Fanfics Brasil - Um bando quase completo: Milena POV A lenda dos Semi-Titãs

Fanfic: A lenda dos Semi-Titãs | Tema: Percy Jackson e os Olimpianos


Capítulo: Um bando quase completo: Milena POV

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Eu, Jaci, Math e Logan corríamos desesperadamente pelo acampamento, procurando por minha irmã. O treinamento começara há vinte minutos, e durante esse tempo, ela ainda não havia aparecido na Arena. Foi difícil sair no meio da aula, sem que ninguém percebesse, só esperava voltar antes que o tempo acabasse, caso contrário, teríamos sérios problemas.


- Onde acham que ela pode estar?


Perguntou Logan, ofegante.


Eu me desesperei, não sabia para onde Maria teria ido e muito menos o motivo. Ela é tão imatura às vezes, tenho sérias duvidas de quem de nós é a mais velha nesses momentos.


- E os campos de morangos? Podemos procurar por lá!


Sugeriu Jaci.


- Não, é melhor não. Seria impossível correr até os campos sem que ninguém desconfie, ou Quíron perceba.


Respondi-lhe. Sem nenhuma explicação, Logan soltou um grunhido irritado, seguido por uma risada irônica e sem sentido.


- Sabe Milena, acho que para Quíron, vocês são as semideusas mais anormais que ele já treinou até hoje.


Satirizou ele. Eu o fuzilei com o olhar e mostrei-lhe o meu dedo médio. Não era possível que com essa confusão e entre o meu desespero, ele ainda tivesse coragem de fazer uma piada tão idiota.


- Escuta aqui, seu bode homossexual! É melhor você parar de soltar bosta pela boca e ajudar-nos a achar Maria, se não quiser ter esse seu toquinho de cauda enfiado no –


- Ei Milena, já chega!


Gritou Math, levantando os braços para cima.


Com isso, minha descarga de raiva passou. Um suspiro pesado soprou de meus lábios e deixei minha cabeça pender, enquanto me acalmava e tentava analisar a situação para resolvê-la. Ao olhar para cima novamente, vi que todos mantinham seus olhos fixos em mim, seus olhares brilhantes e confortantes demonstravam a confiança que eles tinham para comigo. Retribui-lhes isso com um olhar calmo e pacífico. Eu só tinha esperanças de que minha irmã estivesse bem.


- Calma Mi, nós vamos encontrá-la.


Confortou-me Jaci, de maneira doce.


- Obrigada.


Agradeci com um sorriso.


- Talvez, possamos procurar por ela na floresta. As situações mais estranhas têm começado por lá, ultimamente.


Disse Math, um tanto hesitante. Eu entortei o lábio em receio, pois era justamente isso que eu temia; a floresta é muito perigosa às vezes e nós mal sabemos o que se esconde lá. Mas ele estava certo, e apesar de a floresta ser a pior das hipóteses, eu tinha que manter pensamentos positivos.


Estávamos todos tão preocupados com o fato de algo ter acontecido com Maria, que nem percebemos quando uma figura se arrastou para perto de nós e pigarreou, chamando nossa atenção. Viramos-nos assustados, pensando que poderiam ser um dos diretores do acampamento. Por sorte, era uma presença bem mais acolhedora e que por sinal, tinha a intenção de nos ajudar.


- Nolan!


Exclamou Jaci.


O menino árvore estava afoito, ele havia visto algo na floresta e estava sem fôlego o suficiente para dizer. Ele fixou seus olhos amarelos em mim e com o ar que ainda restava em seus pulmões apontava em direção à floresta implorando por socorro.


- U-ma me-me-nina n-na fl-floresta, ata-atacada! Pre-preciso de aju-ju-juda!


Era complicado entender o que ele estava tentando dizer, me aproximei dele para tentar acalmá-lo, mas ele agarrou de repente em meu pulso e me puxou fortemente em direção às árvores, sem que os outros pudessem ter tempo de nos acompanhar.


Embrenhamo-nos na floresta, Nolan me guiava de um modo muito mais rápido do que eu mesma tinha capacidade de segui-lo. Era quase como se estivesse voando, devido à sua força e velocidade. Não demorou muito, até que o menino árvore parou de repente, obrigando-me a frear para não bater de cara em suas costas; anunciando o fato de que havíamos chegado ao limite daquela trilha, pois mais adiante, o azul do céu e a ausência de vegetação, nos mostravam que estávamos à beira de um lugar alto. Nolan levantou cabeça e ficou imóvel, como se estivesse tentando ouvir um som distante. Em seguida, soltou meu pulso e rastejou até as folhagens de vários arbustos e se abaixou como um leopardo a espreita. Eu o observava de pé, sem saber o motivo daquilo, ele então me encarou com impaciência e esticando-se como uma samambaia, agarrou a manga da minha blusa e me puxou para o seu lado, embaixo dos arbustos.


- O que está acontecendo?


Eu sussurrei.


Sem dizer nada, Nolan esticou sua mão até o meio da folhagem e a afastou, revelando uma cena, na qual meus olhos se arregalaram e me arrependi de todo o meu otimismo; uma enorme adaga negra prendia Maria pela sua jaqueta, ao tronco de uma árvore, enquanto duas meninas estranhas discutiam alto. Uma delas, que estava de costas para mim, era um tanto mais alta, comparado à mim, ou a Maria, ou a Jaci. Seu tom de pele era tão claro quanto da outra menina, e suas madeixas eram longas, castanho-claras e bem penteadas. Ela usava uma blusa rosada de mangas compridas, calças jeans e um par de sapatilhas marrons. Não parecia ser agressiva de primeira vista. Muito menos a outra, na qual era poucos centímetros mais baixa; seus cabelos eram mais escuros, mas longos na mesma proporção, e ao contrário da outra, essa usava um vestido jeans claro, estilo vintage e sandálias bege. As duas eram realmente muito bonitas, e havia certa semelhança entre elas. Mas eu nunca as tinha visto no acampamento. Na pior das situações, elas deveriam ser monstros disfarçados. Então, eu tive de agir. Virei-me para Nolan e pedi a ele que avisasse os outros sobre a situação, ele hesitou de início, mas lancei-lhe um duro olhar e ele imediatamente saiu.


Após isso, afastei-me da folhagem, ainda agachada e engatinhei pelo mato cautelosamente dando a volta pelo barranco, até chegar à minha irmã. Maria assistia a discussão das duas, perplexa. As cores tinham sumido de seu rosto e suas pupilas estavam paralisadas. O que quer tenha acontecido, foi algo realmente muito sério.


Estava atrás do tronco, teria que dar um jeito de tirar Maria dali, sem que elas percebessem. Então, ao examinar o chão à minha volta, encontrei uma pedra comum, e a joguei na direção em que me encontrava antes. A pedra atingiu os arbustos, emitindo um som suficientemente alto, para que as  captoras parassem de discutir de repente e se virassem com cautela.


- O que foi isso?


Perguntou a de vestido, em voz baixa.


Naquele momento, eu me apressei e cobrindo a boca de minha irmã, arranquei a adaga de sua jaqueta. Afastei a mão, quando tive certeza de que ela já havia se dado conta de que era eu e rapidamente a puxei junto comigo para dentro da floresta, correndo à toda velocidade.


- Milena, você não vai acreditar no que eu descobri! As coisas estão ficando cada vez mais estranhas!


Gritou ela, ofegante, no meio da corrida.


- É, eu percebi! Quem são aquelas duas?! São monstros?! Se forem, vamos alertar Quíron e os campistas, depressa!


- Não! Não é nada disso, elas são –


Antes que Maria pudesse completar a frase, duas sombras cresceram aos nossos pés e se materializaram na nossa frente, bloqueando nossa passagem.


- Os espectros...


Arquejei.


Logo, aquelas duas figuras sombrias adquiriam aos poucos cores e formas humanas. E eu não acreditei no que havia acontecido diante de mim...


Não era possível, não era.


- Devolva minha adaga, por favor?


A mais alta ironizou, estendendo a mão aberta.


Minha irmã e eu recuamos para trás e eu apontei-lhes sua arma. Um objeto um pouco grande comparado à maioria; seu cabo era revestido de prata, com desenhos de escamas em alto relevo, a lâmina se estendia de 15 para 20 centímetros e sua composição era de...ferro estígio?


- Acalmem-se, não vamos machucar vocês.


Disse a mais baixa, aproximando-se de nós.


- Como eu posso saber disso?!


Questionei com a voz trêmula.


- Por que estamos aqui somente como uma –


A menina mais alta pigarreou alto, impedindo-a de terminar a frase. Esta se virou para sua companheira e sussurrou, mas de uma forma suficientemente audível para mim.


-O que Ket?! Precisamos pelo menos agora dar certeza a elas de que não somos monstros. Ou você quer que elas avisem sobre nós para todos os campistas?


- Ahn...ainda estamos aqui.


Eu avisei ironicamente.


A menina de nome Ket hesitou por um instante, dirigindo um olhar desconfiado para a outra, em seguida, percebendo que não lhe restavam mais opções, bufou de irritação.


- Quem são vocês?


Perguntou ela.


- Eu sou Milena Hawkings e essa é minha irmã, Maria Helena.


- É, já nos conhecemos...


Satirizou ela.


- E vocês? Quem são? Por que estão aqui?


- Meu nome é Ketlyn Everett e essa é Kamily, minha irmã. Somos...somos filhas de Hades.


Filhas de Hades? Mas...Nico não era o único?


- Vocês são irmãs de Nico?


Perguntei.


- Nico? Quem é Nico?


Questionou Kamily.


- Um terceiro filho de Hades, obviamente, meio irmão de vocês!


Eu exclamei, exasperada. As duas irmãs pareceram surpresas e assustadas com a novidade, seus membros paralisaram por um instante enquanto elas nos encaravam com o maxilar escancarado. 


- Papai nunca nos contou isso, por que ele escondeu isso da gente?


Murmurou Kamily para a irmã.


Estávamos todas confusas e perplexas com a situação. Algo estava passando despercebido por mim, eu sentia que alguma coisa estava errada.


De repente, uma parte da profecia soou fortemente em minha cabeça, repetindo-se várias e várias vezes, até que eu me sentisse atordoada:


Com a filha da morte, farão sua aliança”


A voz do Oráculo se assemelhava a sucessivas marteladas em minha cabeça. Minha visão se turvou e cambaleei aos poucos, perdendo os sentidos enquanto ouvia os gritos desesperados de Maria, e o susto das irmãs. Depois tive uma pequena visão apagada de minha irmã gritando por socorro e tudo escureceu.


***


Levantei em um sobressalto. Não tinha ideia do que havia acontecido comigo, me lembrava apenas da minha última visão antes de desmaiar completamente. Ainda fraca, examinei o ambiente à minha volta até encontrar Maria, que voltou-se para mim e sorriu de orelha a orelha ao me ver acordada. Era noite, inúmeras estrelas pontuavam o céu escuro, e estávamos ao redor de uma fogueira, rodeadas por várias rochas empilhadas. Olhei por cima do ombro para o alto, e confirmei minhas suspeitas: nós havíamos descido o barranco de pedra. Graças a isso, pude perceber logo depois, de imediato, que ainda continuávamos na companhia das ditas filhas de Hades, que alimentavam o fogo com gravetos e folhas secas.


- O que aconteceu com você na floresta?


Perguntou Kamily.


Eu cerrei o cenho, tentando me lembrar de algo importante que havia acontecido, cujo causou a perda de minha consciência.


- E-eu não sei...tive uma horrível dor de cabeça de repente.


Maria levantou uma das sobrancelhas, com certeza ela também sabia que algo estava errado.


Eu pisquei fortemente e assim, pude voltar completamente ao normal, para finalmente perceber que não estávamos apenas em quatro meninas. Math, Jaci e...Nico também estavam lá, aproximando-se da fogueira, juntaram-se a nós. Deviam estar um pouco perplexos se tiveram tempo de ouvir a história toda, o que também devia ter sido um incomodo para Nico.


- Eles estão há muito tempo ai?


Perguntei, apontando-lhes em sua direção.


- Nossa! Valeu pelo agradecimento!


Reclamou Math, jogando as mãos para o alto.


Maria soltou um pequeno risinho antes de responder.


- Desde a hora em que você desmaiou. Nolan os trouxe até aqui.


De repente, um desespero tomou conta de mim. E as aulas de esgrima? E Quíron? E o Senhor D.? Com certeza, eles perceberam que havíamos desaparecido durante mais de três horas, deviam estar todos procurando por nós...bem, quase todos. Coloquei as mãos na cabeça e cerrei os dentes.


- Vish gente, o pessoal do acampamento deve ter percebido que sumimos, perdemos a aula de esgrima!


- Realmente, mas não poderíamos deixar de ajudar vocês.


Disse Jaci.


- Temos que voltar... Não podemos ficar aqui...e se Quíron descobri-


- O que vai acontecer se eu descobrir?!


Questionou severamente uma voz masculina que todos trememos ao ouvir. Voltamos nossos olhares para o alto, para contemplar um Quíron zangado e confuso.


- Eu sei o que está acontecendo, vocês não precisam esconder de mim e também não precisavam descobrir tudo sozinhos...na verdade, isso nem é assunto dos meninos, é de vocês três – ele disse, apontando para mim, para Maria e para Jaci –  e de vocês duas – finalizou dirigindo-se as irmãs –. Nós temos muito que conversar.


As cores sumiram dos rostos das Everett, algo que elas não sabiam estava acontecendo. E para isso, havia apenas uma explicação...


A profecia.


De alguma forma, eu sabia que a profecia havia trazido-as até aqui...


Com a filha da morte, farão sua aliança”


Era isso! Esse era o verso que havia soado em minha mente antes de eu desmaiar! Tudo estava se encaixando, tudo estava começando a fazer sentido.


- Eu só tenho uma pergunta  a fazer.


Arrisquei.


- E qual é?


Todos perguntaram em uníssono.


Eu voltei o meu olhar para os três filhos de Hades.


- Vocês todos se apresentaram?


Finalizei, com um sorriso maroto. 


 




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Autor(a): zodiacdragon

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