Fanfics Brasil - Capítulo 4 MEU ROMEU

Fanfic: MEU ROMEU | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 4

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Capítulo Quatro


No começo


P.O.V Dulce


Hoje


Nova York


Diário de Dulce


Querido diário,


Christian sugeriu que eu use você para ajudar a analisar os acontecimentos da minha vida que me levaram a ser o indivíduo desajustado que sou hoje. Ele quer que eu olhe para os relacionamentos insalubres que me tornaram ranzinza e emocionalmente indisponível. Então acho que vou começar com a estrela de todos os meus arrependimentos. “Christopher Von Uckermann”.


Na primeira vez que o vi, eu estava simulando sexo anal/ com alguém que tinha acabado de conhecer. Ui. Isso ficou estranho. Me deixa explicar. Estava fazendo teste para uma vaga na Academia Grove de Artes Dramáticas, uma faculdade particular que oferece cursos de dança, música e artes visuais e também abriga uma das escolas de teatro mais prestigiadas do país. Fica numa propriedade em Westchester, Nova York, e na história recente formou alguns dos mais talentosos astros de teatro e televisão. Eu sonhava em estudar lá desde sempre, então, no meu último ano, quando todos os meus amigos estavam se inscrevendo em faculdades para serem médicos, advogados, engenheiros e jornalistas, eu me inscrevi para ser atriz. Grove foi minha primeira escolha por vários motivos, e não foi o menos importante deles ficar a um país inteiro de distância dos meus pais. Não que eu não os amasse, porque amava. Mas Mamãe e papai têm idéias bem específicas sobre como devo viver minha vida. Por ser filha única e, como tal, programada para fazer tudo e mais um pouco para ganhar sua aprovação, eu basicamente vivia para satisfazer os ideais não realistas deles.


Quando cheguei ao último ano, eu nunca havia experimentado álcool, fumado cigarro, comido nada além daquelas saudáveis merdas vegetarianas sem gosto, nem tinha dormido com nenhum garoto. Eu estava sempre em casa na hora certa, mesmo que eles me ignorassem completamente ou discutissem entre eles ou nem estivessem lá.


Minha mãe resolvia problemas. Ela sempre sentia que deveria melhorar a si mesma, ou a mim. Eu era desajeitada, então ela me matriculou em aulas de balé. Era gorducha, então ela observava cada garfada que eu dava. Era tímida, então ela me fez freqüentar aulas de teatro. Odiava tudo que ela me forçava a fazer, exceto teatro. Isso ficou. Por acaso eu era bem boa nisso. Fingir ser outra pessoa por algumas horas? É isso era o máximo.


As principais contribuições de meu pai para minha criação consistiam em instruções estritas sobre aonde ir, quem ver e o que fazer. Tirando isso, ele me ignorava. A não ser que eu fizesse algo muito certo ou muito errado. Rapidamente aprendi que haveria menos gritaria e menos castigo se eu fizesse a coisa certa. Tirar boas notas o fazia feliz. Assim como ganhar prêmios de interpretação e oratória. Eu me esforçava. Mais que todos os meus amigos e mais do que uma filha deveria se esforçar para atrair a atenção do pai. É certo dizer que todos os meus bloqueios quanto a agradar pessoas vieram dele.


Meus pais não ficaram felizes com meu plano de ir para a escola de teatro, claro. Creio que as palavras exatas do meu pai foram: “Uma ova”. Ele e minha mãe aceitavam o teatro como um passatempo, mas, com minhas notas, eu podia escolher profissões bem pagas. Eles não entendiam por que eu jogaria isso fora por uma profissão em que noventa por cento dos formados ficavam sem emprego para sempre. Convenci os dois a me deixar fazer o teste negociando sobre me inscrever também no programa de direito da Washington State. Isso me comprou um bilhete de ida e volta para Nova York e a leve esperança de deixar para trás meu costume de buscar aprovação.


Quando comecei o processo de inscrição, sabia que as chances eram pequenas, mas eu tinha de tentar. Havia outras escolas que eu ficaria feliz de freqüentar, mas eu queria a melhor, e essa era a Grove.


Seis anos antes


Westchester, Nova York


Os testes para Grove


Minha perna está tremendo. Não de leve. Está chacoalhando. Descontroladamente. Meu estômago está revirando, dando nós e quero vomitar. De novo. Estou sentada no chão com as costas para uma parede. Invisível. Não pertenço a este lugar. Não sou como eles. Eles são ousados, abusados, e parecem confortáveis falando a palavra com “P”. Fumam sem parar e tocam nas partes íntimas uns dos outros, mesmo que a maioria deles tenha acabado de se conhecer. Eles se vangloriam das peças que fizeram ou dos filmes em que estiveram ou das pessoas famosas que conheceram. E eu permaneço sentada, menor a cada segundo, sabendo que a única coisa que vou conquistar hoje é a prova da quão inadequada eu sou.


— Daí o diretor diz: “Zoe, a platéia precisa ver seus peitos. Você diz que é dedicada à sua arte, e ainda assim seu senso errado de pudor dita suas escolhas”.


Uma loira desinibida está monopolizando as atenções, contando histórias de guerra teatrais. As pessoas ao redor parecem cativadas. Não quero ouvir, na verdade, mas ela fala alto demais e não consigo evitar.


— Ai, Deus, Zoe, o que você fez?! — Uma bela morena quer saber, seu rosto se contorcendo com emoção exagerada.


— O que eu poderia ter feito? — Zoe pergunta com um suspiro. — Chupei o pau/ dele e disse que ia ficar de camiseta. Era a única forma de proteger minha integridade.


Houve risadas e uma salva de palmas. Mesmo antes de entrarmos, as apresentações já haviam começado. Joguei a cabeça para trás e fechei os olhos, tentando me acalmar. Repassei meus monólogos mentalmente. Eu os conhecia. Cada palavra. Dissecava cada sílaba. Analisava os personagens, subtexto, camadas de sutilezas emocionais. Ainda assim, me sentia despreparada.


— Então, de onde você é?


Zoe está falando novamente. Tento bloquear o som.


— Ei, você, menina da parede.


Abro os olhos. Ela está olhando para mim. Todo mundo está.


— Hum... Quê? — Limpo a garganta e tento não parecer apavorada.


— De onde é você? — ela pergunta mais uma vez, como se eu fosse mentalmente limitada. — Dá para ver que você não é de Nova York.


Sei que o sorrisinho falso dela é dirigido ao jeans escuro e ao suéter cinza liso que estou usando, ao cabelo castanho sem graça e à falta de maquiagem. Não sou como a maioria das meninas aqui, em suas cores vibrantes, grandes joias e rostos pintados. Elas parecem pássaros tropicais exóticos, e eu pareço uma mancha de óleo.


— Hum... Sou de Aberdeen.


Seu rosto se retorce de nojo.


— Onde fica essa porra/?


— É em Washington. Meio pequeno.


— Nunca ouvi falar — ela informa com um aceno de desprezo com suas unhas pintadas. — Tem ao menos um teatro lá?


— Não.


— Então você não tem nenhuma experiência em atuar?


— Fiz algumas peças amadoras em Seattle.


Os olhos dela se iluminam. Ela fareja uma presa fácil.


— Amadora? Ah... Entendi. — Ela sufoca uma risada.


Meu senso de autopreservação é acionado.


— Claro, não fiz todas as coisas incríveis que você fez. Quer dizer, um filme.


Uau. Deve ter sido bem incrível. — Os olhos de Zoe se apagam um pouquinho. O cheiro de sangue é diluído pela puxação de saco.


— Foi bem incrível — ela comenta enquanto dá um largo sorriso como uma barracuda com batom. — Mas provavelmente eu estou perdendo tempo com este curso, porque não vou chegar até o final antes de fechar um grande contrato. Pelo menos é algo para me manter ocupada até lá. Sorrio e concordo com ela. Massageio seu ego. É fácil. Sou boa nisso. A conversa borbulha ao meu redor. E eu acrescento um comentário aqui e ali. Cada meia verdade que sai da minha boca me torna mais como eles. Mais provável de me encaixar. Rapidamente, estou zurrando e relinchando como o resto das mulas, e um dos meninos gay s me puxa e finge que estamos numa rave. Ele fica atrás de mim enquanto bate na minha bunda/. Entro na brincadeira, mesmo horrorizada. Faço barulhos vulgares e balanço a cabeça. Todo mundo acha hilário, então eu ignoro a vergonha e continuo. Aqui posso escolher ser desinibida e popular. A aprovação deles é como uma droga. E quero mais. Ainda estou fingindo apanhar na bunda/ quando levanto o olhar e o vejo. Está a alguns metros de distância, alto e de ombros largos. Seu cabelo escuro é ondulado e rebelde, e, apesar da expressão impassiva, seus olhos mostram claro desdém. Afiado e imperdoável. Minha risada falha. Ele parece um anjo vingativo com um olhar intenso e traços etéreos. Pele lisa e roupas escuras. Tem um daqueles rostos que te fazem parar quando você folheia uma revista. Não um lindo do tipo padrão, mas um lindo do tipo hipnotizante. Como uma capa de livro que implora que você o abra e se perca na história. Minha nova falsa ousadia pesa sob seu olhar. Ela me deixa suja e tensa, e eu paro de rir.



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Autor(a): coxinha

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 45



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  • Hels Postado em 03/04/2016 - 03:08:40

    PARA TUDO! Eu AMO esse livro, até tinha pensado em fazer uma adaptação vondy. Não acredito que você fez, acho que vou chorar - de felicidade obviamente - quero ver as treta se formarem, sempre achei Ethan e Cassie muito vondy hahahaha.

  • cmsvondy Postado em 20/03/2016 - 22:03:35

    Eu tenho mais tempo para ler aos finais de semana mas o máximo que você conseguir postar é ótimo !!!!

  • lalah Postado em 20/03/2016 - 19:56:07

    para mim, vc postava todo dia :)

  • lalah Postado em 20/03/2016 - 19:55:52

    Amei, continua!

  • cmsvondy Postado em 20/03/2016 - 02:38:56

    Continua sim, concerteza !! Estava arrasada achando que você tinha abandonado a fic, fiquei muito feliz que voltou !!!!!!

  • lalah Postado em 19/03/2016 - 20:45:00

    continua baby

  • cmsvondy Postado em 19/03/2016 - 16:53:00

    Continuaaaaaa

  • thaysaantana Postado em 19/03/2016 - 15:44:55

    Começando hj!

  • cmsvondy Postado em 04/01/2016 - 22:25:02

    Volte a postar por favor !!!!!!

  • cmsvondy Postado em 08/11/2015 - 01:07:07

    Continua


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