todo aqui? — perguntou Dulce sem esconder a inveja.

— Vou. Tenho vários negócios em vista aqui por perto e a casa que pretendo alugar será uma ótima base de onde farei meus contatos.

— Uma casa de verão? — perguntou ela.

— Você não parece muito animada — comentou Chris. — Você não gosta do campo?

Dulce balançou a cabeça na mesma hora.

— Não, eu adoro o campo — disse veemente. — Mas não imaginava que você fosse uma pessoa que gostasse do campo. Acho que sempre associamos um homem de negócios à cidade grande.

Mas para seu alívio, Christopher não ficou ofendido com seu comentário.

— Eu tenho um apartamento em Sidney, o que é conveniente para os meus negócios. Mas para ser sincero, prefiro ficar na vinícola dos meus pais. Eles já são aposentados, mas meu pai está sempre pensando em lançar novos vinhos e em melhorar o vinho deles, apesar do fato de ter um coração fraco e de ter que pegar leve.

Ele parou de falar e pediu desculpas.

— Desculpe-me, você não quer ficar ouvindo sobre minha família.

Dulce passou a língua sobre os lábios pensando que na verdade ela queria saber absolutamente tudo sobre ele. O que o fazia rir, os tipo de comida de que ele gostava, o lado da cama em que ele preferia dormir, como ele mais gostava de ser tocado e beijado, onde...

— Bem, tudo bem. Vou adorar ir até lá com você.

— Ótimo!

O olhar lançado por ele fez outra corrente de prazer percorrer o corpo de Dulce.
Chris sorria para ela de um jeito que a fazia desejar envolvê-lo em seus braços e beijar cada centímetro delicioso daqueles lábios másculos e tentadores.

Dulce parou de olhar para a boca dele, mas ainda podia imaginá-la. De onde havia vindo todo aquele desejo esmagador?

Às vezes ela imaginava no passado como seria quando ela se apaixonasse de verdade, mas nunca pensou que seria algo tão forte assim.

— Dulce, pare de olhar para mim deste jeito ou então serei obrigado a lhe dar outro beijo. E mais outro e não vou mais conseguir parar...

Com as faces rosadas, Dulce perguntou:

— A que horas devo encontrá-lo amanhã?

Ela mal podia respirar, sem ter certeza se queria ou não que Christopher parasse de falar com ela daquele jeito sensual.

— Acho que facilitaria se tomássemos café da manhã juntos.

— Juntos? — Dulce pôde ouvir o tom de pânico na própria voz.

— No restaurante, é claro — disse Chris. — A não ser que...

— No restaurante, claro. A que horas? — perguntou ela imaginando se ele podia perceber o quanto ela queria abraçá-lo e beijá-lo de um jeito que não deixaria dúvidas de onde ela realmente queria tomar café da manhã com ele no dia seguinte...
Antes que ele pudesse ler seus pensamentos, ela abriu a bolsa para pegar a chave do quarto.

Dez minutos depois, sozinha e a salvo em seu quarto com a porta trancada, ela disse a si mesma que estava aliviada por Christopher não a ter pressionado ou insistido em entrar no quarto com ela — e não decepcionada.

E ela o veria pela manhã. Satisfeita, ela entregou-se a devaneios em um mundo de sonhos e fantasias muito sensual, com um homem que conseguia ser ainda mais sensual!

— Adoro isto! Uma mulher que aprecia a boa comida.

Os dedos do pé de Dulce encolheram-se nos sapatos, tímidos com aquele comentário e com o olhar que a envolvia.

Ele lhe telefonou às sete da manhã e ela teve que sair do banho para atender o telefone. Christopher perguntou se ela já tinha acordado e se podiam se encontrar às oito horas no restaurante.

— Acordada? Claro que estou acordada — respondeu ela indignada e falando sem pensar. — Na verdade estava no banho.

Houve um pequeno silêncio e, em seguida, ela escutou a voz de Chris derretida como o mais puro mel:

— Você não devia ter me dito isso, Dulce.

Ele não disse mais nada, mas Dulce percebeu na hora que ele a estava imaginando nua, o que não era nada demais porque ela mesma já havia imaginado os dois juntos e nus diversas vezes.

Só de pensar em Christopher nu tomando banho com ela a deixava excitada.

Ela se vestiu bastante rápido e foi encontrar-se com ele, que a esperava no saguão do hotel. Assim como ela, ele estava vestido informalmente. A camiseta revelava braços fortes e bronzeados.