Fanfic: Diario da Maju | Tema: Diário

24 de outubro: 24:21

Desci as escadas do Prédio e parei na portaria pra descansar,o porteiro já estava acordado agora tomando café num copinho descartável até que me vê

- Boa tarde minha flor

- Boa tarde, sou a Maju e o senhor?

- Me chamo José, aceita um menorzinho? - diz ele me mostrando uma garrafa térmica que provavelmente estava cheia de café

- Não, obrigada Seu José, mas eu queria que você ficasse com isso - digo tirando a tesourinha do bolso e colocando no balcão

- Pra que isso minha flor ?

Aponto pro nariz dele e aberto o botão para o portão abrir e começo a andar até a casa do Guto, até que essa jornada que eu vou fazer hoje vai me render um boa caminhada, já me sinto algumas gramas mais leve, então como não planejei perde-las hoje, passo na sorveteria do seu Michael e compro duas bolas de morango com calda de menta e vou me deliciando até chegar a casa do Guto, pensei em passar na casa do túlio, a janela estava aberta e parecia que tinha anos que eu não falava com ele, mas eu preciso resolver isso primeiro, chego na varanda do Guto e aperto a campainha, a varanda está cheia de bonecas novamente, parece até um flashback mas quem abre a porta dessa vez não é o Guto e sim a mãe dele

- Ah, Oi maju, que bom que é você

- Porque que bom ?

- Entre, o Guto ficou bem triste pelo que aconteceu na festa 

- Eu vim aqui pra gente resolver isso - disse entrando

-Ele não está aqui, foi algo que faltava pra eu fazer o jantar, se quiser pode esperar no quarto dele, estou arrumando aqui a sala, sobe a escada, primeira porta a direita

- Tudo bem - digo sorrindo

Subo as escadas com uma dor no coração, nunca mais quero ver uma escada na minha frente que não seja rolante e entro no quarto do Guto, esse sim é como eu esperava, completamente bagunçado, tudo jogado pelo chão, na parede há postêres de bandas de rock, não sabia que o Guto era gótico, a cama ainda estava desarrumada e tinha vários livros da escola jogados em vários lugares diferentes, na cama, na escrivaninha, no chão, coloco os livros em ordem e sento na cama para espera-lo, a cama tem o mesmo perfume que ele até que ouço a porta da sala bater, ele deve ter chegado,ouço a mãe dele falar algo e em seguida ouço passos subindo as escadas

- Olha Maju ,porfavor deixa eu te explicar,eu não tive nada com a Marcinha, eu juro pra você , ela veio aqui eu não sei porque - xiii, eu sei, relaxe - disse ao beijar ele - eu acredito em você, mas se formos realmente tentar isso você vai ter que mudar algumas coisas

- Como oque ? - pergunta ele

- Eu não quero ser pra você um prêmiozinho de consolação que você adora exibir em casa mas tem vergonha na rua

- Eu não tenho vergonha de você,eu só não queria mudar minha reputação na escola, se você não sabe eu sou bolsista,minha mãe não pode pagar aquela escola pra mim, ela cuida de mim e da clara sozinha, todos aqueles garotos são ricos,eu ando com eles para talvez tentar que eles me arranjem um emprego na empresa de algum dos pais deles,se eu não fizesse aquilo no dia da festa eu perderia minha oportunidade de poder ajudar minha mãe

- Desculpa, eu não sabia, mas cadê o seu pai ?

- Ele morreu, quando eu tinha 12 anos,e eu finalmente arranjei o emprego que eu queria,estou trabalhando como assistente na empresa do pai do Matheus

- Do Matheus ? Sério ? Eu achei que os pais dele não falavam mais com ele

- Foi o Matheus que decidiu sair de casa, ele não aguentava mais os pais dele, mas  eles ainda se falam regularmente e o Matheus arranjou o emprego pra mim, então eu não preciso mais puxar o saco de nenhum daqueles garotos da escola,posso mostrar minha namorada linda pro mundo

- Namorada?

- Desculpa,saiu sem querer

- Tá tudo bem - disse sorrindo e o beijei

- OPA,OPA, DESCULPA INTERROMPER, EU SÓ VINHA TRAZER UM SUCO PRO CASAL - disse a mãe dele

Me afastei do Matheus e fiquei com uma cara de chuchu amassado

- Obrigada mãe, bote colocar ali

- Ali onde Matheus ? esse quarto está uma bagunça, é melhor você arrumar, ah , e que bom que vocês se resolveram - disse ela colocando a bandeija no chão no único espaço vazio do quarto e descendo novamente

Diário, passamos a tarde inteira nos beijos e mais beijos e algumas passadinhas de mão porque ninguém é de ferro, minha boca está dormente no momento mas eu nunca me senti tão feliz na vida, preciso de outro sorvete de morango para comemorar.