Fanfics Brasil - Capítulo 9 MEU ROMEU

Fanfic: MEU ROMEU | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 9

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Capítulo Nove


Antes


P.O.V Dulce 


Hoje


Nova York


Diário de Dulce


Querido diário,


A etapa final de testes para Grove foi esgotante. Christopher foi mandado para um grupo diferente, então eu não o vi muito, mas quando estive com ele parecia estar sofrendo tanto quanto eu. As entrevistas foram o pior. Um grupo de palestrantes de Grove sentados numa longa mesa nos sabatinava sobre vida, família, gostos e desgostos. O grupo esperava que eu fosse apenas eu mesma. Isso foi duro. No final, Erika se virou para mim e disse: “Dulce, você é uma menina esperta. Podia ter escolhido sua escola e carreira. Por que quer ser atriz?”. Sei que eu devia ter dito algo sobre minha paixão por teatro ou meu amor por arte, ou sobre a importância de uma cultura vibrante e envolvente num mundo de idéias descartáveis e reality shows. Mas, enquanto ela me encarava, não fui capaz de pensar em nada esperto o suficiente para enganá-la, então respondi sem pensar.


“Quero atuar porque não sei realmente quem eu sou então sinto alívio em ser outras pessoas.”


Ela manteve o olhar por um momento, depois escreveu algo em suas anotações e assentiu. Com certeza: “adolescente maluca, emocionalmente disfuncional com questões de auto-estima. Não façam movimentos bruscos”.


Quando saí, parecia que eu havia deixado pedacinhos meus por todo o chão. Ainda assim, devo ter feito algo certo, porque três meses depois recebi minha carta de admissão.


No dia em que a recebi, gritei tão alto que assustei o cachorro do vizinho. Eu sabia que meus pais não estavam empolgados com essa escolha de carreira ou a idéia de eu me mudar para o outro lado do país, mas eles também sabiam que atuar era minha paixão, e ser aceita em Grove era uma coisa importante. Também ajudou o fato de eu ter recebido uma bolsa parcial que cobria metade da mensalidade e acomodação no campus. Considerando que não éramos os Rockefellers, esse foi um grande bônus. Bem lá no fundo, eu tinha a vaga esperança de que Christopher tivesse entrado. Se ele tivesse, pelo menos eu já conheceria uma pessoa. Uma levemente irritante e estranhamente misteriosa.


Seis anos antes


Westchester, Nova York


Grove


Primeira semana de aula


Caminho pelo apartamento com um grande sorriso no rosto. Há dois quartos separados por um pequeno banheiro, uma sala conjugada de estar e jantar e uma pequena cozinha. A mobília está gasta e datada, o carpete é horrendo e tem manchas de coisas que não quero nem imaginar. E acho que o vizinho de cima dança pelado na luz da lua enquanto sacrifica animais, porque, sério, o cara é esquisito. Mas, apesar de tudo isso, é perfeito e meu. Bem, estou dividindo com uma aluna de técnica avançada de teatro chamada Ruby, mas ainda assim... Posso fazer o que quiser. Comer o que quiser. Ir para cama quando quiser. Sem pais catalogando cada movimento. Estou quase tonta com as possibilidades.


— Você me deve trinta pilas das compras — Ruby informa quando estuda a notinha. — Ah, não, trinta e quatro. Os absorventes são seus. É meio esquisito morar com uma estranha, mas, como nos conhecemos há poucos dias, Ruby e eu estamos nos dando bem, considerando que ela é exatamente meu oposto. Tenho cabelo castanho-acinzentado, ela, vermelho-vivo. Tenho uma aparência padrão, ela é espetacular. Gosto de agradar as pessoas, ela é brutalmente sincera.


Ela se joga no nosso feio sofá e acende um cigarro. Passa o maço para mim, eu pego um. Ah, sim, sou fumante agora. Bem, não sou, mas quando Ruby disse que era eu apenas segui o fluxo. Era algo para nos unir. Além do mais, eu sabia que a maioria das pessoas nos teste fumava, então parecia à coisa certa a fazer. Além do mais, minha mãe teria odiado. Todas boas razões para adotar o hábito.


Ela acende o meu cigarro, e eu trago lentamente. Depois, tusso. Ruby balança a cabeça. Sou a pior aprendiza de fumante do mundo.


— Então — ela começa enquanto solta uma corrente de fumaça —, é sua vez de cozinhar, infelizmente.


— Ei, achei que o que preparei na outra noite tinha ficado bom, considerando que eu nunca havia cozinhado antes.


— Mulher — ela diz com um suspiro —, você conseguiu estragar o macarrão com queijo. Sério, se você vai mal cozinhando aquela porcaria, nunca vamos sobreviver à vida na faculdade.


— Então agradeça a Deus que está aqui para me ensinar — respondo, entrando na cozinha e tirando carne e legumes da geladeira. O negócio é o seguinte: Ruby não é exatamente uma chef, então terminamos com um bife duro, purê de batata pedregoso e vagens tão sem graça que eu poderia tricotá-las como um cachecol.


— Vou escrever para o canal de culinária para reclamar. — Ruby remexe a comida no prato. — Aqueles putos/ fazem cozinhar parecer fácil. Vou processá-los por propaganda enganosa.


Naquela noite, fizemos um pacto de comprar apenas comida congelada. É o modo mais seguro de evitar morrer de fome.


O dia seguinte é o primeiro dia de aula, e Ruby e eu caminhamos a curta distância do nosso apartamento até o campus principal.


Nos três dias desde que chegamos, passamos um tempo explorando a nova escola, e é bacana caminhar por um terreno tão bem cuidado. O campus não é enorme, mas é bem distribuído, e os prédios são uma boa mistura entre tradicional e contemporâneo. No meio de tudo está o prédio central: um grande edifício de quatro andares que abriga biblioteca, cafeteria, sala de estudantes e vários auditórios. Ao redor, como pétalas de uma flor, estão os vários prédios de artes, um para cada disciplina: dança, drama, música e artes visuais.


Nessa manhã, Ruby e eu seguimos juntas para o prédio central para ouvir o discurso de boas-vindas do reitor. Caminhamos para o grande auditório lotado por cerca de duzentos calouros. Todo mundo está se apresentando e avaliando uns aos outros. Odeio isso. Tantos rostos novos. Novas expectativas para satisfazer. É opressor. Posso identificar várias rodinhas pela forma como estão vestidos. Os dançarinos estão de lycra e camadas de roupas por cima, os músicos têm um vago ar retrô geek, e os alunos de artes visuais parecem ladrões de loja de 1,99 no momento da explosão de uma bomba de tinta. Os mais barulhentos e antipáticos são os alunos de teatro. Sinto um aperto no peito quando penso se vou me encaixar melhor aqui do que no colégio. Não que eu não tivesse amigos no colégio. Eu tinha. Mas sempre tomava cuidado para ser a Dulce que achava que eles esperavam que eu fosse. Feliz, de fácil convivência, inofensiva. Esperta, mas não intimidadora. Bonita, mas não desejada. Aquela que agia como cupido quando alguém gostava de um garoto, mas nunca aquela de quem o garo-to gostava.


Respiro fundo e solto o ar lentamente. Esta é uma escola nova, gente nova, novas regras. Talvez alguém aqui vá ver além dos meus muitos rostos falsos.


— Venha — Ruby chama. — Vamos nos sentar para não precisarmos falar com nenhum desses porras/.


Naquele momento, eu a amo. Caminhamos para o meio do auditório e tomamos nossos lugares. Poucos minutos depois, vejo um rosto familiar vindo até nós.


— Oi, Dulce.


— Connor! Oi.


Conheci Connor na segunda etapa. Fizemos dupla em alguma cena de trabalho e, mesmo sem a mesma intensidade que rolou com Christopher, tivemos uma química decente. Ele também é bonitinho, e, até onde posso ver, é hétero, o que é raridade entre os meninos do teatro.


Ele faz sinal para o assento ao meu lado.


— Posso?


— Claro — confirmo e apresento Ruby, que já parece entediada. Connor se joga na cadeira ao meu lado e sorrio para ele. Cabelo loiro acinzentado, olhos castanhos, expressão aberta que ainda não vi se fechar.


Definitivamente bonitinho.


— Estou tão feliz que você entrou — ele comenta. — Pelo menos vou conhecer uma pessoa da turma.


— Exato, ainda não vi mais ninguém que conheço.


— Notei alguns rostos familiares. — Ele olha ao redor. — Mas sou ruim com nomes. Lembro daquela loira que não parava de falar...


— Zoe?


— É. E o cara altão com cabelo maneiro.


— Christopher?


— É. Ele está bem ali.


Ele aponta para o final do auditório, onde vejo a figura esguia de Christopher jogada no assento, os pés estão apoiados em uma cadeira à frente e a cabeça, no mesmo livro que ele lia nos teste. Ele deve amar mesmo Vidas sem rumo. Tenho a estranha sensação de que meu estômago flutua quando olho para ele, mas fico feliz que tenha conseguido. Entrar nesse lugar significava muito para ele, e, além do óbvio distúrbio de personalidade, é realmente talentoso.


— Ele parece um lobo solitário — Connor comenta, e não deixo de reparar que seu braço está sobre as costas da minha cadeira. — Mas, cara, ele sabe atuar.


Eu o vi fazer Mercúcio ano passado no festival Tribeca Shakespeare. Ele foi impressionante.


— Aposto que sim. — Tenho uma imagem cristalina de Christopher como um Mercúcio dos dias modernos. Todo de couro e brim, e negro, olhos brilhando.


Enquanto eu o observo, ele levanta o olhar e me vê. O canto de sua boca se levanta e uma de suas mãos se afasta do livro como se ele fosse de fato sorrir e acenar. Então, ele avista Connor, e num segundo está de volta ao livro, como se não tivesse me visto. Connor levanta a sobrancelha.


— Hum, será que eu fiz alguma coisa que chateou ele? Ele parecia querer me matar.


— Não se preocupe — suspiro. — Ele é assim com todo mundo. Em pouco tempo, o reitor chega ao púlpito e nos dá as boas-vindas. Faz um discurso sobre o quão orgulhosos devemos estar de ter chegado à faculdade de artes mais prestigiada do país, e, embora ele provavelmente faça exatamente o mesmo discurso há anos, suas palavras me fazem estufar o peito como um pavão. Pela primeira vez na minha vida, sinto que de fato estou conquistando algo para mim mesma, não para os meus pais. Isso é bom.



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Autor(a): coxinha

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

Prévia do próximo capítulo

Capítulo Dez Antes – Part.2 P.O.V Dulce Quando o reitor termina o discurso, o auditório esvazia rapidamente e nós seguimos para o primeiro dia de aula. Ruby acena se despedindo de mim e Connor quando seguimos para o bloco de teatro e ela, para sua aula de direção de palco. Conforme andamos, Connor joga seu braço sobre meus o ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 45



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  • Hels Postado em 03/04/2016 - 03:08:40

    PARA TUDO! Eu AMO esse livro, até tinha pensado em fazer uma adaptação vondy. Não acredito que você fez, acho que vou chorar - de felicidade obviamente - quero ver as treta se formarem, sempre achei Ethan e Cassie muito vondy hahahaha.

  • cmsvondy Postado em 20/03/2016 - 22:03:35

    Eu tenho mais tempo para ler aos finais de semana mas o máximo que você conseguir postar é ótimo !!!!

  • lalah Postado em 20/03/2016 - 19:56:07

    para mim, vc postava todo dia :)

  • lalah Postado em 20/03/2016 - 19:55:52

    Amei, continua!

  • cmsvondy Postado em 20/03/2016 - 02:38:56

    Continua sim, concerteza !! Estava arrasada achando que você tinha abandonado a fic, fiquei muito feliz que voltou !!!!!!

  • lalah Postado em 19/03/2016 - 20:45:00

    continua baby

  • cmsvondy Postado em 19/03/2016 - 16:53:00

    Continuaaaaaa

  • thaysaantana Postado em 19/03/2016 - 15:44:55

    Começando hj!

  • cmsvondy Postado em 04/01/2016 - 22:25:02

    Volte a postar por favor !!!!!!

  • cmsvondy Postado em 08/11/2015 - 01:07:07

    Continua


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